Licitações e a aplicação de suas modalidades. Palavras-chave: Licitação. Modalidades. Aplicabilidade. Lei Federal 8.666/93.

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1 67 Licitações e a aplicação de suas modalidades RESUMO Luis Guilherme Obici de Vicentes 1 Paulo Henrique Bernardoni Caldas 2 Roberto Pereira da Silva 3 Este artigo apresenta os elementos que constituem as modalidades licitatórias e suas aplicabilidades, bem como o conceito de licitação. As orientações aqui apresentadas baseiamse na Lei Federal 8.666/93, entre outras. Palavras-chave: Licitação. Modalidades. Aplicabilidade. Lei Federal 8.666/93. INTRODUÇÃO O presente artigo tem como objetivo elencar as modalidades licitatórias bem como a sua a aplicabilidade, suas particularidades, elaborando um breve estudo dos aspectos gerais da Administração Pública e dos processos licitatórios através da lei federal de 21 de junho de 1993 entre outras. A lei estabelece as normas gerais sobre as licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. O tema abordado tem extrema relevância no cenário atual, pois nos deparamos diariamente com a palavra licitações em noticiários e jornais, envolvendo escândalos pelo desvio de verbas públicas e pela falta do uso da lei que rege as licitações, ocasionando danos no desenvolvimento do país. As conseqüências são investimentos ineficientes e má gestão, com compras e obras superfaturadas, péssimas condições dos serviços ofertados, problemas sociais não atendidos pela falsa alegação de falta de recursos. 1 CONCEITOS DE LICITAÇÃO Todo sistema funciona a partir de entradas, processamentos e saídas, e a partir disso atingir um determinado objetivo. Para isso, ele necessita de vários fatores, como materiais, mão de obra e até ideias para melhor chegar ao objetivo buscado, e tudo isso exige recursos. 1 Aluno do curso de Administração das FIRB. 2 Aluno do curso de Administração das FIRB. 3 Mestre em Administração (UFSC); Coordenador/professor - Faculdades Integradas Rui Barbosa - FIRB, - Faculdades Integradas Urubupungá FIU; Consultor - Amplitude - Consultoria em Desenvolvimento Humano e consultor do Instituto de Organização Racional Do Trabalho. tibuk@bol.com.br

2 68 Na administração publica todo recurso deve ser aplicado de forma transparente e da melhor maneira possível, e para isso existe as licitações. Licitação é um procedimento administrativo que auxilia na aquisição de produtos e na contratação de serviços, buscando uma proposta mais vantajosa para a administração, além de qualidade no objeto proposto. Segundo Meirelles (2012, p. 287): Licitação é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse, inclusive o da promoção do desenvolvimento econômico sustentável e fortalecimento de cadeias produtivas de bens e serviços domésticos. Como procedimento, desenvolve-se através de uma sucessão ordenada de atos vinculantes para a administração e para os licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos os interessados e atua como fator de eficiência e moralidade nos negócios administrativos. Tem como pressuposto a competição. A definição a seguir, mostra a importância e a conceituação de licitação: Pode-se conceituar licitação da seguinte maneira: é o procedimento administrativo pelo qual uma pessoa governamental, pretendendo alienar, adquirir ou locar bens, realizar obras ou serviços, outorgar concessões, permissões de obra, serviço ou de uso exclusivo de bem público, segundo condições por ela estipuladas previamente, convoca interessados na apresentação de propostas, a fim de selecionar a que se revele mais conveniente em função de parâmetros antecipadamente estabelecidos e divulgados (MELLO, 2007, p.12). No Brasil as licitações são regulamentadas pela lei federal de 21 de junho de 1993, onde a mesma estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras e serviços nas esferas públicas. 2 MODALIDADES LICITATÓRIAS As licitações são divididas por modalidades licitatórios, cada qual com sua particularidade. O artigo 22 da Lei aponta-nos cinco modalidades licitatórias que obedecem limites de valor de enquadramento e ainda uma última, não citada por esta, criada posteriormente pela Lei nº /02, mas, também subsidiada pela Lei 8.666, que são elas: a) Concorrência; b) Tomada de Preços; c) Convite; d) Concurso; e) Leilão;

3 69 f) Pregão (criado pela Lei /02). 2.1 Concorrência A concorrência e a modalidade licitatória utilizada para os contratos de grande valor, tanto financeiro quanto de importância. Segundo Meirelles (2012, p.350) concorrência é a modalidade de licitação própria para contratos de grande valor, sendo obrigatória em contratações de obras, serviços e compras dentro dos limites de valor fixados pelo ato competente, que são diversos para obras e serviços de engenharia e para outros serviços e compras. Está prevista no 1º do art. 22 da lei 8.666/93 que concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. (BRASIL, 1993, online) 2.2 Tomada de Preços É a modalidade licitatória que necessita prévio cadastro no órgão que estará realizando o certame. Para Meirelles (2012), tomada de preços é a licitação organizada entre os interessados já registrados e habilitados, convocados por aviso publicado na imprensa oficial e em jornal particular. É a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços cujo valor seja maior que o valor estipulado para Carta Convite, tendo como teto o valor de R$ ,00 para a aquisição de bens e serviços diversos e de R$ ,00 para aquisição de obras e serviços de engenharia. Assim como a concorrência, também é instrumento nas contratações de obras, serviços e compras dentro dos limites de valor estabelecidos em lei, e por ato administrativo competente. Os valores de seus contratos são imediatamente inferiores aos estabelecido para o processo licitatório. No 2º do art. 22 da lei 8.666/93 a tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. (BRASIL, 1993, online) 2.3 Convite É a única modalidade que não exige publicação do edital, uma vez que da convocação se faz por escrito, com antecedência de cinco dias úteis, por intermédio da carta-convite e é

