Assembleia Legislativa Catarinense. Congresso Nacional
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- Izabel da Fonseca Fontes
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1 Ano 2 Número Assembleia Legislativa Catarinense Não foram apresentados projetos de lei estaduais de interesse do setor industrial na última semana. Congresso Nacional Tributários e Econômicos... 2 Limites da receita bruta anual de enquadramento de MPE s - PLS-C 418 de Informação sobre os tributos incidentes no preço dos produtos ou serviços - PLS 425 e PL 1795 de Regime Especial de pagamento de precatórios - PEC 63 de Sistema de Representação... 4 Regulamentação do Lobby na Câmara dos Deputados - PRC 14 de Infraestrutura... 5 Regime de autorização para exploração de portos secos - PLS 374 de Extinção da cobrança da RGR - PLS 372 de Retomada dos portos fluviais delegados a Estados ou Municípios - PLS 362 de
2 Congresso Nacional Tributários e Econômicos Limites da receita bruta anual de enquadramento de MPE s - PLS-C 418 de 2011 O senador catarinense Paulo Bauer (PSDB) propõe elevar os limites para que uma empresa possa ser enquadrada como microempresa ou empresa de pequeno porte. A receita bruta anual máxima para que uma empresa seja considerada microempresa é elevada de R$ ,00 para R$ ,00. Para se enquadrar como empresa de pequeno porte, a receita bruta anual máxima passa de R$ ,00 para R$ ,00. Os valores da receita bruta anual das empresas para fins de limite de enquadramento no Simples, fixados na Lei Complementar nº 123/2006, estão desatualizados. A não correção desses valores acaba por excluir empresas do regime simplificado sem que tenham mudança de porte, mas por simples perda de valor da moeda nacional em razão da inflação. O projeto não estabelece forma de reajustes dos valores, segundo o autor, para evitar que se constitua, no longo prazo, fator de realimentação da inflação. Cabe registrar que a presidente Dilma enviou ao Congresso, no último dia 09, projeto de lei complementar com mudanças no Simples Nacional. Entre as mudanças, o projeto: amplia em 50% o teto da receita anual para as micro e pequenas empresas poderem se enquadrar no Simples; permite o parcelamento da dívida tributária para os empreendedores que estão enquadrados no regime simplificado; e autoriza as micro e pequenas empresas a exportar o mesmo valor comercializado no mercado interno sem sair do Simples. O projeto aguarda designação de relatoria na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Também será analisado pelo Plenário do Senado antes de ser remetido ao exame da Câmara dos Deputados. Informação sobre os tributos incidentes no preço dos produtos ou serviços - PLS 425 e PL 1795 de 2011 O senador catarinense Casildo Maldaner (PMDB) e o deputado Danilo Forte (PMDB/CE) apresentaram projetos de lei que obrigam a discriminação dos tributos incidentes sobre o produto ou serviço quando da publicidade dos mesmos e na respectiva nota fiscal. O PLS 425 do Senador Maldaner estabelece, ainda, que as empresas deverão informar as parcelas de tributos em litígios administrativo ou judicial, sem que tal constitua confissão de 2
3 dívida. Além disso, dispensa, de informar os tributos em nota fiscal, o microempreendedor individual e as microempresas com receita bruta anual inferior a 120 mil reais. As propostas pretendem assegurar ao consumidor o direito de informação sobre a participação dos custos tributários na composição do preço final de todos os produtos ou serviços oferecidos. O esclarecimento ao consumidor motiva-o a acompanhar e participar das grandes discussões nacionais, cobrando uma administração mais eficiente do poder público. Observa-se, contudo, que a medida proposta é de difícil operacionalização diante da complexa estrutura tributária vigente, podendo implicar maior burocracia na comercialização de produtos e serviços. Vale lembrar que a carga varia de um ente tributante para outro, ou mesmo em função de estruturas negociais, assim como as alíquotas do ICMS variam, dependendo da operação, de um Estado para outro. Considere-se, ainda, a influência do ISS na formação dos preços dos serviços, que também pode variar de um município para outro. O PLS 425 será examinado pelas Comissões de Assuntos Econômicos (CAE), Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). O PL 1795 ainda não foi distribuído às Comissões. Regime Especial de pagamento de precatórios - PEC 63 de 2011 Proposta de emenda constitucional, de autoria do senador Valdir Raupp (PMDB/RO) e outros senadores, amplia o prazo, para até 31 de dezembro de 2012, para que Estados, Municípios e Distrito Federal possam aderir ao Regime Especial de pagamento de