O Pequeno Hino ao Aton: uma perspectiva metodológica. The Little Hymn to Aten: A Methodological Perspective

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1 O Pequeno Hino ao Aton: uma perspectiva metodológica The Little Hymn to Aten: A Methodological Perspective Danielle Guedes* Resumo: Os Hinos dedicados ao Aton representam a exaltação máxima da supremacia dessa divindade na Reforma de Amarna (c a.c.). Através dos dois hinos - tanto o Pequeno Hino, quanto o Grande Hino a Aton - conseguimos compenetrar a forma como Akhenaton percebia e apresentava a religião na cidade de Akhetaton/Amarna, dando voz para que o monarca pudesse agir em nome de seu deus e concretizar o cenário religioso que Aton desenhará em seu zênite, estendendo seus raios ao longo dos domínios egípcios. Ao tornar perceptível que os Hinos ao deus Aton conferem um sinal do passado, acabam por atingir a categoria de documento/monumento, ao compreender que todo documento é uma informação, um conteúdo capaz de refletir o passado. Apresentado em uma versão mais curta, o Pequeno Hino ao Aton é conhecido em 5 versões que apresentam variações. A versão utilizada para esse trabalho traduzida e transliterada por Ciro Cardoso está presente na parede leste da Tumba de Apy, completada na parte final pela versão contida na Tumba de Tutu, datado do período do Reino Novo. Analisaremos através da metodologia apresentada por A.J. Greimas como o texto litúrgico do Pequeno Hino ao Aton é capaz de enfatizar o princípio criador da divindade, a formação da tríade divina atonista, bem como a forma de culto prestada ao deus amarniano e a comparação do faraó Akhenaton ao seu pai Aton, através do culto ao Sol. Palavras-Chave: Pequeno Hino; Aton; Metodologia; Culto ao Sol, Amarna. Abstract: The Hymns dedicated to Aten represent the supreme exaltation of the supremacy of this divinity in the Amarna Reformation (c BCE). Through the two hymns - both the Little Hymn and the Great Hymn to Aten - we were able to understand how Akhenaten perceived and presented the religion in the city of Akhetaten /Amarna, giving voice so that the monarch could act in the name of his god and concretize the religious setting that Aten will draw in its zenith, extending its rays along the Egyptian domains. By making it noticeable that the Hymns to the god Aten confer a "sign of the past," they eventually achieve the category of document / monument by understanding that every document is information, a content capable of reflecting the past. Presented in a shorter version, the Little Hymn to Aten is known in five variant versions. The version used for this work - translated and transliterated by Ciro Cardoso - is present on the eastern wall of the Tomb of Apy, completed in the final part by the version contained in the Tutu Tomb, dating from the New Kingdom period. We will analyze through the methodology presented by AJ Greimas how the liturgical text of the Little Hymn to Aten is able to emphasize the creative principle of divinity, the formation of the divine atonist triad, as well as the form of worship given to the Amarnian god and the comparison of Pharaoh Akhenaten to his father Aten, through the worship of the Sun. Keywords: Little Hymn; Aten; Methodology; Sun Worship, Amarna. *Mestranda em História Política com linha de pesquisa em Política e Cultura PPGHP-UERJ; Orientadora Profª Drª Maria Teresa Toríbio. danielle_guedes@hotmail.com 425

2 1. Introdução A Reforma de Amarna (c a.c.) 1 vem sendo constantemente estudada pelas ciências dentre elas destacamos a Egiptologia, Arqueologia e a História levantando observações e análises dos mais diferentes campos, como a religião, a cultura, a política, a sociedade, a arte. Dentro de nossa estrutura de estudo buscamos ao longo desse discurso ressaltar a importância de compreender a História Antiga Egípcia inserida no espaço políticocultural religioso, desenvolvida no período do Reino Novo (c a.c.) abarcando as transformações ocorridas na religião a partir do projeto político-religioso estabelecido no reinado do faraó Akhenaton (c a.c.). A implantação da reforma religiosa do monarca Akhenaton estabeleceu um projeto político-religioso que marcou o cenário de transformações no panorama cultural da tradicional religião do Egito Antigo 2, religião essa que apresentou nuances em seu estabelecimento, pois apresentava tendências para um rompimento e ao mesmo tempo, mesclava aspectos da dita tradição religiosa antiga. A cidade de Akhetaton hoje conhecida como Amarna localizavase no Médio Egito, na margem direita do Nilo, entre as cidades de Mênfis e Tebas. Guardando nas estelas de fundação o relato quanto à delimitação do espaço da cidade, apontada pelo próprio deus Aton para ser o seu centro de adoração, bem como seus hinos de louvor que se caracterizaram por enfatizar a supremacia do deus Aton, preenchendo os hiatos acerca da forma como a divindade de Amarna criará a existência de toda vida e sua forma de culto, como fator que tornava legitimo o governo e o estreitar da relação do faraó Akhenaton com o seu deus amarniano. O deus da cidade de Akhetaton foi contemplado em dois grandes hinos de adoração, aos quais se inserem como documentações fundamentais para o recorte temporal estudado O Grande Hino a Aton 3 e o Pequeno Hino ao Aton. Para este trabalho analisamos a tradução e 1 Seguimos a cronologia apresentada pelo SESHAT Laboratório de Egiptologia do Museu Nacional/UFRJ Consultado em 08 de Setembro de Tendo como referencial a obra de BAINES, J. & MÁLEK, J. O mundo egípcio: deuses, templos e faraós. Madrid: Ediciones Del Prado, 2 v; GUEDES, Danielle. O DISCO SOLAR EM AMARNA: A RELAÇÃO DO FARAÓ AKHENATON COM O DEMIURGO DEUS ATON (c a.c.). Revista Diversidade Religiosa, João Pessoa UFPB, v. 8, n. 1, 2018, p O Grande Hino a Aton é conhecido numa única versão, inscrita na tumba construída em Akhetaton para o alto funcionário Ay, em sua qualidade de sacerdote. É composto por 120 versos. Para os originais dos dois Hinos ao Aton em hieróglifos, consultar: GRANDET, Pierre (ed. e trad.). Hymnes de la religion d Aton. Paris: Seuil,

