PNAC. Programa Nacional para as Alterações Climáticas

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1 PNAC Programa Nacional para as Alterações Climáticas

2 PNAC Programa Nacional para as Alterações Climáticas apambiente.pt

3 Título Programa Nacional para as Alterações Climáticas 2020/2030 Equipa Técnica APA Grupo de Trabalho PNAC Eduardo Santos; Ana Paula Rodrigues; Ana Daam; José Paulino, Joana Vieira da Silva Constituído ao abrigo do Despacho n.º 2441/2014 de 14 de fevereiro do Sr. Secretário de Estado do Ambiente Júlia Seixas (Lasting Values) Coordenação na vertente técnica ao nível da elaboração de cenários e pressupostos para projeção de emissões de gases com efeito de estufa; Eduardo Santos (APA) Coordenação; Fernando Teigão dos Santos (Gab. Secretário de Estado do Ambiente); Bruno Simplício (APA); Inês Trindade (APA); Susana Escária (Secretaria-Geral do MAOTE); João Bernardo (DGEG); Marta Afonso (DGT); Teresa Avelar (GPP do MAM); Emília Paula Silva (ICNF); Ana Paula Dias (ICNF); Margarida Roxo (IMT) Equipa Técnica Projeções Júlia Seixas (Lasting Values); José Eduardo Barroso (Lasting Values); Sandra Martinho (Lasting Values); Pedro Baptista (Lasting Values); Patrícia Fortes (CENSE FCT UNL); Luís Dias (CENSE FCT UNL); João Gouveia (CENSE FCT UNL); Francisco Ferreira (CENSE FCT UNL); Pedro Gomes (CENSE FCT UNL); Hugo Tente (CENSE FCT UNL) Lasting Values, Consultoria em Gestão e Ambiente, Lda. CENSE Center for Environmental and Sustainability Research Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa Contributos adicionais Edição António Alvarenga (APA); Carla Aleixo Martins (DGEG); Clara Lopes (GPP do MAM); Cláudia Costa (GPP do MAM); Conceição Ferreira (ICNF); Cristina Cardoso (DGEG); Dília Jardim (APA); Filomena Boavida (APA); Hugo Costa (GPP do MAM); Ludovina Caldeira (DGAE do ME); Paula Gomes (DGEG); Paulo Canaveira (Denários APA); Susana Barradas (GPP do MAM) Agência Portuguesa do Ambiente Data Maio de

4 Programa Nacional para as Alterações Climáticas 2020/2030 Índice 1. INTRODUÇÃO... 8 PARTE A: VISÃO E OBJETIVOS DA POLÍTICA DE MITIGAÇÃO NO HORIZONTE 2020/ VISÃO E OBJETIVOS TRAJETÓRIAS DE BAIXO CARBONO NO HORIZONTE 2020/ Análise do cumprimento dos compromissos nacionais para Análise do cumprimento dos objetivos nacionais para Objetivos setoriais da política de mitigação 2020/ Conclusões 35 PARTE B: POLÍTICAS E MEDIDAS DE BAIXO CARBONO POLÍTICAS E MEDIDAS DE BAIXO CARBONO Sistema Nacional de Políticas e Medidas Opções de Políticas Medidas identificadas Transportes e mobilidade Edifícios de serviços e residenciais Indústria Resíduos e águas residuais Agricultura Uso do solo, alteração do uso do solo e florestas Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDI) Conhecimento, informação e sensibilização Administração Pública Cidades sustentáveis Financiamento

5 PARTE C: EMISSÕES E PROJEÇÕES 2020/ EVOLUÇÃO DAS EMISSÕES NO PERÍODO PROJEÇÕES DE EMISSÕES NO PERÍODO Metodologia Cenários socioeconómicos Cenários de Política Trajetórias de emissões de gases com efeito de estufa Tendências globais de emissões de GEE nos cenários estudados Viabilidade económica da descarbonização do sistema energético Análise setorial Configuração do sistema energético nacional Sector electroprodutor Transportes e mobilidade Serviços Residencial Indústria Gases Fluorados Resíduos e águas residuais Agricultura Uso do solo, alteração do uso do solo e florestas

