2- AS CASAS-MUSEU EM PORTUGAL

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "2- AS CASAS-MUSEU EM PORTUGAL"

Transcrição

1 2- AS CASAS-MUSEU EM PORTUGAL As casas-museu, para além da sua importância na conservação e divulgação do património cultural e histórico, como qualquer outro museu, assumem uma missão com especificidades próprias, que se relaciona com a presença de um patrono, personalidade homenageada pela instituição, uma casa que deverá ter sido habitada, mesmo que por pouco tempo, pela pessoa que merece destaque por se ter evidenciado em qualquer domínio da vida pública, ou ter sido palco de um acontecimento histórico relevante. A casa-museu deve permitir percepcionar, para além das colecções e do edifício, as relações de todos os elementos presentes com a figura ou acontecimento tutelar da instituição. A casa-museu deve considerar-se um pólo de dinamização cultural, criando actividades em torno da personalidade ou do facto histórico que a sustenta, potenciando um processo de investigação que dê origem a novos conhecimentos, os quais devem ser colocados à disposição de todos aqueles que procuram a instituição, assumindo-se como um local de memória histórica, de âmbito nacional, regional ou local. Na sequência do exposto, entende-se que um número substancial de casas-museu, em Portugal, evidencia um importante papel a desempenhar na preservação de identidades locais. Muitas autarquias tentam criar casas-museu no intuito de valorizarem o seu passado e as suas tradições. A realidade portuguesa é bastante diversificada, respondendo a critérios e pressupostos diferenciados, tanto do ponto de vista dos patronos, da multiplicidade dos temas abordados, das dimensões das estruturas físicas, assim como dos serviços prestados aos visitantes. Ao longo do nosso percurso profissional, tivemos a possibilidade de visitar casas-museu, no sentido de contactar com realidades próximas da Casa de José Régio, do ponto de vista tipológico, o que permitiu sentir as carências destas estruturas museológicas. Embora algumas tenham grande potencial do ponto de vista patrimonial, móvel e imóvel, uma vez que parte delas surgem como formas de salvaguarda, por exemplo, de colecções artísticas, no referente à investigação sobre a vida e obra dos seus patronos. Em muitas situações, as 1

2 carências financeiras, técnicas e de recursos humanos têm dado origem a unidades museológicas estáticas e sem grande interesse para o público. Relativamente à sua organização interna, uma significativa parte das instituições limita-se a um núcleo expositivo, em certos casos sem qualquer relação com o patrono, sendo muitas delas instituições que, numa perspectiva organizacional, nada têm a ver com uma verdadeira casa-museu, a qual pressupõe a vivência dos homenageados ou a ocorrência de acontecimentos nesse espaço, permitindo estabelecer uma relação entre espaço, objecto e memória. Como se referiu, um significativo número de instituições privilegiava unicamente as áreas expositivas, de diferente tipologia temática, sendo a visita orientada por um funcionário, em certos casos o único recurso humano da instituição, sem formação, repetindo a história que tinha memorizado, dando uma imagem de um museu parado no tempo, sem conseguir captar a atenção do público. Relativamente aos processos de conservação preventiva, a situação era, também, manifestamente insuficiente, verificando-se casos reclamando uma intervenção urgente nos bens móveis e imóveis, uma vez que denotavam evidentes sinais de degradação. Da pesquisa documental que antecedeu a elaboração do presente trabalho, constatou-se a presença de um conjunto de motivações que estiveram na origem das casas-museu, tais como a homenagem a determinada personalidade que se distinguiu numa área da vida pública, a homenagem a um familiar 1, a salvaguarda de valores regionais, a evocação de um acontecimento e, noutras situações, a preservação da unidade de colecções desenvolvidas ao longo de uma vida. A situação neste domínio da museologia portuguesa é pouco animadora. A maioria das instituições não dignifica a categoria museológica das casas-museu. Neste estudo, foram continuamente procuradas soluções para as dúvidas que se iam levantando, constituindose, para o efeito, um fundo documental no sentido de se obterem respostas mais precisas que permitissem traçar um retrato real da situação das casas-museu. O objectivo não foi desenvolver um trabalho historicista, mas sim uma dissertação que nos dê uma imagem da realidade, permitindo traçar metas para o futuro. 1 A Casa-Museu Maria da Fontinha foi criada como homenagem de um neto à sua avó. O museu apresenta as colecções reunidas ao longo da vida do fundador da instituição. O patrono, no caso uma senhora, não tem qualquer relação directa com a casa-museu. (DIAS 1999: 95). 2

3 Uma acção de valorização tem de ser desenvolvida pelas tutelas e pelos responsáveis como forma de dignificarem e transformarem as casas-museu em instituições museológicas que se implantem e ganhem um lugar relevante no panorama museológico nacional FONTES DOCUMENTAIS UTILIZADAS No momento em que se decidiu iniciar este processo de investigação, para além da bibliografia específica sobre as casas-museu, pesquisada em diversas bibliotecas e na Internet, foi sentida a necessidade de compilar dados que permitissem uma análise da realidade das casas-museu em Portugal. Era fundamental aceder a dados oficiais e precisos que nos prestassem informações seguras e fiáveis. Foi solicitado à Rede Portuguesa de Museus que facultasse uma lista (anexo 1) de todas as instituições museológicas, onde constasse o termo Casa, tendo-se verificado a existência de 113 unidades museológicas nessas condições. A lista, para além da designação das instituições, permite a leitura de outros dados, tais como os diferentes tipos de tutela, contactos, distribuição geográfica, assim como a sua situação do ponto de vista da abertura ao público. De imediato, foi possível perceber que, associado ao termo casa, existe uma série de outros termos que permitirão estabelecer as diferenças entre as instituições. Através dos motores de busca da Internet identificou-se um conjunto significativo de unidades museológicas. Porém, apesar das inúmeras repetições de instituições, outras não eram assinaladas por não terem referências na Internet. Foram analisadas as páginas principais dos sites das casas-museu, o que permitiu compreender a verdadeira tipologia das instituições, qual a sua missão, assim como a sua acção essencial. Na tentativa de encontrar o maior número possível de instituições, efectuaram-se pesquisas em bibliotecas, onde se encontraram catálogos com estudos sobre museus portugueses, contendo informações sobre as casas-museu, apresentando os seus objectivos, missões e descrevendo os espaços e colecções. Face à nossa actividade profissional, já possuíamos uma série de estudos publicados pelo IPM que também permitiram a recolha de alguns dados importantes para o presente trabalho. Fundamental para a investigação foi a possibilidade de consultar o inquérito desenvolvido pelo Observatório das Actividades Culturais e pelo Instituto Português de Museus. Os resultados deste inquérito (anexo 4) revelaram-se essenciais para o retrato da realidade 3

4 portuguesa na área das casas-museu. Foram analisados 39 questionários, onde existia a terminologia casa. Mapas que apresentam a distribuição geográfica dos 39 inquéritos analisados Paralelamente, também foi possível consultar o inquérito desenvolvido pela Dr.ª Rosana Pavonni, com vista ao estabelecimento do processo classificativo das casas-museu. Finalmente, foi decidido elaborar um inquérito (Inquérito AP) que permitisse comparar os dados com o inquérito OAC/IPM, uma vez que este tinha sido realizado em Era possível que se tivessem operado algumas alterações qualitativas. O desenvolvimento do questionário, que teve por base os dois inquéritos anteriores, acrescentou algumas questões consideradas essenciais a esta investigação O INQUÉRITO AP A análise do inquérito OAC/IPM suscitou a necessidade de um outro escrutínio sobre esta realidade, que fornecesse informações mais recentes, permitindo traçar um perfil da realidade das casas-museu em Portugal. Formatou-se o inquérito (anexo 6) com resposta aberta, no sentido de se perceber até que ponto os responsáveis pelas casas-museu estavam disponíveis a identificar as suas próprias realidades e carências, sem se sentirem condicionados. Isto permitiu, à partida, verificar a qualificação de alguns responsáveis por 4

5 casas-museu, constatando-se que apresentavam pouca formação profissional e técnica, na medida em que nas questões de carácter mais técnico ou legal, em muitos questionários, não se obteve qualquer resposta. A sua formulação obedeceu ao cumprimento de um conjunto de normas estabelecidas para a realização deste tipo de estudos. Os objectivos de cada grupo de questões expressar-seão no momento em que estas forem descritas. As perguntas são direccionadas no sentido de se obterem respostas essenciais para contextualizar e explicar o universo das casasmuseu, no âmbito da museologia portuguesa. Depois de desenvolvido o questionário, o mesmo foi testado em algumas unidades museológicas consideradas exemplares, no sentido de se aferir a capacidade de resposta a todo o questionário, assim como a sua adequabilidade. Foi necessário seleccionar o universo de amostra das casas-museu a estudar. Seleccionaram-se as 39 casas-museu analisadas no inquérito OAC/IPM, mais 31 unidades que tornaram a amostra mais diversificada do ponto de vista geográfico e institucional (anexo 5). A lista recebida da RPM era muito diversificada do ponto de vista dos tipos de casas e casas-museu existentes em Portugal. Para que a análise dos dados fosse abrangente, considerou-se a hipótese de abarcar casas-museu de diferentes tipos, de áreas geográficas diferenciadas e vários tipos de tutela, sendo estes os critérios de selecção. 5

6 Mapas que apresentam a distribuição geográfica da amostra seleccionada para o Inquérito AP Após o envio dos questionários, foram contactadas todas as instituições, a fim de ser apresentado o projecto de investigação e explicado o objectivo do inquérito, tendo sido assinalada a importância da colaboração de cada uma das instituições. Passadas três semanas, encetou-se novo contacto com as instituições que ainda não tinham respondido. Quando se aproximava a data estabelecida como limite para a recepção de respostas, contactaram-se, novamente, as unidades museológicas com respostas em atraso. Apesar de toda a persistência, só foi possível obter uma resposta a 67,1% dos inquéritos enviados (anexo 8 e 9). O primeiro ponto do inquérito, para além da identificação da casa-museu, pretendia recolher informações sobre a localização da instituição, os seus contactos, assim como a sua tutela. O segundo ponto reportava-se à fundação e abertura ao público da casa-museu. O momento da fundação não é, normalmente, o mesmo da inauguração. As instituições museológicas devem provir de um documento fundador, instituindo legalmente a entidade museológica, o qual precede, ou deve preceder, a construção ou recuperação do edifício, a montagem da exposição, a criação das estruturas técnicas de apoio ao visitante, assim como todas as restantes funções museológicas. Considera-se, ainda, essencial que no momento da criação de qualquer unidade museológica se formule a missão e se definam 6

