Vinho&Cia. guia. Onde Beber Melhor Perto das Atrações

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1 guia Vinho&Cia Ano 8 - Número 64-10,00 ConVisão Espanha nas Rotas do Vinho Onde Beber Melhor Perto das Atrações 20 Vinhos Ótimos para Dias Quentes Por Que Tem Madeira nos Vinhos? Conhecendo a Safra da Uva Rosés da Provence - A Austrália de Jim Barry ISSN O Guia para o Dia a Dia com Vinho

2 Conteúdo Líquido Nas páginas desta edição Vinho&Cia Ano 8 - Número 64 Editor Vinho está na moda e a gente faz o estilo Regis Gehlen Oliveira Publicação ConVisão Al. Araguaia, 933, 8o. andar Alphaville , Barueri, SP 6- Dicas do Editor 8- Dicas para o Sucesso 10- Que Vinhos Valem Ouro! 20- Nas Rotas do Vinho 20 Colaboradores Adriana Bonilha / Álvaro C. Galvão Andréa Pio / Beto Acherboim Carlos Arruda / Cesar Adames Custódio / Denise Cavalcante Didú Russo / Norio Ito Euclides Penedo Borges / Jairo Monson João Lombardo / Maria Amélia Sérgio Inglez / Walter Tommasi Assinaturas e Propaganda (11) jornal@jornalvinhoecia.com.br 34- Conhecendo o Vinho 36- Conhecendo o Novo Mundo 38- Conhecendo o Velho Mundo 40- Entendendo o Beabá 42- Faz Bem à Saúde? 44- Viajando com Vinho 46- O Que Há de Novo? 62- Nos Velhos Tempos 63- Vinho Tinta 51 Vinho & Cia é publicação da ConVisão referente ao mercado de vinhos e suas companhias naturais, como gastronomia, restaurantes, prazer, conhecimento, viagens e outras. Circula principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, nos principais restaurantes e lojas especializadas. Pode ser adquirido por assinaturas ou em bancas selecionadas. Os artigos e comentários assinados não refletem necessariamente a opinião da editoria. A menção de qualquer nome neste veículo não significa relação trabalhista ou vínculo contratual remunerado. Associado à Vinho&Cia Vinho&Cia No. 64

3 Nota Editorial Vinho em risco A salvaguarda para os produtos nacionais, os protestos e a verdade sobre o mercado O momento é de grande apreensão para nós consumidores de vinhos no Brasil. A oferta e o preço dos produtos estão em risco. Após recente visita da presidente Dilma Roussef ao Rio Grande do Sul, veio à tona o fato que em julho de 2011 quatro entidades representativas do setor vinícola brasileiro entraram no Governo Federal com pedido de salvaguarda para a produção nacional. Seria uma proteção temporária contra a concorrência dos vinhos importados. Entre as medidas que podem ser adotadas está a limitação de garrafas para importação e aumento de impostos para os importados. O pedido está baseado no argumento de que não haveria igualdade de competição entre os nacionais e os importados, e que por conseqüência os brasileiros perderiam a cada ano participação no mercado e, nas palavras das entidades, correriam o risco de desaparecer. Como contrapartida vinícolas nacionais implantariam no período da salvaguarda um programa de ajustes para melhorar a sua alegada falta de competitividade. Isso seria verdade? A verdade é que o pedido despertou protestos de vários importadores, profissionais e consumidores, e muitos aderiram a uma proposta de boicote ao vinho nacional. Com base nos números divulgados pelas próprias entidades do setor, podemos analisar com clareza o mercado de vinhos (tintos, brancos, espumantes e outros finos). Durante cerca de 20 anos, de 1985 a 2005, a comercialização no Brasil situou-se entre 60 a 70 milhões de litros por ano, com pouca variação. Somente em 2004 a participação dos importados superou a dos nacionais, com mais de 40 milhões vendidos. De 2004 para cá cresceu muito o consumo de importados, que atingiu 80 milhões de litros por ano, sendo 4 milhões de espumantes. A venda de tintos e brancos brasileiros permaneceu em torno de 20 milhões, porém a de espumantes quase triplicou, de 5,5 milhões em 2004 para quase 15 milhões em Qual é a verdade dos números então? Que desde 2004, por diversas razões, o mercado cresce para ambos, importados e nacionais, e hoje atinge mais de 115 milhões de litros por ano. É um mercado que tem muito a crescer, pois é de apenas 0,5 litros por pessoa por ano, enquanto o francês é de 50 litros. E só está crescendo puxado pelo esforço somado dos importados e dos nacionais. Neste momento, na média, nós consumidores estamos percebendo melhor custo-benefício nos tintos e brancos importados, sem abandonar os nacionais, e também melhor valor nos espumantes brasileiros, sem deixar de lado os importados. E nas mesmas condições de competição de mercado. Se quisermos a verdade a olhos vistos, é só visitar, por exemplo, três Mercado de Vinhos no Brasil (Milhões de Litros por Ano) dos maiores produtores brasileiros (Miolo, Salton e Casa Valduga) e comparar o tamanho que são hoje com o que eram há alguns anos. O mesmo se pode fazer com as principais importadoras. A verdade mesmo é que o vinho brasileiro não precisa de proteção, talvez precise de mais arrojo no mercado, sair mais das fronteiras do sul e trabalhar melhor a sua divulgação nos grandes mercados do sudeste para entrar na onda do crescimento. Qualidade e preço muitos produtores têm. É só ver nas edições do Vinho&Cia a quantidade de vinhos brasileiros recomendados pelo custo-benefício em degustações às cegas enfrentando os importados. Talvez alguns produtores pensem que podemos voltar ao período entre 1985 e 1995 quando em alguns anos foram comercializados cerca de 50 milhões de litros de vinhos brasileiros. Era outra época, com produtos de baixa qualidade e sem competição com o mundo. O consumo desse tipo de vinho caiu em todo o planeta, e todos os principais países produtores passaram por grande reformulação, com aumento de qualidade para competir no mercado internacional, a cada dia melhor informado e mais exigente. Vemos claramente que os produtores brasileiros que investiram em qualidade estão muito bem Total Importados Total Nacionais Vinhos Nacionais Espumantes Nacionais E eles têm a sorte de estar num mercado que está crescendo, diferente da realidade da maioria dos principais países produtores. Nós brasileiros já temos experiência que protecionismo não leva a nada. Tivemos reserva para a informática e pouco evoluiu. Só quando se abriu para os importados todo o mercado cresceu e melhorou. O mesmo pode ser dito em relação à indústria automobilística e vários outros setores. Alguns ajustes podem ser feitos no mercado? Sim, claro. Há, por exemplo, impostos diferenciados em alguns estados que devem ser corrigidos. Mas salvaguarda com cotas de importação e aumento de impostos não faz sentido. Vinho é prazer, não é commoditie. Nessa suposta condição, a maioria dos consumidores não vai trocar de importados para nacionais, vai consumir água, ou outro produto mais barato, e quem pode mesmo vai tentar encontrar o importado mesmo pagando mais caro. A adoção da salvaguarda seria um tiro no pé dos produtores brasileiros. E no bolso e na alegria de nós consumidores de vinhos. Será que o governo nos salva? E guarda bem o nosso mercado? Regis Gehlen Oliveira, editor 4 Vinho&Cia No. 64

