PROJETO: A PROPAGANDA NAZISTA E A POPULAÇÃO ALEMÃ
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- Maria Luiza Arantes Leão
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1 Universidade Federal do Ceará Centro de Humanidades Departamento de História Disciplina: Oficina de Ensino de História Geral II Prof. Mário Martins Viana Júnior Alunos: Aline Garcia Chaves Noronha Jonh Michael de Lima PROJETO: A PROPAGANDA NAZISTA E A POPULAÇÃO ALEMÃ Outubro de 2011
2 INTRODUÇÃO A crise da Alemanha iniciada no fim da I Guerra Mundial é geralmente apontada como o principal fator para o advento do nazismo. No entanto, toda a Europa foi atingida por essa crise, que deu a oportunidade para que o fascismo ocupasse o poder. Líderes fascistas surgiram e a ultradireita, nacionalista, anti-liberal e anti-democrática, passou ao controle. 1 Porém, em nenhum outro país foi implementado um projeto como o de Hitler. A psicose de guerra teve seu ponto culminante na Alemanha derrotada. O horror nas lembranças da guerra e da derrota estimulava desejos de desforra. A miséria, o desemprego e a inflação explicam o clima de angústia, medo e revolta contra o adversário vencedor da guerra. 2 Dentro do quadro de crise, o nazismo introduziu na luta política uma arma poderosa: a propaganda. O nacionalismo revanchista estava sempre presente, mas a propaganda eleitoral nazista também não se descuidava, por exemplo, de oferecer trabalho aos desempregados e financiamento aos agricultores. As intenções moralistas de proteção à família e respeito à religião também se achavam presentes. 3 Entretanto, o nazismo oferecia, mais do que tudo, um ideal revolucionário cuja base é a comunidade racial germânica. Hitler acreditava que o principal papel do Estado era promover a higiene racial e evitar a mistura racial. A revolução prometia a criação do Homem Novo ariano contra seus corruptores: os judeus e outros. Estes seriam os bodes expiatórios que sofreriam a convergência de ódios e rancores que possibilitariam um apaziguamento da sociedade. 4 Hitler afirmou que o judaísmo não era uma questão religiosa, e sim biológica, hereditária. Historicamente, uma grande parcela do antissemitismo europeu fora gerado pelas denúncias cristãs dos judeus como os assassinos de Cristo. Tal antissemitismo religioso também homicida considerava que aqueles que se convertessem ao cristianismo não eram mais judeus. No antissemitismo pseudocientífico e biológico dos nazistas, por outro lado, tal possibilidade era excluída: uma vez judeu, sempre judeu. 5 Segundo Hannah Arendt, na Alemanha nazista, duvidar da validade do racismo e do antissemitismo, quando nada importava senão a origem racial, quando uma carreira dependia 1 HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX ( ). 2 CAPELATO, Maria Helena Rolim. O nazismo e a produção da guerra. Revista USP, São Paulo, n. 26, jun/jul/ago LENHARO, Alcir. Nazismo o triunfo da vontade. 4 CAPELATO, Maria Helena Rolim. op. cit. loc. cit. 5 GEARY, Dick. Hitler e o nazismo. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
3 de uma fisionomia ariana e a quantidade de comida que cabia a uma pessoa dependia do número dos seus avós judeus, era como colocar em dúvida a própria existência do mundo. 6 É fundamental lembrar que o Estado nazista não tolerava nenhuma forma de oposição e que procurava não apenas reprimir e destruir todas as alternativas, mas também mobilizar a mente de todo o povo sob a liderança do Führer, mediante uma propaganda ativa. Os meios de comunicação foram tomados pelas agências do Ministério da Propaganda de Joseph Goebbels, que também organizou os comícios de massas e as celebrações públicas. 7 Como a maioria dos aspectos da ideologia nazista, a exploração do antissemitismo por Goebbels apresentava pouca novidade. Não se pode argumentar racionalmente que o antissemitismo foi resultado do Nacional-Socialismo, ou se a propaganda de Goebbels fez dos alemães antissemitas, mas a verdade é que o Terceiro Reich foi responsável por uma tentativa de genocídio de brutalidade inigualável. 8 A propaganda nazista simplesmente utilizou uma predisposição histórica do público para uma explicação antissemita de ressentimentos culturais, econômicos e políticos da Alemanha. Um dos meios mais utilizados pela propaganda nazista foi o cinema. Goebbels declarou que o cinema alemão tinha a missão de conquistar o mundo assim como as tropas nazistas. Ele acreditava no poder do cinema de influenciar o pensamento e as crenças das pessoas, e até mesmo suas ações. Isso era levado em conta, principalmente, na doutrinação política dos jovens. Os nazistas perceberam o gosto dos jovens pelos filmes e consideraram o cinema o melhor meio de atingir suas emoções o apelo para as emoções seria mais eficiente do que para a razão. No tratamento da guerra, o cinema nazista exercitou duplamente seu esforço de propaganda, tanto no sentido positivo (exaltação do heroísmo nazista) quanto no negativo (a brutalidade do inimigo). 9 Além de discutir o contexto histórico do advento do nazismo parte fundamental para uma melhor compreensão do fenômeno nazista este projeto propõe levantar discussões, para alunos do Ensino Médio, acerca da mentalidade nazista e da forma como a propaganda nesse governo conseguiu ou não incutir tal mentalidade na população alemã. Haverá uma análise dos elementos contidos nessa propaganda: quais foram criados no Terceiro Reich e quais eram aqueles inerentes à história e à cultura germânica, ou seja, os de longa duração? 6 ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo: anti-semitismo, imperialismo, totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, GEARY, Dick. op. cit. 8 WELCH, David. Propaganda and the German cinema, London, England: I.B. Tauris, LENHARO, Alcir. op. cit.