7 os objectivos da instituição. Estes devem orientar e conduzir toda a actividade da casamuseu. Pretendeu-se conhecer quais as missões e objectivos, qual o seu relacionamento com a restante estrutura museológica. É também importante conhecer quem foram os fundadores das casas-museu e a sua relação com o respectivo patrono. Sabia-se que em algumas situações o fundador e o patrono eram a mesma pessoa; porém, num número considerável de casos, as casas-museu resultam da vontade de familiares, amigos, associações ou outras instituições. O terceiro ponto direccionava-se para o património, pretendendo-se compilar informações sobre o património móvel e imóvel, conhecer as tipologias das colecções, o modo legal como estas integraram a casa-museu, se as instituições têm as suas colecções fechadas ou continuam a incorporar o acervo. O objectivo passa por conhecer o tipo de trabalho que está a ser desenvolvido sobre as colecções, do ponto de vista do inventário ou da conservação. Se, no momento da fundação, se pretendeu conhecer a relação entre fundador e patrono, no âmbito patrimonial o objectivo é percepcionar qual a relação da colecção e do imóvel com o homenageado. Havia o conhecimento do facto de muitas casas-museu resultarem de colecções efectuadas ao longo da vida de determinada pessoa; porém, também eram conhecidas situações em que as colecções não tinham qualquer relação com o patrono da instituição. O propósito foi, sem dúvida, recolher dados objectivos sobre estas questões. Ainda sobre o domínio do património, inquiriram-se as casas-museu acerca da originalidade dos seus bens móveis e imóveis, sobre a dimensão das instituições, se as mesmas sofreram intervenções e qual a dimensão das beneficiações ou alterações, qual a afectação de áreas do edifício a outros serviços, entre os quais os técnicos. Aspira-se compreender algumas dinâmicas, o tipo de trabalho que está a ser desenvolvido em cada unidade museológica e qual o ponto do seu desenvolvimento. O quarto ponto do inquérito relacionava-se com as actividades directamente dirigidas ao público. O tipo de horário de funcionamento, regime de ingresso, assim como o público habitual e, simultaneamente, qual o público que a instituição gostaria de captar. É, todavia, fundamental indagar acerca das actividades programadas para os visitantes, quais os meios de comunicação utilizados para veicular as suas mensagens e se a casa-museu tem um serviço educativo organizado. 7

8 A fase seguinte do inquérito tinha o propósito de averiguar a existência de projectos de investigação, o seu desenvolvimento e interacção com as instituições exteriores à casa- -museu, bem como o modo de difusão dos respectivos resultados. Os meios financeiros, nomeadamente a existência de orçamento anual, bem como a proveniência dos fundos, era a questão do sexto ponto do inquérito, visando conhecer o nível organizacional e com que meios a instituição funciona. Em Portugal, as instituições deste tipo ainda dependem muito dos fundos públicos. É fundamental que os responsáveis pelas unidades museológicas, assim como outras instituições culturais, criem meios no sentido de conseguir fundos provenientes de outras fontes. Depois dos recursos financeiros, formularam-se questões sobre os recursos humanos. É do conhecimento geral que os museus sofrem de uma grande carência de pessoal, sendo o existente pouco qualificado técnica e profissionalmente. O inquérito terminava com uma questão aberta, pretendendo dar aos responsáveis das casas-museu, constituintes da nossa amostra, a possibilidade de identificar quais as principais carências da sua unidade museológica. O panorama das casas-museu em Portugal é muito diversificado, proliferando um pouco por todo o país, com características diferenciadas e tipos de funcionamento bastante diversificado. A selecção da amostra visa a análise de unidades museológicas de diferentes tutelas, do IPM às Câmaras Municipais, das Juntas de Freguesia às associações, passando pelas fundações, entidades religiosas, empresas, universidades e particulares, assim como a sua distribuição geográfica em Portugal. Das setenta casas-museu seleccionadas, não foi enviado a duas delas o inquérito, uma vez que no primeiro contacto telefónico se verificou não corresponderem aos pressupostos mínimos para serem consideradas casas-museu. Importa, antes de passar à apresentação dos resultados (anexo 7), salientar o número elevado de inquéritos não respondidos (anexo 8 e anexo 9). Percebeu-se uma diferença substancial entre a quantidade de respostas dadas a um inquérito oficial (OAC IPM) e outro solicitado por um investigador sem relação com nenhuma instituição pública. Outra nota prévia prende-se com as respostas recebidas e que nada têm a ver com as questões apresentadas, o que permite concluir que alguns responsáveis pelas instituições museológicas não têm a formação técnica necessária que lhes permita entender as questões apresentadas. 8

9 2.3- CARACTERIZAÇÃO DAS CASAS-MUSEU EM PORTUGAL Baseados em três fontes de informação específicas sobre as casas-museu em Portugal (Documento RPM, Inquérito OAC/IPM e Inquérito AP), procurar-se-á traçar um perfil da situação destas instituições museológicas no nosso país. A intenção é apresentar um conjunto de dados que permitam perceber como funcionam estas instituições, quais as suas tutelas, que tipos de colecções dispõem e o modo de as trabalhar, que tipo de actividades desenvolvem para o público, entre outros assuntos directamente relacionados com a actividade museológica, uma vez que nem todas podem ser consideradas casasmuseu Tutelas Para se proceder à análise alargada das tutelas que exercem o seu domínio sobre as casas-museu portuguesas, trabalhou-se a listagem fornecida pela RPM, uma vez que se trata da fonte que fornece informações sobre a totalidade das instituições que oficialmente se podem integrar nesta categoria de museus. As Câmaras Municipais são as instituições políticas dominantes do ponto de vista tutelar, tal como acontece no âmbito da museologia portuguesa em geral (NEVES e SANTOS 2006: 7). Das 113 casas-museu indicadas no Doc. RPM, 39 integram as estruturas municipais, logo seguidas por casas-museu tuteladas por Juntas de Freguesia, Associações e Fundações. A diversidade de tutelas é perceptível na análise do quadro 4 do anexo 2. Lista RPM -Tutelas Câmaras Municipais Associações Culturais e Outras Juntas de Freguesia Fundações Particulares Direcções Regionais Grupos Folclóricos IPM Santas Casas da Misericórdia Empresas Centros Sociais e Paroquiais Instituições Religiosas Ligas de Amigos Institutos Públicos Empresas Municipais Universidades Comissões Administrativas Parques Naturais 9

10 A predominância da tutela autárquica pode relacionar-se com o facto deste tipo de instituições ser um dos meios utilizados para a valorização de determinada área geográfica, para a salvaguarda dos valores locais ou para homenagear uma figura que em determinado município se destacou na vida pública. Não pode deixar de referir-se o inquérito do OAC/IPM, onde foram analisados 39 inquéritos, nos quais são referenciadas 23 casasmuseu tuteladas por entidades públicas, 16 das quais por Câmaras Municipais. De entre as casas-museu tuteladas por entidades privadas destacam-se as dirigidas por Fundações (quadros 6 e 7 do anexo 4). Ressalta desta análise o baixo número de unidades museológicas deste tipo no universo do Instituto Português de Museus, registando-se apenas quatro situações: a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, a Casa-Museu Manuel Mendes, a Casa-Museu Fernando de Castro, a Casa-Museu Almeida Moreira que recentemente reabriu ao público convertida num museu de arte, onde se apresentam as colecções do Capitão Almeida Moreira. Destas, apenas a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves tem funcionamento autónomo, encontrando-se as outras unidades integradas em museus generalistas do universo IPM: o Museu do Chiado, o Museu Nacional Soares dos Reis e o Museu Grão Vasco, respectivamente. A administração central faz, também, sentir a sua influência através de instituições universitárias. A Universidade do Minho e a Universidade do Porto, tutelam casas-museu no âmbito das suas actividades académicas. Quando foi definido o universo da amostra para o Inquérito AP, teve-se por objectivo abranger todas as tipologias de tutelas. Face à predominância da tutela autárquica sobre o universo das casas-museu, foram enviados 20 inquéritos a instituições de direcção municipal, para os quais foi possível obter 15 respostas. O quadro 1 do inquérito AP (anexo 7), permite observar a selecção efectuada do ponto de vista tutelar para constituir o universo da amostra do inquérito levado a efeito. Analisando os diferentes núcleos de informação do Doc. RPM, e tentando cruzar estes dados, pode observar-se que das 113 unidades museológicas referidas, 24 eram intenções ou projectos para criar casas museu. Destes, 16 pertenciam às Câmaras Municipais, sendo os restantes 8 distribuídos por Juntas de Freguesia, Associações, Universidades e Direcções Regionais. Mais uma vez se observa que a dinâmica museológica nacional está muito relacionada com a administração local, com factores positivos e negativos que daqui advêm Integração na Rede Portuguesa de Museus 10

11 No âmbito da análise correspondente às tutelas das casas-museu, aferiu-se sobre a integração das unidades museológicas, enquadradas na amostra da actual dissertação, na Rede Portuguesa de Museus. A estrutura de missão, agora regulada pela Lei Quadro dos Museus e da alçada do Ministério da Cultura, observa a actividade das unidades museológicas que pretenderam formular os seus pedidos de adesão, prestando apoio técnico especializado e financeiro, contemplando a formação dos recursos humanos, criando instrumentos de informação e exigindo uma actividade museológica que cumpra os requisitos de qualidade na actividade desenvolvida. Conforme se pode verificar, pela análise do quadro que seguidamente se apresenta, da Rede Portuguesa de Museus só fazem parte casas-museu do IPM, algumas Câmaras Municipais, uma Associação e uma Direcção Regional Madeirense. IPM CM JF CM Dr. Anastácio Gonçalves CM Almeida Moreira CM Manuel Mendes CM Fernando de Castro CM Leal da Câmara CM Egas Moniz CM dos Patudos CM Pintor José Cercas C da Cultura - Casa da Botica CM Guerra Junqueiro Casa Oficina António Carneiro CM de Camilo C Rural Tradicional Museu Etnográfico CM Marta Ortigão Sampaio CM Teixeira Lopes C Roque Gameiro CM Fernando Namora CM José Régio - VC CM José Régio - P CM João de Deus Casa de Bocage Casa Fernando Pessoa C Memorial Lopes Graça CM Ferreira de Castro CM Soledad Malvar CM Manuel Ribeiro de Pavia CM de Ferro C da Malta Museu Mineiro CM de Pechão CM de S. Jorge da Beira CM de Jarmelo Ass. DR EMP IR CM José Antunes Pissarra CM Palmira Bastos CM Miguel Torga CM Abel Salazar CM Joaquim Ferreira Ctrad. de Glória do Ribatejo CM Reg. Oliveira de Azeméis CM de Penacova Casa Memorial Humberto Delgado CM Manuel Luciano da Silva CM do Paúl CM Frederico de Freitas Casa de Colombo CM Armando C.-Rodrigues C Derreter Baleias - Lajes CM S. Rafael Casa da Malta CM Ramos Pinto CM C.dor Nunes Correia CM de Aljustrel CM da Ordem Terceira de S. Francisco CM Padre Belo C da Cultura António Bentes Museu do Traje Algarvio FUND CM Maurício Penha CM Marieta Solheiro Madureira CM D.ª Maria Emilia Vasconcelos Cabral CM Bissaya Barreto CM Eng.º António de Almeida CM Biblioteca de Peva CM João Soares 11

