PROJETO DE LEI PRETENDE A CRIAÇÃO DE ESTRUTURA PARA FINANCIAMENTO E PROMOÇÃO DO AGRONEGÓCIO E DA PRODUÇÃO AGRICOLA

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1 Monitoramento Legislativo março/2016 PROJETO DE LEI PRETENDE A CRIAÇÃO DE ESTRUTURA PARA FINANCIAMENTO E PROMOÇÃO DO AGRONEGÓCIO E DA PRODUÇÃO AGRICOLA O PL 2532/2015 institui o Fundo Nacional do Desenvolvimento Rural e Produção Agrícola Considerando a necessidade de uma estrutura que financie e promova o agronegócio e a produção agrícola, foi encaminhado projeto lei instituindo o Fundo Nacional do Desenvolvimento Rural e Produção Agrícola FNDR, administrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, cujos recursos devem ter origem em dotações orçamentárias da União, convênios celebrados com órgãos e entidades da Administração Pública nas três esferas, doações de entidades nacionais e internacionais, empréstimos de instituições financeiras nacionais e internacionais, entre outros. Considerando que o agronegócio é um setor em constante crescimento, alavancando a economia do país, a criação do Fundo promete ser uma importante fonte recursos para a promoção, o crescimento e o desenvolvimento do setor. PROJETO DE LEI PRETENDE REALIZAR ALTERAÇÃO NA LEI DE PROTEÇÃO DE CULTIVARES O PL 827/2015 a altera a Lei (Lei de Proteção de Cultivares) para ampliar o controle e a fiscalização do uso de sementes melhoradas Em meio às inúmeras discussões existentes atualmente quanto ao controle e a fiscalização sobre o uso de sementes melhoradas, especialmente no âmbito judicial, foi encaminhado projeto lei que propõe a obrigatoriedade da autorização do detentor de variedades vegetais protegidas para a comercialização do produto obtido na colheita, ampliando o controle e a fiscalização sobre o uso de sementes melhoradas para garantir a remuneração do obtentor da cultivar ou seu licenciado durante o período previsto de sua proteção. Desde a constituição de uma Comissão Especial para proferir parecer ao projeto, foram realizadas diversas audiências públicas para debater o tema, que teve parecer por sua aprovação. Na última audiência pública realizada em 15/03/16 houve consenso entre os debatedores que a matéria ainda não estaria pronta para votação, sendo destacado pela

2 Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que a proposta da forma como encontra se atualmente irá restringir o direito do agricultor especialmente quanto a limitação da liberdade do agricultor de salvar a semente, de reservar grãos para plantar no ano seguinte. Embora se compreenda que o objetivo do projeto seja ampliar o controle e a fiscalização sobre o uso de sementes melhoradas, garantindo a remuneração do trabalho de pesquisa e desenvolvimento de uma cultivar, o projeto de lei deve enfrentar ainda muito debate para que ao final seja preservado o direito de uso de sementes salvas por produtores rurais, sem a concentração do poder de comercialização. MEDIDA PROVISÓRIA ALTERA AS REGRAS DE SEGURO EXPORTAÇÃO A MPV 701/2015 altera a Lei nº 6.704/1979 para dispor sobre o Seguro de Crédito à Exportação Com o objetivo de contribuir para a abertura de mercados e garantir o compartilhamento de risco com outras instituições, além de permitir a utilização de recursos para cobrir garantias dadas pelos bancos aos importadores na exportação de produtos agrícolas cujo produtor seja beneficiário de cotas tarifárias para mercados preferenciais (como algodão, açúcar e carne), foi apresentado projeto de lei autorizando seguradoras e organismos internacionais a oferecerem o Seguro de Crédito à Exportação (SCE), ampliando a gama de agentes que podem oferecer o seguro destinado à venda de produtos brasileiros no exterior, hoje concentrado no BNDES. Em audiência pública sobre o tema realizada no ultimo dia 29 de março com a presença de produtores rurais e a Frente Parlamentar da Agropecuária, houve a sugestão de que a medida provisória seja ampliada para abranger as exportações brasileiras para qualquer mercado, não apenas para aqueles com cotas tarifárias preferenciais, em geral oferecidas pelos países mais ricos, como Estados Unidos e Japão. Outra sugestão é que os títulos do agronegócio possam ser referenciados em moeda estrangeira com o objetivo de atrair investimentos internacionais, o que hoje é vedado pela legislação. A Medida provisória tramita em regime de urgência e deve ser analisada por uma comissão mista, formada por deputados e senadores. Se aprovada, seguirá para votação nos Plenários