4 Dicas do Editor Por Que Beber Você sabia que no Brasil, um país tropical, com a maioria de dias quentes no ano, cerca de 80% do vinho consumido é tinto? E você sabia que no Reino Unido, com clima temperado e predominância de frio, o consumo de brancos é de mais de 50% do total? Isso acontece por quê? Pesquisas apontam que a maioria dos brasileiros interpreta que vinho bom seria somente do tipo tinto, assim brancos e rosés seriam produtos inferiores e, portanto, consumí-los seria sinônimo de mau gosto. Para essa sensação de muitos parece que contribuiu a propaganda de vinhos tintos extremamente encorpados, densos, que seriam os bons, e, por outro lado, uma fase de vinhos rosés muito ruins no mundo, além da época, especialmente no Brasil, do vinho branco alemão da garrafa azul, doce e de baixa qualidade, que nem muitas vezes alemão era. Porém tudo evoluiu, e lá no Reino Unido, como em outros países desenvolvidos e com tradição Vinhos Mais Leves? de consumo de vinhos, as pessoas sabem que existem bons produtos de diversos tipos, mais leves ou mais pesados, mais potentes ou mais sutis, mais taninosos ou mais frescos... Entendem que uns são adequados a dias frios, outros a dias quentes, uns para datas festivas, outros para o dia a dia, uns para combinar com carnes pesadas, outros para pratos bem leves, e assim numa infinidade de variações. Gosto é gosto, diz o ditado que não se discute, mas é certo também que pode evoluir. É possível adorar um vinho tinto bem encorpado e sentir prazer com ele acompanhando um prato de peixe bem leve à beira da piscina, mas é bom a gente saber que muita gente com paladar bem evoluído preferiria nesse caso apreciar o prato e o clima com um branco bem leve e refrescante. Tudo ficaria mais harmônico. E em harmonia com o clima quente, a equipe do guia Vinho&Cia, a maior especializada em vinhos no país, provou às cegas mais de 50 rótulos adequados ao verão e selecionou em páginas mais a frente aqueles com a melhor relação custobenefício, ou seja, os que valem cada centavo do nosso dinheiro independente do seu preço, que pode ser mais baixo ou mais elevado. Vale a pena abrir a cabeça, mergulhar no clima quente, dar uma chance para evoluir o paladar e apreciar o prazer que os vinhos mais leves podem proporcionar. Porém se o seu espírito for agora para um clima mais frio, é bom conferir alguns lugares das rotas do vinho na Espanha que trazemos nesta edição. São dicas quentes para aproveitar no frio uma viagem deliciosa. Quente ou frio... A nós cabe informar e propor algo especial: tim-tim! Potência Chilena Há momentos que pedem um vinho branco com bastante potência, o que é a cara dos Chardonnay do Chile. Direto do Vale do Maipo, o Haras Character Chardonnay 2010 é uma ótima pedida: tem corpo, 14% de álcool, acidez boa, belo aroma abaunilhado e sabor delicioso. Para tomar quase mastigando. 60. Winebrands: (11) Vinhos que Valem a Pena Frescor Italiano Por outro lado, existem horas em que queremos um vinho leve, bom para acompanhar pratos bem frescos, simples, sem grandes condimentos. O Riff Pinot Grigio Terra Alpina 2009 cai muito bem nesses momentos. Com 12% de álcool, é italiano da IGT (Indicazione Geografica Tipica) Delle Venezie, e vem de perto dos alpes. Para beber apreciando a paisagem. 52. Mistral: (11) Inovação Brasileira Como há hora para tudo, tem aquela em que estamos abertos para o novo, prontos para descobrir sabores diferentes, experimentar o inusitado e deixar os preconceitos de lado. Nesse instante podemos provar o Chardonnay 2009 do Antonio Dias. Ele é produzido na nova região vinícola do Alto Uruguai, em Três Palmeiras, no Rio Grande do Sul. Como é ele? Prove, não vai se arrepender. É para tomar pensando. 42. Antonio Dias: (54) Vinho&Cia No. 64