3 transliteração do Pequeno Hino ao Aton 4, desenvolvidas pelo Professor Ciro Flamarion Cardoso 5. Apesar de apresentar variações na tradução, comparamos com mais duas versões traduzidas para o Português 6, constatando que mesmo com possíveis erros na tradução, a versão apresentada pelo professor Ciro Cardoso, ainda enquadra-se como uma excelente opção, atendendo para nossa análise ao decorrer do trabalho. Trata-se de dois hinos de louvor ao deus Aton, possivelmente elaborados 7 pelo próprio Akhenaton, onde podemos perceber no Grande Hino a função criadora do Aton, a adoração de toda manhã e a relação do monarca Akhenaton e sua esposa Nefertiti com o deus Aton, bem como a dualidade divina de seu filho Akhenaton e a caracterização da divindade como provedora de toda vida existente; e no Pequeno Hino ao Aton é abordada a tríade da cosmogonia do deus amarniano, a forma de culto prestada a essa divindade e a comparação do monarca Akhenaton ao seu pai, o deus Aton. Todo documento é uma informação, um conteúdo do passado 8. Os Hinos dedicados ao Aton representam a exaltação máxima da supremacia dessa divindade na reforma de Amarna. Através dos dois hinos, conseguimos compenetrar a forma como Akhenaton percebia e representava de forma simbólica a religião na cidade de Akhetaton, dando voz para que o monarca pudesse agir em nome de seu deus e concretizar o cenário teológico que Aton desenhará em seu zênite, estendendo seus raios ao longo dos domínios egípcios. Ao tornar perceptível que os Hinos ao deus Aton conferem um sinal do passado 9, acabam por atingir a categoria de documento/monumento, onde configura-se como monumento tudo aquilo que 4 Presente na parede leste da Tumba de Apy, completado pela versão da Tumba de Tutu. Conhecido em 5 (cinco) versões que apresentam variações. 5 Material Não publicado pelo autor (tradução e transliteração), fornecidos pela Profª Drª Liliane Cristina Coelho. Apenas a tradução do Pequeno Hino ao Aton foi publicado por Cardoso, para este consultar: CARDOSO, Ciro Flamarion S. De Amarna aos Ramsés. Rio de Janeiro: 7Letras, Revista Phoînix/UFRJ, ano VII, Para os originais dos dois Hinos ao Aton em hieróglifos, consultar: GRANDET, Pierre (ed. e trad.). Hymnes de la religion d Aton. Paris: Seuil, Para as versões em Português, consultar: ARAÚJO, Emanuel. Escrito para a Eternidade: A Literatura no Egito Faraônico. Brasília: Editora UNB; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000, p ; GRALHA, Julio Cesar Mendonça. Deuses, faraó e o poder: Legitimidade e Imagem do deus dinástico e do monarca no Antigo Egito. Rio de Janeiro: Barroso Produções Editoriais, 2002, p Nossa documentação não nos permite afirmar se seu conteúdo foi elaborado pelo monarca ou por um dos sacerdotes de Aton, porém em muitos momentos do texto dos Hinos ao Aton, é perceptível que tenha sido realmente o faraó Akhenaton que tenha criado a fraseologia de adoração ao seu deus de culto. 8 REIS, José Carlos. O desafio historiográfico. Rio de Janeiro: Editora FGV. Coleção FGV de Bolso: Série História, 2010, p LE GOFF, Jacques. História e Memória. Tradução de Bernardo Leitão. São Paulo, Editora da UNICAMP,

