FUNDAÇÃO EUCLIDES DA CUNHA CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS DO ESTADO DE ESPÍRITO SANTO RESPOSTAS AOS RECURSOS DA PROVA OBJETIVA

Transcrição

1 CARGO: S03 - Arquiteto QUESTÃO NÚMERO: 22 A nova redação do inciso I do Art. 4º da Lei Nº /79, dada pela Lei Nº /99, estabelece um dos requisitos urbanísticos para loteamento, qual seja: as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem, o que torna a opção a a resposta correta à questão. A antiga redação da Lei Nº /79 estabelecia um percentual mínimo da área da gleba loteada a ser destinado a áreas públicas, porém esta abordagem foi alterada pela Lei Nº /99. Tal fato torna incorretas as opções d e e. Da mesma forma, a Lei Nº /79 com suas alterações definidas pela Lei Nº /99, não associa o estabelecimento de percentuais mínimos para implantação do sistema viário de loteamentos aos percentuais adotados nos loteamentos limítrofes (opção b ), tampouco às características associadas ao fato de serem loteamentos exclusivos ou loteamentos de recomposição do tecido urbano (opção c ), tornando incorretas as opções b e c. Recurso ARQUITETO 1

2 CARGO: S03 Arquiteto QUESTÃO NÚMERO: 24 O art. 22 da Lei Nº /93 estabelece cinco modalidades de licitação, quais sejam: concorrência; tomada de preços; convite; concurso; e leilão. Nos cinco primeiros parágrafos do mesmo artigo encontram-se definidas cada uma das modalidades da seguinte forma: 1 o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. 2 o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. 3 o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. 4 o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. Recurso ARQUITETO 2

3 5 o Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. Dessa forma, a opção correta é a letra d. Recurso ARQUITETO 3

4 CARGO: S03 - Arquiteto QUESTÃO NÚMERO: 32 A questão 32 visa averiguar o conhecimento do candidato sobre a evolução das cidades brasileiras, a verticalização de suas edificações, seus bairros, periferias e as técnicas de produção de sua arquitetura urbana. É uma pergunta relacionada com o item 1 do programa O Urbanismo e seus Conceitos Gerais, mas também se relaciona com o item 24 Materiais e Técnicas de Construção, sob o ponto de vista histórico de sua evolução. Sua formulação foi basicamente referendada na obra Quadro da Arquitetura no Brasil. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1983, de autoria de Nestor Goulart Reis Filho e inclusa nas referências bibliográficas sugeridas. A opção b é correta, pois, conforme afirma Reis Filho (1983:64), é no período correspondente ao início do século XX que surgem os bairros-jardim para as classes sociais mais abastadas. A opção a é incorreta, pois, segundo Reis Filho (1983:64), os arranha-céus surgem no início do século XX e são contemporâneos da multiplicação das periferias. A opção c é incorreta, pois a taipa de pilão ainda podia ser encontrada em certas regiões de São Paulo, mas não era a técnica predominante de construção. A opção d é incorreta, pois o início do século XX é a época do aparecimento dos arranha-céus, verticalizando os centros urbanos e iniciando a mecanização dos transportes verticais e horizontais, garantindo as bases para amplo desenvolvimento urbano. Recurso ARQUITETO 4

5 A opção e está incorreta, uma vez que só após 1940 ocorre um avanço mais intenso da industrialização no país, antes disso, segundo o autor: Até cerca de 1940, a industrialização dos materiais de construção seria tímida, em escala modesta, quase artesanal. A indústria ainda não atingira estágio de atendimento do mercado nacional; em verdade, no que se refere à construção, ensaiava apenas alguns avanços. (Reis Filho,1983:64). Recurso ARQUITETO 5

6 CARGO: S03 - Arquiteto QUESTÃO NÚMERO: 35 A questão 35 aborda a relação entre a sociedade, o meio urbano e o paisagismo observado no item 4 do programa: Paisagismo. Seu principal objetivo é testar o conhecimento do candidato sobre as dinâmicas de tal relação e a dimensão do paisagismo junto aos processos históricos e sociais que determinam mudanças no meio urbano. Tal assunto é abordado na obra Quadro do Paisagismo no Brasil (Projeto Quapá). São Paulo, SP Organizada por Sílvio Soares Macedo, dedica grande ênfase nas transformações históricas do paisagismo brasileiro e consta da lista de sugestões bibliográficas. A resposta correta da questão 35 é a opção c transcrita diretamente de sua obra: poucas são as situações espaciais urbanas em que uma transformação da sociedade corresponde a uma transformação equivalente de sua morfologia paisagística (Macedo1999:19). O autor prossegue sua análise afirmando que, em geral, as situações urbanas vão se adaptando, com pequenas modificações, à nova realidade e só sofrem mudanças radicais posteriormente. Defende ainda a conservação de elementos simbólicos e uma tendência social em direção à conservação de alguns elementos construídos no passado, como no caso dos logradouros públicos. A opção a é incorreta, pois como já observado acima, em geral, não é o paisagismo quem estabelece as rupturas históricas com as diretrizes urbanas tradicionais. A opção b também é incorreta, pois mais uma vez, no geral, a sociedade tende a conservação de alguns elementos construídos no passado e assim gerações sucessivas permanecem fiéis a modelos paisagísticos consagrados. Recurso ARQUITETO 6