12 CM Mário Botas CM Nogueira da Silva UNIV CM de Monção CM Marques da Silva PART CM Maria da Fontinha Casa Agrícola José Mota Cortes CM João da Silva CM do Pescador da Nazaré CM Dr. Horácio B. Gouveia Quadro que indica as casas-museu da amostra seleccionada que integram a RPM. Sim Não A análise deste quadro levantou algumas questões, nomeadamente o porquê de um tão reduzido número de casas-museu no âmbito da Rede Portuguesa de Museus, sendo que das 13 casas-museu 4 têm admissão directa por integrarem museus do IPM. Para obter respostas, foram contactadas as responsáveis da RPM, com as quais se aventaram algumas explicações. Todas as casas-museu que formularam o seu pedido de adesão foram aceites. Muitas, como empiricamente se percebe, não têm qualificações para aderirem à RPM, e algumas delas, provavelmente, não conhecerão a existência desta instituição. Por outro lado, as casas-museu integradas nas universidades ou em fundações, com estruturas desenvolvidas, trabalho de qualidade e recursos humanos qualificados, também não integram a estrutura referida. Levantaram-se algumas hipóteses. Os responsáveis por estas unidades museológicas não estão interessados em submeter a sua actividade a estruturas externas; as casas-museu universitárias, pertencendo à administração central, não podem concorrer aos fundos para requalificação dos museus portugueses; daí o seu desinteresse pela RPM. As fundações, em muitos casos, têm capacidade financeira para assegurar o seu funcionamento não necessitando, por isso, de apoios externos para a sua actividade. Provavelmente, num significativo número de casos, existe um desinteresse de integração nesta estrutura, factor que determina o reduzido número de casas-museu na RPM. Actualmente, o processo de adesão encontra-se encerrado face ao início da credenciação de museus previsto no Lei Quadro dos Museus, sendo possível que alguns museus que integram a RPM deixem de pertencer à estrutura, por falta de cumprimento dos requisitos exigidos para tal Tipos de Designação das Casas-Museu Depois de analisadas as tutelas, é importante observar as diferentes formas de designação das instituições museológicas consideradas casas-museu, e que integram o Doc. RPM. Das 12

13 113 unidades referidas, 75 são designadas casas-museu, 24 referem unicamente a terminologia casa, 4 são referenciadas como casas da cultura, podendo ainda ser observadas outras formas de assinalar estas unidades (anexo 2, quadro 5). Verifica-se uma grande diversidade terminológica. Certamente, a maior parte destas unidades museológicas não se integram na definição de casa-museu que é proposta, nesta dissertação, para as instituições deste género. Serão espaços onde se encontra exposta uma colecção de determinada personalidade 2, onde se apresentam aspectos da vida de determinada pessoa 3 ou região 4, estando, contudo, longe de representar espaços de vivência onde, de forma fidedigna, é possível contactar o espaço de habitação, organizado enquanto tal, representando uma forma de vida, fruto de um enquadramento cultural, social, político e/ou económico. Ao relacionar as terminologias com as diferentes tutelas, podem ser observadas algumas situações. Das quatro casas-museu, integradas no IPM, três 5 assumem esta terminologia, resultam de colecções de personalidades, sendo a sua acção direccionada para a salvaguarda e apresentação de uma colecção directamente relacionada com uma personalidade, estando o homenageado, mais ou menos, presente nesse espaço. A sua existência revela-se, no mínimo, pela selecção de objectos de arte de que se rodeou. No âmbito das instituições autárquicas, Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia, começam a revelar-se diferenças. Se algumas instituições museológicas mantêm os pressupostos enunciados para uma casa-museu, assumindo esta denominação, outras não são mais do que museus etnográficos, alguns, museus generalistas que se dedicam a uma personalidade que, localmente, se pretende homenagear. Assim, a par da Casa-Museu Leal da Câmara, da Casa-Museu José Régio de Vila do Conde e da Casa-Museu de Camilo, verdadeiras casas-museu, existem a Casa-Rural Tradicional da Chamusca de cariz etonográfico, ou a Casa Roque Gameiro, a Casa de Bocage ou a Casa de Fernando Pessoa, centros culturais ou museus dedicados a personalidades evocadas localmente. As Autarquias, assim como as associações locais, criam casas-museu com diferentes objectivos e terminologias (casa-museu, casa rural, casa tradicional, casa memorial) pretendendo homenagear personalidades locais ou ressalvar aspectos tradicionais das 2 Tal como a Casa-Museu Comendador Nunes Correia, a Casa-Museu Mário Botas, entre outras. 3 É o caso da Casa de Bocage, da Casa-Museu Fernando Namora, da Casa de Fernando Pessoa entre outras no universo analisado. 4 Dentro destas especificidades podemos destacar a Casa-Museu Regional de Oliveira de Azeméis, ou a Casa- Museu de Glória do Ribatejo, onde se apresentam exposições de caracter etnográfico, sem contexto de vivência. 5 Conforme se referiu anteriormente a Casa-Museu Almeida Moreira foi convertida num museu de arte com o nome do doador da colecção. 13

14 suas áreas de implantação. As Fundações, por seu lado, estão mais relacionadas com a homenagem a personalidades, onde, muitas vezes, o patrono da Casa-Museu é o patrono da Fundação, sendo possível observar que, da amostra seleccionada, todas as unidades se denominam de casa-museu. Ao analisar o Doc. RPM, constata-se que, na grande maioria, os patronos das Fundações são epónimos das casas-museu Distribuição Geográfica das Casas-Museu Antes da análise das questões funcionais, pretende-se deixar uma imagem da distribuição geográfica, segundo o Doc. RPM (anexo 2, quadro 2). Mapas que apresentam a distribuição geográfica do Doc. RPM Destacam-se, essencialmente, 3 zonas com uma grande concentração deste tipo de museus: a Região Centro, Lisboa e Vale do Tejo e a Região Norte, com mais casos na zona mais próxima do litoral do que do interior do país. À semelhança do que acontece no panorama dos museus generalistas, o Alentejo e o Algarve continuam a manifestar uma baixa concentração de unidades museológicas no panorama nacional. É interessante verificar que, se ao nível de Portugal continental as zonas que se destacam no panorama das Casas-Museu são as mesmas dos museus generalistas, observando os números resultantes da análise das Ilhas da Madeira e Açores os resultados são inversos 14

15 (NEVES e SANTOS 2006: 17). A análise do Doc. RPM permite observar a existência de 9 unidades nos Açores e apenas 4 no Arquipélago da Madeira. Com diferentes tipos de tutela, as casas-museu açorianas, de acordo com o Doc. RPM, destacam-se pela sua forte componente etnográfica. Por seu lado, nas ilhas do Arquipélago da Madeira, as referências às casas-museu permitem perceber a sua actividade direccionada para o estudo da vida, obra e colecções de determinadas personalidades. Destaca-se a Casa de Colombo por se tratar de um museu de história, onde se apresentam rotas marítimas, a importância da ilha de Porto Santo na história das navegações, não estando enquadrada naquilo que se considera uma casa-museu. As casas-museu alentejanas apresentam uma forte componente etnográfica, tal como a Casa-Agrícola José Mota Cortes, a Casa-Museu do Mineiro ou a Casa-Museu do Alpalhão, ressaltando algumas excepções, onde se enquadram a Casa-Museu José Régio de Portalegre ou a Casa-Museu Manuel Ribeiro de Pavia, podendo aqui observar-se a vida, obra ou colecção do patrono. Por seu lado, no Algarve, através do Doc. RPM, é possível observar a existência de casas-museu de diferentes tipos: umas dedicadas a personalidades, outras de carácter etnográfico e ainda outras que se enquadram mais no âmbito de estruturas culturais generalistas do que no domínio das casas-museu. Por sua vez, as casas-museu existentes na região Centro, Lisboa e Vale do Tejo e na zona Norte, devido ao número de instituições museológicas que apresentam, estas integram-se nas mais diversas tipologias de casas-museu. Umas dedicadas a personalidades, outras de carácter etnográfico, centros de documentação ou centros culturais preenchem o mapa nacional das instituições culturais vulgarmente designadas por casas ou casas-museu Períodos de Fundação e Abertura ao Público das Casas-Museu A análise dos dados relacionados com os principais períodos de fundação e abertura ao público das casas-museu que, por sua vez, se ligam à evolução histórica do nosso país, mostra que o desenvolvimento do poder local fomentou o desenvolvimento do tecido nacional das casas-museu, daí, como já foi observado, um número significativo destas unidades museológicas ser tutelado por Câmaras Municipais. Estes dados são corroborados pela análise dos dois inquéritos anteriormente referidos 6. 6 Quadro 2 e 3 do anexo 4 e quadro 2 e 3 do anexo 7. 15

16 % 47 resp. I. AP % 39 resp. I. OAC IPM N. Responde 10,64 Sem funcionamento 4,26 A inaugurar 4,26 Década de 40 2,13 Década de 50 6,38 0 Década de 60 4,26 14,71 Década de 70 8,51 20,59 Década de 80 23,4 32,35 Década de 90 27,65 32,35 A partir do ano ,51 Tabela comparativa de dados resultantes dos dois inquéritos estudados, referentes à abertura ao público das casas-museu que integram as amostras. O sentido crescente de criação de casas-museu ao longo da segunda metade do século XX acentua-se, como pode observar-se pelo quadro apresentado, nas três últimas décadas. A revolução de 1974, a nova organização política e o fomento do desenvolvimento do poder local, assim como o facto de Portugal ter aderido à União Europeia em 1985, podendo, a partir dessa data, usufruir dos fundos comunitários, são, sem dúvida, factores que podem ter estimulado o aparecimento de algumas das referidas estruturas museológicas. Em Portugal, a primeira metade do século XX é, pelos números compilados, pouco marcante para a História das casas-museu quanto ao número de instituições referenciadas; porém, é de referir que neste período surgem duas instituições emblemáticas no panorama museológico português: a Casa-Museu de Camilo, aberta ao público como Museu Camiliano em 1922, e a Casa-Museu Guerra Junqueiro, inaugurada a 19 de Junho de É na segunda metade do século XX que se assiste ao exponencial desenvolvimento destas unidades museológicas, especialmente a partir da década de 70, aumentando a sua profusão nas décadas de 80 e 90, como se pode comprovar pela análise dos resultados dos inquéritos efectuados (anexo 4, quadros 2 e 3, anexo 7, quadros 2 e 3) Missões e Objectivos Observando missões e objectivos apresentados nas respostas ao inquérito AP (anexo 7, quadro 5), conclui-se que o principal motivo para a criação destas unidades museológicas se relaciona com a divulgação da vida e das obras da personalidade que dá o seu nome à instituição. A segunda motivação mais referida prende-se com a conservação e divulgação de colecções. A formulação de um testamento ou acto de doação pode ser encarado como uma forma de perpetuação de uma colecção constituída ao longo de uma vida, procurando- 16