4 pode evocar o passado, perpetuar a recordação 10 ; e o documento, como fonte de escolha do historiador 11. Os dois Hinos ao Aton apresentam elementos textuais que mesclam o egípcio médio ou clássico 12 e o neo-egípcio 13. Enquadram-se no estilo denominado como Literatura Lírica 14 correspondendo ao universo religioso 15 enfatizando de modo eloqüente a nova doutrina do deus solitário que enche o vazio do céu com sua beleza fulgurante para proteger e animar tudo que criou 16. Objetivando compreender o cenário religioso que se desdobrou no reinado de Akhenaton, os hinos refletem a forma como Aton concebeu o mundo, seu culto e a relação do monarca e da família real com o deus dinástico, tornando possível o estabelecimento de conexões e articulações 17 dentro de um diálogo que se esforça para atribuir o sentido das representações 18 e simbolismos 19 característicos da adulação ao deus e seu naturalismo na criação. Para construção da análise do nosso documento primário, recorremos à metodologia proposta por A.J. Greimas, disposto pela Tabela de Processo de Análise do Conteúdo modificada pelos pesquisadores do Núcleo de Estudos da Antiguidade (NEA-UERJ) 20. Apresentaremos a aplicabilidade da metodologia de análise do conteúdo, isolando cada Linguagem que predominou no restante do Primeiro Período Intermediário, no Reino Médio e também parcialmente na XVIIIª dinastia, no inicio do Reino Novo. ARAÚJO, 2000, p A língua fala e escrita exclusiva a elite. Documentado a partir da XVIIIª dinastia, no inicio do Reino Novo, mas, sobretudo vigente na época raméssida (XIXª e XXª dinastias), foi usado até o Terceiro Período Intermediário; mostrou-se também rico de textos administrativos, literários e funerários (em particular o Livro dos Mortos), além de escritos de poesia lírica amorosa. ARAÚJO, 2000, p Ibid, idem, p Ibid, idem, p REIS, 2010, p Conceito de representações expressado por Pesavento: As representações construídas sobre o mundo não só se colocam no lugar deste mundo, como fazem com que os homens percebam a realidade e pautem a sua existência. São matrizes geradoras de condutas e práticas sociais, dotadas de força integradora e coesiva, bem como explicativa do real. Indivíduos e grupos dão sentido ao mundo por meio das representações que constroem sobre a realidade. PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2ª ed.; 2ª reimp.; 2008, p O conceito de simbolismo expressado por Pesavento: Trata-se, antes de tudo, de pensar a cultura como um conjunto de significados partilhados e construídos pelos homens para explicar o mundo. A cultura é ainda uma forma de expressão e tradução da realidade que se faz de forma simbólica, ou seja, admite-se que os sentidos conferidos às palavras, às coisas, às ações e aos atores sociais se apresentam de forma cifrada, portanto já um significado e uma apreciação valorativa (...) como um ajustamento da realidade do mundo às formulações explicativas do homem para dar conta do próprio mundo. PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2ª ed.; 2ª reimp.; 2008, p Material fornecido nas aulas do Curso de Especialização em História Antiga e Medieval UERJ/ Consultar: CANDIDO, Mª Regina. Novas Perspectivas sobre a aplicação metodológica na História Antiga. In: A Busca do Antigo. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2011, p

5 componente pertinente ao nosso objeto de estudo e em seguida, colocaremos os elementos completos em análise, partindo dos componentes isolados anteriormente, problematizando suas características dentro da reforma feita pelo faraó Akhenaton em nome do deus Aton. 2. Aplicação Metodológica na Tabela de Processo de Análise do Conteúdo 1. Descrição do Conteúdo: Tabela 1:Tabela de Processo de Análise do Conteúdo 21 Autor/Obra Período/Região Público/Privado Manifestação Língua da Pequeno Hino ao Aton; Presente na parede leste da Tumba de Apy, completado pela versão da Tumba de Tutu. Edição bilíngue hieróglifo português (tradução e transliteração feita pelo Professor Ciro Flamarion Cardoso). Conhecido em 5 (cinco) versões que apresentam variações. Reino Novo (c a.c; na XVIII Dinastia); Akhetaton/Amarna Egito Antigo. Texto de circulação privada, contido em tumbas de particulares em Amarna, seu conteúdo litúrgico, provavelmente foi elaborado pelo próprio Akhenaton. Contem atributos de elementos do egípcio médio e do neoegípcio em sua linguagem. 2. Análise do Texto: Propriedades da Linguagem do Texto Qualificação do Texto Comunicação do Texto Processo de Interação Conceitos Operacionais do Texto/Glossário Monofonia/Polifonia Utilização do egípcio médio e neoegípcio (inseridos no período de c a.c). Texto de adoração religiosa ao deus Aton. Enfatiza o principio criador da divindade, aborda a tríade da cosmogonia do deus, bem como a forma de culto prestada ao Aton e a comparação do monarca Akhenaton ao sei pai Aton. Louvor ao deus Aton, realizado nas celebrações para a divindade no templo dedicado ao Aton. Apresenta a forma de culto ao Aton e as oferendas dedicadas à ele por Akhenaton, e a presença da cosmogonia Amarniana. Provável leitura do Hino nos templos abertos destinados ao Aton, através do culto ao sol durante o dia, pelo próprio Akhenaton e sua família, e pelos sacerdotes ao ofertarem as oferendas para purificação. A documentação apresenta polifonia, apontando as oferendas e culto ao Aton por Akhenaton, a natureza dual do deus Aton (Pai e Mãe) e a relação Aton/Akhenaton. 21 CANDIDO, Mª Regina. Novas Perspectivas sobre a aplicação metodológica na História Antiga. In: A Busca do Antigo. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2011, p