7 A opção d também é incorreta, considerando a afirmativa observada na mesma obra de que mesmo os velhos projetos paisagísticos construídos automaticamente não são sucateados com o porvir de um novo paradigma projetual, podendo ser utilizados com pouca ou nenhuma modificação, por gerações sucessivas (Macedo,1999:19). A opção e também é equivocada e, portanto errada. Conforme já descrito acima, não existe, no geral, uma relação imediata entre novos paradigmas paisagísticos e mudanças na morfologia urbana. Recurso ARQUITETO 7

8 CARGO: S03 - Arquiteto QUESTÃO NÚMERO: 37 A questão 37 trabalha com o planejamento urbano conforme previsto no item homônimo de número 2 do programa. A questão objetiva testar o conhecimento do candidato sobre conceitos vinculados ao item, como o planejamento radical, planejamento regulamentar, bem como, as origens e os procedimentos iniciais característicos do planejamento urbano. A questão foi desenvolvida a partir de considerações apresentadas por Edward Relph na sua obra A Paisagem Urbana Moderna, Trad. Ana MacDonald de Carvalho. Edições 70. Lisboa, As referências desta obra estão inclusas nas sugestões bibliográficas. A resposta correta da questão 37 é a opção c, pois, conforme afirma o autor: Há uma certa ironia nisto tudo. Uma das origens do planejamento urbano no início do século XX foi a reação contra o que se chamava regulamento de planejamento as ruas uniformes com casas uniformes, construídas exatamente segundo os padrões de planejamento regulamentar de finais do século XIX. (Relph, 1987:129). A opção a é incorreta, considerando-se que o planejamento radical não respeita sequer as construções históricas, uma vez que busca criar algo totalmente novo. A opção b também é incorreta, misturando referências históricas de épocas e questões bastante distintas entre si. É fato que Haussmann abriu largas avenidas estratégicas na Paris dos anos cinqüenta do século XIX, mas elas não estavam associadas ao preparo para as guerras mundiais. Os abrigos antiaéreos, por sua vez, ainda que tenham surgido como defesa em conseqüência dos bombardeios aéreos, não são geradores do planejamento urbano. Recurso ARQUITETO 8

9 A opção d também é incorreta, pois no século XIX o planejamento urbano ainda estava à margem das administrações locais e era pouco mais do que uma preocupação exótica de um grupo de idealistas (Relph, 1987:125). A opção e também é incorreta, pois conforme afirma o mesmo autor: Aos urbanistas restavam poucas hipóteses, a não ser adotar um repertório limitado de idéias e procedimentos, quase todos concebidos antes da guerra (Relph, 1987:128). A análise do autor ainda afirma que foram incluídas a zonificação da utilização do solo (utilizada até hoje), as unidades de vizinhança, traçadas ao estilo da Bauhaus e voltadas para a habitação social. Recurso ARQUITETO 9

10 CARGO: S03 - Arquiteto QUESTÃO NÚMERO: 38 A questão 38 em seu enunciado aborda o conjunto de instalações prediais prevista no item 7 do programa que trata do item Projetos de instalações prediais: instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias. Seu principal objetivo é testar o conhecimento do candidato sobre aspectos relativos aos itens supracitados. A resposta correta da questão 38 é a opção e que afirma O aquecimento solar tem a inesgotabilidade de sua fonte como principal vantagem econômica, além de seu caráter totalmente antipoluente e maior segurança de operação. A inesgotabilidade da energia solar e sua forte incidência, especialmente em países tropicais como o Brasil, determinam altos índices de redução de consumo de energia e garantem o retorno do investimento. Também deve ser considerada a baixa manutenção requerida e a durabilidade para a operação do sistema, prevista para diversos anos. É um sistema limpo e não poluente, uma vez que não produz resíduos a serem lançados na biosfera. Em relação à operação do mesmo, dentro de padrões gerais de utilização, a opção pelo aquecimento solar é a que apresenta maior segurança. Ainda que todo sistema de aquecimento possa oferecer riscos, ele apresenta vantagens em relações aos demais sistemas mais utilizados: elétricos e a gás. Somados aos riscos do aquecimento em si, nos chuveiros ou aquecedores elétricos sempre existe a possibilidade de choques, incêndios e curto-circuitos, além de ser um sistema dependente de fiação externa. No sistema de aquecimento a gás existe o risco maior de incêndios, explosões quando o gás é reservado em botijões locais, vazamentos e até inalação; que pode ser fatal, pois Recurso ARQUITETO 10

11 sendo o gás mais denso que o ar, quando inalado leva a perda dos sentidos e à conseqüente queda do corpo para um espaço ainda mais saturado de gás. Este último risco ocorre em casos de aquecedores mal instalados dentro dos banheiros que são espaços normalmente exíguos e fechados. A própria necessidade de manutenção mais freqüente dos sistemas alimentados por gás ou eletricidade, nem sempre observada, também é um fator para aumento de riscos. A opção a é incorreta, pois as canalizações de sucção conduzem a água do reservatório inferior ou cisterna, até a bomba. A opção b também é incorreta uma vez que o colar ou barrilete deve estar situado logo abaixo do reservatório superior. A opção c e d são incorretas, pois defendem que as águas dos extravasores podem ser lançadas em caixas de passagens, o que pode determinar a contaminação da água do reservatório superior através da subida de gases que são absorvidos pela água limpa, além do risco de entrada de ratos e insetos. Recurso ARQUITETO 11