6 Índice de Figuras Figura 1: Trajetória de emissões nacionais entre 1990 e 2012 incluindo contributo CELE e Não-CELE Figura 2: Evolução das emissões nacionais, PIB e intensidade carbónica (1990=100%) entre 1990 e Figura 3: Metas da UE e nacionais no âmbito do pacote energia-clima Figura 4: Metas da UE no âmbito do pacote energia-clima Figura 5: Trajetórias de Emissões nacionais não-cele no horizonte 2020/ Figura 6: Trajetórias de emissões nacionais de GEE estabelecidas no âmbito do Compromisso para o Crescimento Verde e trajetórias de emissões resultantes dos diferentes cenários de política considerados na modelação do PNAC Figura 7: Trajetórias de emissões nacionais de gee estabelecidas no âmbito do Compromisso para o Crescimento Verde e trajetórias de emissões setoriais estabelecidas no pnac para os setores não-cele no horizonte 2020/ Figura 8: Estrutura organizativa das opções de políticas e medidas identificadas - eixos setorial e transversal Figura 9: Evolução das emissões nacionais face a Figura 10: Emissões nacionais por setor Figura 11: Repartição das emissões nacionais de GEE em Figura 12: Cumprimento da meta de Quioto em termos de regras de contabilidade do Protocolo de Quioto Figura 13: Evolução de indicadores socio-económicos 2005= Figura 14: Estrutura sectorial dos VABs para Figura 15: Procura de serviços de energia para o sector dos serviços (índice 2005 =100) Figura 16: Procura de serviços de energia no sector doméstico (índice 2005 =100) Figura 17: Procura para sectores industriais selecionados Figura 18: Procura de mobilidade de passageiros e mercadorias (em cima), e desagregado por procura de passageiros privado e publico (em baixo à esq.) e procura de mercadorias rodoviário e ferroviário (em baixo à dir.) Figura 19: Preços de importação de energia primária (Fonte: EC, 2013) Figura 20: Trajetórias de emissões de GEE nos cenarios de política considerados Figura 21: Trajetórias de emissões nos Cenários Baixo para os [REF], [REFaj] e [REFaj+] Figura 22: Trajetórias de emissões nos Cenários Alto para os [REF], [REFaj] e [REFaj+] Figura 23: Evolução das emissões dos setores CELE e Não-CELE Figura 24: Consumo de energia primária, recursos endógenos em valores positivos e balanço líquido de recursos importados em negativos, para o cenário [REF]

7 Figura 25: Consumo de energia primária, recursos endógenos em valores positivos e balanço líquido de recursos importados em negativos, para o cenário [REFaj+] Figura 26: Produção de eletricidade centralizada no [REF] Figura 27: Produção de eletricidade centralizada no [REFaj] Figura 28: Produção de eletricidade centralizada no [REFaj+] Figura 29: Consumo de energia final nos transportes no [REFaj] e % de renováveis nos transportes Figura 30: Estrutura do consumo de energia final no sector dos transportes em 2010 e 2030 para o cenário [REFaj] Figura 31: Indicadores de atividade, consumo de energia e factor de emissão para o transporte rodoviário ligeiro de passageiros (não inclui motos) no cenário [REFaj]. (Linha a tracejado: CB; linha a cheio: CA) Figura 32: Atividade dos veiculos rodoviários ligeiros de passageiros no cenário [REFaj], para os cenário baixo (esq) e alto (dir) Figura 33: Redução de emissões de GEE induzidas pelo preço de CO2 nas emissões geradas pelas atividades fora do CELE Figura 34: Consumo de energia final nos serviços no [REFaj] alto. A componente RES inclui a eletricidade de fonte renovável Figura 35: Evolução esperada da estrutura da energia final nos serviços em 2010 e 2030 para o cenário [REFaj] (Alto) Figura 36: Estrutura da energia final nos serviços em 2030 para o cenário [REFaj+] (Alto) Figura 37: Consumo de energia final no sector residencial no [REFaj] alto. A componente RES inclui a eletricidade de fonte renovável Figura 38: Evolução esperada da estrutura da energia final no residencial em 2010 e 2030 para o cenário [REFaj] (Alto) Figura 39: Resíduos Urbanos Níveis de Actividade - Cenário [Ref] Figura 40: Resíduos Urbanos Níveis de Actividade - Cenário [Refaj+] Figura 41: Evolução da Carga Orgânica Total considerada no cenário [REF] Figura 42: Águas Residuais Domésticas: Níveis de atividade no cenário [REF] (cenário baixo)

