TV PAGA E INTERATIVIDADE: ESTUDO DE CASO DO CANAL GLOBO NEWS 25

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1 TV PAGA E INTERATIVIDADE: ESTUDO DE CASO DO CANAL GLOBO NEWS 25 Grupo de Trabalho: Cultura Digital Erika Zuza 26 Resumo Um dos benefícios mais valorizados e aguardados da televisão digital é a aplicação da interatividade, algo que requer pesquisas, adaptação do mercado e aceitação dos telespectadores. No Brasil, que se encontra em processo de implantação do sistema de TV digital, os assinantes de televisão paga tem a disposição serviços considerados interativos, como o acesso ao guia de programação, aos filmes disponibilizados em pay-per-view, além de informações extras, desde sinopses de programas, horóscopo, previsões climáticas e até notícias jornalísticas. Sobre este último, temos como exemplo, a interatividade disponibilizada através do canal de notícias Globo News, em que o telespectador tem acesso a dados divulgados pela emissora, pode navegar na própria tela em páginas de editorias especificadas, enquanto - ao mesmo tempo - confere as notícias transmitidas pela TV. Este artigo focaliza as características da televisão paga no Brasil e o telejornalismo em canal segmentado. Para isso, foi delimitado como objeto de estudo o canal por assinatura Globo News, emissora pertencente a Rede Globo de televisão, a primeira lançada no Brasil cujo conteúdo jornalístico e exibido 24 horas por dia. Soma-se ao estudo teórico um relato descritivo aplicado ao canal, em data escolhida aleatoriamente, como fonte para observação da interatividade, com ênfase no conteúdo disponível através do botão I (interatividade), tendo como suporte e disponibilizado pela Globo News, através da operadora brasileira Sky. Palavras-chave: TV Paga, TV Digital, Interatividade, Telejornalismo, Globo News 25 Artigo elaborado para apresentação e publicação no II Simpósio de Comunicação, Tecnologia e Educação Cidadã LECOTEC 2009, realizado de 11 a 13 de novembro em Bauru, SP. 26 Erika dos Santos Zuza: Jornalista graduada - UFRN, Especialista em Gestão da Informação e em Jornalismo Econômico - UFRN. Mestranda em Televisão Digital - UNESP, em que é integrante da linha de pesquisa Gestão da Informação e comunicação para Televisão Digital, com o Projeto de Pesquisa O tempo como notícia e serviço na TV Digital: Uma proposta de produto para a TV UNESP Digital, sob orientação do Profº Dr. Antonio Carlos de Jesus. erikazuza@terra.com.br. 278

2 1.INTRODUÇÃO (...) notícia é a narração dos últimos fatos ocorridos ou com possibilidade de ocorrer, em qualquer campo da atividade e que, no julgamento do jornalista, interessam ou tem importância para o público a que se dirigem. Os seus atributos são, pois imediatismo, veracidade, universalismo, interesse e importância. (BELTRÃO, 2006, p. 82) No mundo contemporâneo marcado pela troca de informações por vias digitais e cada vez mais ágeis, o homem se vê inserido num processo comunicativo repleto de interseções, narrativas reais e fictícias que o encaminham para sucessivos espaços, tempos, estando este indivíduo no conforto de seu sofá ou viajando de trem. Uma verdadeira rede informacional que já existia nos tempos primórdios dos seres humanos - e aqui podemos até viajar a um passado muito distante e imaginar os homens das cavernas - ganhou ao longo dos séculos autonomia e amplitude na medida em que as populações foram crescendo e se desenvolvendo e as tecnologias criadas e recriadas por aqueles que não se contentavam com o presente, os mesmos que pensaram e ajudaram na construção de um futuro midiático sem precedentes. Esse processo não acabou, permanece entre nós, fazemos parte dele e contribuímos direta ou indiretamente para sua evolução todos os dias. Vivemos em um futuro sonhado por mentes de épocas passadas e hoje tentamos imaginar o que pode ser daqui em diante, que novas tecnologias irão surgir, como iremos nos comportar, nos comunicar. Num instante de reflexão generalizada sobre a mídia, temos que o jornal impresso levou séculos para ganhar popularidade, o rádio e o cinema levaram algumas décadas, a TV chegou a casa do consumidor em questão de anos. E a internet então, nem se fala! Reunindo este pensamento com o contexto brasileiro, muitas perguntas e dúvidas surgem, interrogações que gerariam outros artigos, com outras temáticas. As teorias da 279