17 se criar condições para que a mesma se conserve e mantenha a sua importância 7, a qual, muitas vezes, é aferida pelo número de espécimes que a colecção possui. Quando forem analisadas as cláusulas de salvaguarda impostas por estes documentos, poder-se-á clarificar e percepcionar este aspecto. As razões de ordem educacional e cultural 8 são aquelas que se seguem na lista de resultados obtidos, seguindo-se-lhes as motivações que se relacionam com a divulgação do património local ou regional 9. As casas-museu de carácter geográfico ou etnográfico, ao apresentarem modos de vida de determinado local ou região, pretendem, muitas vezes, ilustrar uma tipologia de arquitectura regional Iniciativa de criação das Casas-Museu No âmbito do estudo acerca da criação das casas-museu, que integram a amostra, interessa conhecer quem foi responsável pela respectiva iniciativa de criação. IPM CM CM Dr. Anastácio Gonçalves CM Almeida Moreira CM Manuel Mendes CM Fernando de Castro Patrono Pública Privada Adm. Central Família CM Leal da Câmara CMun. Família CM dos Patudos - José Relvas CM Pintor José Cercas CM Guerra Junqueiro Casa Oficina António Carneiro C Rural Tradicional - Museu Etnográfico CM Marta Ortigão Sampaio C Roque Gameiro CM Fernando Namora CMun. CMun. CMun. CMun. CMun. CMun. Família CM José Régio - VC Cmun. Família CM José Régio - P CM João de Deus Casa Fernando Pessoa C Memorial Lopes Graça CM Ferreira de Castro CMun. CMun. CMun. CMun. CM Manuel Ribeiro de Pavia CMun.+JF Amigos JF CM de Ferro JF 7 A análise da missão da Casa-Museu Fernando de Castro, localizada na cidade do Porto, apresenta-nos como missão a salvaguarda do património reunido pelo patrono. Com semelhante missão encontrámos a Casa-Museu Manuel Mendes, ambas as instituições no universo do IPM. Porém, também noutras tutelas encontrámos a mesma missão para instituições museológicas desta tipologia, tais como a Casa-Museu dos Patudos ou a Casa- Museu de José Régio em Portalegre, no âmbito da tutela municipal. 8 Missões dentro deste âmbito são apresentadas por diversas unidades museológicas, de entre elas a Casa- Museu Abel Salazar, a Casa-Museu Leal da Câmara ou a Casa Fernando Pessoa. 9 Tais como a Casa Rural Tradicional da Chamusca, a Casa-Museu do Jarmelo ou a Casa-Museu do Pescador da Nazaré. 17

18 ASS DR EMP IR C da Malta - Museu Mineiro CM de Jarmelo CM Palmira Bastos Ctrad. de Glória do Ribatejo CM de Penacova CM Regional de Ol. Azeméis JF JF+Ass. JF Assoc. Assoc. Amigos CM Abel Salazar Ass. Amigos CM Frederico de Freitas CM S. Rafael Casa da Malta CM Ramos Pinto CM C.dor Nunes Correia CM de Aljustrel CM Padre Belo C da Cultura António Bentes - Museu do Traje Algarvio CM Marieta Solheiro Madureira CM D.ª Maria Emilia Vasconcelos Cabral Estado Igreja SCMis. Empresa Empresa Família Família Família Família FUND CM Bissaya Barreto CM Eng.º António de Almeida Fundação CM Biblioteca Aquilino Ribeiro Família CM João Soares Fundação CM Mário Botas UNIV CM Nogueira da Silva Casa Agrícola José Mota Cortes Família PART CM do Pescador da Nazaré Proprietário CM Dr. Horácio B. Gouveia Família Quadro onde se apresentam os responsáveis pelas iniciativas de criação das casas-museu Inq. AP Iniciativas de Criação Patrono Patrono+Pública Adm. Central Câmara Municipal Junta de Freguesia Instituições Religiosas Associações Pública+Particular Família/Amigos Fundações Este quadro permite observar a diversidade de entidades envolvidas na criação de casasmuseu em Portugal. Nem sempre a personalidade homenageada está envolvida neste processo. Todavia, a criação daquelas casas-museu, que, pelo estudo desenvolvido, se enquadram no conceito defendido na presente dissertação, contam, no seu acto de fundação, com a vontade do patrono, de familiares ou amigos que conjugam os seus interesses com entidades públicas de diversa ordem. A análise das respostas aos questionários permite perceber que entre as entidades públicas e os privados são 18

19 celebrados diferentes tipos de contratos, os quais podem passar por testamentos, doações, ou outros, através dos quais se pretendem salvaguardar as casas, as colecções e as memórias, mas, acima de tudo, garantir a sustentabilidade financeira da instituição museológica As casas-museu instituídas por entidades públicas tais como Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia, apresentam uma forte componente etnográfica. Por outro lado, instituições museológicas onde se homenageia uma personalidade, a qual não esteve presente na sua génese, dão origem a museus generalistas onde se apresentam colecções diversas, ou museus de personalidades, onde se expõem aspectos da vida ou da obra do homenageado sem que se apresentem aspectos de vivência quotidiana. Importa, antes de continuar, tentar perceber a importância e relevância dos patronos das casas-museu portuguesas do ponto de vista Local/Regional, Nacional e Internacional. Quanto às unidades museológicas analisadas, podem observar-se os seguintes dados quanto à existência de uma figura tutelar da instituição museológica. 52 das casas-museu são dedicadas a uma personalidade, sendo os patronos maioritariamente masculinos. Porém, será interessante observar, nestes valores, a relevância que se consegue conferir a cada uma destas personalidades. Relevância do Patrono IPM CM CM Dr. Anastácio Gonçalves CM Almeida Moreira CM Manuel Mendes CM Fernando de Castro CM Leal da Câmara CM Egas Moniz CM dos Patudos CM Pintor José Cercas C da Cultura - Casa da Botica CM Guerra Junqueiro Casa Oficina António Carneiro CM de Camilo C Rural Tradicional - Museu Etnográfico CM Marta Ortigão Sampaio CM Teixeira Lopes C Roque Gameiro Relevância Sim Local / Não Regional Relevância Nacional Relevância Internacional 19

20 JF ASS CM Fernando Namora CM José Régio - VC CM José Régio - P CM João de Deus Casa de Bocage Casa Fernando Pessoa C Memorial Lopes Graça CM Ferreira de Castro CM Soledad Malvar CM Manuel Ribeiro de Pavia CM de Ferro C da Malta Museu Mineiro CM de Pechão CM de S. Jorge da Beira CM de Jarmelo CM José Antunes Pissarra CM Palmira Bastos CM Miguel Torga CM Abel Salazar CM Joaquim Ferreira Ctrad. de Glória do Ribatejo CM de Penacova Casa-Museu Regional de Oliveira de Azeméis Casa Memorial Humberto Delgado CM Manuel Luciano da Silva CM do Paúl CM Frederico de Freitas DR Casa de Colombo CM Armando C.-Rodrigues C Derreter Baleias - Lajes EMP IR CM S. Rafael Casa da Malta CM Ramos Pinto CM C.dor Nunes Correia CM de Aljustrel CM da Ordem Terceira de S. Francisco CM Padre Belo C da Cultura António Bentes Museu do Traje Algarvio CM Maurício Penha CM Marieta Solheiro Madureira CM D.ª Maria Emilia Vasconcelos Cabral CM Bissaya Barreto FUND CM Eng.º António de Almeida CM Biblioteca Aquilino Ribeiro CM João Soares CM Mário Botas CM Nogueira da Silva UNIV CM de Monção CM Marques da Silva PART CM Maria da Fontinha 20

21 Legenda Sim Não Casa Agrícola José Mota Cortes CM João da Silva CM do Pescador da Nazaré CM Dr. Horácio B. Gouveia Relevância dos Patronos Local / Regional Nacional Internacional A análise do quadro apresentado e do referido gráfico permitem verificar não só a predominância da relevância local/regional, relacionada, essencialmente, com a tutela das Juntas de Freguesia, Associações, Fundações e particulares, mas também uma relevância nacional dos homenageados em instituições museológicas, no âmbito das instituições do IPM e das Câmaras Municipais. Pode ainda dar-se conta do reduzido número de personagens de cariz internacional, sendo uma delas figura-maior da história das navegações mundiais (Cristóvão Colombo), outra (S. Rafael), uma entidade relacionada com o universo religioso, por isso com esta avaliação, restando três figuras maiores da cultura e ciência portuguesa (Egas Moniz, Fernando Pessoa e Teixeira Lopes) As Colecções Após a análise das casas-museu do ponto de vista institucional e da sua abertura ao público, apresentam-se os resultados verificados sobre as tipologias de colecções e a forma como se integram nas estruturas museológicas Tipos de Colecções Os resultados recolhidos não são 100% consensuais; porém, permitem determinar as principais tipologias de colecções. Se o Doc. RPM (anexo 2, quadro 3) permite verificar que das 113 unidades museológicas indicadas, 44 não têm colecção definida, situação que 10 os resultados dos dois inquéritos permitiu constatar que a generalidade das instituições que respondeu às questões apresentadas sobre este assunto assinalou mais do que uma resposta, comprovando-se assim a conjugação de peças de tipos diferentes nas casas-museu. 21

22 advém da diversidade de objectos que possuem, os inquéritos que sustentam esta dissertação apontam como colecções dominantes as de arte, seguidas pelas colecções de carácter etnográfico e etnológico. A análise dos quadros 6 (anexo 7) e 9 (anexo 4) permite perceber a grande diversidade de colecções identificadas, algumas que conjugando-se, dão origem a instituições de enorme valor artístico e, muitas vezes, fundamentais na salvaguarda do património nacional. As casas-museu em Portugal, num número significativo de casos, apresentam peças de coleccionadores, porém, não integradas em ambientes de vivência. A figura tutelar aparece somente como um meio que potencia a salvaguarda das colecções. Na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, podem conhecer-se as colecções do seu patrono organizadas ao longo da sua vida no seu espaço de residência; a Casa-Museu Fernando de Castro apresenta as colecções do patrono, por ele organizadas no seu espaço de quotidiano, mas podem encontrar-se muitas outras situações, tais como na Casa-Museu Guerra Junqueiro, na Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio, na Casa-Museu Pintor José Cercas, na Casa- Museu Frederico Freitas, entre outras que fazem parte do fundo documental desta dissertação onde os acervos aparecem sem enquadramento doméstico ou com ambientes de vivência recriados. Verifica-se a existência de um número expressivo de instituições museológicas cujas colecções são de carácter etnográfico, as quais se reportam à funcionalidade de espaços regionais de habitação, que, com o mesmo resultado, podem ser apresentados num qualquer outro espaço. Este tipo de casas-museu aparece referenciado em três tipos de tutela muito específicos: as Câmaras Municipais, as Juntas de Freguesia e as Associações locais, instituições que pretendem valorizar e salvaguardar tradições, usando este tipo de unidade museológica. Dentro destes pressupostos, destacam-se a Casa Rural Tradicional da Chamusca, a Casa-Museu do Jarmelo, a Casa da Malta-Museu Mineiro, a Casa-Museu de Pechão, a Casa-Museu de Penacova, a Casa-Museu de Glória do Ribatejo, a Casa- Museu Regional de Oliveira de Azeméis, a Casa-Museu de Paúl, a Casa-Museu José Mota Cortes, a Casa-Museu do Pescador da Nazaré, entre outras Relevância das Colecções Não estando directamente expressa nos questionários e sendo subjectiva a sua avaliação, procedeu-se ao desenvolvimento de um quadro onde se tentou aferir da relevância das colecções existentes nas casas-museu estudadas. Desta forma, pretendeu-se, também, avaliar a pertinência da própria instituição no panorama museológico em geral. 22