4 70 indicada para contratos de pequeno valor por ser a mais simples com no mínimo três interessados, cadastrados ou não, escolhidos e convidados pela unidade administrativa. Contudo, pode qualquer interessado cadastrado participar do certame desde que manifeste seu interesse com até 24 horas de antecedência da apresentação das propostas. (MEIRELLES, 2012) É a modalidade que permite a efetivação de contratos no valor de até R$ ,00 para aquisição de obras e serviços de engenharia e R$ ,00 para aquisição de bens e serviços de outra natureza. O 3º do art. 22 da lei 8.666/93 diz que o convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até vinte e quatro horas da apresentação das propostas. Se ficar demonstrado que há desinteresse dos licitantes convidados, a licitação poderá prosseguir com menos de três licitantes. (BRASIL, 1993, online) 2.4 Concurso O Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (BRASIL, 1993, online) 2.5 Leilão Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência. (BRASIL, 1993, online) 2.6 Pregão Modalidade regulada pela lei /02 para cujo objetivo é a aquisição de bens e serviços comuns, independente do valor estimado para a contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública. São considerados bens e serviços comuns, conforme art.1º, parágrafo único da referida lei, [...] aqueles cujos

5 71 padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado. (BRASIL, 2002, online) No pregão não há qualquer relação entre seu procedimento e o valor da futura contratação desde que o objeto licitado se enquadre no conceito de bem e serviço comum. Existe também o pregão efetuado por meio da utilização de recursos da tecnologia de informação, denominado Pregão Eletrônico. É previsto no 1 do art. 2 da lei de 2002 e regulamentado pelo decreto de 31 de maio de 2005 no âmbito da união. Outro recurso utilizado é o Sistema de Registro de Preços, estipulado pelo art. 11 da lei de 2002 onde se prevê que bens e serviços comuns podem ser contratados por um sistema que registra os preços para contratações futuras em um determinado período. Sistema de registro de preços para Meirelles (2012, p.366): É o conjunto de procedimentos para registro e assinatura de ata de preços que os interessados se comprometem a manter por determinado período de tempo, para contratações futuras de compras ou de serviços frequentes, a serem realizados nas quantidades solicitadas pela administração de conformidade com o instrumento convocatório da licitação. 3 COMPRAS SEM LICITAÇÃO A Administração Pública é obrigada a fazer licitação, mas para toda regra existe a exceção, a lei 8.666/93 também diz que a licitação pode ser dispensada, desde que tenha justificativa suficiente para que não seja necessário a licitação. (BRASIL, 1993, online) A Administração Pública pode fazer compra sem licitação nos seguintes casos: compras com valor de até R$ 8.000,00 aquisições ou R$ ,00 para obras e serviços de engenharia; em caso de guerra; em caso de emergência ou calamidade pública; contratação de empresa para desenvolvimento institucional dos órgãos; restauração de obras de arte e objetos históricos; e contratação de associações sem fins lucrativos. CONCLUSÃO Sabe-se que, para poder, adquirir materiais, realizar obras ou serviços de uso exclusivo do bem público, a Administração deve obedecer a um procedimento constitucionalmente garantido, que é a licitação, que tem o objetivo de selecionar aquela que se mostrar mais conveniente em função de parâmetros previamente divulgados. Em razão desses parâmetros,

6 72 surge o objeto do estudo realizado, as modalidades de licitação. As modalidades representam as mais diferentes espécies de certame para que, afinal, estabeleça-se o contrato com a Administração Pública. Por tudo isso, entende-se que deve haver, por parte do Poder Executivo, bem como do Legislativo, maior atenção e reflexão quanto as modalidades. De fato, a aplicabilidade das licitações esta estritamente ligada a sua modalidade, cabendo a entidade organizadora do certame a previa analise para a escolha adequada quanto ao objeto a ser licitado. REFERENCIAS BRASIL. Diário Oficial da União. Lei nº , de 21 de junho de Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em: 03 set. de Diário Oficial da União. Lei nº , de 17 de julho de Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Disponível em: < Acesso em: Acesso em: 03 set. de MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 38. ed. ver. e atual. São Paulo: Malheiros, MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 22 ed. São Paulo: Editora Malheiros; 2007.