6 3. Seleção do Conteúdo: Temas Pertinência Objetividade O Criador Ó nobre deus que deu forma a si mesmo (lit. aquele que construiu ele mesmo), que criou toda a terra (lit. cada terra), que deu forma a tudo o que nela está os seres humanos, os animais grandes e pequenos de toda espécie, (bem como) as plantas (lit. árvores) que crescem no (lit. sobre o) solo. A Tríade O Culto Eles vivem (quando) te ergues para eles, (pois) tu é que és a mãe e o pai daquilo criado por ti. (Quando) proporcionas os teus raios, cada terra festeja: cantores e músicos gritam de alegria na larga (esplanada) do Castelo do Benben, teu templo em Akhetaton, o lugar da verdade onde gostas de estar. Alimentos e provisões estão depositados em seu interior. Teu filho, purificado, realiza aquilo que louvas. Ó Aton, vivo em tuas aparições, tudo aquilo que criaste dança diante de ti (e) teu nobre filho exulta, seu coração alegre. Identificação do deus Aton como surgido dele mesmo (elemento de Rá) e como o princípio criador de todas as coisas. Estabelecimento da Tríade do deus Aton, a partir dos elementos femininos e masculinos formando-se uma nova visão da estrutura religiosa, onde Aton em sua qualidade de deus único, se desmembrava sobre o casal Akhenaton e Nefertiti. Disposição do culto ao Aton, realização de oferendas e a prática de culto feita principalmente pelo próprio monarca Akhenaton no templo dedicado ao Aton. A Imagem de Aton (...) (e) gera seu filho, o único (filho) de Rá, à sua imagem (lit. como seu aspecto), incessantemente (lit. inexistente o ato de fazer cessação), o Filho de Rá, que sua perfeição exalta, Neferkheperura Uaenra. Eu é que sou teu filho, útil a ti, aquele que exalta o teu nome. Tua força (e) teu poder permanecem em meu coração. Semelhança do monarca com o deus Aton. Comparação e exaltação da imagem através da interação direta com seu pai. 430

7 3. Análise do Pequeno Hino ao Aton Apresentado em uma versão mais curta, o Pequeno Hino ao Aton é conhecido em 5 versões 22 que apresentam variações. A versão utilizada para esse trabalho traduzida e transliterada por Cardoso está presente na parede leste da Tumba de Apy, completada na parte final pela versão contida na Tumba de Tutu, datado do período do Reino Novo (c a.c) na XVIII dinastia, na cidade de Akhetaton/Amarna no Egito Antigo. Trata-se de um texto de circulação privada contido em tumbas de particulares em Amarna, tendo seu conteúdo litúrgico ao que tudo indica elaborado pelo próprio monarca Akhenaton. Possui elementos do egípcio médio e do neoegípcio como atributos de manifestação da língua na propriedade do texto. Nossa documentação é qualificada como um texto de adoração religiosa ao deus Aton. Enfatiza o princípio criador da divindade, aborda a tríade divina do deus Aton, bem como a forma de culto prestada ao deus amarniano e a comparação do faraó Akhenaton ao seu pai Aton. Expressa em seu processo de interação a provável leitura nos templos abertos destinados ao Aton, através do culto ao Sol durante o dia pelo próprio Akhenaton, sua família, os sacerdotes e os fies iniciados na crença atonista ao ofertarem as oferendas para purificação e renovação da vida diária, articulando-se como uma polifonia ao expressar os louvores, as oferendas, o culto ao Aton por Akhenaton, a natureza dual do deus Aton (Pai e Mãe) e a constante relação Aton/Akhenaton. O CRIADOR (Quando) te levantas, belo, ó Aton vivo, senhor da eternidade, tu és resplandecente, formoso e forte, o amor por ti (lit. o teu amor) é grande, é amplo. Os teus raios [acariciam?] cada rosto. Tua tez brilhante faz viver os corações, tu encheste as Duas Terras com teu amor. Ó nobre deus que deu forma a si mesmo (lit. aquele que construiu ele mesmo), que criou toda a terra (lit. cada terra), que deu forma a tudo que nela está os seres humanos, os animais grandes e pequenos de toda espécie, (bem como) as plantas (lit. árvores) que crescem no (lit. sobre o) solo. O Pequeno Hino ao Aton também trata de evidenciar a natureza de criação desdobrada a partir de Aton, atribuindo ao deus à identificação de surgido dele mesmo, dando forma a terra e criando todas as formas e seres que nela habitam. Tendo como este princípio, elementos que tornam o deus Aton uma forma de Ra-Harakhty 23 como é bastante perceptível na expressão teológica exposta no Grande Hino a Aton, onde o deus demiurgo de 22 O Pequeno Hino ao Aton aparece em cinco túmulos, todos em Amarna; nos de Any e Mery-Ra estes o recitam, nos de Apy, Mahu e Tutu a recitação é do próprio faraó. ARAÚJO, 2000, p CARDOSO, Ciro Flamarion S. Uma reflexão sobre a importância da transcendência e dos mitos para as religiões a partir do episódio da reforma de Amarna, no antigo Egito. PLURA, Revista de Estudos de Religião, vol. 2, nº 1, 2011, p