23 IPM CM JF ASS DR EMP IR FUND UNIV PART. CM Dr. Anastácio Gonçalves CM Almeida Moreira CM Manuel Mendes CM Fernando de Castro CM Leal da Câmara CM dos Patudos -José Relvas CM Pintor José Cercas CM Guerra Junqueiro Casa Oficina António Carneiro C Rural Tradicional Museu Etnográfico CM Marta Ortigão Sampaio CM Teixeira Lopes C Roque Gameiro CM Fernando Namora CM José Régio - VC CM José Régio - P CM João de Deus Casa Fernando Pessoa C Memorial Lopes Graça CM Ferreira de Castro CM Manuel Ribeiro de Pavia CM de Ferro C da Malta Museu Mineiro CM de Pechão CM de Jarmelo CM Palmira Bastos CM Abel Salazar Ctrad. de Glória do Ribatejo CM de Penacova CM Reg. de Oliveira de Azeméis CM Frederico de Freitas CM S. Rafael Casa da Malta CM Ramos Pinto CM C.dor Nunes Correia CM de Aljustrel CM Padre Belo C da Cultura António Bentes Museu do Traje Algarvio CM Marieta Solheiro Madureira CM D.ª Maria Emilia Vasconcelos Cabral CM Bissaya Barreto CM Eng.º António de Almeida CM Biblioteca Aquilino Ribeiro CM João Soares CM Mário Botas CM Nogueira da Silva Casa Agrícola José Mota Cortes CM do Pescador da Nazaré CM Dr. Horácio B. Gouveia Relevância Local/ Regional Relevância Nacional Relevância Internacional 23

24 Este quadro permite constatar que as colecções mais relevantes se encontram sob o domínio do IPM, de algumas casas-museu tuteladas pelas Câmaras Municipais e por Fundações. As colecções que integram casas-museu de Juntas de Freguesia, Associações e instituições religiosas e particulares, assumem uma clara relevância de confinidade local e regional. Relavância das Colecções Local / Regional Nacional Internacional A qualidade e relevância das colecções existentes podem ser reveladoras da qualidade e importância da própria instituição museológica Modo de Incorporação das Colecções No domínio do estudo das colecções, para além de se conhecerem as tipologias, é importante verificar a forma legal como esses acervos integram as casas-museu. A análise dos inquéritos (anexo 4, quadro 24 e anexo 7, quadro 7), deixa perceber que a forma mais comum é a doação, acto legal logo seguido pela aquisição onerosa das colecções e pelos legados. As doações de colecções a entidades públicas são a forma considerada por certas pessoas que se dedicaram ao coleccionismo, ou que têm um determinado conjunto de bens que consideram de valor e que pretendem que sejam salvaguardados, como uma forma de cumprir o objectivo de perpetuar a sua colecção, sem que esta sofra qualquer desintegração ou deixe de ser acautelada do ponto de vista da sua conservação Colecção Fechada ou continuam a incorporar acervo No sentido de estabelecer uma relação entre as colecções e os patronos das casas-museu, foi formulada uma questão na qual se perguntava claramente qual a relação entre estes dois elementos. Face ao resultado das respostas obtidas, não é possível retirar qualquer conclusão. Dos 47 inquéritos recebidos, 31 não responderam à questão, tendo 16 referido que as colecções eram do próprio patrono Anexo 7, quadro

25 Para aferir sobre a dinâmica e desenvolvimento das casas-museu, questionou-se se as colecções continuavam a integrar o acervo, ou se se encontravam fechadas, isto é, se a colecção se limitava ao conjunto de objectos que o fundador integrou na instituição. Uma casa-museu, apesar de dever apresentar a casa e a colecção da forma mais fiel possível ao gosto e ambiente de vivência do seu patrono, deve continuar a adquirir peças que se relacionem com a vivência do homenageado, com a sua actividade ou com a tipologia de colecção de que é detentora. Por seu turno, as casas-museu de carácter etnográfico devem continuar a recolher peças que lhes permitam cumprir a sua missão de salvaguardar o património, assim como as tradições de determinado local. Ao analisar os resultados dos inquéritos que servem de amostra ao nosso estudo, deu-se conta de que a resposta mais assinalada indica que as instituições continuam a incorporar peças nas suas colecções Cláusulas de Salvaguarda O modo legal de incorporação das colecções é um elemento importante neste estudo, uma vez que ao fazer a doação, os doadores destas colecções e outros bens, móveis e imóveis, estabelecem cláusulas de salvaguarda que obrigam a determinadas condicionantes, situação que pode desencorajar ou inviabilizar a criação ou desenvolvimento das instituições museológicas. Como primeiro exemplo, pode referir-se o Dr. Anastácio Gonçalves que impôs, como condição, que a colecção com o seu nome não fosse dispersa. Por outro lado, Fernando de Castro estabeleceu que os objectos devem ser mantidos em exposição tal como ele os deixou, sendo que os bens apenas poderiam ser retirados da casa temporariamente e em situações muito específicas de exposições temporárias e restauros que, eventualmente, fossem necessários. Pode observar-se que as cláusulas de salvaguarda impostas na instituição da Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio funcionam como forma de perpetuar a memória da coleccionadora e a não dispersão das suas colecções. Foi, todavia, no inquérito recebido da Casa dos Patudos, que se pôde analisar um conjunto de cláusulas mais estruturado, que permitiu perceber o cuidado que muitas destas pessoas tinham com os seus bens. José Relvas determinou, no momento do seu legado à Câmara Municipal de Alpiarça, que a casa não devia sofrer alterações sem autorização do Estado, sendo que, no caso de serem realizadas obras, estas deveriam ser dirigidas por um arquitecto que fosse fiel à arquitectura tradicional portuguesa; nenhum espécime da colecção poderia ser 12 Ver quadro 8 do anexo 7 e quadro 25 do anexo 4. 25

Área de Intervenção IV: Qualidade de vida do idoso

Área de Intervenção IV: Qualidade de vida do idoso Área de Intervenção IV: Qualidade de vida do idoso 64 ÁREA DE INTERVENÇÃO IV: QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO 1 Síntese do Problemas Prioritários Antes de serem apresentadas as estratégias e objectivos para

Leia mais

CADERNO DE ENCARGOS CONCESSÃO DE USO PRIVADO DE ESPAÇO DO DOMÍNIO PÚBLICO NO JARDIM MUNICIPAL PARA INSTALAÇÃO E EXPLORAÇÃO DE DIVERSÕES

CADERNO DE ENCARGOS CONCESSÃO DE USO PRIVADO DE ESPAÇO DO DOMÍNIO PÚBLICO NO JARDIM MUNICIPAL PARA INSTALAÇÃO E EXPLORAÇÃO DE DIVERSÕES CADERNO DE ENCARGOS CONCESSÃO DE USO PRIVADO DE ESPAÇO DO DOMÍNIO PÚBLICO NO JARDIM MUNICIPAL PARA INSTALAÇÃO E EXPLORAÇÃO DE DIVERSÕES Cláusula 1ª Princípio geral O presente Caderno de Encargos compreende

Leia mais

Sistema de formação e certificação de competências

Sistema de formação e certificação de competências Sistema de Formação e Certificação de Competências Portal das Escolas Manual de Utilizador Docente Referência Projecto Manual do Utilizador Docente Sistema de formação e certificação de competências Versão

Leia mais

ANEXO 5 - Guia para o preenchimento do Questionário sobre património cultural imaterial

ANEXO 5 - Guia para o preenchimento do Questionário sobre património cultural imaterial ANEXO 5 - sobre património cultural imaterial Os campos assinalados com são de preenchimento obrigatório; Nos restantes campos preencha apenas o que souber; Se tiver dúvidas em alguma questão, assinale

Leia mais

Observação das aulas Algumas indicações para observar as aulas

Observação das aulas Algumas indicações para observar as aulas Observação das aulas Algumas indicações para observar as aulas OBJECTVOS: Avaliar a capacidade do/a professor(a) de integrar esta abordagem nas actividades quotidianas. sso implicará igualmente uma descrição

Leia mais

RESPOSTA AO RELATÓRIO de

RESPOSTA AO RELATÓRIO de RESPOSTA AO RELATÓRIO de Comissão Externa de Avaliação Comissão D. Educação Subcomissão D.4.1 Educação de Infância + 1º Ciclo Do Curso de Licenciatura de Educação de Infância Da Escola Superior de Educação

Leia mais

POLÍTICA DE SEGURANÇA DA RCTS

POLÍTICA DE SEGURANÇA DA RCTS POLÍTICA DE SEGURANÇA DA RCTS ACTA DA REUNIÃO Nº 1 Data: 27/01/2011 10:00 Ordem de trabalhos: Ponto um: Enquadramento do trabalho a desenvolver neste grupo Ponto dois: Definição do âmbito da política de

Leia mais

NCE/15/00099 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos

NCE/15/00099 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos NCE/15/00099 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos Caracterização do pedido Perguntas A.1 a A.10 A.1. Instituição de Ensino Superior / Entidade Instituidora: Instituto Politécnico De Setúbal

Leia mais

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES TRABALHOS DA COMISSÃO

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES TRABALHOS DA COMISSÃO TRABALHOS DA COMISSÃO A Comissão Permanente de Economia reuniu no dia 28 de Fevereiro de 2014, na Delegação da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, na cidade de Ponta Delgada e por videoconferência

Leia mais

REGULAMENTO DAS PROVAS ORAIS DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO

REGULAMENTO DAS PROVAS ORAIS DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO REGULAMENTO DAS PROVAS ORAIS DE AVALIAÇÃO E AGREGAÇÃO APROVADO PELO CONSELHO DISTRITAL DE LISBOA DA ORDEM DOS ADVOGADOS NO ÂMBITO DO REGULAMENTO N.º 52-A/2005 DO CONSELHO GERAL A formação e avaliação têm

Leia mais

Divisão de Assuntos Sociais

Divisão de Assuntos Sociais Divisão de Assuntos Sociais Programa de Apoio às Entidades Sociais de Odivelas (PAESO) Índice Pág. Preâmbulo 1 1. Objectivos 2 2. Destinatários 2 3. Modalidades de Apoio 2 3.1. Subprograma A - Apoio à

Leia mais

A troca consiste no acto de obtermos qualquer coisa que desejamos, oferecendo algo desejado pela outra parte, em compensação. A necessidade de trocar

A troca consiste no acto de obtermos qualquer coisa que desejamos, oferecendo algo desejado pela outra parte, em compensação. A necessidade de trocar O Departamento Comercial desempenha um papel importante no apoio a promotores e vendedores, emitindo regularmente relatórios informativos e estimativas de vendas, de modo a que estes acompanhem o curso

Leia mais

INQUÉRITO ÀS ENTIDADES GESTORAS NORMA ISO 24510 1 OBJECTIVO DO INQUÉRITO 2 CONSTITUIÇÃO DO INQUÉRITO RELATÓRIO FINAL

INQUÉRITO ÀS ENTIDADES GESTORAS NORMA ISO 24510 1 OBJECTIVO DO INQUÉRITO 2 CONSTITUIÇÃO DO INQUÉRITO RELATÓRIO FINAL INQUÉRITO ÀS ENTIDADES GESTORAS NORMA ISO 24510 RELATÓRIO FINAL 1 OBJECTIVO DO INQUÉRITO A publicação das normas ISO 24500 (ISO 24510, ISO 24511 e ISO 24512), que constituem o primeiro conjunto de normas