5 Dicas para o Sucesso Profissional 5Dicas de Como Beber nos Coquetéis e Eventos O Sucesso Profissional depende de você! 1Lembre-se em primeiro lugar de que como executivo, funcionário público ou empresário você está num coquetel ou evento profissional com o objetivo de aproveitar a oportunidade para melhorar o seu networking. 2Beba sempre com moderação, dentro do seu limite. A bebida é um mero acompanhamento, pode ajudar nos relacionamentos, porém você nunca deve dar margem a ela lhe prejudicar. 3Num coquetel em pé você pode ser seletivo e optar entre as bebidas ou comidas. Num jantar formal à mesa nunca recuse algo, sempre prove, a não ser que você tenha alguma restrição médica e avise o anfitrião. 4Beba sempre normalmente, sem qualquer afetação. Se o anfitrião propuser algum ritual, siga-o, mas nunca crie um. Evite em qualquer hipótese ser um enochato. 5Seja sempre discreto e simpático, mesmo se você provar algo que não lhe agrade. Se gostou, elogie, todos gostam, porém jamais faça comentários negativos. No mundo profissional você está sempre em observação. Leia mais no livro Vinho para o Sucesso Profissional, de Regis Gehlen Oliveira e Didú Russo, com ilustrações do Custódio. Pedidos: vinho@jornalvinhoecia.com.br, (11) Vinho&Cia Este livro ajuda a chegar lá Leia, dê de presente e entenda: Como beber com moderação? Como escolher? Como e onde comprar? Como agir nos restaurantes? Como presentear? Como receber em casa? Como agir em coquetéis e eventos? Como fazer networking? Pedidos: (11) , vinho@jornalvinhoecia.com.br Aprecie este livro sem moderação

6 Que Vinhos Valem Ouro! Almadén Sauvignon Blanc Panceri Sauvignon Blanc Branco Miolo Miolo Sauvignon Blanc 2011 Brasil Campanha Gaúcha Branco Panceri Panceri Sauvignon Blanc 2010 Brasil Pinheiro Preto, SC 20 Vinhos Ótimos para Dias Quentes Panceri 18 Espumante Moscatel Terranova Brut Rosé 20 Acompanhe a seguir a seleção de vinhos ótimos para os dias quentes, garimpada pela equipe do guia Vinho&Cia. São 20 rótulos selecionados entre 56 garrafas enviadas por 21 fornecedores convidados. Os vinhos foram escolhidos no Wine Bar da Pizzaria Prestíssimo em São Paulo, onde a equipe provou os rótulos às cegas, conhecendo somente o preço de cada garrafa. Com uma taça e o preço, cada degustador respondeu à seguinte pergunta: você compraria a garrafa por esse valor? Com certeza, talvez ou não?... Os vinhos com a maioria de respostas positivas ganham medalha, e com certeza valem ouro, ou cada centavo do nosso dinheiro. Espumante Panceri Panceri Moscatel N/I Brasil Pinheiro Preto, SC Espumante Rosé Miolo Miolo Grenache N/I Brasil Vale do São Francisco 10 Vinho&Cia No

