Os melhores filmes novos

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1 Aventura D esde a Odisseia, passando pelas Mil e uma noites, Os lusíadas e Dom Quixote, as grandes narrativas da humanidade falam de fabulosos deslocamentos no espaço físico e cultural, nos quais os heróis enfrentam perigos e obstáculos, em busca de algum objetivo. Os filmes de aventura herdaram essa missão. Na Idade Média, ela cabia aos trovadores e, entre os povos primitivos, ficava a cargo dos contadores de história, em torno dos quais toda a tribo se reunia para ouvir os grandes feitos dos heróis, dos deuses e dos antepassados. Naquelas ocasiões, também segundo o modelo da aldeia global proposto por McLuhan, as hierarquias sociais eram deixadas de lado e todos se igualavam, na qualidade de ouvintes dos relatos ancestrais. No cinema de aventura acontece algo parecido, ao reunir toda a família e atrair a atenção das diversas faixas do público. Gente simples ou intelectualizada, ricos e pobres, jovens e adultos, todos se emocionam com as peripécias de James Bond. Ou de Fernão Dias, o bandeirante protagonista de O caçador de esmeraldas (1979), o maior sucesso brasileiro de bilheteria há exatamente trinta anos. Todos voltam à infância, explorando o fundo do mar a bordo do submarino Náutilus, em Vinte

2 Os melhores filmes novos mil léguas submarinas (1954), ou procurando King Kong no meio da mata virgem. Enquanto é exibido, o filme de aventura celebra, de maneira ritual, uma espécie de igualdade entre os homens. Na escuridão do cinema, ou diante da tela do home theater, as diferenças são temporariamente suspensas. O maior paradigma dessa afirmação é o último vencedor do Oscar, que não se acha incluído neste trabalho, limitado às estreias até Quem quer ser um milionário? também focaliza um herói que, assim como o Dom Quixote de Cervantes, se orienta pela imagem de uma mulher idealizada. Em nome desse amor virtual, ele se envolve numa travessia hoje mais difícil e perigosa do que foi sair da Península Ibérica e alcançar a Índia na outra ponta do planeta, pelo camoniano herói de Os lusíadas. O favelado indiano criado por Danny Boyle penetra no universo da mídia e procura mudar de classe social. O efeito catártico do filme é levar o público a imaginar que isso seja possível no plano da realidade. Mais ou menos como as comédias populistas de Frank Capra nos anos De tal maneira poderosa, essa função ritual do cinema fez com que a elite de Hollywood, na cerimônia do Oscar 2009, aplaudisse de pé um filme cujo herói é muçulmano. Como vemos, as trajetórias da aventura contemporânea percorrem outros caminhos, em busca de metas bem diferenciadas propostas pelo mundo de hoje. Como o policial vivido por Bruce Willis, que precisa atravessar as 16 Quadras mais assustadoras de sua vida, conduzindo um preso em segurança para o julgamento. Ou como o garoto russo de O pequeno italiano, que foge do orfanato para procurar o paradeiro de sua mãe biológica. Ou até como o transexual interpretado por Felicity Huffman, que cruza o continente para salvar seu filho do crime em Transamérica. 14