Leia mais

Madeira. Bens e serviços. Açores. Taxa Taxa intermédia. Observações / Legislação reduzida

Madeira. Bens e serviços. Açores. Taxa Taxa intermédia. Observações / Legislação reduzida F i s c a l i d a d e TOC 86 - Maio 2007 Para determinar a taxa aplicável nas operações relacionadas com as Regiões Autónomas são chamados os critérios constantes do artigo 6. do Código do IVA, por força

Leia mais

SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO (Art.º 22.º do Regulamento de Estágio, publicado no Diário da República de 9 de Fevereiro de 2010)

SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO (Art.º 22.º do Regulamento de Estágio, publicado no Diário da República de 9 de Fevereiro de 2010) SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO (Art.º 22.º do Regulamento de Estágio, publicado no Diário da República de 9 de Fevereiro de 2010) 1 SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO (Artigo

Leia mais

PARECER N.º 37/CITE/2007

PARECER N.º 37/CITE/2007 PARECER N.º 37/CITE/2007 Assunto: Parecer prévio nos termos do n.º 1 do artigo 51.º do Código do Trabalho e da alínea b) do n.º 1 do artigo 98.º da Lei n.º 35/2004, de 29 de Julho Processo n.º 151 DL-C/2007

Leia mais

POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS

POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS POC 13 - NORMAS DE CONSOLIDAÇÃO DE CONTAS 13.1 - Aspectos preliminares As demonstrações financeiras consolidadas constituem um complemento e não um substituto das demonstrações financeiras individuais

Leia mais

Barómetro Regional da Qualidade Avaliação da Satisfação dos Utentes dos Serviços de Saúde

Barómetro Regional da Qualidade Avaliação da Satisfação dos Utentes dos Serviços de Saúde Avaliação da Satisfação dos Utentes dos Serviços de Saúde Entidade Promotora Concepção e Realização Enquadramento Avaliação da Satisfação dos Utentes dos Serviços de Saúde Índice RESUMO EXECUTIVO...

Leia mais

Autores: Adelaide Campos Adelina Figueira Anabela Almeida Esmeralda Martins Maria José Rodrigues Maria de Lurdes Amaral

Autores: Adelaide Campos Adelina Figueira Anabela Almeida Esmeralda Martins Maria José Rodrigues Maria de Lurdes Amaral «ÁREA DE PROJECTO COMO FAZER?» Autores: Adelaide Campos Adelina Figueira Anabela Almeida Esmeralda Martins Maria José Rodrigues Maria de Lurdes Amaral Centro De Formação Penalva e Azurara Círculo de Estudos

Leia mais

IV Fórum do Sector Segurador e Fundos de Pensões. Lisboa, 15 de Abril de 2009

IV Fórum do Sector Segurador e Fundos de Pensões. Lisboa, 15 de Abril de 2009 IV Fórum do Sector Segurador e Fundos de Pensões Lisboa, 15 de Abril de 2009 Foi com todo o gosto e enorme interesse que aceitei o convite do Diário Económico para estar presente neste IV Fórum do sector

Leia mais

FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS BALANÇO

FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS BALANÇO relatório de contas 2 FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS BALANÇO FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS 3 4 FEUP - 2010 RELATÓRIO DE CONTAS DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR NATUREZAS DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

Leia mais

ACEF/1112/20967 Relatório final da CAE

ACEF/1112/20967 Relatório final da CAE ACEF/1112/20967 Relatório final da CAE Caracterização do ciclo de estudos Perguntas A.1 a A.10 A.1. Instituição de ensino superior / Entidade instituidora: Fundação Minerva - Cultura - Ensino E Investigação

Leia mais

ESTATÍSTICAS, O ABECEDÁRIO DO FUTURO

ESTATÍSTICAS, O ABECEDÁRIO DO FUTURO ESTATÍSTICAS, O ABECEDÁRIO DO FUTURO Maria João Valente Rosa Membro do Conselho Superior de Estatística; Professora Universitária da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/ Universidade Nova de Lisboa;

Leia mais

3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa

3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa 3 Metodologia 3.1. Tipo de pesquisa Escolher o tipo de pesquisa a ser utilizado é um passo fundamental para se chegar a conclusões claras e responder os objetivos do trabalho. Como existem vários tipos

Leia mais

Conselho Nacional de Supervisores Financeiros. Better regulation do sector financeiro

Conselho Nacional de Supervisores Financeiros. Better regulation do sector financeiro Conselho Nacional de Supervisores Financeiros Better regulation do sector financeiro Relatório da Consulta Pública do CNSF n.º 1/2007 1 CONSELHO NACIONAL DE SUPERVISORES FINANCEIROS RELATÓRIO DA CONSULTA

Leia mais

EDITAL. Iniciativa OTIC Oficinas de Transferência de Tecnologia e de Conhecimento

EDITAL. Iniciativa OTIC Oficinas de Transferência de Tecnologia e de Conhecimento EDITAL Iniciativa OTIC Oficinas de Transferência de Tecnologia e de Conhecimento A difusão de informação e do conhecimento tem um papel fundamental na concretização de projectos inovadores e com grande

Leia mais

Regime jurídico que regulamenta a compra e venda de fracções autónomas de edifícios em construção

Regime jurídico que regulamenta a compra e venda de fracções autónomas de edifícios em construção Regime jurídico que regulamenta a compra e venda de fracções autónomas de edifícios em construção Actualmente em Macau, designa-se geralmente por compra e venda de fracções autónomas de edifícios em construção

Leia mais

Diagnóstico de Sustentabilidade

Diagnóstico de Sustentabilidade Realizado para a Câmara Municipal de Aljustrel Diagnóstico de Sustentabilidade Resultados dos inquéritos às empresas Abril de 2011 Conteúdo Introdução... 3 Caracterização das empresas... 4 Indicadores

Leia mais

Município de Valpaços

Município de Valpaços Município de Valpaços Regulamento Municipal de Atribuição de Apoios às Freguesias Preâmbulo A Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro aprovou o regime jurídico das autarquias locais, o estatuto das entidades

Leia mais

EVOLUÇÃO DO SEGURO DE SAÚDE EM PORTUGAL

EVOLUÇÃO DO SEGURO DE SAÚDE EM PORTUGAL EVOLUÇÃO DO SEGURO DE SAÚDE EM PORTUGAL Ana Rita Ramos 1 Cristina Silva 2 1 Departamento de Análise de Riscos e Solvência do ISP 2 Departamento de Estatística e Controlo de Informação do ISP As opiniões

Leia mais

PORTUGAL. -- Julho a Dezembro de 2010

PORTUGAL. -- Julho a Dezembro de 2010 Relatório Internacional sobre Liberdade Religiosa PORTUGAL -- Julho a Dezembro de 2010 De acordo com a divulgação efectuada pela Divisão da Democracia, Direitos Humanos e Trabalho do Departamento de Estado

Leia mais

MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL E DAS ORGANIZAÇÕES GUIA DE ORGANIZAÇÃO E DE FUNCIONAMENTO DOS ESTÁGIOS

MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL E DAS ORGANIZAÇÕES GUIA DE ORGANIZAÇÃO E DE FUNCIONAMENTO DOS ESTÁGIOS INSTI INSTUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DO TRABALHO E DA EMPRESA DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA SOCIAL E DAS ORGANIZAÇÕES MESTRADO EM PSICOLOGIA SOCIAL E DAS ORGANIZAÇÕES GUIA DE ORGANIZAÇÃO E DE FUNCIONAMENTO

Leia mais

Decreto-Lei n.º 45942 Convenção para a cobrança de alimentos no estrangeiro, concluída em Nova Iorque em 20 de Junho de 1956

Decreto-Lei n.º 45942 Convenção para a cobrança de alimentos no estrangeiro, concluída em Nova Iorque em 20 de Junho de 1956 Decreto-Lei n.º 45942 Convenção para a cobrança de alimentos no estrangeiro, concluída em Nova Iorque em 20 de Junho de 1956 Usando da faculdade conferida pela 2.ª parte do n.º 2.º do artigo 109.º da Constituição,

Leia mais

MANUAL DE PROCEDIMENTOS PLATAFORMA DE INSCRIÇÕES ONLINE

MANUAL DE PROCEDIMENTOS PLATAFORMA DE INSCRIÇÕES ONLINE A época de 2012/2013 terá um novo recurso para a Filiação e Inscrições em Provas para os Clubes, Equipas e Agentes Desportivos, tendo sido criada para o efeito uma nova Plataforma de Inscrições Online.

Leia mais

Campanha Nacional de recolha de roupa de Inverno para as crianças refugiadas da Síria. Manual de Campanha

Campanha Nacional de recolha de roupa de Inverno para as crianças refugiadas da Síria. Manual de Campanha Antigo Alto Representante das Nações Unidas para Campanha Nacional de recolha de roupa de Inverno para as crianças refugiadas da Síria Manual de Campanha 2 Índice Índice... 2 Justificativo da Campanha...

Leia mais

Serviços de Acção Social do IPVC. Normas de funcionamento da Bolsa de Colaboradores

Serviços de Acção Social do IPVC. Normas de funcionamento da Bolsa de Colaboradores Aprovadas pelo Conselho de Acção Social do IPVC em 1 de Fevereiro de 2011 Serviços de Acção Social do IPVC Normas de funcionamento da Bolsa de Colaboradores O Conselho de Acção Social do Instituto Politécnico

Leia mais

Apresentação do GIS - Grupo Imigração e Saúde / Parte 2: a utilidade do GIS para os imigrantes

Apresentação do GIS - Grupo Imigração e Saúde / Parte 2: a utilidade do GIS para os imigrantes Iolanda Évora Apresentação do GIS - Grupo Imigração e Saúde / Parte 2: a utilidade do GIS para os imigrantes Apresentado no II Fórum Rede Portuguesa de Cidades Saudáveis Viana do Castelo25-26 de Outubro

Leia mais

CURSO DE GESTÃO BANCÁRIA

CURSO DE GESTÃO BANCÁRIA CURSO DE GESTÃO BANCÁRIA PLANO CURRICULAR A análise referente ao Programa de Ensino e, em particular ao conteúdo do actual Plano de Estudos (ponto 3.3. do Relatório), merece-nos os seguintes comentários:

Leia mais

NOTAS PRÉVIAS I - DE APRESENTAÇÃO

NOTAS PRÉVIAS I - DE APRESENTAÇÃO NOTAS PRÉVIAS I - DE APRESENTAÇÃO 1. O presente estudo dá continuidade ao trabalho de natureza estatística relativo às declarações do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (DR Modelo 22 de

Leia mais

Introdução... 3. 1ª Parte - Acesso à Aplicação Avaliação Online... 4 I Aceder à Aplicação... 4 1. Inscrição... 4 2. Acesso à Aplicação...