4 O antissemitismo, como já foi dito, não era de forma alguma uma novidade do nazismo, ou algo limitado à Alemanha. Preconceitos étnicos e antissemitas estavam longe de ser incomuns na Áustria (onde o movimento pangermânico surgiu no final do século XIX) antes da I Guerra Mundial; e era significativo que Hitler viesse da Áustria, em vez de partes mais ocidentais da Alemanha. Isto porque a raça era uma questão de muito maior importância na Europa Oriental, onde as fronteiras nacionais não coincidiam com as étnicas. Além disso, no leste europeu a presença de judeus era muito mais marcante do que na Alemanha. 10 O fato de que apenas alguns eleitores alemães tenham votado nos nazistas torna fundamental descobrir que grupos dentro da nação estiveram mais suscetíveis à propaganda nazista e aos reconhecidos talentos de Hitler como um orador e propagandista. 11 Este será mais um elemento trabalhado na elaboração do capítulo de livro didático, cujas problematizações se encontram a seguir. JUSTIFICATIVA / PROBLEMATIZAÇÃO Muitas pessoas, quando em contato com a temática do nazismo, acham que todos os horrores do Holocausto foram provocados unicamente por Hitler (talvez com alguns aliados que compartilhassem da sua opinião). Somente ele seria antissemita e capaz de organizar o extermínio de milhões de pessoas. Os soldados nazistas teriam sido obrigados a fazer todo o trabalho ordenado, e o restante da população alemã não estava consciente do que se passava. Entretanto, este projeto objetiva uma abordagem histórica do fenômeno nazista. Para isso, é necessário vê-lo não como uma obra de meia dúzia de endemoniados; é preciso alcançar a dimensão social de uma experiência originária de sérios embates e acompanhar a dimensão que o fenômeno alcança na Alemanha, onde a crise explode, ativa e torna agudos problemas que já vinham de muito antes: a tradição autoritária prussiana, o nacionalismo exacerbado e o racismo. 12 É preciso que os estudantes entendam que Hitler não é um ator solitário nessa história. Emite mensagens que só ganham sentido porque ecoam no público. O nazismo formou uma geração voltada para a morte. A violência, a luta, o sangue, a guerra são elementos constitutivos do imaginário social alimentado pela propaganda. Mas os imaginários sociais só proliferam onde encontram chão propício. Esse chão se mostrou extremamente fértil na 10 GEARY, Dick. op. cit. 11 GEARY, Dick. op. cit. loc. cit. 12 LENHARO, Alcir. op. cit.