8 Amarna, assimilou as prerrogativas das divindades solares do principio de criação Ra- Harakhty e Shu, apresentadas no proêmio do Hino. Nessa tendência do fenômeno do deus criador, até os seres inanimados são abarcados pelo esplendor da existência geradora de vida feita pelo Aton vivo, como as plantas (lit. árvores) que crescem no (lit. sobre o) solo levando em consideração a divisão social do cosmos que consistia em os deuses, o rei, os mortos abençoados e a humanidade 24, deixando de fora do processo de criação os seres vivos não-humanos e não-divinos 25 no tradicionalismo antes de Amarna, trazendo para a reflexão que a prática atonista do reinado de Akhenaton, incluía em sua criação diária todos os seres (animados ou não) dentro de uma perspectiva relacionada a concepção do universo estabelecida com características naturalistas e universalistas. A TRÍADE Eles vivem (quando) te ergues para eles, (pois) tu é que és a mãe e o pai daquilo criado por ti. Os seus olhos, (quando) brilhas, contemplam por meio de ti, (ao) iluminarem os teus raios a terra inteira. Todos os corações exultam ao ver-te (quando) apareces como seu senhor. (Quando) repousas no horizonte ocidental do céu, eles jazem à maneira daquele que está morto: suas cabeças estão cobertas e suas narinas estão bloqueadas, até que aconteça que te ergas (novamente) de madrugada no horizonte oriental do céu (e) seus braços saúdem teu ka. Ao reanimares os corações com tua beleza, vivi-se. Essa passagem do hino corrobora o surgimento de uma nova Tríade Divina: Eles vivem (quando) te ergues para eles, (pois) tu é que és a mãe e o pai daquilo criado por ti. Aqui percebemos o desenvolvimento da Tríade Solar Atonista ou Tríade Atonista, apresentada na religião de Amarna. As Tríades podem ser entendidas como uma espécie de casais divinos, tendo um terceiro deus como seu filho 26. Assim como cidade de Mênfis a Tríade era formada pelo deus Ptah, a deusas Sekhmet e seu filho o deus Nefertum; Tebas pelo deus Amon, a deusa Mut e o deus filho Khonsu; a Tríade da cidade de Akhetaton/Amarna era composta pelo deus Aton, o rei Akhenaton e a esposa real Nefertiti. Aton era o deus primordial criador, ao ser solarizado 27 absorveu as mesmas prerrogativas de Ra em seus hinos é identificado as divindades pertencentes ao processo do mito de criação, 24 BAINES, John. Sociedade, Moralidade e Práticas Religiosas. In: SHAFER, Byron E. (org). As Religiões no Egito Antigo: deuses, mitos e rituais domésticos. Tradução de Luis S. Krausz. São Paulo, Nova Alexandria, 2002, p BAINES, 2002, p GRALHA, 2002, p No proêmio do hino são mencionadas as divindades Ra Harakhty, Shu e o principio de Maat mesmo que esse último tenha sido esvaziado, restando apenas o sentido de verdade. Aton ao ser elevado a qualidade de deus primordial passou pelo processo de solarização. Como deus solar, demiurgo e criador do mundo que governa, estende seus raios sobre a terra, passando a assumir a condução do percurso solar e todas as prerrogativas 432

9 sendo elas Ra-Harakhty e Shu. Sendo Aton pai e mãe daquilo criado, o deus se apresenta sem uma deusa ou consorte nesse processo, provavelmente possuindo os aspectos masculinos e femininos da divindade 28. Na Tríade invertida 29 de Amarna como veremos no diagrama explicativo da figura 1 a ponta está no alto e representa o Aton, pai e mãe ao mesmo tempo, enquanto na base, bem mais visível, está o casal divino terrestre Akhenaton e Nefertiti 30 identificados por vezes com a teogonia de Heliópolis 31 pelo casal de deuses Shu e Tefnut, nascidos do deus primordial Atun-Ra, sem a participação de uma consorte 32. Figura 1: Diagrama das Tríades de Amon-Ra e Aton Fonte: Diagrama baseado no esquema apresentado por Julio Gralha. GRALHA, 2002, p Sem muitos mitos explicativos de certa forma os hinos ao Aton atuam como uma proposta de base mitológica explicativa para difusão da ideia de atuação do deus no processo solitário de criação a tese da Tríade Solar Atonista reforça o sentido de veneração e ação do casal Akhenaton e Nefertiti e em alguns momentos, suas filhas como deuses no plano terreno, visto que se tornavam o objetivo mais evidente de adoração como a cultura material pode apontar mediante as estelas nos oratórios domésticos da elite presente em Akhetaton 33. Ainda no que cabe chamar atenção para a passagem seguinte dentro do trecho do hino denominado por nós como A Tríade, observamos mais uma vez a relação feita com a ausência noturna do deus Aton e o sentido da morte. É certo que a ausência de explicações de cunho mitológico, bem como a trajetória do morto para o além, abrem diversas indagações e referentes à concepção da vida a partir de si mesmo. E nessa progressiva solarização, assimilou os elementos divinos das divindades citadas no proêmio do hino, tornando-se a manifestação visível do sol, garantindo a representação do domínio de forças que se podem manifestar em formas diversas, todas igualmente válidas 28 GRALHA, 2002, p CARDOSO, 2011, p CARDOSO, 2011, p CARDOSO, 2011, p