precatórios. A Emenda Constitucional nº 62/2009, que alterou o regime de precatórios, disposto no art. 100 da Constituição Federal, autorizou lei complementar a estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios. O art. 97 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias institui um Regime Especial até que lei complementar seja editada. O prazo estabelecido para os Estados, Distrito Federal e Municípios em mora na quitação de precatórios vencidos aderirem ao Regime Especial encerrou no dia 10 de março de 2010 (90 dias da publicação da EC nº 62/2009). Estados e Municípios que aderiram ao Regime apresentaram resultados positivos - tanto para a organização das finanças públicas quanto para os credores das Fazendas Públicas que passaram a contar com a real possibilidade de receber os valores relativos aos precatórios. Segundo justificam os autores, alguns Estados e uma grande quantidade de Municípios não aderiram ao novo regime, em parte, devido ao curto prazo de 90 dias estabelecido para a adesão. Impõe-se, assim, reabri-lo para que os entes federados e os cidadãos possam usufruir das vantagens oferecidas no Regime Especial. 3
4 A proposta foi aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), com alterações de redação e de técnica legislativa. Está pautada para discussão no Plenário do Senado no dia Sistema de Representação Regulamentação do Lobby na Câmara dos Deputados - PRC 14 de 2011 Projeto do deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB/RS) regula o "lobby" na Câmara dos Deputados, propondo alterações no Regimento Interno da Casa. As pessoas jurídicas de direito privado, diretamente ou através de prestadora de serviços, poderão requerer credenciamento junto à Mesa Diretora da Casa para acompanhamento de matérias legislativas e, eventualmente, prestar esclarecimentos e informações técnicas específicas às comissões da Câmara, às lideranças, aos deputados e ao órgão de assessoramento institucional. As pessoas jurídicas credenciadas poderão indicar um representante que será responsável perante a Casa por todas as informações que prestar ou opiniões que emitir quando solicitadas. Os agentes privados credenciados poderão fornecer, exclusivamente, subsídios de caráter técnico, documental e informativo. Ato da Mesa regulará o credenciamento e as condições em que os agentes privados serão recebidos em audiências concedidas nas comissões, nas lideranças, pelos deputados e pelo órgão de assessoramento institucional. O lobby é atividade relacionada ao exercício da democracia, que permite aos grupos dos diversos setores da sociedade atuar de forma organizada, com transparência, destinando-se a levar suas opiniões e posicionamentos aos tomadores de decisão. A proposição, por se tratar de projeto de resolução, regulamenta a atividade do lobby somente na Câmara dos Deputados, na medida em que altera o Regimento Interno dessa Casa. Ainda que restrita à Câmara, a proposta atende à reivindicação das diversas representações de classe e pode ser o primeiro passo para garantir uma defesa de interesses qualificada e ética. Todavia, algumas das regras previstas podem representar entraves capazes de impedir o exercício da atividade, como, por exemplo, a indicação de apenas um representante por pessoa jurídica credenciada. Tal limitação não observa a dimensão da atividade, em que os profissionais representantes devem expor o posicionamento do setor, de maneira fundamentada, nas mais diversas áreas. A matéria será apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), onde aguarda designação de relatoria. Após, segue à Mesa e ao Plenário da Câmara dos Deputados. 4
5 Infraestrutura Regime de autorização para exploração de portos secos - PLS 374 de 2011 Projeto da senadora Ana Amélia (PP/RS) dispõe sobre a abertura dos chamados portos secos (denominados no projeto como Centro Logístico Industrial Aduaneiro - CLIA) mediante o regime de autorização, substituindo o regime atual de concessões e permissões. Estabelece regras para instalação e funcionamento desses recintos alfandegados, para a movimentação e a armazenagem de mercadorias importadas ou despachadas para exportação e a para a prestação de serviços conexos. Condições para outorga da autorização - a autorização para exploração de CLIA será outorgada a estabelecimento de pessoa jurídica constituída no país que satisfaça às seguintes condições: possua patrimônio líquido mínimo, cujo valor será definido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB); seja proprietária, titular do domínio útil ou comprove ser titular de direito que lhe garanta pelo prazo mínimo de 10 anos a utilização do imóvel onde funcionará o CLIA; e