3 Aventura 007 Cassino Royale Em nova fase, James Bond perde em humor, erotismo e elegância. Mas ganha em naturalismo e adrenalina Casino Royale (2006 Inglaterra/eua/Alemanha/ República Tcheca). Dir. Martin Campbell. Com Daniel Craig, Eva Green, Judy Dench, Mads Mikkelsen e Giancarlo Giannini gêneros conexos: aventura/suspense/policial/ espionagem Com Cassino Royale, a série de filmes com James Bond entra numa nova fase e as opiniões se dividem de modo radical. Primeiro porque agora Daniel Craig está no lugar que já foi de Sean Connery, Pierce Brosnan, Timothy Dalton e outros modelos de elegância e boa aparência masculina. Daniel Craig tornou-se conhecido com Nem tudo é o que parece (2004), em que ele faz o papel de um gângster especialmente violento. É de estatura mediana e não se pode dizer que tenha um rosto bem desenhado. É um ator hábil porque suas feições rudes e grosseiras tanto podem transmitir excesso de confiança quanto melancolia ou fragilidade emocional. Isso permite que o personagem de Ian Flemming se torne, digamos, mais humano o que leva ao segundo motivo de discórdia. Ou seja, este novo James Bond é fisicamente mais agressivo, porém comete mais erros, porque é emocionalmente mais impetuoso. Quase não recorre aos aparatos tecnológicos do serviço secreto e tem menos aventuras sexuais. Seus oponentes não são gênios do mal que querem destruir o mundo, mas tipos que aparecem nas páginas policiais da imprensa diária. Isso fica claro já no início do filme, quando ele persegue um terrorista a pé, numa sequência que parece uma competição atlética. Cassino Royale narra o que seria a estreia do agente como 007 a serviço de sua majestade. Agora de um modo mais adulto, para a alegria de uns e a tristeza de outros. 15

4 Os melhores filmes novos 16 Blocks (2006 Alemanha/ eua). Dir. Richard Donner. Com Bruce Willis, Mos Def, David Morse, Jenna Stern e Casey Sander drama/policial/suspense/ crime/ação em tempo real 16 Quadras Ação em tempo real, bem dirigida e interpretada, e com uma temática conectada a problemas urbanos contemporâneos Aos 80 anos, Richard Donner (Nova York, 1930) tornouse um monumento do cinema americano. Nos anos 1960, dirigia séries como O fugitivo, Além da imaginação, Agente da Uncle e Kojak. A partir da década de 1970, arrasou as bilheterias com A profecia, Superman, O feitiço de Áquila e Goonies. Mas o topo da carreira veio nos anos 90, com a série Máquina mortífera. Agora, sem precisar provar mais nada, ele apresenta um drama montado a partir do preconceito racial e da corrupção policial em Nova York. O tema é a virada de mesa de um detetive decadente e venal, vivido com engenho e alma por Bruce Willis. É também a redenção do roteirista Richard Wenk, que só tinha escrito comédias de alcance duvidoso. Desta vez, ele cria um drama bem construído, em termos de carpintaria dramática, porque a trama toda se desenvolve numa envolvente unidade de espaço de tempo. Ou seja, o filme tem 105 minutos de duração, que coincide exatamente com o tempo da história. Bruce Willis tem uma hora e três quartos para atravessar apenas 16 quadras de ny, e conduzir um suspeito da delegacia para o fórum, onde deveria denunciar policiais corruptos. Em tempo real, portanto, assistimos à batalha para manter vivo esse personagem interpretado com muita graça por Mos Def, o cantor de hip hop que se tornou ator depois de um disco de ouro. Vale a pena acompanhar os dois por essas 16 Quadras. 16

5 Aventura A Banda Encantadora amostra do novo cinema feito em Israel, que almeja adquirir ressonância internacional por meio de temáticas diversificadas Este é um pequeno grande filme feito em Israel, por Eran Kolirin, um realizador alinhado com a nova geração de cineastas daquele país. Eles vêm trocando os costumeiros temas de afirmação nacional, como o holocausto e o conflito com os árabes, por questões de alcance mais amplo, como o afeto, a solidão e o contato humano entre indivíduos de diferentes etnias. Os músicos de uma minúscula banda militar egípcia chegam a Israel para se apresentar num evento de música árabe. Por azar, ou por causa de um erro burocrático, eles se encontram esquecidos no aeroporto. Mesmo assim, tentam chegar à cidade onde deveriam tocar, cujo nome nem conseguem pronunciar corretamente. Nenhum deles entende uma única palavra em hebraico, e apenas o mais novo e o comandante falam um pouco de inglês. Acabam numa pequena aldeia perdida no deserto israelense. Apesar das diferenças culturais, alguns moradores acolhem os forasteiros. Como não existem hotéis ou pousadas no lugar, eles precisam se acomodar na casa das pessoas. Durante um dia inesquecível para todos, os hóspedes e os egípcios recorrem ao inglês básico e à empatia pessoal para se entenderem. Situações cômicas e patéticas se sucedem numa narrativa simples e tocante, como as comédias do francês Jacques Tati ou do italiano Dino Risi. A banda acumulou 32 prêmios em festivais ao redor do mundo, obrigando diretor e elenco a percorrerem uma distância muitas vezes maior do que a que separa o Egito de Israel. Bikur ha-tizmoret (2007 Israel/França/eua). Dir. Eran Kolirin. Com Sasson Gabai, Ronit Elkabetz, Saleh Bakri e Khalifa Natour Prêmio da Juventude e da Mostra Un certain regard, no Festival de Cannes Principais prêmios da Academia de Cinema de Israel Premiado nos Festivais de Copenhague, Flandres, Montreal, Munique, Palm Springs, Sarajevo, Sofia, Tóquio, Varsóvia, Zurique e Porto 2007 drama/comédia de costumes/ parábola política 17