10 se tratando de Amarna, quase tudo respeitando os limites de temporalidade e os aspectos da religião egípcia parece possível por não se chegar a um consenso acerca dos reais objetivos e mudanças da reforma iniciada pelo faraó Akhenaton. Do ponto de vista histórico que articula com as ciências voltadas para a arqueologia e egiptologia pois é o que cabe dentro de nossa perspectiva de análise Akhenaton não deixou muito claro a forma como concretizaria o caminho para o pós-morte. Contudo, é preciso ler as entrelinhas de nossa documentação e correlacionar aos vestígios arqueológicos e a historiografia religiosa para que se possa compreender em termos de história egípcia o sentido ao qual essa passagem do Pequeno Hino, também pode representar um princípio de entendimento do que Akhenaton queria atribuir sobre seu pensamento acerca do além. (Quando) repousas no horizonte ocidental do céu, eles jazem à maneira daquele que está morto: suas cabeças estão cobertas e suas narinas estão bloqueadas,(...). A noite caótica permite que forças malignas possam atingir os vivos. O tempo cíclico é o que melhor se encaixa na definição de Amarna, desta forma os mortos bem abençoados podem ocupar a mesma temporalidade que os vivos, até que o Aton reapareça no céu gerando o dia benéfico. A religião funerária egípcia tinha como principal proposta à vida eterna, que poderia ser alcançada por meio das várias concepções de além-túmulo formuladas pelos sacerdotes ao longo dos séculos. Mas isso tudo dependia de uma preparação, que incluía o embalsamamento e a realização de cerimônias funerárias, que estavam acessíveis a todos que pudessem custeálas 34. A perpetuidade da alma e a guarda da memória do morto representaram através da mumificação e das cerimônias fúnebres, bem como a manutenção das oferendas ofertadas ao morto ou aos mortos o alto grau mítico dos egípcios antigos, que buscavam formas de preservar o corpo e a memória para o renascimento da nova vida. De uma forma geral a mumificação consistia em envolver o corpo do morto com faixas de linho através do embalsamamento acompanhadas de resina. As vísceras eram retiradas e acomodadas em vasos canópicos 35. O uso do natrão 36 no corpo do morto aumentou a preservação, enquanto, mais uma vez, a resina dava conta de harmonizar a aparência do falecido, possibilitando pintar e decorar as feições do morto. A concepção egípcia é de ressurreição (renascimento no mesmo corpo). A mumificação era o que eternizava, conservando o corpo físico para que na próxima vida, o morto pudesse renascer e ascender na morada dos deuses após passar pelo 34 SANTOS, Moacir Elias. Caminho para a eternidade: as concepções de vida post-mortem real e privada nas tumbas do Reino Novo a.c. Rio de Janeiro: UFF. Tese de Doutorado em História Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História. 2012, p Mistura natural que contem Carboneto, Bicarboneto, Sulfato e Cloreto de sódio. 434

11 julgamento de Osíris. Ao que tudo indica, o principio de mumificação se manteve no período de Amarna: os mortos continuavam a ser enterrados com shabtis (se bem que sem a conotação de serem essas estatuetas substitutos do morto para as corvéias do reino de Osíris) 37. Esse processo desmitologizado ao qual Akhenaton insere a reforma de Amarna, suprimindo o mundo Osiriano e o trajeto do Sol noturno, tornam em evidencia a dependência dos egípcios do período amarniano para com seu rei 38. Na iconografia de Amarna os mortos os da família real (princesa Meketaten, na tumba real de Amarna) e os outros deixam de ser representados com aparência mumiforme e adquirem o aspecto e a indumentária de pessoas vivas (embora o sarcófago mesmo possa aparecer, representado de fora) 39. A relação de dependência dos egípcios com Akhenaton, na medida em que o faraó seria o intermediário da humanidade junto ao Aton, pode ser observada na análise de um shabti do militar ajudante de ordens, Hat 40 : (...) expressa-se o desejo de que o morto disponha de uma permanência exaltada (lit.: um tempo de vida alto) no belo ocidente e de (libações de) água fresca, vinho e leite na mesa de oferendas de sua tumba, se bem que o inicio da inscrição seja ortodoxo no sentido amarniano: Uma oferenda que o rei faz ao Aton vivo, que ilumina cada terra com sua beleza (para que) ele dê o doce alento do vento do norte a Hat. 41 Para que o deus Aton atingisse o morto, era necessário prestar libações e oferendas para ao monarca, desta forma Akhenaton garantiria que o Aton tocaria o falecido e ele renasceria, reforçando a hipótese que Gralha levanta sobre Akhenaton substituir o deus Osíris, em relação a condução e julgamento do morto no Duat, pois somente Akhenaton e por vezes, Nefertiti conhecia o deus Aton e para tanto, somente ele poderia ensinar como atingilo ou intermediar o renascimento dos mortos. A representação das tumbas em Amarna ao leste revela um importante aspecto do que Akhenaton propôs para a existência post mortem 42, enfatizando o fator simbólico para que Aton pudesse tocar os mortos e proporcionar o princípio do sustento (o ka), bem como reanimar o ib (coração) dos vivos que se encontravam segundo o hino à maneira daquele que está morto, garantindo o movimento através do retorno do ba. 37 CARDOSO, 2011, p SANTOS, 2012, p CARDOSO, 2011, p Ibid, idem, p Peça do Shabti conservada no Museu do Cairo. Consultado em CARDOSO, 2011, p SANTOS, 2012, p