apresente anteprojeto ou projeto do CLIA previamente aprovado pela autoridade municipal, quando situado em área urbana, e pelo órgão responsável pelo meio ambiente, na forma das legislações específicas. Impossibilidade de outorga da autorização - não será outorgada a autorização à empresa que tenha praticado ou participado de atividades fraudulentas na área tributária e de comércio exterior, conforme apurado em decisão judicial ou administrativa que não esteja sendo objeto de recurso recebido com efeito suspensivo, e à empresa que mantenha em seu quadro societário pessoa física ou jurídica que tenha tido participação em estabelecimento enquadrado nas situações acima descritas. Definição de disponibilidade - competirá à SRFB, observados os critérios de conveniência, interesse e oportunidade, definir a disponibilidade de autorização para CLIA em determinada região, e, segundo tal disponibilidade e após processo próprio, outorgar a autorização para exploração de CLIA a interessado que satisfaça os requisitos legais. Em um mesmo município ou região metropolitana, em caso de limitação na disponibilidade, terá prioridade na obtenção de autorização para exploração de CLIA o projeto que apresentar mais de um modo de transporte. Prestação de garantia - a empresa responsável por local ou recinto alfandegado deverá, na qualidade de depositária, prestar garantia à União no valor de 2% do valor médio mensal das mercadorias importadas entradas no recinto alfandegado. Fixa regras para o cálculo desse valor. Além disso, para iniciar a atividade, a empresa responsável deverá prestar garantia no valor de R$ 1 milhão. Possibilidade de migração para o novo regime - os atuais permissionários de serviços de movimentação e armazenagem de mercadorias em portos secos poderão, mediante 5
6 solicitação e sem ônus para a União, ser transferidos para o regime de autorização, sem interrupção de suas atividades e com dispensa de penalidade por rescisão contratual. Essa regra será válida, inclusive, para os portos secos que estiverem funcionando por força de medida judicial, contrato emergencial ou com base em licença expedida durante a vigência da MPV 320/2006. Ressarcimento de custos ao FUNDAF - serão ressarcidos mediante recolhimento ao Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (FUNDAF) os custos administrativos de fiscalização e controle aduaneiros exercidos pela SRFB, relativamente a atividades extraordinárias de fiscalização e controle aduaneiros e deslocamento de servidor para prestar serviço em local ou recinto localizado fora da sede da repartição de expediente, entre outros. O projeto, ao substituir o regime de concessões e permissões dos portos secos por outorga de autorização, caminha na direção da desburocratização e incremento na oferta dos serviços de armazenagem de mercadorias. Também possibilita a transferência facultativa dos atuais permissionários para o regime de autorização. Destaca-se, no entanto, que o projeto impõe atribuições à Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), o que pode ter sua constitucionalidade questionada em razão do vício de iniciativa. Por se tratar de órgão da Administração, cabe ao Presidente da República propor alterações na lei nesse sentido. Já no que tange às condições estabelecidas para a outorga da autorização, caberia uma análise do setor para verificar a pertinência e conveniência dos requisitos exigidos e se atende a critérios objetivos, de modo a evitar a discricionariedade no processo de exploração de portos secos. Outros pontos importantes a serem avaliados: a viabilidade da garantia de R$ 1 milhão, pela empresa responsável, para dar início à atividade; e a legalidade do ressarcimento ao FUNDAF dos custos de fiscalização e controle aduaneiro exercido pela SRFB. Vale registrar que tramitava no Senado o PLS 327/2006, de conteúdo semelhante, que foi arquivado. Na Câmara dos Deputados, tramita o PL 227/2007, que ainda aguarda apreciação da primeira Comissão a que foi distribuído. Em relação a essas propostas, a FIESC manifestou a preocupação com a eliminação do processo licitatório para exploração do serviço, o que poderia suscitar favorecimento nas outorgas de autorização. A matéria será analisada pelas Comissões de Infraestrutura (CI); de Agricultura e Reforma Agrária (CRA); de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR); de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ); e de Assuntos Econômicos (CAE). Aguarda parecer do relator na CI, senador João Alberto Souza (PMDB/MA). Extinção da cobrança da RGR - PLS 372 de 2011 A senadora Ana Amélia (PP/RS), juntamente com outros senadores, propõe a extinção da cobrança da Reserva Global de Reversão (RGR). 6