8 Índice de Quadros Quadro 1: Emissões nacionais entre 1990 e 2012 (Mt CO 2e ) Quadro 2: Emissões nacionais entre 1990 e 2012 em relação aos níveis de 2005 (2005=0%) Quadro 3: Síntese dos resultados das emissões e projeções nacionais (Mt CO 2e ) Quadro 4: Síntese dos resultados das emissões e projeções nacionais (2005=0%) Quadro 5: síntese dos objetivos e metas do Compromisso para o Crescimento Verde relacionados com política climática Quadro 6: Análise do cumprimento dos compromissos nacionais para Quadro 7: Análise do cumprimento dos objetivos nacionais para Quadro 8: Síntese dos resultados das emissões nacionais e setoriais (Mt CO 2e ) Quadro 9: Síntese dos resultados das emissões nacionais e setoriais (2005=0%) Quadro 10: Objetivos setoriais PNAC para setores não-cele face a Quadro 11: Evolução esperada do peso relativo dos setores CELE e não-cele nas emissões nacionais Quadro 12: Políticas e medidas para o setor Transportes e mobilidade Quadro 13: Políticas e medidas para o setor residencial e serviços Quadro 14: Políticas e medidas para o setor indústria Quadro 15: Políticas e medidas para o setor resíduos e águas residuais Quadro 16: Políticas e medidas para o setor agricultura Quadro 17: Políticas e medidas para o setor uso do solo alteração do uso do solo e florestas Quadro 18: Políticas e medidas investigação, desenvolvimento e inovação Quadro 19: Políticas e MEDIDAS conhecimento, informação e sensibilização Quadro 20: Políticas e medidas administração pública Quadro 21: Políticas e medidas cidades sustentáveis Quadro 22: Avaliação de cumprimento do Protocolo de Quioto no período Mt CO 2e Quadro 23: Indicadores sócioeconómicos utilizados no exercícios de projeção Quadro 24: Curvas de custo para o recurso biomassa importada Quadro 25: Cenários de política considerados Quadro 26: Pressupostos dos cenários de sensibilidade Quadro 27: Reduções face aos níveis de Quadro 28: Reduções face aos níveis de

9 Quadro 29: Emissões dos setores CELE e não-cele (MT CO 2e ) Quadro 30: Redução dos setores CELE e não-cele face aos níveis de 2005 (2005=0%) Quadro 31: Diferença de custos de investimento e totais para os cenários [REFaj] e [REFaj+], comparativamente ao [REF] Quadro 32: Diferença face ao cenário [REF] dos custos líquidos das importações para as várias formas de energia primária

10 1. INTRODUÇÃO O 5.º Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) salienta que as evidências científicas relativas à influência da atividade humana no sistema climático são mais fortes do que nunca e que o aquecimento global do sistema climático é inequívoco. O IPCC destaca a enorme probabilidade das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) serem a causa dominante do aquecimento observado no século 20 indicando que a manutenção dos níveis atuais de emissões de GEE provocará um aumento da temperatura do sistema climático aumentando a probabilidade de impactes irreversíveis para as populações e ecossistemas. É necessário agir agora para evitar os piores dos seus impactes expectáveis e os custos associados à adaptação das nossas sociedades e economias a esses impactes. Os custos da inação são superiores no médio e longo prazo, podem reduzir as opções de mitigação e adaptação no futuro e podem colocar em causa o sucesso em limitar o aumento da temperatura média global a um máximo de 2ºC sobre a média pré-industrial. Este desafio político, subscrito por Portugal e pela União Europeia (UE), é um desafio de longo prazo, sendo que apenas reduções globais de emissões programadas a longo prazo pelo menos num horizonte até 2050 na ordem dos 50% em relação aos valores atuais, permitirão repor a humanidade numa trajetória compatível com aquele objetivo. Portugal assume a convicção política, científica e técnica de que as alterações climáticas são uma realidade e uma prioridade nacional, face aos seus impactos futuros sobre a nossa sociedade, economia e ecossistemas. O Programa Nacional para as Alterações Climáticas 2020/2030 constitui parte da resposta aos desígnios de uma política climática ambiciosa assumida no quadro de uma estratégia de desenvolvimento assente no crescimento verde e corporizada no Quadro Estratégico para a Política Climática (QEPiC) de que o PNAC é uma peça fundamental. O estabelecimento de um novo instrumento para acompanhamento de políticas e medidas e projeções o Sistema Nacional de Políticas e Medidas (SPeM) a renovação de instrumentos existentes como sejam o Sistema Nacional de Inventário de Emissões por Fontes e Remoção por Sumidouros de Poluentes Atmosférico (SNIERPA) e o Fundo Português de Carbono (FPC) 8