Introdução... 3. 1ª Parte - Acesso à Aplicação Avaliação Online... 4 I Aceder à Aplicação... 4 1. Inscrição... 4 2. Acesso à Aplicação... Índice Introdução... 3 1ª Parte - Acesso à Aplicação Avaliação Online... 4 I Aceder à Aplicação... 4 1. Inscrição... 4 2. Acesso à Aplicação... 4 II Entrada na Aplicação... 5 1. Informações... 6 1. Avaliação

Leia mais

Casas-Museu dos Médicos em Portugal

Casas-Museu dos Médicos em Portugal Casas-Museu dos Médicos em Portugal O MÉDICO QUE SÓ SABE DE MEDICINA NEM DE MEDICINA SABE Prof. Doutor Abel Salazar AUGUSTO MOUTINHO BORGES, CLEPUL, Academia Portuguesa da História Apresentação Após a

Leia mais

Eixo Prioritário III Valorização e Qualificação Ambiental e Territorial Equipamentos para a Coesão Local Equipamentos Sociais

Eixo Prioritário III Valorização e Qualificação Ambiental e Territorial Equipamentos para a Coesão Local Equipamentos Sociais Eixo Prioritário III Valorização e Qualificação Ambiental e Territorial Equipamentos para a Coesão Local Equipamentos Sociais Aviso Apresentação de Candidaturas Equipamentos para a Coesão Local Equipamentos

Leia mais

Apresentação do Manual de Gestão de IDI

Apresentação do Manual de Gestão de IDI Seminário Final do Projeto IDI&DNP Coimbra 31 de março Miguel Carnide - SPI Conteúdos. 1. O CONCEITO DE IDI (INVESTIGAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO) 2. OVERVIEW DO MANUAL 3. A NORMA NP 4457:2007 4. A

Leia mais

Manual do Revisor Oficial de Contas. Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 860

Manual do Revisor Oficial de Contas. Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 860 Índice Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 860 PROJECTO DE DIRECTRIZ DE REVISÃO/AUDITORIA 860 Dezembro de 2008 Relatório Sobre o Sistema de Controlo Interno das Instituições de Crédito e Sociedades

Leia mais

Avaliação do Encerramento dos Blocos de Partos

Avaliação do Encerramento dos Blocos de Partos Por iniciativa da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), foram avaliados, a 9 de Outubro passado os primeiros três meses do processo de encerramento dos Blocos de Partos do Hospital Santa Maria

Leia mais

Financiamento do Desporto

Financiamento do Desporto Financiamento do Desporto Para abordar o tema do financiamento do desporto no momento actual e suas prospectivas é conveniente recordarmos as Opções do Plano e o Programa do Governo. De igual modo, consubstanciando

Leia mais

DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS MATEMÁTICAS Marineusa Gazzetta *

DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS MATEMÁTICAS Marineusa Gazzetta * DESENVOLVENDO COMPETÊNCIAS MATEMÁTICAS Marineusa Gazzetta * RESUMO: Neste texto apresento algumas considerações sobre as competências e habilidades matemáticas a serem desenvolvidas no Ensino Fundamental,

Leia mais

Introdução. Artigo 1.º Objecto e âmbito de aplicação

Introdução. Artigo 1.º Objecto e âmbito de aplicação 1 REGULAMENTO DA VENDA DE LOTES PARA CONSTRUÇÃO DE HABITAÇÃO EM LOTEAMENTOS MUNICIPAIS A JOVENS NATURAIS OU RESIDENTES NO CONCELHO DAS CALDAS DA RAINHA Introdução Com o objectivo de fixar jovens nas freguesias

Leia mais

Tipo de perguntas mais frequentes

Tipo de perguntas mais frequentes Tipo de perguntas mais frequentes Para facilitar a preparação de uma entrevista apresentamos questões que frequentemente são colocadas nesta situação. Com base nestas, os candidatos poderão praticar as

Leia mais

Consulta pública. Sistema de Cobertura do Risco de Fenómenos Sísmicos

Consulta pública. Sistema de Cobertura do Risco de Fenómenos Sísmicos MINISTÉRIO DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Consulta pública Sistema de Cobertura do Risco de Fenómenos Sísmicos - Fundo Sísmico - Fundo de Solidariedade Outubro de 2010 1 ÍNDICE 1. Enquadramento

Leia mais

DIRECTRIZ DE REVISÃO/AUDITORIA 872

DIRECTRIZ DE REVISÃO/AUDITORIA 872 DIRECTRIZ DE REVISÃO/AUDITORIA 872 Revista em Março de 2009 Entidades Municipais, Intermunicipais e Metropolitanas ÍNDICE Parágrafos INTRODUÇÃO 1 8 OBJECTIVO 9 FUNÇÕES EQUIVALENTES AO COMPROMISSO DO REVISOR

Leia mais

FICHA DE CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO

FICHA DE CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO Estudo da Sustentabilidade das Empresas Recém Criadas Produção apoiada pelo Programa Operacional de Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), co-financiado pelo Estado

Leia mais

Município de Alfândega da Fé Câmara Municipal

Município de Alfândega da Fé Câmara Municipal REGIMENTO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO PG.01_PROC.07_IMP.08 DDS SECTOR DA ACÇÃO SOCIAL E EDUCAÇÃO 1 de 9 REGIMENTO PREÂMBULO Considerando que a Lei n.º 159/99, de 14 de Setembro, estabelece no seu artigo

Leia mais

PROJECTO DE CARTA-CIRCULAR SOBRE POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

PROJECTO DE CARTA-CIRCULAR SOBRE POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PROJECTO DE CARTA-CIRCULAR SOBRE POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS No âmbito da avaliação realizada, a nível internacional, sobre os fundamentos da crise financeira iniciada no Verão

Leia mais

Índice. Como aceder ao serviço de Certificação PME? Como efectuar uma operação de renovação da certificação?

Índice. Como aceder ao serviço de Certificação PME? Como efectuar uma operação de renovação da certificação? Índice Como aceder ao serviço de Certificação PME? Como efectuar uma operação de renovação da certificação? Como efectuar uma operação de confirmação de estimativas? Como aceder ao Serviço de Certificação

Leia mais

www.pwc.pt Auditoria nos termos do Regulamento da Qualidade de Serviço Relatório resumo EDP Serviço Universal, S.A.

www.pwc.pt Auditoria nos termos do Regulamento da Qualidade de Serviço Relatório resumo EDP Serviço Universal, S.A. www.pwc.pt Auditoria nos termos do Regulamento da Qualidade de Serviço Relatório resumo EDP Serviço Universal, S.A. Janeiro 2014 Enquadramento A promoção da melhoria contínua da qualidade de serviço no

Leia mais

AS COMUNIDADES PORTUGUESAS NO BRASIL NO PRESENTE

AS COMUNIDADES PORTUGUESAS NO BRASIL NO PRESENTE AS COMUNIDADES PORTUGUESAS NO BRASIL NO PRESENTE Francisco Knopfli CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE PORTUGUESA NO BRASIL De acordo com os elementos disponíveis quando era embaixador em Brasília (2001) a população

Leia mais

NOTA INTRODUTÓRIA. Urgência/Emergência pág. 1 de 6

NOTA INTRODUTÓRIA. Urgência/Emergência pág. 1 de 6 NOTA INTRODUTÓRIA A Ordem dos Enfermeiros (OE) foi convidada a pronunciar-se, durante o período de discussão pública, sobre a Proposta de Rede de Serviços de Urgência elaborada pela Comissão Técnica de

Leia mais

Sessão de Divulgação do Subprograma 3 do PRODER

Sessão de Divulgação do Subprograma 3 do PRODER Sessão de Divulgação do Subprograma 3 do PRODER Vendas Novas 27 de Janeiro de 2012 SUBPROGRAMA 3 - Dinamização das Zonas Rurais 3.1 DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA E CRIAÇÃO DE EMPREGO 3.1.1 Diversificação

Leia mais

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA. Artigo: alínea c) do n.º 1 do artigo 18.º. Assunto:

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA. Artigo: alínea c) do n.º 1 do artigo 18.º. Assunto: FICHA DOUTRINÁRIA Diploma: Artigo: Assunto: CIVA alínea c) do n.º 1 do artigo 18.º Operações imobiliárias - Aplicação do modelo contratual de "Office Centre" Processo: nº 3778, despacho do SDG dos Impostos,

Leia mais

BREVE INTRODUÇÃO AO SISTEMA DA GESTÃO DE DOCUMENTOS DA CÂMARA MUNICIPAL DE MACAU PROVISÓRIA

BREVE INTRODUÇÃO AO SISTEMA DA GESTÃO DE DOCUMENTOS DA CÂMARA MUNICIPAL DE MACAU PROVISÓRIA Administração n.º 47, vol. X III, 2000-1.º, 263-271 BREVE INTRODUÇÃO AO SISTEMA DA GESTÃO DE DOCUMENTOS DA CÂMARA MUNICIPAL DE MACAU PROVISÓRIA Iong Chi Seng, Lao Chon Pio e Lao Sok Chi* A Câmara Municipal

Leia mais

O Interface de Transportes

O Interface de Transportes O Interface de Transportes Tipologias de funcionamento e morfologia espacial - aplicação ao projecto Resumo Alargado Inês Isabel do Nascimento Piedade Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Arquitectura

Leia mais

VICE-PRESIDÊNCIA DO GOVERNO REGIONAL, S.R. DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE SOCIAL Despacho n.º 1009/2012 de 20 de Julho de 2012

VICE-PRESIDÊNCIA DO GOVERNO REGIONAL, S.R. DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE SOCIAL Despacho n.º 1009/2012 de 20 de Julho de 2012 VICE-PRESIDÊNCIA DO GOVERNO REGIONAL, S.R. DO TRABALHO E SOLIDARIEDADE SOCIAL Despacho n.º 1009/2012 de 20 de Julho de 2012 O Decreto Regulamentar n.º 84-A/2007, de 10 de dezembro, alterado pelos Decretos

Leia mais

Avaliação da Satisfação das Empresas Associadas Ano 2008

Avaliação da Satisfação das Empresas Associadas Ano 2008 Relatório Resumo Avaliação da Satisfação das Empresas Associadas Ano 2008 Fevereiro de 2009 Departamento de Qualidade e Comunicação sofia.viegas@apemeta.pt Índice: 2 1. Enquadramento 3 2. Avaliação da

Leia mais

Projeto de REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE APOIO ÀS FREGUESIAS. Nota Justificativa

Projeto de REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE APOIO ÀS FREGUESIAS. Nota Justificativa Projeto de REGULAMENTO MUNICIPAL DE ATRIBUIÇÃO DE APOIO ÀS FREGUESIAS Nota Justificativa A Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, aprovou o regime jurídico das autarquias locais, o estatuto das entidades

Leia mais

AVISO (20/GAOA/2015)

AVISO (20/GAOA/2015) AVISO (20/GAOA/2015) Humberto Fernando Leão Pacheco de Brito, Presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, submete a consulta pública, para recolha de sugestões, por um período de 30 dias, a contar

Leia mais

Montepio, Portugal. Tecnologia de recirculação de notas na optimização dos processos de autenticação e de escolha por qualidade