6 Os melhores filmes novos A Caçada Reconstituição de uma aventura jornalística real, na tradição narrativa do cinema americano, cheia de humor e movimento prisão de Radovan Karadzic, A o genocida que cometeu a- trocidades na guerra da Sérvia em 1995, ocupou os noticiários internacionais em Logo em seguida foi lançado A caçada baseado numa matéria publicada na revista Esquire, em 2000, na qual o jornalista Scott Anderson e outros cinco repórteres percorreram o país em busca daquele que foi responsável pelo maior massacre na Europa desde a Segunda Guerra. O fracasso da expedição levou-o a concluir que as autoridades internacionais não se interessavam pela prisão de Karadzic. Mas interessou ao produtor americano Mark Johnson, que contratou Richard Shepard para dirigir o projeto. Este tinha feito o divertido O matador (2005), com Pierce Brosnan, e conquistado o Emmy pela versão americana da novela Betty, a feia. No papel dos jornalistas que partem atrás do criminoso de guerra com o nome trocado, mas com o mesmíssimo rosto de Karadzic, temos Richard Gere, Terrence Howard e Jesse Eisenberg. O resultado pode ser visto como um impecável filme de aventura, com todos os elementos do gênero, associados a uma poderosa vertente documental. Principalmente porque o roteiro reproduz o mesmo trajeto percorrido no ano 2000 pelo repórter Scott Anderson e seus colegas, que tiveram a ousadia de se fazer passar por agentes da cia para entrevistar oficiais das Nações Unidas, policiais e ativistas sérvios. A caçada é um belo exemplo de como o cinema pode abordar temas espinhosos sem abrir mão do humor e do senso de espetáculo. The hunting party (2007 eua). Dir. Richard Shepard. Com Richard Gere, Terrence Howard, Jesse Eisenberg e James Brolin guerra/suspense/comédia 18

7 Aventura Efeito Dominó Este assalto a banco não podia falhar porque era uma encomenda do próprio governo, mas, mesmo assim... Neste que é um dos filmes policiais mais surpreendentes dos últimos tempos, a direção é do competente Roger Donaldson (Austrália, 1945), mas o destaque é para o roteiro baseado em fatos reais. Quando essa informação aparece, é bom desconfiar do filme, que corre o risco de provocar mais tédio do que interesse. Mas não é o caso deste que, aliás, é estrelado pelo enérgico Jason Statham, de Adrenalina (2006), como líder de um roubo até hoje não solucionado pela poderosa polícia inglesa. Em 1971, o caixaforte de um banco da Baker Street foi arrombado e os ladrões levaram vários milhões em dinheiro e joias, por meio de um túnel de doze metros cavado a partir de uma loja vizinha. O conteúdo de mais de duzentos cofres particulares desapareceu por completo. Ninguém foi preso e absolutamente nada foi recuperado. O caso ocupou as primeiras páginas dos jornais por The bank job (2008 Inglaterra/eua). Dir. Roger Donaldson. Com Jason Statham, Saffron Burrows, Daniel Mays, James Faulkner e Alistair Petrie drama/histórico/policial/ação algum tempo e, depois, foi inteiramente esquecido. Mas agora, passados vários anos da morte da princesa Margareth, irmã da rainha Elizabeth, a produção do filme se fundamenta em informações de que, naquele cofre, um chantagista guardava fotografias extremamente constrangedoras, para não dizer mortalmente escandalosas, sobre a intimidade da princesa real. Dizendo isso não estragamos nenhuma surpresa porque, logo no início, vemos que a ideia do assalto se origina no próprio serviço secreto britânico. Além disso, Efeito dominó tem o mérito adicional de contar essa história com altas doses de ironia e humor. 19