11 constituem peças fundamentais para reforçar a integração da política climática nas políticas setoriais. Este documento é composto por 3 partes. Na Parte A são apresentados a visão, os objetivos do PNAC e as linhas de orientação da política de mitigação. São ainda estabelecidos objetivos setoriais, bem como a organização institucional da política de mitigação. Na Parte B são identificadas opções de políticas e medidas setoriais a desenvolver no âmbito dos trabalhos do SPeM, tendo por base as linhas de orientação da política climática, os resultados da modelação efetuada, a identificação do potencial de redução custo-eficaz e as linhas de orientação de políticas setoriais relevantes. Na Parte C apresentam-se os resultados da modelação efetuada no sentido de identificar o potencial custo-eficaz de redução de emissões e as opções tecnológicas adequadas para esse efeito. 9

12 PARTE A: VISÃO E OBJETIVOS DA POLÍTICA DE MITIGAÇÃO NO HORIZONTE 2020/

13 2. VISÃO E OBJETIVOS O Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC) é um dos elementos que constituem o Quadro Estratégico para a Política Climática (QEPiC) que assumiu como visão o desenvolvimento de uma economia competitiva e de baixo carbono, estabelecendo um novo paradigma de desenvolvimento para Portugal num contexto de Crescimento Verde. O PNAC centra-se na vertente de mitigação da política climática e engloba todos os setores da economia nacional. Identifica objetivos de política climática alinhados com o potencial custoeficaz de redução de emissões para assegurar a manutenção do país numa trajetória de baixo carbono. Uma vez que as emissões dos setores abrangidos pelo Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) estão já reguladas por este instrumento comunitário, o PNAC incide prioritariamente sobre os setores não abrangidos pelo CELE (não-cele) dado que é nestes setores que as políticas públicas nacionais terão maior influência e impacte, sem descurar a relevância e o papel que aquelas políticas podem desempenhar nos setores CELE. O PNAC assume um carácter de compilação de outros instrumentos existentes (um plano de planos ) e constitui um quadro de referência dinâmico para a identificação e definição de políticas e medidas setoriais, assente na avaliação ex-ante e ex-post das mesmas, na vertente de baixo carbono. Constituem objetivos do PNAC: i. Promover a transição para uma economia de baixo carbono, gerando mais riqueza e emprego, contribuindo para o crescimento verde; ii. Assegurar uma trajetória sustentável de redução das emissões nacionais de gases com efeito de estufa (GEE) de forma a alcançar uma meta de -18% a -23% em 2020 e de - 30% a -40% em 2030 em relação a 2005, garantindo o cumprimento dos compromissos nacionais de mitigação e colocando Portugal em linha com os objetivos europeus; iii. Promover a integração dos objetivos de mitigação nas políticas setoriais (mainstreaming). O PNAC contribui igualmente para os objetivos assumidos pelo QEPiC: i. Estimular a investigação, a inovação e a produção de conhecimento; 11

14 ii. Envolver a sociedade nos desafios das alterações climáticas, contribuindo para aumentar a ação individual e coletiva. A maturidade alcançada pela política climática a nível nacional permite evoluir para uma abordagem mais dinâmica de planeamento promovendo o envolvimento e a responsabilização dos diversos setores, tendo como objetivo a integração da política climática de mitigação nas políticas setoriais. Assim, é constituído o Sistema Nacional de Políticas e Medidas (SPeM), descrito em maior detalhe na Parte B do presente documento, no sentido de promover uma maior definição das políticas e medidas e o seu acompanhamento e integração. O SPeM dá ainda resposta a um requisito estabelecido a nível comunitário 1, assegura a gestão do processo de definição de políticas e medidas e de elaboração de projeções e promove a articulação entre o inventário nacional e as projeções de emissões. Através do SPeM, os setores podem identificar em maior detalhe as políticas e medidas a implementar no horizonte 2020 e Desta forma, o PNAC: i. Estabelece linhas de orientação para políticas e medidas setoriais com base no potencial de redução de emissões custo-eficaz identificado na modelação efetuada; ii. iii. Define metas setoriais que consubstanciam os objetivos de redução de emissões nacionais decorrentes do Compromisso para o Crescimento Verde (CCV) e previstas no QEPiC; Identifica um conjunto de opções de políticas e medidas setoriais com potencial custoeficaz, a desenvolver no âmbito dos trabalhos do SPeM, o qual assegura a operacionalização e responsabilização setorial na sua implementação. Para esta evolução no sentido de uma maior integração e responsabilização dos setores é fundamental o acompanhamento próximo das tutelas setoriais ao nível de membros do Governo, papel que deverá ser assegurado por uma Comissão Interministerial para o ar e alterações climáticas, conforme referido no QEPiC. 1 Designadamente no âmbito do Regulamento (UE) n.º 525/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de maio de 2013 (MMR), relativo à criação de um mecanismo de monitorização e de comunicação de informação sobre emissões de GEE e de comunicação a nível nacional e da União de outras informações relevantes no que se refere às alterações climáticas. 12