7 Que Vinhos Valem Ouro! Décima Aurora Juno Cape Maidens Núbio Prosecco Brut Reserva Chardonnay Chardonnay Sauvignon Blanc Espumante Piagentini Piagentini Prosecco N/I Brasil Várias Branco Aurora Aurora Chardonnay 2011 Brasil Serra Gaúcha Branco Art des Caves Juno Cape Chardonnay 2009 África do Sul Western Cape Branco Sanjo Sanjo Sauvignon Blanc 2011 Brasil Sâo Joaquim Dal Pizzol Yauquén Núbio Marques de Borba Chardonnay Chardonnay Rosé Branco Branco Dal Pizzol Dal Pizzol Chardonnay 2011 Brasil Serra Gaúcha Branco Hannover Ruca Malen Chardonnay 2010 Argentina Mendoza Rosé Sanjo Sanjo Cabernet Sauvignon 2008 Brasil São Joaquim Branco Porto a Porto Ramos Arinto, Rabo de Ovelha e Roupeiro 2010 Portugal Alentejo 12 Vinho&Cia No

8 Que Vinhos Valem Ouro! Salton Virtude Cousiño-Macul Cartagena S. Carolina Hidden Creek Chardonnay Sauvignon Gris Trilogia Branco Chardonnay Branco Salton Salton Chardonnay 2009 Brasil Serra Gaúcha Branco Santar Cousiño Macul Sauvignon Gris 2011 Chile Maipo Branco Vinea Vina Casa Marin Sauvignon Blanc, Gewürztraminer, Riesling 2010 Chile Casablanca Branco Porto a Porto Santa Carolina Chardonnay 2009 Chile Limari Kòmaros Marche Concha y Toro Gran Res. Terenzuola Cova da Ursa Rosato Sauvignon Blanc Vermentino Nero Chardonnay Rosé Vinea G. Garofoli Montepulciano 2007 Itália Marche Branco VCT Concha y Toro Sauvignon Blanc 2008 Chile Colchagua Tinto MS Import Terenzuola Vermentino Nero 2010 Itália Toscana Branco Portus Cale Bacalhoa Chardonnay 2009 Portugal Península de Setúbal 14 Vinho&Cia No

9 Que Vinhos Valem Ouro! Entendendo Os Rótulos da Vez Núbio Sauvignon Blanc Entendendo Os Rótulos da Vez Santa Carolina Hidden Creek Chardonnay Sauvignon Blanc, nome da uva utilizada para a elaboração deste vinho, uma das castas brancas mais utilizadas no mundo Sanjo, nome da vinícola situada em São Joaquim, Santa Catarina, com vinhedos em altitudes elevadas, a cerca de 1300m acima do nível do mar, onde as uvas maturam em condições excepcionais Santa Carolina, nome da vinícola chilena cujos vinhos são distribuídos no Brasil pela Porto a Porto e Casa Flora Núbio, nome do vinho, com características bem minerais e intensidade aromática diferentes do encontrado em outros vinhos sulamericanos da mesma casta 2011, safra deste vinho excepcional, que foi um dos dois rótulos que obteve a maior aprovação na degustação às cegas realizada pela equipe do Vinho&Cia Hidden Creek Specialties, nome da linha do vinho de categoria superior da Santa Carolina, que foi um dos dois rótulos com melhor avaliação na relação custo-benefício na degustação às cegas do Vinho&Cia sob o tema vinhos para dias quentes Chardonnay, uva branca mais cultivada no mundo e que deu na safra 2009 origem a esse vinho excepcional Valle del Limari, região vinícola chilena de origem dos vinhedos, resultando num vinho bem balanceado 16 Vinho&Cia No

10 Que Vinhos Valem Ouro! Como são escolhidos os vinhos que valem ouro! Vinho & Pizza é na Prestíssimo! Os vinhos são encaminhados ao guia por livre escolha das importadoras, vinícolas e distribuidoras. Na redação, em cada garrafa é colocado o seu preço. Antes da degustação, a equipe do Wine Bar da Pizzaria Prestissimo em São Paulo embala cada garrafa, deixa os rótulos totalmente ocultos e coloca em destaque apenas o seu preço. Somente o editor do jornal e algumas pessoas da redação têm conhecimento dos rótulos que serão degustados, mas não sabem a ordem de serviço. No momento da prova, cada degustador recebe uma taça com o vinho e anota o preço da garrafa. Com base apenas nestas informações e no tema da degustação, anota suas impressões, avalia o vinho e faz a análise de custo benefício. Em função da qualidade do vinho, ele escolhe uma das três opções: 1- não gostou do vinho, 2- talvez pagasse o preço da garrafa, 3- pagaria o preço da garrafa. Feita a avaliação final, o editor junta a opinião de todos. Os rótulos para os quais a maioria dos degustadores pagaria o preço da garrafa são escolhidos para receber a medalha e indicados como valem ouro!. Enviaram vinhos para esta degustação os seguintes fornecedores: Art des Caves, Aurora, Dal Pizzol, Decanter, Hannover, Interfood, LVMH, Miolo, MS Import, Panceri, Piagentini, Pizzato, Porto a Porto, Portuscale, Salton, Sanjo, Santar, Suzin, VCT, Vinea e World Wine. Wine Bar - Carta Variada - Taças especiais Local de Degustação do Vinho&Cia Al. Joaquim Eugênio de Lima, 1135, (11) , Jardins, São Paulo 18 Vinho&Cia