12 As tumbas amarnianas funcionam como uma espécie de pequenos templos solares dotados de colunas 43. Nesse sentido como apontado por Santos: Numas das paredes da tumba real há um relevo do sol sendo adorado 44. O sol ao surgir no horizonte atingiria com seus raios o templo 45, que aparece sem os muros, e a cidade, de forma que tudo o que é visível é inundado pela luz do sol 46 projetando o sentido de que as tumbas seriam o lugar do sono noturno dos mortos 47 e Aton ao levantar brilhante até que aconteça que te ergas (novamente) de madrugada no horizonte oriental do céu no céu, tocaria os indivíduos dotando-os de vida como fica melhor apresentado pelo Grande Hino, que o deus Aton com seus raios é capaz de penetrar os embriões, o ovo, o rio e fazer viver as criaturas. Nessa perspectiva torna-se evidente a relação do faraó Akhenaton com o deus Aton, pois o local de inumação do faraó tinha uma importância fundamental para os egípcios vivos e mortos, visto que Aton se reuniria primeiramente com ele em sua tumba e, desta forma, asseguraria o renascimento do sol para continuar a vida para toda a criação 48 seus braços saúdam teu ka. Ao reanimares os corações com tua beleza, vivi-se. O CULTO (Quando) proporcionas os teus raios, cada terra festeja: cantores e músicos gritam de alegria na larga (esplanada) do Castelo do Benben, teu templo em Akhetaton, o lugar da verdade onde gostas de estar. Alimentos e provisões estão depositados em seu interior. Teu filho, purificado, realiza aquilo que louvas. Ó Aton, vivo em tuas aparições, tudo aquilo que criaste dança diante de ti (e) teu nobre filho exulta, seu coração alegre. Em seu aspecto de deus criador, Aton encontra na cidade de Akhetaton o seu templo 49, o seu lugar de predileção 50. A passagem corrobora a disposição do culto ao deus Aton, sendo festejado pelo aparecimento no céu pela manhã e distribuindo seus raios tornando forte e alegre a vida; Aton é recebido com cantores e músicos que regozijam em intensa alegria ao contemplar o deus, sendo depositadas oferendas ao Aton alimentos e provisões no interior do templo para que o Aton vivo se alimente, promova a graça da vida e disperse o caos ao longo do dia que o sol se faz presente. A partir de sua aparição no seu local sagrado, sendo uma particularidade do Pequeno Hino ao Aton, a cidade de Akhetaton é abordada como palco para a contemplação, veneração do deus Aton e nas palavras de Chapot: A relação da 43 CARDOSO, 2011, p SANTOS, 2012, p CARDOSO, 2011, p SANTOS, 2012, p CARDOSO, 2011, p

13 deidade amarniana com a cidade de Akhetaton só é abordada neste trecho da composição menor e não é mencionada no Grande Hino 51. Essa prática diária de culto ao Aton é evidenciada no Pequeno Hino, sendo principalmente feita pelo monarca Akhenaton, destacando o caráter de único sacerdote capaz de fazer oferendas ao seu pai divino em Akhetaton 52. Akhenaton reafirma a função do faraó desde o seu nascimento, como único oficiante do culto. A relação religiosa existente em Amarna feita entre o rei e a sua divindade de culto é muito determinante ao expressar que o papel do rei é mais crucial para a manutenção da ordem do que o de qualquer divindade tomada individualmente 53, pois é o faraó quem realiza o culto dos deuses, ou seja, ele é responsável por oferecer-lhes uma parte daquilo que a terra produz em abundância 54 para o episódio de Amarna, entende-se que o faraó Akhenaton na figura de sacerdote, presta culto exclusivamente ao deus Aton e consequentemente, os súditos prestam culto ao monarca e em alguns momentos, dispõem culto a família real. A IMAGEM DO ATON Ó Aton vivo, que se compraz no céu diariamente (e) gera seu nobre filho, o único (filho) de Ra à sua imagem (lit. como seu aspecto), incessantemente (lit. inexistente o ato de fazer cessação), o Filho de Ra, que sua perfeição exalta, Neferkheperura Uaenra. Eu é que sou o teu filho, útil a ti, aquele que exalta o teu nome. Tua força (e) teu poder permanecem em meu coração. Tu é que és o Aton, vivo, a eternidade é a tua imagem. Tu criaste o céu distante para nele te alçares e para contemplares tudo o que criaste. (Embora) sejas único, em ti (está) a vida aos milhões para fazer viver os seres (lit. para fazê-los viver): o sopro de vida dirigi-se às narinas. Contemplar teus raios (é) existir. Cada flor vive, aquilo que cresce ma terra é revigorado porque brilhas. (Como que) embriagados diante de tua face, todos os animais de pequeno porte saltitam sobre suas patas; os pássaros, que estavam no ninho, levantam vôo devido à alegria (e) suas asas, que estavam fechadas, abrem-se em adoração ao Aton vivo, (àqueles) que os criou. O trecho é bem claro ao estabelecimento da semelhança do faraó Akhenaton com seu pai divino, o deus amarniano Aton. Aqui enfatiza-se a comparação e exaltação do único filho de Ra como imagem de seu pai, através da interação direta com a deidade, sendo seu único filho útil aos propósitos do deus e responsável pela exaltação máxima e exagerada de seu nome, bem como suas ações sobre a terra. Nas linhas da tradução que se seguem ao final do Pequeno Hino, percebemos mais uma vez a questão naturalista de criação empregada ao louvor para o deus. Aton concede a vida, revive sua criação que se satisfaz em alegria ao contemplar o radiante deus em seu curso diurno diário. Nesse contexto também são omitidas 51 CHAPOT, Gisela. A família real amarniana e a construção de uma nova visão de mundo durante o reinado de Akhenaton ( a.c). Niterói: UFF. Tese (Doutorado) Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. Departamento de História, vol. I e II, 2015, p BAINES, 2002, p Ibid, idem, p