3 comunicação social estão aí para nos ajudar a refletir o quanto os meios de comunicação de massa interferiram política, econômica e culturalmente no Brasil. Cada brasileiro tem sua própria vivencia midiática. Cada um, incluindo você que acompanha esta leitura, é capaz de relatar o quanto as comunicações pela mídia fazem parte do seu dia-a-dia, nos mais variados ângulos, em todas as fases da sua vida. Mas você deve estar se perguntando o que isso tudo tem haver com a temática deste trabalho. Tudo a ver! O objetivo deste artigo científico é descrever um breve relato do que é oferecido efetivamente e atualmente em termos de interatividade jornalística através de um recurso disponibilizado pelo canal por assinatura Globo News e a operadora brasileira Sky. A intenção é refletir sobre o que o assinante tem a disposição e assim poder refletir sobre a importância do desenvolvimento da interatividade via TV digital pública, pelo sistema brasileiro que começou a ser implantado em terras brasileiras no ano Pensar a televisão por assinatura no Brasil, o jornalismo 24 horas no ar através da Globo News e a interatividade jornalística realizada através da operadora Sky, num país com dimensões continentais, constituem tarefas desafiadoras. Além do fato de ser um trabalho cuja temática é excassa em termos acadêmicos, os motivos são muitos: Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD 2008 / IBGE), no território tupiniquim vivem 191,5 milhões de pessoas, das quais 95,1% tem TV em casa (é a principal fonte de informação e entretenimento). Ainda de acordo com o PNAD mais recente são 14,2 milhões de pessoas analfabetas (OKADA). Lembrando também as desigualdades sociais ainda elevadas no país e por fim conhecendo-se o cenário atual da televisão brasileira, que já transmite imagens de alta definição em mais de 20 cidades e o Ministérios das Comunicações promete colocar a 280

4 disposição de todas as classes sociais, de forma gratuita e pública até 2016 a interatividade digital via aparelho de TV. 1. UM BREVE PANORAMA DA TV PAGA NO BRASIL Os dados divulgados em setembro de 2009 pela Associação Brasileira de Televisão por assinatura (ABTA), relativos ao terceiro trimestre do ano citado, dão conta de que atualmente existem no Brasil 6,5 milhões de assinantes de TV paga. O levantamento do número de assinantes é realizado desde 2000 com o apoio do Sindicato nacional das empresas operadoras de sistemas de TV por assinatura. De lá pra cá, apesar do número ser pequeno em comparação com o número de habitantes do Brasil, o gráfico de assinante da pay TV está aumentando a passos lentos. Em 2000, por exemplo, eram 3,4 milhões de assinantes. Os números também refletem o pouco acesso a TV paga em virtude da pobreza que ainda atinge milhares de pessoas no país. (BOLAÑO e BRITTOS, 2007). Somente as famílias com melhor poder aquisitivo tem condições de arcar com as tarifas mensais da assinatura de canais brasileiros com conteúdos diferenciados, bem como canais estrangeiros. A baixa oferta de material nacional diversificado na televisão paga explica em parte porque o sistema a pagamento não deslanchou no país. A grande oferta de conteúdo importando (filmes, programas, infantis, esportes, documentários) e uma produção ou empacotamento nacional altamente concentrados numa única programadora, a GLOBOSAT, cujos direitos de exibição só estão disponíveis para as operadoras ligadas a sua controladora, as Organizações Globo. (BOLAÑO e BRITTOS, 2007, p ) A pay TV surgiu nos Estados Unidos na década de 40 como forma de pequenas comunidades receberem os sinais de TV aberta que não chegavam a suas casas com boa 281