11 Nas Rotas do Vinho AEspanha de hoje mescla bastante o moderno com o antigo. Visitar suas principais atrações turísticas é se deparar no mínimo com surpresas. Conjugar os passeios com vinhos é uma experiência melhor ainda. Mas que locais incluir no roteiro? O guia Vinho&Cia facilita a sua vida e dá algumas dicas. Nosso editor foi antes, conheceu e indica aqui 12 lugares onde beber melhor e ficar, perto das principais atrações turísticas das maiores cidades da Espanha. É só acompanhar as próximas páginas. 12lugares Cotações Onde Beber Excepcional local Muito bom local Bom local Local com atrativo Local onde beber Considera a carta, o serviço e o sobrepreço dos vinhos, além do nível de ambiente e cozinha Serviço de vinhos a variedade vinhos baratos vinhos ícones taças e adega climatizada orientado por sommelier carta orientativa a sobrepreço Onde Beber e Ficar Na Espanha 20 Vinho&Cia No

12 Nas Rotas do Vinho 1 Onde Beber - Bodega Mercado San Miguel - Madri Ao lado da Plaza Mayor, uma atração maior ainda para os gourmets, dentro de um belo mercado. No melhor estilo da gente de Madri, pode-se bater papo e curtir em pé a variedade de uma loja, com muitas opções em taça, de vinhos bem acondicionados em geladeiras. Há garrafas bem baratas e até grandes rótulos de Bordeaux. Tapas (porções de aperitivos) podem acompanhar. Plaza San Miguel, s/n, Madri, Espanha 3 Onde Beber - Hotel Ritz - Madri Luxuoso e clássico, excepcional para vivenciar uma vida real em Madri, no prédio construído para os convidados do casamento de um rei, ao lado do hoje não menos espetacular museu do Prado. Quando o bolso estiver cheio é ótimo para ficar, mas há a opção de aproveitar o bar, logo na entrada, em geral com piano ao vivo. Vale muito um aperitivo ou uma das várias opções de jerez. Plaza de la Lealtad, 5, Madri, Espanha 2 Onde Beber - La Fabrica - Madri O lugar é simples, com jeito meio de boteco meio de fast food, mas fica lotado. Os madrilenhos apreciam na entrada, em pé em mesas altas, as diversas e boas opções de tapas, sobretudo de frutos do mar, como o polvo, que fica bem à vista no balcão. Ao fundo estão as mesas, com quadros com motivos de vinhos, para apreciar sentado a carta restrita, com espanhóis de várias regiões. Calle Jesús, 2, Madri, Espanha 4 Onde Beber - Viridiana - Madri Excelente ambiente, nas proximidades do museu do Prado e do Parque de Madri, todo decorado em tons de preto e branco com a temática do filme clássico e homônimo de Luiz Buñuel. Cozinha de ótimo nível e carta excelente, não muito ampla, com grandes rótulos e safras destacadas, com ênfase em espanhóis das várias regiões. Taças de cristal adequadas a cada tipo de vinho. Calle Juan de Mena, 14, Madri, Espanha 22 Vinho&Cia No

13 Nas Rotas do Vinho Museu Guggenheim, Bilbao, Espanha 5 Onde Beber e Ficar - Hesperia Bilbao Em frente ao ultra moderno e famoso museu Guggenheim, no país Basco, um hotel também transado, com fachada de vidros todos coloridos e interior que faz muito uso das cores e das formas geométricas. Cozinha de proposta simples e carta compacta. Ênfase nos vinhos da região, como o branco Txakoli de Bizkaia, com cor e estrutura de água, mas também com opções estruturadas. Campo de Volantín Pasealekua, 28, Bilbao, País Basco, Espanha Onde Beber - Bistrô Museu Guggenheim - Bilbao A carta é bastante enxuta, com opções de vinhos espanhóis das regiões mais conhecidas, porém o charme do lugar é estar dentro de um dos museus mais modernos do mundo. Nele é ótimo apreciar uma garrafa ou uma taça com tranquilidade em meio a obras de arte modernas, intensas de cores e de formas inusitadas. O bistrô traz pratos da excelente cozinha basca. Abandoibarra Etorbidea, 2, Bilbao, País Basco, Espanha 6 24 Vinho&Cia No

14 Nas Rotas do Vinho Onde Beber - Alba Granados - Barcelona Na charmosa rua d Enric Granados, não muito distante da famosa igreja Sagrada Família de Gaudí, um local de bom preço-qualidade com interessante seleção de vinhos. Opções de todos os valores, abrangendo as regiões da Espanha e rótulos de outros países. Logo na entrada há uma vitrine com várias garrafas, e o ambiente tem vinhos por todos os lados. As carnes são muito boas. Torre Agbar, Barcelona, Espanha Carrer d Enric Granados, 34, Barcelona, Espanha 7 8 Onde Beber e Ficar - Hotel W - La Viblia - Barcelona Transado hotel 5 estrelas praticamente em cima do Mar Mediterrâneo, ótimo para ver tudo pelas paredes envidraçadas. O restaurante La Viblia é todo moderninho, com carta não muito extensa mas bem escolhida, abrangendo Espanha e outros países. A cozinha é bem trabalhada, e a experiência do bem moderno com os vinhos, tudo a bons preços, vale muito estar no canto do porto da cidade. Plaça de La Rosa dels Vents, 1, Nova Bocana, Barcelona 26 Vinho&Cia No