15 O PNAC dirige-se fundamentalmente aos setores da Administração Pública, bem como às Administrações Regional e Local, às quais compete a conceção e implementação das políticas públicas de âmbito nacional, regional e local, e que nelas deverão integrar um conjunto de preocupações e procedimentos que contribuam para assegurar, nas respetivas competências e domínios de atuação, uma trajetória de baixo carbono. Paralelamente, e ao constituir-se ainda como um quadro de referência em matéria de informação, conhecimento e sensibilização, o PNAC dirige-se também a um conjunto alargado de partes interessadas, como sejam empresas, profissionais, organizações não-governamentais e cidadãos em geral, cujas atividades e comportamentos poderão contribuir, de forma mais ou menos direta, para mitigar os efeitos das alterações climáticas. 13

16 3. TRAJETÓRIAS DE BAIXO CARBONO NO HORIZONTE 2020/2030 Após um rápido crescimento das emissões de GEE verificado durante a década de 90 do século passado, Portugal atingiu o seu pico de emissões nacionais em , altura a partir da qual estas registaram um decréscimo significativo e sustentado, consolidando desde então uma trajetória de descarbonização da economia nacional. De facto, verificou-se em 2005 um aumento de emissões de cerca de 44% comparado com os níveis de Em 2012, no entanto, o aumento de emissões face a 1990 é de apenas cerca de 13% (o que representa um decréscimo de -22% face a 2005), traduzindo o processo de descarbonização referido. No âmbito do primeiro período de compromisso do Protocolo de Quioto e decorrendo da partilha de responsabilidades a nível comunitário ficou estabelecido que entre Portugal poderia aumentar as suas emissões em 27% em relação a Portugal assegurou o cumprimento deste objetivo essencialmente através da limitação de emissões de GEE em todos os setores da economia e do contributo do sequestro de carbono nas atividades de uso do solo, alterações do uso do solo e florestas (LULUCF). A trajetória desde 2005 permitiu dessa forma o cumprimento do Protocolo de Quioto. As políticas públicas sobre alterações climáticas são hoje parte integrante de um conjunto de políticas setoriais em Portugal. Com efeito, em áreas como a energia e a indústria abrangida pelo CELE, a dimensão carbono faz hoje parte das considerações estratégicas e económicas das empresas abrangidas. Na área agrícola e florestal verifica-se igualmente uma crescente consciencialização do importante contributo que o setor pode dar em termos de mitigação das emissões de GEE. Mesmo em áreas com desafios importantes como a dos transportes, foram dados alguns passos visando a descarbonização das frotas de veículos, como por exemplo na renovação das frotas e na introdução de veículos a gás natural em frotas urbanas de autocarros. Foi ainda criada uma rede piloto para a mobilidade elétrica e introduzidos regimes de apoio ao veículo elétrico. 2 Na verdade o valor mais elevado de emissões nacionais (sem contabilizar o setor LULUCF) foi registado em 2002 sendo que entre 1999 e 2006 os valores de emissões nacionais se mantiveram consistentemente acima dos 80 Mt CO 2e, assumindo os valores mais elevados em 2002 (88,2 Mt CO 2e ) e 2005 (87,8 Mt CO 2e ). 14