5 qualidade. As pessoas associavam-se e adquiriam uma antena de alta sensibilidade e com o uso de cabos, levavam o sinal até as residências. Esse sistema ficou conhecido como CATV (TV a cabo). Já na década de 70, as emissoras pagas já tomavam conta de todo o território Americano. Foi nesta década que começaram a surgir as primeiras emissoras segmentadas que atendiam nichos diferentes de público com conteúdos específicos, como filmes, meteorologia e jornalismo. (PATERNOSTRO, 1999). Até hoje o mercado da televisão nos Estados Unidos é dominado pela TV paga. Já no Brasil a história da TV por assinatura é recente. Segundo informações da ABTA, em 1991 os grandes grupos de mídia entraram no ramo, num processo iniciado em 1988, com a criação da TVA pelo grupo Abril (operando com MMDS) e da Globosat pelas Organizações Globo (operando via satélite de banda C). Foram seguidas por grupos importantes, como a RBS e o Grupo Algar, entre outros. (ABTA) Com a promulgação da Lei de TV a Cabo, em 1995, as operadoras viraram concessões, dali por diante apenas através de licitação seriam concedidas novas licenças. Em 1998 foram concluídas novas licitações, cujos vencedores iniciaram suas operações em Em 1998, já estavam também em funcionamento no Brasil seis operadoras de televisão por assinatura. Nos sistemas a Cabo e MMDS, atuam a NET, das Organizações Globo, e a TVA, do grupo Abril. Na banda Ku, desde 1996, estão em operação a Sky Net, das Organizações Globo, e a DirecTV, do grupo Abril. Em 1998, entraram em operação a Tecsat e a KTV. (MATTOS, 2002, p. 129). Hoje a TV paga brasileira está presente em cidades, por meio das tecnologias DTH, Cabo e MMDS, segundo dados da ANATEL de Janeiro de A indústria do setor é representada por 173 empresas distribuidoras de sinais de TV por assinatura, que detêm 347 outorgas em operação. (ABTA) 282

6 2. IMPLANTAÇÃO DA TV DIGITAL GRATUITA NO BRASIL No Brasil, a televisão é considerada o principal meio de comunicação de massa. Chegou na década de 1950 e revolucionou o modo do brasileiro de acessar a informação e ter entretenimento. Em 1972 a televisão passou por uma transformação, ficou colorida, e a paixão dos brasileiros pela telinha aumentou ainda mais. Segundo dados da pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, PNAD 2008, a televisão está presente em cerca de 95,1% dos lares brasileiros. Desde dezembro de 2007 a televisão brasileira vivencia uma nova revolução, com a inauguração do processo de implantação do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD-T), através do início da transmissão em sinal digital em São Paulo. Atualmente a transmissão digital é realizada em 23 cidades brasileiras, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Brasília, Fortaleza, Goiânia, entre outras. No contexto acadêmico e de inovação tecnológica, trata-se de uma fase de realização de pesquisas nas áreas de informática, engenharias e sistemas de informação e comunicação social, bem como, um período de expectativas, sobretudo por parte dos telespectadores, em conhecer na prática o que muda com a chegada desta televisão renovada por recursos digitais gratuitos. Por enquanto a divulgação midiática sobre a TV digital (TVD) tem-se concentrado na mudança que ocorre na qualidade da imagem e som. Na transmissão em HDTV - High Definition Television (Televisão de Alta Definição) a imagem perde antigos problemas como ruídos indesejáveis e as interferências (popularmente conhecidas como chuviscos ), e ganha estabilidade, pureza e melhor nitidez. A transmissão e recepção em HDTV permite ao usuário visualizar com muito mais qualidade uma imagem em tela 16:9 (widescreen) com 1080 linhas de resolução (Full HD), ao contrário da imagem recebida por transmissão analógica em 283

7 aparelhos mais antigos com a proporção 4:3 de tela e 480 linhas de resolução. De acordo com o cronograma estabelecido pelo Ministério das Comunicações, até 2013 o sinal digital estará cobrindo todo o país. Já o desligamento do sistema analógico está previsto para A equação da televisão digital envolve o funcionamento afinado dos elementos produtores de conteúdo, plataformas de distribuição, fabricantes de equipamentos industriais e domésticos e regulamentadores, com vistas na conquista do receptor, sem o qual uma mídia não se configura efetivamente. (BOLAÑO e BRITTOS, 2007, p. 26). Em síntese a TV Digital é caracterizada pela mobilidade, portabilidade, multiprogramação e interatividade. Assuntos ainda pouco discutidos na imprensa brasileira, mas que estão sendo objetos de estudos em inúmeras pesquisas acadêmicas e em laboratórios de empresas de informática e de comunicação. Dentre os recursos que poderão ser disponibilizados pelos conversores interativos na televisão, estão o acesso à informações extras do conteúdo exibido, ao guia de programação da emissora, à internet e aos serviços de governo (t-gov), jurídicos, bancários (t-banking), compras (t-commerce), trânsito, meteorologia, entre outros. Com relação a interatividade, foi criado no Brasil uma tecnologia própria, o Ginga, desenvolvido nos laboratórios da PUC Rio e da Universidade Federal da Paraíba, onde são experimentadas aplicações para a interatividade. Na UNESP - Universidade Estadual Paulista, unidade de Bauru (SP), pesquisas sobre a TVD começaram a ser desenvolvidas a partir de 2008 com a implantação do Mestrado profissionalizante em Televisão Digital: Informação e Conhecimento. Neste contexto a TV Digital Interativa (TVDI) abre um enorme leque com novas possibilidades de atuação no mercado de trabalho para dar conta dos novos espaços que serão gerados para a divulgação e troca de informações. Na tela da TV digital serão 284

