ESTADO DE MATO GROSSO AUDITORIA GERAL DO ESTADO ORIENTAÇÃO TÉCNICA Nº. 054/2010

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1 ORIENTAÇÃO TÉCNICA Nº. 054/2010 UNIDADES ORÇAMENTÁRIAS: NÚCLEO SISTÊMICO: TODAS AS UNIDADES ORÇAMENTÁRIAS TODOS OS NÚCLEOS SISTÊMICOS FINANCEIRO. PROCESSO DE PAGAMENTO. ASSUNTO: CONSÓRCIO. EXIGÊNCIA DE CERTIDÕES. APLICAÇÃO DO DECRETO N.º 8199/2006. Em decorrência dos trabalhos de auditoria e do papel institucional da Auditoria Geral do Estado, que é de zelar pela qualidade, legalidade e responsabilidade fiscal da gestão dos recursos públicos no Poder Executivo, é prudente ORIENTAR, de forma preventiva, com o fito de auxiliar na gestão administrativa, que se exijam certidões negativas das empresas integrantes de consórcio. A lei que instituiu as normas para licitações e contratos administrativos é Lei n.º 8666, de 21/6/1993, mais conhecida como Lei de Licitações e Contratos Administrativos. É ela quem dita às regras gerais para que a Administração Pública possa contratar terceiros, por oferecer a proposta mais vantajosa ao interesse público. Em seu art. 27 a Lei de Licitações, retrata a questão da habilitação nas licitações, assim disposto: Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a: I habilitação jurídica; II Qualificação técnica; III Qualificação econômica-financeira; Página 1 de 5

2 IV regularidade fiscal; V Cumprimento do disposto no inciso XXXVIII do art. 7º da Constituição Federal. Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em: I cédula de identidade; II registro comercial, no caso de empresa individual; III ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores; IV inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício; V decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo Órgão competente, quando a atividade assim o exigir. Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso, consistirá em: I prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC); II prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual; III prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei; IV prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei. Página 2 de 5

3 A habilitação é o momento em que são examinadas as condições do direito de licitar. Este direito é um direito público subjetivo de natureza abstrata, ou seja, qualquer pessoa pode formular uma proposta de contratação endereçada a Administração Pública, desde que cumpra as condições fixadas na lei e no ato convocatório. Portanto, as exigências previstas nestes artigos são requisitos mínimos necessários para que o interessado possa ter sua proposta apreciada pela Administração. Estas exigências abrangem os requisitos de habilitação, porém não se restringe a elas. Há outras exigências previstas em lei e no ato convocatório que condicionam a admissibilidade da proposta de um interessado. Já o art. 55 da Lei de Licitações e Contratos Administrativos dispõe que a contratada tem a obrigação de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ela assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. Este posicionamento vem ao encontro do Decreto n.º 8199, de 16/10/2006, quando fixa critérios para o pagamento relativo às aquisições de bens, contratações de serviços, locações de bens móveis e imóveis, assim disposto: Art. 1º. Os pagamentos relativos às aquisições de bens, contratações de serviços, locações de bens móveis e imóveis e indenizações referentes a serviços e/ou locações, serão efetuados mediante a apresentação dos seguintes documentos: a) Prova de regularidade junto a Fazenda Estadual, expedida pela Secretaria de Estado de Fazenda da sede ou domicílio do credor; b) Revogado pelo Decreto n.º 8426/2006; Página 3 de 5

4 c) Prova de regularidade relativa à Seguridade Social (INSS) e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), quando o Poder Executivo do Estado de Mato Grosso for solidário na obrigação. Neste sentido o E. Corte de Contas da União já proferiu decisão no sentido de exigir a comprovação de regularidade fiscal de todas as empresas integrantes do Consórcio, conforme Decisão n.º 469/1997 Plenário:...passe a exigir, para liquidação das faturas, a comprovação de que as Empresas integrantes do Consórcio (...) mantêm, durante a execução da obra, as condições de habilitação exigidas quando da licitação, inclusive quanto à regularidade fiscal e perante a Previdência Social e o FGTS, por força do entendimento firmado na Decisão n.º 705/94 TCU-Plenário. 705/94 Plenário: Interessante colacionarmos parte da Decisão n.º O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE: 1 firmar o entendimento de que: a) por força do disposto no 3º do art. 195 da Constituição Federal - que torna sem efeito, em parte, o permissivo do 1º do art. 32 da Lei nº 8666/93 -, a documentação relativa à regularidade com a Seguridade Social, prevista no inciso IV do art. 29 da Lei nº 8666/93 e, mais discriminadamente, no art. 27-a da Lei nº 8036/90, no art. 47-I-a da Lei nº 8212/91, no art. 2º-a da IN nº 93/93-SRF e no item 4-Ia da Ordem de Serviço INSS/DARF nº 052/92 é de exigência obrigatória nas licitações públicas, ainda que na modalidade convite, para contratação de obras, serviços ou fornecimento, e mesmo que se trate de fornecimento para pronta entrega; b) a obrigatoriedade de apresentação da documentação referida na alínea "a" acima é aplicável igualmente aos casos de contratação de obra, serviço ou fornecimento com dispensa ou inexigibilidade Página 4 de 5

5 de licitação "ex vi" do disposto no 3º do art. 195 da CF, citado; c) nas tomadas de preços, do mesmo modo que nas concorrências para contratação de obra, serviço ou fornecimento de bens, deve ser exigida obrigatoriamente também a comprovação de que trata o inciso III do art. 29 da Lei nº 8666/93 a par daquela a que se refere o inciso IV do mesmo dispositivo legal; d) nos contratos de execução continuada ou parcelada, a cada pagamento efetivado pela administração contratante, há que existir a prévia verificação da regularidade da contratada com o sistema da seguridade social, sob pena de violação do disposto no 3º do art. 195 da Lei Maior... Portanto, é obrigatório, quando do pagamento, que as Empresas integrantes do Consórcio comprovem a regularidade fiscal perante a Administração Pública, consoante ao entendimento do TCU, bem como ao Decreto n.º 8199/2006. É a nossa orientação. À apreciação Superior. Cuiabá, 31 de agosto de De acordo. Emerson Hideki Hayashida Superintendente de Auditoria e Controle Interno Encaminhe ao Secretário-Auditor Geral do Estado. José Alves Pereira Filho Secretário-Auditor Geral do Estado Página 5 de 5