14 as tensões e preocupações com a dor e as angustias cotidiana, como se o dia manifesta-se em grandeza capaz de dispersar qualquer abalo consequente da instabilidade promovidas pela noite caótica. 4. Conclusão A religião dos antigos egípcios consiste na base fundamental para construir os pilares de sustentação da civilização egípcia antiga, como fundamento necessário para moldar o pensar sobre a compreensão da estrutura de organização dessa sociedade, pois a religião estava inserida em todos os aspectos da vida desse povo. A postura do sistema religioso como parte de um contexto condutor das ações diárias, encontra compreensão no mito, pois o mito explicava o mundo descrevendo, em cada caso, como um fato se dera pela primeira vez 55, enfatizando a percepção egípcia como um sentido cíclico do tempo e do universo, (...) o conhecimento (mítico) do passado das coisas permitiria, pois, entender o seu desenrolar atual e futuro 56, ou seja, tudo estaria pré-estabelecido pelas divindades, comandando e justificando o desejo do homem. Tento como base documental o Pequeno Hino ao Aton, foi possível levantar questionamentos ao documento para compor a compreensão sobre os elementos constitutivos que abarcam o desenvolvimento e estruturação da religião de Amarna. Enfatizando em nossa análise que através da documentação escolhida para esse estudo, somada a historiografia, o suporte teórico e metodológico aplicados ao trabalho, bem como o diálogo com outros documentos citados ao longo dessa pesquisa, é possível demonstrar e perceber como os egípcios antigos se relacionavam com o universo religioso e buscavam formas de sanar possíveis instabilidades geradoras do caos, e ao que diz respeito de nosso objeto de estudo, a religião de Amarna foi marcada por instabilidades, super exaltação da figura do monarca, uma crença de caráter elitista e que se estruturava apenas a luz do dia, ao poder potente do dos raios solares que se renovavam a cada manhã abençoada pelo deus Aton. Abrindo o diálogo sobre a divindade escolhido por Akhenaton para ser o deus demiurgo criador que brilharia no horizonte do disco solar, absorvendo as prerrogativas de outras divindades do processo de criação e somente aqueles que acreditassem na verdade do Aton e diversas vezes através de oferendas ofertadas ao faraó Akhenaton, seriam tocados pelos raios solares do criador e renasceriam numa outra vida outrora pensada e ensinada mesmo vaga de ensinamentos, a expressão da reforma de Amarna demonstrava o que o rei 55 CARDOSO, Ciro Flamarion S. O Egito Antigo. São Paulo, Brasiliense, 2ª ed, 2012, p

15 Akhenaton compreendia ser a forma correta de religião pelo representante terrestre do deus Aton, o monarca Akhenaton corroborando a relação estreita entre o rei e divindade. 5. Referências Bibliográficas Documentação Primária: Pequeno Hino ao Aton (Material não publicado) Tradução e Transliteração por CARDOSO, Ciro Flamarion S. Documentação Secundária: ARAÚJO, Emanuel. Escrito para a Eternidade: A Literatura no Egito Faraônico. Brasília: Editora UNB; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, BAINES, J. & MÁLEK, J. O mundo egípcio: deuses, templos e faraós. Madrid: Ediciones Del Prado, 2 v; BAINES, John. Sociedade, Moralidade e Práticas Religiosas. In: SHAFER, Byron E. (org). As Religiões no Egito Antigo: deuses, mitos e rituais domésticos. Tradução de Luis S. Krausz. São Paulo, Nova Alexandria, CANDIDO, Mª Regina. Novas Perspectivas sobre a aplicação metodológica na História Antiga. In: A Busca do Antigo. Rio de Janeiro: NAU Editora, 2011, p CARDOSO, Ciro Flamarion S. De Amarna aos Ramsés. Rio de Janeiro:7Letras, Revista Phoînix/UFRJ, ano VII, CARDOSO, Ciro Flamarion S. Uma reflexão sobre a importância da transcendência e dos mitos para as religiões a partir do episódio da reforma de Amarna, no antigo Egito. PLURA, Revista de Estudos de Religião, vol. 2, nº 1, CARDOSO, Ciro Flamarion S. O Egito Antigo. São Paulo, Brasiliense, 2ª ed, CHAPOT, Gisela. A família real amarniana e a construção de uma nova visão de mundo durante o reinado de Akhenaton ( a.c). Niterói: UFF. Tese (Doutorado) Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia. Departamento de História, vol. I e II, GUEDES, Danielle. O DISCO SOLAR EM AMARNA: A RELAÇÃO DO FARAÓ AKHENATON COM O DEMIURGO DEUS ATON (c a.c.). Revista Diversidade Religiosa, João Pessoa UFPB, v. 8, n. 1, 2018, pp GRALHA, Julio Cesar Mendonça. Deuses, faraó e o poder: Legitimidade e Imagem do deus dinástico e do monarca no Antigo Egito. Rio de Janeiro: Barroso Produções Editoriais, GRANDET, Pierre (ed. e trad.). Hymnes de la religion d Aton. Paris: Seuil,

16 LE GOFF, Jacques. História e Memória. Tradução de Bernardo Leitão. São Paulo, Editora da UNICAMP, PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. Belo Horizonte: Autêntica, 2ª ed.; 2ª reimp.; REIS, José Carlos. O desafio historiográfico. Rio de Janeiro: Editora FGV. Coleção FGV de Bolso: Série História, SANTOS, Moacir Elias. Caminho para a eternidade: as concepções de vida post-mortem real e privada nas tumbas do Reino Novo a.c. Rio de Janeiro: UFF. Tese de Doutorado em História Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História

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