Montepio, Portugal. Tecnologia de recirculação de notas na optimização dos processos de autenticação e de escolha por qualidade Montepio, Portugal Tecnologia de recirculação de notas na optimização dos processos de autenticação e de escolha por qualidade A qualidade e fiabilidade dos recirculadores Vertera foram determinantes na

Leia mais

Levantamento Concelhio das pessoas em situação de semabrigo

Levantamento Concelhio das pessoas em situação de semabrigo Levantamento Concelhio das pessoas em situação de semabrigo em Santo Tirso Introdução No ano de 2004 foi realizado, pela Câmara Municipal de Santo Tirso, o diagnóstico social do concelho, não tendo no

Leia mais

De acordo com a definição dada pela OCDE,

De acordo com a definição dada pela OCDE, Contabilidade Nacional: território geográfico, unidades residentes e operações económicas De acordo com a definição dada pela OCDE, A Contabilidade Nacional é uma técnica que se propõe apresentar sob uma

Leia mais

Características do texto Académico-Científico

Características do texto Académico-Científico Características do texto Académico-Científico Algumas noções breves Ana Leitão Mestre em Língua e Cultura Portuguesa Essencial para uma adequada indexação posterior em bases de dados; Nem muito abrangentes

Leia mais

INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA

INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA INOVAÇÃO PORTUGAL PROPOSTA DE PROGRAMA FACTORES CRÍTICOS DE SUCESSO DE UMA POLÍTICA DE INTENSIFICAÇÃO DO PROCESSO DE INOVAÇÃO EMPRESARIAL EM PORTUGAL E POTENCIAÇÃO DOS SEUS RESULTADOS 0. EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Leia mais

X CONGRESSO DOS REVISORES OFICIAIS DE CONTAS. 1.ª Sessão Supervisão do sistema financeiro

X CONGRESSO DOS REVISORES OFICIAIS DE CONTAS. 1.ª Sessão Supervisão do sistema financeiro X CONGRESSO DOS REVISORES OFICIAIS DE CONTAS 1.ª Sessão Supervisão do sistema financeiro Permitam-me uma primeira palavra para agradecer à Ordem dos Revisores Oficiais de Contas pelo amável convite que

Leia mais

Administração Central do Sistema de Saúde Workshop: Gestão do Processo de Integração Vertical das ULS. Jorge Varanda.

Administração Central do Sistema de Saúde Workshop: Gestão do Processo de Integração Vertical das ULS. Jorge Varanda. Administração Central do Sistema de Saúde Workshop: Gestão do Processo de Integração Vertical das ULS 1 Reconhecer a importância de planear atempadamente a alta do doente, num contexto de integração de

Leia mais

CONSELHO LOCAL DE ACÇÃO SOCIAL DE OURÉM - CLASO -

CONSELHO LOCAL DE ACÇÃO SOCIAL DE OURÉM - CLASO - CONSELHO LOCAL DE ACÇÃO SOCIAL DE OURÉM - CLASO - CAPITULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Artigo 1º Objecto O presente regulamento interno destina-se a definir e dar a conhecer os princípios a que obedece a constituição,

Leia mais

Eng.ª Ana Paula Vitorino. por ocasião da

Eng.ª Ana Paula Vitorino. por ocasião da INTERVENÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA A SECRETÁRIA DE ESTADO DOS TRANSPORTES Eng.ª Ana Paula Vitorino por ocasião da Sessão de Encerramento do Colóquio PORTO DE AVEIRO: ESTRATÉGIA E FUTURO, Ílhavo Museu Marítimo

Leia mais

Avaliação da Qualidade das Unidades de Internamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados

Avaliação da Qualidade das Unidades de Internamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Avaliação da Qualidade das Unidades de Internamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Março de 2009 Índice 0. Resumo Executivo... 2 1. Introdução... 4 2. Resultados das visitas de diagnóstico...

Leia mais

JOVENS NO PÓS SECUNDÁRIO 2011

JOVENS NO PÓS SECUNDÁRIO 2011 JOVENS NO PÓS SECUNDÁRIO 2011 Ficha Técnica Título Jovens no Pós 2011 Autoria Centro de Investigação e Estudos em Sociologia Instituto Universitário de Lisboa Fernando Luís Machado (coord.); David Nóvoas;

Leia mais

Bairro. Normas Orientadoras BAIRRO. Co-financiamento

Bairro. Normas Orientadoras BAIRRO. Co-financiamento Normas Orientadoras BAIRRO Co-financiamento Índice Capítulo I - Âmbito...1 Artigo 1.º - Objecto...1 Artigo 2.º - Definições...1 Artigo 3º - Apelos Bairro 21...1 Artigo 4.º - Objectivos dos Apelos Bairro

Leia mais

NOVA CONTABILIDADE DAS AUTARQUIAS LOCAIS

NOVA CONTABILIDADE DAS AUTARQUIAS LOCAIS CONTACTOS DAS ENTIDADES QUE INTEGRAM O Direcção-Geral das Autarquias Locais Morada: Rua José Estêvão,137, 4.º a 7.º 1169-058 LISBOA Fax: 213 528 177; Telefone: 213 133 000 E-mail: helenacurto@dgaa.pt Centro

Leia mais

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO PROGRAMA AFERIÇÃO

INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO PROGRAMA AFERIÇÃO INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO PROGRAMA AFERIÇÃO EFECTIVIDADE DA AUTO-AVALIAÇÃO DAS ESCOLAS PROJECTO ESSE Orientações para as visitas às escolas 1 Introdução As visitas às escolas realizadas segundo o modelo

Leia mais

REGULAMENTO DO ARQUIVO MUNICIPAL DE GOUVEIA. Capítulo 1. Constituição e Funções do Arquivo Municipal. Artigo 1º. Artigo 2º. Capítulo II Da Recolha

REGULAMENTO DO ARQUIVO MUNICIPAL DE GOUVEIA. Capítulo 1. Constituição e Funções do Arquivo Municipal. Artigo 1º. Artigo 2º. Capítulo II Da Recolha 1 REGULAMENTO DO ARQUIVO MUNICIPAL DE GOUVEIA Capítulo 1 Constituição e Funções do Arquivo Municipal. Artigo 1º O Arquivo Municipal da Câmara Municipal de Gouveia (C.M.G.) compreende o âmbito, funções

Leia mais

REGULAMENTO INTERNO CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

REGULAMENTO INTERNO CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS REGULAMENTO INTERNO Preâmbulo A Rede Social assenta numa estratégia participada de planeamento, que procura racionalizar e conferir maior eficácia, quer à intervenção dos agentes na aplicação das medidas,

Leia mais

Orientações sobre o tratamento de dados dos documentos de identificação dos titulares de cartão de pagamento por parte das firmas comerciais

Orientações sobre o tratamento de dados dos documentos de identificação dos titulares de cartão de pagamento por parte das firmas comerciais Orientações sobre o tratamento de dados dos documentos de identificação dos titulares de cartão de pagamento por parte das firmas comerciais Muitas firmas comerciais de Macau solicitam o fornecimento de

Leia mais

SESSÃO TÉCNICA SOBRE O VALE I&DT E VALE INOVAÇÃO NOS SISTEMAS DE INCENTIVOS ÀS EMPRESAS

SESSÃO TÉCNICA SOBRE O VALE I&DT E VALE INOVAÇÃO NOS SISTEMAS DE INCENTIVOS ÀS EMPRESAS SI À INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO SI À QUALIFICAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO DE PME SESSÃO TÉCNICA SOBRE O VALE I&DT E VALE INOVAÇÃO NOS SISTEMAS DE INCENTIVOS ÀS EMPRESAS Data: 13 de Outubro

Leia mais

REGULAMENTO programa de apoio às pessoas colectivas de direito privado sem fins lucrativos do município de santa maria da feira

REGULAMENTO programa de apoio às pessoas colectivas de direito privado sem fins lucrativos do município de santa maria da feira REGULAMENTO programa de apoio às pessoas colectivas de direito privado sem fins lucrativos do município de santa maria da feira PG 02 NOTA JUSTIFICATIVA O presente regulamento promove a qualificação das

Leia mais

PROGRAMA GEODATA FOMENTO HABITACIONAL E PROMOTORES URBANISTICOS

PROGRAMA GEODATA FOMENTO HABITACIONAL E PROMOTORES URBANISTICOS PROGRAMA GEODATA FOMENTO HABITACIONAL E PROMOTORES URBANISTICOS Referência GDT_20150607_PUFH Versão 3 Data 07 de Junho de 2015 META-INFORMAÇÃO: Título Fomento Habitacional e Promotores Urbanísticos Data

Leia mais

HISTÓRICO DE REVISÕES REVISÃO DATA SÍNTESE DA REVISÃO

HISTÓRICO DE REVISÕES REVISÃO DATA SÍNTESE DA REVISÃO HISTÓRICO DE REVISÕES REVISÃO DATA SÍNTESE DA REVISÃO ELABORAÇÃO ASSINATURA APROVAÇÃO ASSINATURA ÍNDICE CAPÍTULO 1. POLÍTICA E ESTRATÉGIA/ÂMBITO... 3 1.1 POLÍTICA E ESTRATÉGIA DA ENTIDADE... 3 1.2 OBJECTIVO

Leia mais

GOVERNO REGIONAL DOS AÇORES

GOVERNO REGIONAL DOS AÇORES GOVERNO REGIONAL DOS AÇORES Decreto Regulamentar Regional n.º 26/2007/A de 19 de Novembro de 2007 Regulamenta o Subsistema de Apoio ao Desenvolvimento da Qualidade e Inovação O Decreto Legislativo Regional

Leia mais

O presente anúncio no sítio web do TED: http://ted.europa.eu/udl?uri=ted:notice:293146-2015:text:pt:html

O presente anúncio no sítio web do TED: http://ted.europa.eu/udl?uri=ted:notice:293146-2015:text:pt:html 1/7 O presente anúncio no sítio web do TED: http://ted.europa.eu/udl?uri=ted:notice:293146-2015:text:pt:html Grécia-Tessalónica: Desenvolvimento de tecnologias de informação e informações sobre o mercado

Leia mais

Jornal Oficial da União Europeia

Jornal Oficial da União Europeia 6.2.2003 L 31/3 REGULAMENTO (CE) N. o 223/2003 DA COMISSÃO de 5 de Fevereiro de 2003 que diz respeito aos requisitos em matéria de rotulagem relacionados com o modo de produção biológico aplicáveis aos

Leia mais

GESTÃO CURRICULAR LOCAL: FUNDAMENTO PARA A PROMOÇÃO DA LITERACIA CIENTÍFICA. José Luís L. d`orey 1 José Carlos Bravo Nico 2 RESUMO

GESTÃO CURRICULAR LOCAL: FUNDAMENTO PARA A PROMOÇÃO DA LITERACIA CIENTÍFICA. José Luís L. d`orey 1 José Carlos Bravo Nico 2 RESUMO GESTÃO CURRICULAR LOCAL: FUNDAMENTO PARA A PROMOÇÃO DA LITERACIA CIENTÍFICA José Luís L. d`orey 1 José Carlos Bravo Nico 2 RESUMO Resumo A Reorganização Curricular formalmente estabelecida pelo Decreto-lei

Leia mais