17 O Quadro 1, o Quadro 2 e a Figura 1 traduzem a evolução das emissões nacionais incluindo, a partir de 2005, o contributo dos setores CELE e dos setores não-cele. A Figura 2 traduz a dissociação entre emissões e PIB verificada desde QUADRO 1: EMISSÕES NACIONAIS ENTRE 1990 E 2012 (MT CO 2E) Mt CO 2e Total (sem LULUCF) CELE Não CELE Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente, National Inventory Report submetido a 20 de novembro de QUADRO 2: EMISSÕES NACIONAIS ENTRE 1990 E 2012 EM RELAÇÃO AOS NÍVEIS DE 2005 (2005=0%) 2005=0% Total (sem LULUCF) -31% -4% 0% -19% -22% CELE - - 0% -34% -31% Não CELE - - 0% -9% -15% Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente, National Inventory Report submetido a 20 de novembro de Para o período , a UE estabeleceu como objetivo comunitário uma redução de pelo menos 20% das emissões de gases com efeito de estufa, em relação a Neste âmbito os sectores abrangidos pelo CELE devem reduzir -21% das emissões face a 2005 e os restantes sectores -10% em relação a Foram ainda adotadas metas de 20% de energia de fontes renováveis no consumo final de energia e um aumento de eficiência energética de 20%. 15

18 1990=100% Emissões (Mt CO 2e ) 90,00 80,00 Meta Quioto 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 Emissões totais GEE Emissões CELE Emissões não-cele ,00 10,00,00 FIGURA 1: TRAJETÓRIA DE EMISSÕES NACIONAIS ENTRE 1990 E 2012 INCLUINDO CONTRIBUTO CELE E NÃO-CELE Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente, National Inventory Report submetido a 20 de novembro de % 140% 130% 120% 110% 100% 90% PIB Emissões (sem LULUCF) Intensidade carbónica 80% 70% 60% 50% FIGURA 2: EVOLUÇÃO DAS EMISSÕES NACIONAIS, PIB E INTENSIDADE CARBÓNICA (1990=100%) ENTRE 1990 E 2012 Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente, National Inventory Report submetido a 20 de novembro de

19 No âmbito da partilha de esforços de redução ou limitação do aumento das emissões entre os Estados-Membros, Portugal assumiu o objetivo de limitar o crescimento das emissões de GEE em +1% até 2020 (face a 2005) para os sectores que não estão abrangidos pelo CELE, sendo igualmente estabelecidos limites anuais para as emissões não-cele nesse período. Portugal assumiu ainda, no âmbito do pacote energia-clima de 2020, uma meta de 31% de energia de fontes renováveis no consumo final bruto de energia (FER), dos quais 10% nos transportes, um objetivo geral de eficiência energética (EE) de 25% (mais ambicioso que o objetivo de 20% estabelecido a nível da UE) e um objetivo específico de eficiência energética para a Administração Pública de 30% (Figura 3). Importa referir que estas metas de redução de emissões estão integradas no cumprimento conjunto da União Europeia, dos seus Estados- Membros e da Islândia do segundo período de cumprimento do Protocolo de Quioto. FIGURA 3: METAS DA UE E NACIONAIS NO ÂMBITO DO PACOTE ENERGIA-CLIMA 2020 Para o período as metas a nível da UE foram aprovadas no Conselho Europeu de outubro de 2014 no âmbito do pacote energia-clima para 2030, estabelecendo (Figura 4): i. Uma redução de emissões de pelo menos 40% em relação a 1990 (reduções de 43% no CELE e de 30% no não-cele comparado com os níveis de 2005); ii. Uma meta de pelo menos 27% de energia de fontes renováveis no consumo final bruto de energia em 2030; 17

20 iii. Uma meta indicativa de eficiência energética de 27%, a ser revista em 2020; iv. Uma meta para as interconexões energéticas de 15% da capacidade de interligação. FIGURA 4: METAS DA UE NO ÂMBITO DO PACOTE ENERGIA-CLIMA 2030 A meta de redução de emissões a nível da UE não foi ainda traduzida em metas ao nível dos Estados-Membros. Existem, no entanto, estimativas oficiosas de que esta meta poderia representar para Portugal níveis de redução para os setores não-cele entre -18% e -34% em relação aos níveis de 2005, em função dos diferentes pressupostos adotados, a saber: i. A repartição com base no critério PIB per capita, traduzindo o nível de desenvolvimento e a capacidade de investimento dos Estados-Membros implicaria um nível de redução de cerca de -18%; ii. iii. A repartição com base na trajetória custo-eficaz, traduzindo o potencial de redução dos Estados-Membros implicaria um nível de redução de cerca de -34%; A repartição com base numa abordagem mista entre os critérios PIB per capita e custoeficácia, tendo como ponto de partida a abordagem custo-eficaz ajustada à capacidade de investimento dos Estados-Membros implicaria um nível de redução de cerca de - 26%. 18