3 da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.Em 09 de março de 2016 foi publicado Ato Declaratório prorrogando a vigência medida pelo período de 60 dias. As alterações das regras de seguro exportação pretendidas pela Medida Provisória 701/2015 pretende oferecer mais garantias ao exportador, sendo relevante para incentivar a expansão das exportações de produtos agrícolas, um dos objetivos destacados pelo governo federal com a edição da medida. Monitoramento Legislativo abril/2016 PROJETO DE LEI SOBRE CONTRATOS RURAIS DE INTEGRAÇÃO AVANÇA PARA SANÇÃO PRESIDENCIAL O Projeto Lei do Senado (PLS) 330/2011 PL6459/2013 na Câmara de Deputados regulamenta a relação de integração entre produtores rurais e agroindústria, através da qual o produtor se responsabiliza por parte do processo produtivo, repassando sua produção à agroindústria. Considerando a ausência de previsão na legislação da figura do contrato de integração celebrado entre a agroindústria e o produtor rural, bem como sua crescente utilização, o projeto de lei foi apresentado com o objetivo de incluir no ordenamento o contrato de integração, conferindo garantias e apontando requisitos aos contratos desta natureza firmados. O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o projeto e, devido às mudanças, a matéria retornou ao Senado, sendo aprovada em 20 de abril e remetida à sanção presidencial em 26 de abril. Conforme o projeto aprovado, o produtor integrado e a integradora deverão atender as exigências da legislação ambiental para o empreendimento, bem como planejar e implementar medidas de prevenção dos potenciais impactos ambientais negativos e recuperação dos danos. Ainda, o contrato de integração disciplinará questões como as responsabilidades de cada parte, os parâmetros técnicos e econômicos, os padrões de qualidade dos insumos

4 fornecidos, as fórmulas para cálculo da eficiência da produção e as sanções pelo inadimplemento ou rescisão unilateral do contrato. Considerando a atual realidade do setor do agronegócio e que os contratos de integração não possuem previsão específica na legislação, o projeto de lei promete, ao regular a relação entre a agroindústria (integradora) e o produtor rural (integrado), ser um importante instrumento para conferir garantias ao produtor rural, assim como para promover melhorias na qualidade da produção que é remetida à agroindústria, beneficiando, de um modo geral, o setor. PROJETO DE LEI PRETENDE PRORROGAR O PRAZO DE INSCRIÇÃO NO CADASTRO AMBIENTAL RURAL CAR O Projeto de Lei (PL) 4550/2016 altera a Lei (Código Florestal) para prorrogar o prazo de inscrição do imóvel rural no Cadastro Ambiental Rural CAR para maio de Considerando o prazo estabelecido no Código Florestal (Lei /12) para inscrição do imóvel rural no Cadastro Ambiental Rural (CAR) atualmente prorrogado até maio de 2016, foi apresentado projeto lei objetivando a prorrogação do prazo para 05 de maio de A justificativa do projeto é de que o Brasil, por sua dimensão continental, enfrenta dificuldades regionais na implantação de políticas públicas nacionais, o que também afeta o CAR. O projeto que se encaminha para conclusão, será analisado pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. A definição do prazo para o cadastro é de extrema importância, pois o cadastro é condição, por exemplo, para acesso ao crédito rural oficial. Atualmente, apenas 67,6% da área passível de cadastro foi cadastrada. PROJETO DE LEI PRETENDE AUTORIZAR A UTILIZAÇÃO DO CADASTRO AMBIENTAL RURAL CAR PARA CALCULO DO ITR

5 O Projeto Lei do Senado (PLS) 640/2015 altera a Lei (Código Florestal) para autorizar a apresentação do Cadastro Ambiental Rural CAR em substituição ao Ato Declaratório Ambiental ADA. Tramita no Senado Federal projeto de lei que prevê que o agricultor passe a utilizar o Cadastro Ambiental Rural (CAR) para a apuração da área tributável de sua propriedade rural para cálculo do Imposto Territorial Rural (ITR). O objetivo do projeto de lei, segundo seu autor, seria que o CAR substitua o Ato Declaratório Ambiental (ADA) que é um registro feito pelo proprietário junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para fins de cálculo do ITR. Atualmente, as parcelas de preservação permanente e de reserva legal, as que não se prestam à agropecuária e as declaradas como de interesse para a proteção dos ecossistemas devem constar do (ADA), hoje utilizado para o cálculo do ITR. Como o CAR ainda não está implementado em todo o país, sua utilização para cálculo do ITR seria facultativa, facultando se ao produtor rural a utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA). O projeto foi aprovado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e será analisado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) em decisão terminativa, apresentando se como oportunidade para que o produtor rural obtenha, na prática, a redução do pagamento de ITR.