15 Nas Rotas do Vinho 9 Onde Beber - Ca Sento - Valência Próximo à espetacular e futurista Cidade das Artes e das Ciências museu e parque de diversões fantástico para todas as idades, um restaurante moderno, minimalista e clean. A cozinha, entre as melhores de Valência, segue a linha do ambiente. De forma diferente de outras casas da Espanha, a carta traz alternativas de várias partes do mundo. Taças de cristal excelentes. Calle de Méndez Núñez, 17, Valência, Espanha 11 Onde Beber - La Polpa - Barcelona Ambiente claro, em tons de branco, no bairro de Eixample, o equivalente aos Jardins de Sampa ou Ipanema do Rio. Bom custo-benefício em que a carta de vinhos, com explicações básicas, acompanha a proposta, ou seja, com poucos rótulos bem selecionados e em conta, diferente do Brasil, em que a maioria só tem garrafas a preços elevados. Só espanhóis e várias opções em taça. Carrer d Enric Granados, 69, Barcelona, Espanha 10 Onde Beber e Ficar - Confortel Acqua - Valência Seu ponto forte é ficar em frente à Cidade das Artes e das Ciências, sobre um shopping center. Se escolher um quarto adequado em andar alto, o prêmio é uma vista deslumbrante. Dá para ficar horas com uma taça na mão apreciando a espetacular obra do arquiteto Calatrava. A decoração do hotel é bem moderna e clean, cheia de móveis coloridos. A carta de vinhos é contida. Calle de Luis García Berlanga, 19, Valência, Espanha 12 Onde Beber e Ficar - Tryp Condal Mar - Barcelona Para quem não está com o bolso cheio, uma ótima alternativa moderna ao W Barcelona. A fachada é de vidro e as paredes e móveis todos coloridos e transados. No centro do prédio tem um grande vazio com luminárias pendentes entre as paredes em tons de vermelho e lilás. No hall de entrada há um bar agradável e moderno com alternativas em taça e rótulos espanhóis. Carrer Cristóbal de Moura, 138, Barcelona, Espanha 28 Vinho&Cia No

16 Nas Rotas do Vinho Cidade das Artes e das Ciências, Valência, Espanha 30 Vinho&Cia No

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18 Conhecendo o Vinho Por Que Tem Sala de barricas da vinícola Montes, no Chile Madeira nos Vinhos? O amadurecimento e a elevação das qualidades de um vinho trabalhado pela passagem controlada por barricas de carvalho são práticas que ocorrem em uma minoria absoluta dos processamentos enológicos, ficando restritas a um volume correspondente a pouco mais de 2% da produção mundial. Analisando-se a questão sob o ponto de vista da sustentabilidade do planeta vemos que o longo ciclo de crescimento lento de uma árvore das distintas variedades de carvalho aponta para um sério risco de extinção se a utilização fosse descontrolada. Assim, a limitação da disponibilidade e o alto preço das barricas comprime o uso nos trabalhos com vinhos mais nobres, afinal uma barrica trabalha cerca de 228 litros de vinho e custa mais do que 600 euros! Imaginem uma França cuja produção está oscilando em torno de 6 bilhões de litros anuais tratando todo seu vinho em barricas de carvalho! As barricas são empregadas nos grandes caldos na sua condição de primeiro uso. Pode-se ter usos secundários de barricas de segundo e terceiro uso, porém para complementações ou tratamentos de outros níveis de vinho. As barricas de primeiro uso podem ser encomendadas com diferentes intensidades de tostagem interna. A preparação, montagem e tosta das barricas é realizada por um profissional muito especial, o tanoeiro. O uso milenar de barricas fez com que se revelassem predicados nos vinhos, aportados de acordo com o tipo de carvalho, determinando relações diretas com o conjunto de toques, traços e predicados da complexidade do vinho. A tanoaria passou todo esse tempo mantendo suas tradições básicas e técnicas ancestrais. Na outra ponta, as barricas de carvalho mostraram-se as melhores companheiras do vinho. Em Bordeaux, capital mundial do vinho e grande usuária de barricas de carvalho, a Universidade de Enologia, realizou esudos preliminares para identificar se havia alguma influência do carvalho na qualidade do vinho. Na verdade, os produtores de tanoaria queriam algo para compensar a redução de produção do cognac, na época, em crise. Os resultados foram tão surpreendentes que transformaram completamente a filosofia do emprego de barricas de carvalho, que, a partir daí, deixaram de ser simples cascos de transporte para assumirem o papel relevante nos processamentos de fermentação e de amadurecimento do vinho. A utilização mais intensiva dos tonéis e a busca de novas fontes de carvalho abriram alternativas de distintas origens especialmente na França, Hungria, Eslovênia, Rússia e Estados Unidos, entre outras, cada Sérgio Inglez de Souza Escritor e consultor sergio@jornalvinhoecia.com.br São Paulo qual com sua contribuição epecífica na estrutura do vinho. As toras retiradas das matas são deixadas para temperar por um determinado tempo de exposição às intempéries e, depois, transformadas em pranchas passam por mais um tempo de amadurecimento. Durante até quatro anos de tratamento os taninos perdem a agressividade seu amargor natural e amadurecem. Cada mestre de tanoaria impõe seus segredos. A barrica estruturada pelas cintas metálicas passa por uma fase de tostagem das paredes internas através da queima de gravetos e sobras do mesmo carvalho, que aumenta a carga aromática que vai ser liberada para o vinho. A tosta é conduzida lentamente e o tempo de tosta determina a ação da barrica sobre o vinho. O tanoeiro pode atender aos desejos dos clientes executando tosta fraca, média, média forte e forte. Os enólogos competentes trabalham com habilidade adicionando não mais do que pitadas calibradas dos efeitos da madeira, respeitando os níveis de tosta da barrica para não abafar a personalidade do vinho. Os abusos na utilização da madeira, para esconder defeitos ou para tentar enobrecer enganosamente vinhos simples, são efetuados com barricas inferiores, ou com chips de carvalho desfibrado, ou, ainda, com xaropes. E essa é a banalização dos vinhos muito amadeirados, que encontram rejeição por parte dos que entendem minimamente. 34 Vinho&Cia No