8 disponibilizados dados detalhados sobre os mais variados assuntos e com possibilidades concretas de interatividade e feedback imediato do telespectador. O que vai impactar a médio e longo prazo no mercado de televisão por assinatura, bem como irá fomentar no mercado publicitário a geração de modelos de negócios adaptados ao novo sistema. E aqui inclui-se o fato de que as formas inovadoras de comunicação pela televisão possíveis com os recursos do sinal digital necessitam urgentemente de experimentação para aplicação das emissoras públicas e privadas, bem como para a aceitação e uso efetivo dos telespectadores. Os recursos da TVDI poderão contribuir para o progresso da cobertura midiática, para a criação de novos conteúdos, narrativas diferenciadas tanto no âmbito informacional e jornalístico quanto no campo comercial e de entretenimento. 3. GLOBO NEWS: JORNALISMO 24 HORAS NO AR As pessoas precisam de informação por causa de um instinto básico do ser humano, que chamamos de instinto de percepção. (...) O conhecimento do desconhecido lhes dá segurança, permite-lhes planejar e administrar suas próprias vidas. (...) Notícia é aquela parte da comunicação que nos mantém informados dos fatos em andamento, temas e figuras do mundo exterior. (KOVACH e ROSENSTIEL, 2004, p. 36) O canal por assinatura Globo News nasceu com projeto inspirado na emissora CNN (Cable News Network), canal americano especializado em telejornalismo com transmissão 24 horas por dia de notícias, fundado em 1980 por Ted Turner. A CNN já era um sucesso e não havia um canal em português. A encomenda era essa: nós tínhamos que fazer o primeiro canal de noticias do Brasil. (...) Fomos a Argentina, depois aos Estados Unidos, conhecemos o New York One, canal que fazia muito sucesso na época. Visitamos também a CNN e outros canais. Carlos Schroder, Diretor de Jornalismo e Esportes da Globo em depoimento a PATERNOSTRO, 2006, p

9 A Rede Globo de Televisão queria investir em canal segmentado no conteúdo que mais contribuiu para a solidificação de sua credibilidade entre a população brasileira: o telejornalismo. Analisando o mercado mundial da televisão paga da época e a necessidade de lançar novos canais no mercado brasileiro (...) vimos claramente que tinha de ser um canal de notícias. Alberto Persegueiro, diretor da Globosat, em depoimento para PATERNOSTRO, 2006, p Em 1996 a Globo News entrou no ar com equipe comandada pelo diretor de jornalismo Evantos Carlos de Andrade. O canal inaugurou no Brasil a era das emissoras cujas grades de programação são ocupadas 24 horas diários por notícias, funcionando num esquema semelhante ao de uma agência de notícias. Depois de inúmeras reuniões, discussões, definições, seleção de equipe, treinamento, gravações pilotos dos programas, o apoio fundamental das emissoras afiliadas da Globo e a composição de uma grade nunca antes feita por uma emissora brasileira, entrou no ar há 13 anos, a Globo News. Quando, há 10 anos, a Globo News foi lançada, o panorama das comunicações no Brasil era muito diferente. Em 1996, havia apenas 1,6 milhão de telefone celulares, caros, analógicos e em grande medida pouco confiáveis. Os usuários da internet, que acabara de ganhar a sua interface gráfica com a popularização do Netscape Navigator, eram poucos; Simplesmente não havia ainda a chamada banda larga. Depoimento de João Roberto Marinho, Vicepresidente das Organizações Globo a PATERNOSTRO, 2006, p. 09. Atualmente a emissora conta com telejornais há cada meia hora, o Em Cima da Hora, em que as notícias factuais vão sendo apresentadas ao longo do dia com suas respectivas atualizações. A noite o programa Jornal das 10, cumpre a função de ser o principal telejornal da emissora e apresentar informações destacadas no principal telejornal da 286