7 A RGR é um dos diversos encargos incidentes sobre as contas de energia elétrica e que custa à sociedade brasileira cerca de R$ 2 bilhões ao ano. Foi criada há 54 anos para constituir um fundo, cujo objetivo era cobrir gastos com indenizações de eventuais reversões de concessão de serviços de energia elétrica. Segundo dados do setor de energia, em 2009, o fundo já acumulava R$ 15,2 bilhões. Os recursos nunca foram utilizados para a finalidade inicial da RGR. Para o consumidor industrial a RGR é bastante lesiva, porque a tarifa de energia elétrica tem crescido sistematicamente acima da inflação. Nos últimos 10 anos, o aumento acumulado é de aproximadamente 200%. A supressão desse encargo já foi objeto de emenda na Medida Provisória 517/2010, que originou a Lei nº /2011. A emenda foi, contudo rejeitada, e a extinção, que estava prevista para dezembro de 2010, foi prorrogada para até A proposta é, assim, mais uma tentativa de eliminar encargo tão oneroso para a sociedade brasileira e para o setor produtivo do País - sua extinção reduziria entre 2% e 3% o custo da energia elétrica. No mais, o fundo já conta com recursos suficientes e para finalidade que até então não se sucedeu, eis que as concessões tem se perpetuado, inexistindo a necessidade de reservas financeiras para eventuais indenizações decorrentes de reversão ou período de transição entre uma e outra concessionária do serviço de energia elétrica. O projeto aguarda designação de relator na Comissão de Infraestrutura (CI). Também será analisado pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). Retomada dos portos fluviais delegados a Estados ou Municípios - PLS 362 de 2011 Projeto de lei da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) autoriza o Poder Executivo a retomar a gestão dos portos fluviais delegados a Estados ou Municípios, mediante denúncia por qualquer das partes do Convênio firmado, quando presentes os seguintes motivos: superveniência de ato, fato ou lei que o torne o Convênio inviável; conveniência administrativa devidamente justificada; ou inadimplemento de quaisquer das cláusulas e condições do Convênio, responsabilizando-se pelas respectivas indenizações a parte que der causa à denúncia. O Poder Executivo denunciará os convênios de delegação mediante notificação judicial ou extrajudicial com antecedência mínima de 90 dias. Operando-se a denúncia, consideram-se sub-rogados pela União, no prazo de até 30 dias, os contratos de arrendamento e os operacionais, bem como os contratos de obras, serviços e fornecimento julgados convenientes e oportunos, administrativamente, pela delegante. 7
8 A Constituição Federal atribui à União a competência para explorar, diretamente ou mediante autorização, permissão ou concessão, os portos brasileiros marítimos, fluviais ou lacustres (art. 21, inciso XII, alínea f ). Em harmonia com o texto constitucional, a Lei nº 9.277/1996 autoriza a União a delegar aos Municípios, Estados e Distrito Federal a administração e exploração de rodovias e portos federais. Nos termos da Lei, a delegação deve operar-se por meio de convênio, o que tem sido implementado em várias regiões do país, a exemplo do Porto de Itajaí, em Santa Catarina. Segundo justifica a autora da proposição, os portos fluviais instalados em áreas cuja atividade comercial não garanta recursos próprios suficientes para sua manutenção requerem verbas que transcendem a capacidade de investimento dos governos estaduais. Por essa razão, entende que deve a União, no intuito de preservar e assegurar a continuidade de sua operação, sempre que necessário, denunciar os respectivos convênios de delegação e retomar a gestão dos portos. A realidade mostra que, em muitos dos portos fluviais, a manutenção e melhoramentos das instalações portuárias exige o aporte de recursos superiores ao que dispõe os orçamentos estaduais. Foi o que ocorreu no projeto de implantação de uma rede de pequenos portos fluviais na Amazônia, desenvolvido no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em que os governos estaduais não conseguiram alocar as verbas demandadas, sendo necessária a participação do governo federal. Ressalte-se, no entanto, a subjetividade dos motivos autorizadores da encampação do porto pela União, o que pode trazer certa insegurança jurídica para os Convênios firmados e inibir investimentos estaduais de manutenção e melhorias nos portos. O projeto está pronto para ser apreciado pela Comissão de Infraestrutura (CI), com parecer favorável do relator senador Eduardo Braga (PMDB/AM). Também será examinado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). 8
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