19 Conhecendo o Novo Mundo Na Austrália, o Triunfo de Jim Barry Talvez, querida leitora, caro leitor, você não se lembre mais, ou mesmo não tinha nem nascido quando, por volta de 1985, a imprensa especializada informou-nos do período de dificuldades por que passava a vinicultura australiana. A razão era a superprodução de uvas e vinhos, com toneladas de cachos e milhares de hectolitros sem condições de colocação adequada. Isso acontecia em um momento em que a Austrália do Sul recuperava-se de um incêndio de grandes proporções ocorrido nas áreas verdes do Clare Valley, 120 km ao norte de Adelaide, como mostrado na televisão. Por isso, muita coisa foi vendida, a preço de custo, ou mesmo descartada, e diversas vinícolas foram alienadas a qualquer preço. Foi o caso da Florita Wines, do grupo Lindeman s, em Watervale, Clare Valley. O comprador foi o empresário e vinicultor Jim Barry, que pagou por ela uma pechincha em Com a forte recuperação nos anos 90 o Florita Riesling tornou-se um exemplo dos ótimos vinhos brancos do Clare. Prova disso é que na década seguinte, quando o editor Neil Becket, de Londres, selecionou 1001 vinhos para beber antes de morrer o Jim Barry The Florita Riesling 2005 estava entre eles. Mas Jim não presenciou isso, pois falecera em O Triunfo Nascido em 1925, o empresário e vinicultor australiano Jim Barry, ao lado de sua mulher Nancy, foi um pioneiro da moderna indústria vinícola australiana e o primeiro vitivinicultor qualificado a apostar no Clare Valley. Comprou, aos 34 anos de idade, um terreno para videiras, tendo implantado um projeto de sucesso desde seu estabelecimento em Quatorze anos mais tarde construiria sua vinícola própria na Craig s Hill Road, lançando os primeiros vinhos. Hoje são 250 hectares de vinhas velhas na parte alta do Clare. Em 1986 ampliou seu patrimônio com a aquisição da Florita Wines. O seu triunfo e o renome mundial viriam com o lançamento do The Armagh. Com esse nome, de uma aldeia próxima de origem irlandesa, ele batizara o vinhedo particular plantado em 1968 com clones de Shiraz vindos de Israel. Em plena crise dos anos 1980, Jim Barry lançou o primeiro The Armagh. Era a apoteose do Shiraz de South Australia, concentrado, cálido, equilibrado, proporcional, de estrutura firme e acidez suculenta. Assim, anos depois, o Jim Barry The Armagh Shiraz 2001 veio fazer companhia ao Florita Riesling na lista dos 1001 vinhos de Neil Becket. A grande procura e o consequente preço elevado deixou o The Armagh Shiraz fora do alcance da maioria. Para preencher a lacuna Jim Barry passou a oferecer também o McRae Wood Shiraz, frutado, abaunilhado, mentolado, alcoólico. O Legado Com sua morte em 2004, aos 79 anos, o comando da vinícola passou Conhecendo o Clare Valley Localizado na Austrália do Sul, o Vale do Clare inclui-se entre as mais antigas áreas vinícolas australianas o reconhecimento da área deu-se na primeira metade do Século XIX por ingleses e irlandeses tendo se distinguido na elaboração de brancos refinados da Riesling e tintos cálidos e robustos da Shiraz. Aliás, esse é um dos seus atributos: o notável contraste entre a delicadeza dos brancos e opulência dos tintos. As vinhas são cultivadas entre 400 e 500 metros de altitude em terrenos de solos variados, uns vermelhos argilosos onde pontifica a Shiraz e outros marrom-acinzentados com presença calcária Euclides Penedo Borges Diretor da ABS-Rio euclides@jornalvinhoecia.com.br Rio de Janeiro para seu segundo filho Peter Barry. E ele tem sabido manter a categoria da empresa como atestam as duas medalhas de ouro conquistadas em 2011 no Royal Hobart Wine Show, com o Jim Barry Watervale Riesling e Jim Barry The Lodge Hill Shiraz. Pouco antes de falecer, plenamente realizado mas sempre inquieto, Jim Barry passou uma mensagem que expressa o pensamento de quem gostaria de ter feito ainda mais: Às vezes é preciso mais do que o tempo de uma vida para se realizar o sonho de uma vida... Agora é a vez de meus filhos. Fizera muito do que planejara, mas não fizera tudo. Agora é a vez de Peter. destinada à Riesling. O clima continental moderado, chuvas de junho a setembro, média pluviométrica de 650mm e verão seco propiciam amadurecimento lento e homogêneo. Mas a secura do verão exige o recurso à irrigação em certos casos, com pequena incidência de enfermidades. Significativo para os enófilos e elogiado por especialistas, o vale conta com 40 wineries que se distinguem pelos Rieslings mais finos e cítricos da Austrália, por seus Sémillon mélicos e florais, assim como por tintos alcoólicos de Cabernet Sauvignon, firmes e suculentos, e de Shiraz, robustos e plenos de especiarias. 36 Vinho&Cia No