10 Rede Globo, o Jornal Nacional, as informações da cobertura diária da própria Globo News e a participação de comentaristas numa dinâmica construída para atender ao público que busca um telejornalismo com mais profundidade e análise das informações. A programação da Globo News também conta com programas jornalísticos segmentados que preenchem as editorias da política, economia, cultura, esportes, saúde, comportamento, meio ambiente etc. Starte, Cidades e Soluções, Milênio, Arquivo N, etc, são alguns exemplos. Tudo elaborado e exibido seguindo os padrões dos mais variados formatos telejornalísticos. As notícias são tratadas através de reportagens, entrevistas, documentários, bate-papos, enquetes, entre outros. Por se tratar de um canal de notícias, em casos de fatos de grande impacto social, seja no âmbito nacional ou internacional, a cobertura ao vivo da emissora costuma ocupar longas horas, como na ocasião do atentado de 11 de setembro de 2001, na eleição do novo Papa Bento XVI em 2005 ou na morte do cantor astro Michael Jackson, no final de junho de O BOTÃO I DO CANAL GLOBO NEWS Em todo processo comunicacional realizado diariamente pela Globo News é levado em consideração a participação do público através de recursos interativos. O feedback direto do telespectador é dado atualmente através da internet. No site da emissora, há várias enquetes, questões para debates, em que o espectador pode enviar seus comentário a cerca de um tema que seria debatido em algum programa ou ate ajudar a definir o tema de um programa, alem do chats, salas de bate-papo onde muitos entrevistados do canal participam respondendo duvidas dos espectadores, e quem assiste ao canal pode interagir com outros assinantes. 287

11 Para a realização deste artigo foi delimitado como objetivo de observação a interatividade via televisao digital realizada pela Globo News e a operadora Sky, o foco no canal se justifica por ser o primeiro canal brasileiro de notícias 24 horas por dia a disponibilizar este recurso. Já a operadora foi definida por oferecer este serviço via televisão digital paga e pela facilidade de acesso pessoal desta pesquisadora. De acordo com informações da empresa Sky, a operadora é a primeira empresa de TV por assinatura do Brasil transmitida via satélite pelo sistema digital DTH (Direct to Home) em banda Ku. A SKY surgiu 2006, resultado da fusão das operadoras SKY e DirecTV que existem há 13 anos. Hoje é a maior operadora de TV por assinatura em alta definição da América Latina. A única que oferece o sinal HD para todo o território nacional. Possui aproximadamente clientes, que representam um terço de todos os assinantes de TV paga no Brasil. Foi pioneira no lançamento de todos os principais recursos que transformaram a TV brasileira de hoje, trazendo ao país serviços inéditos como a TV digital; interatividade; DVR (SKY+) e a maior quantidade de conteúdos em alta definição do mercado, o SKY HDTV. (Sky) Os assinantes com acesso ao recurso interativo da Globo News, chamado itv e simbolizado na tela da TV por um quadrado amarelo com a letra i estilizada em vermelho, podem assistir ao canal enquanto acessam notícias interativas em tempo real, sem custo adicional da assinatura e em qualquer horário, seja manhã, tarde ou noite. Depois que o botão interativo é acionado, a tela com o conteúdo exibido pela emissora fica reduzida, dando lugar aos ícones das editorias apresentados na lateral esquerda do video, que por sua vez formam um menu para facilitar o acesso seguindo-se uma linguagem reconhecível para os que já tem o hábito de lidar com a internet. Do lado direito da tela interativa fica a imagem em movimento com o conteúdo jornalístico que está sendo exibido 288