5 conjuntura do entre-guerras, mas foi preparado ao longo da história alemã, fazendo parte de sua cultura. 13 Hitler soube explorar bem os sentimentos de humilhação, impotência e insegurança do pós-guerra. Conquistou as massas e o poder porque foi sensível aos anseios do povo. Propôs, durante a crise, um projeto de domínio do mundo pela raça ariana. Tal projeto veio a calhar num momento de enormes frustrações, mas só ganhou adeptos porque a ideia de superioridade do povo germânico fazia parte da tradição cultural alemã: uma cultura nacionalista e racista, construída ao longo dos séculos. Entretanto é preciso muita cautela para que não se pense que a propaganda nazista conseguiu convencer todos os alemães. A ideologia e a propaganda nazistas conseguiram realmente encobrir problemas econômicos e sociais isso, pelo menos, é o que os próprios nazistas reivindicavam. A ideia de que os nazistas tenham obtido sucesso nesse ponto obviamente implica uma mudança nas crenças e valores de milhões de alemães. Todavia, é aqui que começam os problemas. Como podemos saber o que os alemães estavam pensando ou sentindo entre 1933 e 1945? Nesse contexto, não se pode ignorar a natureza terrorista do Estado nazista e a vigilância e controle da população. Os alemães que ousassem criticar abertamente o regime enfrentavam a ameaça de prisão, de ser enviados para os campos de concentração ou de ser condenados à morte. Sob tais circunstâncias, é altamente enganador interpretar a relativa ausência de oposição aberta ou resistência como uma aceitação tácita ou uma concordância com os objetivos do partido e do governo no Terceiro Reich. Não havia uma conformidade de opinião dentro do Terceiro Reich e a população não sofreu uma lavagem cerebral de forma a se identificar com tudo o que fosse nazista. Em geral, a propaganda nazista era mais bem-sucedida nos locais onde pudesse tirar proveito dos preconceitos e valores tradicionais da sociedade de classe média alemã, de questões como nacionalismo, antissemitismo e valores familiares. A classificação de atitudes, na Alemanha nazista, como de resistência, de um lado, e de consentimento, de outro, não capta a variedade de opiniões que iam da aclamação favorável, passando pela concordância e pela indiferença, chegando à discordância, à oposição e à resistência aberta. Onde a maioria das pessoas se encontrava nesse espectro está longe de ser claro, dada a natureza repressiva do regime CAPELATO, Maria Helena Rolim. op. cit. 14 GEARY, Dick. op. cit.
6 Isso não significa que o Terceiro Reich baseava-se exclusivamente na repressão. Uma variedade de políticas encontrava a aprovação de grandes segmentos da sociedade alemã. Porém qualquer reconstrução sobre o que os homens e mulheres comuns da Alemanha pensavam a respeito de seus governantes nazistas não é fácil e o silêncio não deve ser interpretado simplesmente como aceitação. A relação entre o governo e o povo alemão precisa ser analisada a partir do ponto de vista de grupos específicos igrejas, exército, mulheres, jovens etc, e demanda um exame cuidadoso. 15 Os nazistas prometiam coisas diferentes para pessoas diferentes; algumas vezes, coisas que eram incompatíveis, principalmente em relação à política econômica. Como era possível? Existiam vários fatores que contribuíam para isso. Um era o fato de que o principal elemento da campanha eleitoral à época eram os encontros políticos locais: não havia a cobertura nacional instantânea pela mídia, como atualmente. A televisão não existia. O rádio era controlado pelo governo e a minoria da população possuía um. A maioria dos jornais era local ou ligado a organizações políticas específicas. Outra razão era a facilidade com que os diversos grupos de partidários nazistas podiam se unir em torno dos temas principais, mas genéricos, da propaganda do NSDAP: nacionalismo e hostilidade ao socialismo, assim como a moral tradicional e os valores familiares. Contudo, é importante perceber que o impacto dessa propaganda não foi somente o resultado da habilidade de Goebbels na exploração de símbolos e comícios ou no inegável talento de Hitler como orador. Também era conseqüência de um profissionalismo eleitoral que fazia com que a mensagem nazista alcançasse partes da Alemanha onde os outros partidos não chegavam. Os nazistas também dedicavam muito mais tempo e esforço a manobras eleitorais do que qualquer outro partido GEARY, Dick. op. cit. 16 GEARY, Dick. op. cit. loc. cit.
7 METODOLOGIA O capítulo de livro didático resultante deste projeto será iniciado com explanações acerca da conjugação de fatores históricos políticos, econômicos e socioculturais que proporcionaram a tomada de poder pelos nazistas e a implantação de seu regime totalitarista. Observando sempre o caráter didático que o capítulo deve possuir, será abordada a importância das massas para o desenvolvimento do regime nazista e o fato que o regime soube muito bem utilizar-se da situação de crise na qual se encontrava a Alemanha no pós- Primeira Guerra Mundial. É essencial analisar como se procedeu a relação entre líder e massas, como eram construídos os cenários para a fala do orador-chefe, que era idolatrado como uma divindade pelas massas, e como a cena pública se impõe sobre as demais, onde os signos da propaganda penetram em toda parte, chegando até a estarem presentes na vida privada da população. Como iremos trabalhar com muitos símbolos, explicaremos como eram utilizados os mesmos nas propagandas. Um exemplo é o símbolo da águia sobre o globo terrestre, construído em 1939, que representava o projeto nazista de domínio mundial. A águia, animal sagaz, que do alto paira sobre tudo e todos, simboliza a superioridade alemã sobre o mundo. Estas e outras imagens, como a da cruz gamada (que sugere a ideia de movimento, ação) ou da SS (que representa a serpente furtiva, rápida, com capacidade de dissimulação, para melhor realizar a destruição do inimigo), foram mobilizadas intensamente pela propaganda que visava conquistar as consciências e prepará-las para a guerra e a morte. 17 A análise política não é uma prioridade deste projeto nem do material didático. Por isso, um dos focos será a explicação das abordagens simbólicas do regime nazista, abordando como era estruturada a propaganda do regime, qual era o público alvo e quais eram os conteúdos mais significativos e mais repetitivos; também haverá uma reflexão sobre o modo como eram transmitidas as inúmeras mentiras e todo o conteúdo ideológico do regime que estava sempre presente nas propagandas. Assim sendo, iremos trabalhar na explicação detalhada do conteúdo das propagandas, onde estavam inseridos, por exemplo, os ideais do antissemitismo, nacionalismo e a crença na superioridade da raça ariana sobre as demais raças, consideradas impuras e inferiores. Serão descritos e apresentados símbolos de como o regime estava criando uma geração voltada para 17 CAPELATO, Maria Helena. op. cit.