20 Conhecendo o Velho Mundo Recentemente tive o prazer de provar uma série de cavas em viagem que fiz pela Espanha, assim como de participar de uma degustação organizada pelo ICEX na ABS em São Paulo, sob coordenação de Arthur Azevedo, e pude comprovar este novo momento pelo qual passa esse delicioso vinho. Com base nestas experiências fiz um pequeno resumo do que mais me agradou, tomando cuidado para indicar exemplares que podem ser encontrados aqui no Brasil. Essas dicas estão apresentadas no quadro abaixo. Boa prova! Walter Tommasi Consultor e Palestrante tommasi@jornalvinhoecia.com.br São Paulo Tempo Bom para as Cavas Nossa vida é uma sucessão de ciclos, e cada um traz consigo mudanças de postura e prioridades causadas pelas experiências acumuladas no dia a dia. Os mesmos ciclos podem ser vistos em equipes de futebol, em empresas, e até mesmo em países e civilizações. A Espanha é uma prova viva de como a maturidade e as experiências de sua história estão positivamente influindo em um novo ciclo virtuoso, que tanto destaca a sua gastronomia e a sua enologia, e as Cavas são parte importante nesse cenário. A Cava nasceu em 1872 no município de Sant Sadurni D Anoia na Catalunha, seguindo o método tradicional de vinificação. As Cavas classificadas podem ser Brut Nature, Extra Brut, Brut, Extra Seco, Seco, Semi Seco, e Doce. A DO Cava classifica também pelo tempo de contato com as leveduras, sendo denominadas de Cava (mais de 9 meses), Reserva (mais de 15 meses) e Gran Reserva ( mais de 36 meses). As variedades de uvas utilizadas em sua elaboração são Macabeo (Viura), Xarello, Parellada, Malvasia e Chardonnay, todas brancas. Para as rosadas, utilizam-se Pinot Noir, Garnacha Tinta, Monastrel e Trepat. Como quase todos os vinhos tradicionais da Espanha, no passado as cavas eram conhecidas por aromas amadeirados, que mesmo tendo boa qualidade não agradavam a todo o público consumidor. É neste aspecto que as cavas surpreendem neste novo ciclo, pois apresentam grande versatilidade, podendo ir desde espumantes frescos e marcados pelas notas cítricas, até os mais tradicionais marcados pelas leveduras e aromas terciários. Dicas de Boas Cavas no Brasil Para os leitores tradicionalistas sugeriria as Gran Reservas: a tradicional Gramona III Lustrus, trazida pela Casa Flora, a charmosa Agustí Torelló Kripta, que tem garrafa em formato de ânfora, encontrada no Empório das Bebidas, a Elisabeth de Raventós, da Decanter, que me lembrou muito os bons champganes, a Juvé Y Camps da Península, e a Dominio de La Vega da Viníssimo. Entre as mais frescas e modernas, as sugestões são a Anna de Codorniu Brut, com predominância da Chardonnay, trazida pela Interfood, a Peré Ventura Tresor Reserva, da World Wine, e a Janné Ventura Brut Nature La Musica, da Mistral. Tenho certeza que após provar algumas delas você irá colocar a Cava como uma de suas principais alternativas neste delicioso mundo das bolhinhas. 38 Vinho&Cia No