12 pela emissora. Na parte inferior da tela, há os textos completos de cada notícia atualizados de minuto a minuto. Os ícones correspondem as editorias: a) Em cima da hora: principais manchetes da última hora; b) Tecnologia: notícias sobre ciências e avanços tecnológicos c) Economia: cotações e índices econômicos; d) Plantão: com as últimas notícias nacionais e internacionais; e) Esportes: informações do campo esportivo; f) Mundo: fatos internacionais Os textos destacados em cada editoria, são informações que o assinante está acompanhando nos telejornais da Globo News ao longo do dia ou atualizações de fatos já noticiados. Em cada editoria, é apresentada mais de uma informação factual. No momento da checagem de dados para esta pesquisa, realizado no dia 04 de outubro de 2009, observou-se a disponibilidade de 10 notícias em cada item do menu, com excessão do link Em cima da Hora, que só tinha 04 informações factuais. É mais um recurso informacional para quem quer acompanhar o desenrolar dos fatos noticiosos. A tela interativa apresenta ainda a data e hora no momento do acesso. CONSIDERAÇÕES FINAIS O exemplo do recurso interativo disponibilizado pelo canal Globo News através da operadora Sky é avançado para a atual realidade do sistema brasileiro de televisão. Por outro lado, pode ser considerado apenas a ponta do iceberg no quesito das possibilidade de recursos interativos que podem ser desenvolvidos, testados e colocados no mercado, seja pela própria 289

13 TV por assinatura, seja através da TV Digital pública e gratuita que está sendo implantada no país. Embora disponível somente para clientes de tv por assinatura que possuem a Globo News em seu pacote de canais e tem a disposição o recurso ITV em seu controle remoto, o botão I e o conteúdo ao qual ele dá acesso podem ser considerados exemplos da potencialidade da interatividade pela TV digital. Outros recursos interativos são disponibilizados pela Sky, como os canais de filmes pay-per-view, aqueles que são acessados após pagamento de uma tarifa extra, os canais de futebol, as informações sobre musicas no canal Multishow, através da interatividade do programa TVZ, as transmissões 24horas do BBB Big Brother Brasil e a interatividade através de votações por enquetes num menu específico para os consumidores do canal adulto Sex Hot. Vale destacar também que através do plano lançado pela Sky em 2009, o Sky HDTV, inédito no Brasil, é possível colocar programas de qualquer canal para gravar no aparelho do decodificador, por controle remoto ou pela web, e desta forma assistir quando quiser. Também é possível pausar, avançar ou retroceder o que está sendo assistido; Acessar o guia de programação e sinopses dos programas. O presente artigo científico buscou divulgar os conhecimentos explícitos sobre o assunto delimitado, assim como contribuir para a identificação e fixação acadêmica dos processos interativos realizados atualmente na tela da Globo News através da operadora de tv por assinatura Sky. Com isso espera-se contribuir para a reflexão sobre a TV Digital no Brasil, o papel e a importância da interatividade pela televisão, numa sociedade marcada cada vez mais pelas inovações tecnológicas que estão mudando o nosso jeito de ser, de lidar com as pessoas, de atuar no mercado de trabalho e de conviver com as notícias que nos acompanham dia-a-dia. 290

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABTA. Disponível em Acesso em 02 de outubro de BELTRÃO, Luiz. Teoria e Prática do Jornalismo. Adamantina: FAI / Cátedra Unesco Metodista de Comunicação para o Desenvolvimento Regional / Edições Omnia, BOLAÑO, César R. S.; BRITTOS, Valério C. A televisão brasileira na era digital Exclusão, esfera pública e movimentos estruturantes. São Paulo: Paulus, GLOBO NEWS. Disponível em Acesso em 02 de outubro de IBGE Disponível em Acesso em 02 de setembro de KOVACH, Bill; ROSENSTIEL, Tom. Os Elementos do Jornalismo O que os jornalistas devem saber e o público exigir. São Paulo: Geração Editorial, MATTOS, Sérgio. História da Televisão Brasileira Uma visão econômica, social e política. Petrópolis: Editora Vozes, OKADA, Ana. Segundo Pnad 2008, Brasil ainda tem 14,2 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais. Disponível em Acesso em 21 de setembro de PATERNOSTRO, Vera Íris. O Texto na Tv. São Paulo: Campus, PATERNOSTRO, Vera Íris. Globo News 10 anos, 24 horas no ar. São Paulo: Globo, PNAD Disponível em - Acesso em 27 de agosto de SKY. Disponível em Acesso em 02 de outubro de