8 a morte e como o regime valorizava a força física e a disciplina, criando uma educação para a guerra. No capítulo também vamos explicar como o nazismo se apropriou das questões da natureza, trabalhadas por Darwin o nazismo preparou muito bem a questão da sobrevivência do mais forte. Para os nazistas, a raça ariana era a mais forte e que por serem mais fortes por natureza deveriam conquistar todas as outras raças tidas como inferiores. No capítulo também utilizaremos trechos do Mein Kampf, escrito durante o período em que Hitler estava na prisão e livro base da ideologia do regime nazista. Tais trechos se referem ao nacionalismo, racismo, antissemitismo e à propaganda, inclusive o modo como esta deve ser produzida e transmitida. No final do capítulo vamos sugerir alguns filmes que falam sobre o nazismo, como o O triunfo da vontade, de 1936, ou seja, foi rodado em pleno regime e foi utilizado como propaganda do nazismo. Além de fazer um breve comentário sobre o filme, também vamos descrever algumas cenas que mostram a utilização de símbolos que são característicos do regime nazista. Outros dois filmes seriam o Aprendizado para a morte e A face do Führer, dois filmes da Disney que foram produzidos durante a guerra, em 1944 e em 1943, respectivamente. O A face do Führer apresenta muita propaganda dos Estados Unidos em relação à Alemanha, com características que vamos citar no capítulo. Também iremos mostrar mais detalhes dos filmes, principalmente do Aprendizado para Morte, que mostra como eram treinadas as crianças, posteriores soldados da Alemanha, para a futura morte na guerra e por amor aos ideais nazistas. (A face do Führer) (Aprendizado para a morte) No capítulo também iremos elaborar um glossário para explicar alguns termos, que ao, nosso ver, necessitam de explicação, como por exemplo: antissemitismo, nacionalismo, ariano e outros termos que precisarem de maiores explanações.
9 OBJETIVO GERAL Elaborar um capítulo de livro didático direcionado a alunos do Ensino Médio e que apresente as diversas características da propaganda nazista e sua complexa relação com a população alemã, evitando uma abordagem tipicamente política do nazismo e possibilitando aos estudantes uma compreensão da mentalidade do Nacional-Socialismo. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Analisar o contexto histórico que contribuiu para a tomada do poder pelos nazistas; Compreender a importância das massas no regime nazista, evitando a ideia de que Hitler agiu sozinho; Discutir as formas e o conteúdo da propaganda nazista; Perceber, na propaganda nazista, o que era novo e o que já fazia parte da mentalidade dos alemães; Compreender que não se pode generalizar os alemães, pois havia diversas opiniões acerca do regime, muito mais do que só rejeição ou apoio; Mostrar que o silêncio não deve ser interpretado simplesmente como aceitação.
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo: anti-semitismo, imperialismo, totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e holocausto. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., CAPELATO, Maria Helena Rolim. O nazismo e a produção da guerra. Revista USP, São Paulo, n. 26, jun/jul/ago CARDOSO, Ciro Flamarion. Uma introdução à história. São Paulo: Brasiliense, GEARY, Dick. Hitler e o nazismo. São Paulo: Paz e Terra, HOBSBAWM, Eric. Era dos extremos: o breve século XX ( ). São Paulo: Companhia das Letras, LENHARO, Alcir. Nazismo o triunfo da vontade. São Paulo: Ática, NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, REICH, Wilhelm. Psicologia de massa do fascismo. Porto: Escorpião, WELCH, David. Propaganda and the German cinema, London, England: I.B. Tauris, 2001.
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