8 Os melhores filmes novos King Kong O diretor de O senhor dos anéis refilma este que foi um dos maiores sucessos dos anos 1930 Dirigido por Peter Jackson (O senhor dos anéis), o novo King Kong se passa em 1933, ano em que foi produzida a versão original. No papel da bela que destrói a fera, temos Naomi Watts (O despertar de uma paixão). O seu par romântico é Adrien Brody (O pianista), com quem vai parar numa ilha do Pacífico em que, além do macaco, vivem insetos gigantes e dinossauros. Peter Jackson desenvolveu esses animais a partir dos mesmos modelos que foram usados na versão original. Mas este King Kong tem uma dramaturgia mais densa e um senso de humor mais agudo. Cheio de piadas sobre o mundo do cinema, o filme oferece cenas de ação das mais impressionantes. A versão de 1933 apresentava problemas graves de roteiro. Na primeira terça parte do filme, o gorila não aparecia. Entre a segunda e a terceira partes, com as cenas em Nova York, o interesse do filme caía. Para contornar, Jackson transformou as cenas da ilha da Caveira num espetáculo tão portentoso que, na terceira parte, a plateia ainda não teve tempo para recuperar o fôlego. Mas talvez o segredo esteja na primeira parte, em que ele transforma a personagem de Naomi Watts em protagonista absoluta, relacionando a sua pobreza à crise econômica do início dos anos 30. Até porque ela não tem um décimo da beleza de Fay Wray da primeira versão de King Kong, que era considerada a atriz mais bonita daquela época. King Kong (2005 eua/nova Zelândia/Alemanha). Dir. Peter Jackson. Com Naomi Watts, Adrien Brody e Jack Black Prêmios de som (edição e mixagem) e efeitos visuais no Oscar 2005 fantasia/ficção científica/ drama/romance 20

9 Aventura A history of violence (2005 eua). Dir. David Cronenberg. Com Viggo Mortensen, Maria Bello, William Hurt e Ed Harris Melhor filme estrangeiro pelo Sindicato Francês de Críticos de Cinema em 2006 policial/ação/quadrinhos/ suspense Marcas da Violência O diretor insinua que os males provocados pela violência só podem ser combatidos por meios também violentos arcas da violência é o último sucesso de público M e de crítica do canadense David Cronenberg, que já foi classificado como underground por causa de sua fascinação pelo grotesco. Por vários comentaristas, este é considerado também o seu melhor trabalho. Nos anos 1980, Cronenberg chocava com filmes excessivos como Scanners, Videodrome e A mosca. Mas desta vez ele resolve trabalhar no plano da contenção e da sutileza. Sexo, angústia e violência estão bem presentes, ainda que sufocados e reprimidos pelos próprios personagens pelo menos durante a maior parte do filme. A partir de uma história em quadrinhos de John Wagner, o mesmo autor de Juiz Dredd (1995), ele focaliza um casal de classe média vivendo uma existência apagada num tranquilo vilarejo do interior. Ele é vivido por Viggo Mortensen, que fez o guerreiro Aragorn em O senhor dos anéis. E ela é a sensual Maria Bello, aqui no papel de uma dona de casa bem comportada. Ou seja, são atores talhados para personagens explosivos, vivendo como uma pacata família interiorana. De repente, a pasmaceira geral é rompida por um acidente que traz à tona terríveis figuras sepultadas no passado do protagonista e interpretadas com precisão por William Hurt e Ed Harris (Apaloosa 2008). Por estranhos caminhos, com este surpreendente Marcas da violência, o cinema de Cronenberg se aproxima do de diretores clássicos como John Ford e Alfred Hitchcock, que também falavam da violência e da agressividade subjacentes à sociedade americana. 21

10 Os melhores filmes novos Miami Vice Uma série de televisão que marcou a década de 1980 é agora atualizada e adaptada para o cinema Esta é a versão cinematográfica daquela série de tv que fez furor nos anos 1980 e cujo principal diretor era Michael Mann, o mesmo que agora dirige o filme. Na época, a dupla central de agentes policiais que se fantasiavam de bandidos não se achava a cargo de atores famosos, porque o importante era a história e a maneira ágil e nervosa como era apresentada. Mas na versão para o cinema, aparecem os carimbados Colin Farrell (Alexandre 2004) e Jamie Foxx (Ray 2005). De quebra, eles contracenam com a magnífica Gong Li, arrasadora no papel de uma vilã cruel e ao mesmo tempo frágil. O diretor Michael Mann, por sua vez, está em grande forma, insuperável na técnica de filmar cenas noturnas, com a mesma qualidade que já mostrou recentemente em Colateral (2004). Ele ainda é o diretor americano que melhor sabe manejar as modernas câmeras digitais de alta definição. Outro aspecto positivo é a maturidade do roteiro, agora mais adulto e mais sério, se comparado à série televisiva dos anos 80. No lugar de uma Miami alegre e ensolarada, vemos um mundo sombrio e traiçoeiro, onde as luzes não passam de motivos a mais para confundir os personagens. Como sempre, a dupla de agentes Sony e Ricardo se infiltra perigosamente numa quadrilha de traficantes. O tema deste Miami vice é a ambiguidade provocada pelo excesso de proximidade entre policiais e bandidos e, assim, não poderia ser mais atual. Miami vice (2006 eua/ Alemanha). Dir. Michael Mann. Com Colin Farrell, Jamie Foxx, Gong Li, Luis Tosar e Isaach de Bankolé drama/ação/policial 22

11 Aventura Na Natureza Selvagem Neste seu filme de número quatro, o astro de Milk A voz da igualdade mostra que sabe dirigir ator Sean Penn (Califórnia, O 1960) mostra a sua competência para dirigir, adaptando esta reportagem de Jon Krakauer. Fala de um jovem que quase teve uma vida das mais comuns. Filho de um cientista da Nasa, assim que se formou no colégio poderia dar início a uma trajetória seguida por milhões de rapazes da sua classe social: cursar uma especialização, arranjar emprego, comprar casa, casar-se e ter filhos. Mas ele preferiu trilhar um caminho completamente diferente. Para começar, recebeu os 24 mil dólares da poupança que o pai juntara para pagar uma universidade e, em lugar de fazer a matrícula em Harvard, entregou tudo para uma instituição de caridade. Depois queimou todo o dinheiro que ainda tinha no banco e foi viver como andarilho, disposto a sobreviver sem nenhum tostão no bolso. Seu objetivo era chegar ao Alasca, onde pretendia morar sozinho, ao ar livre, vivendo de caça e vegetais selvagens. Nesse processo, ficamos sabendo que a explicação para essa atitude foi o desapontamento sofrido ao tomar conhecimento de que tinha Into the wild (2007 eua). Dir. Sean Penn. Com Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt, Jena Malone, Catherine Keener, Vince Vaughn, Hal Holbrook, Brian Dierker, Zach Galifianakis e Kristen Stewart Prêmio do público para melhor filme estrangeiro Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 2007 biografia/drama nascido antes de seus pais terem se casado e que, portanto, era um filho bastardo. Foi o bastante para que ele perdesse todo e qualquer interesse em se integrar à vida social. Não aceitava nem a convivência dos hippies, por considerá-los demasiadamente acomodados. Na natureza selvagem, portanto, traça o perfil de um herói que foi perfeito em sua absoluta marginalidade. Oscar de coadjuvante para o veterano Hal Holbrook. 23