21 Estes valores são meramente indicativos constituindo apenas linhas de orientação para a negociação relativa ao pacote energia-clima 2030, a encetar após proposta legislativa a apresentar pela Comissão Europeia no seguimento das orientações políticas estabelecidas pelo Conselho Europeu de outubro de A Figura 5 apresenta as metas nacionais não-cele decorrentes do pacote energia-clima 2020 e o intervalo de valores estimados para a meta não-cele para 2030 atendendo aos critérios identificados acima. As metas de redução de emissões a nível da UE têm vindo a ser definidas em conformidade com a trajetória de redução identificada no Roteiro para a transformação da UE numa economia competitiva e de baixo carbono no horizonte de 2050, elaborado pela Comissão Europeia em março de Este Roteiro comunitário constitui a resposta ao compromisso assumido pelos líderes europeus, refletindo a maior responsabilidade histórica e a maior capacidade económica da UE, de adotar o objetivo ambicioso de redução das suas emissões internas em valores entre 80-95% em 2050, comparados com os níveis de Neste sentido, a trajetória identificada como sendo economicamente mais vantajosa para a UE, passa por reduzir as emissões europeias em 40% até 2030 e em 60% até 2040, comparativamente aos níveis de 1990, apontando para uma redução de 25% em Em resposta a este desafio assumido pela UE, Portugal elaborou em 2012 o seu Roteiro Nacional de Baixo Carbono (RNBC) visando identificar o papel que poderá vir a desempenhar, em linha com o potencial de redução nacional. O RNBC vem afirmar a viabilidade técnica e económica das reduções de emissões nacionais entre 50% e 60% em 2050 face às emissões registadas em Estes valores estão em linha com os objetivos europeus e com a convergência a longo prazo das emissões per capita a nível global, em torno das 2 toneladas de CO 2e /hab em Identifica ainda a existência de potencial de redução custo-eficaz em todos os setores. 19

22 Emissões (Mt CO 2e ) 1.º período CELE 1.º período do Protocolo de Quioto 2.º período do Protocolo de Quioto Pacote energia-clima 2020 Pacote energia-clima ,00 80,00 70,00 Emissões CELE ,00 Emissões não-cele ,00 Metas anuais relativas a emissões dos setores não-cele Meta Quioto (total de emissões nacionais) Meta não-cele (Meta Quioto ) 40,00 Intervalo de metas possível em 2030 relativas a emissões dos setores não-cele Meta não-cele (PIB per capita) 30,00 Meta não-cele (abordagem mista) 20,00 Meta não-cele (custoeficaz) 10,00, FIGURA 5: TRAJETÓRIAS DE EMISSÕES NACIONAIS NÃO-CELE NO HORIZONTE 2020/

23 No âmbito dos trabalhos do PNAC foi desenvolvido um exercício de projeção das trajetórias de atividade e respetivas emissões de GEE para os sectores de atividade no âmbito deste relatório, ou seja, o sistema energético (incluindo sectores de produção, transporte e consumo de energia), agricultura, resíduos e águas residuais e gases fluorados. Neste contexto, foram considerados dois cenários socioeconómicos, o cenário Alto (CA) e o Cenário Baixo (CB) 3 e três cenários de política com pressupostos ligeiramente diferenciadores entre si. A metodologia e os resultados obtidos são apresentados em detalhe na Parte C deste documento. Os resultados deste exercício permitem a análise do potencial de redução de emissões nacionais, confirmando-se a viabilidade técnica e económica de prosseguir numa trajetória de baixo carbono no horizonte 2020/2030, tal como identificado no RNBC. Com efeito, constata-se poderem ser alcançadas reduções globais de emissões de GEE de entre -38% e -41%, nos CA, e de -46% e -50% nos CB. As atividades incluídas no CELE mostram em qualquer dos cenários, um potencial de redução elevado em 2030 face aos níveis de 2005 (entre -49% a -56%, nos CA e de -58% a -65% nos CB), superior ao das atividades não-cele (-31% nos CA e de -37% a -39% nos CB). O Quadro 3 e o Quadro 4 apresentam uma súmula dos resultados da modelação efetuada em termos de redução de emissões no horizonte 2020/2030. QUADRO 3: SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS EMISSÕES E PROJEÇÕES NACIONAIS (MT CO 2E) Total (sem LULUCF) Mt CO 2e Alto Baixo CELE Não CELE Alto Baixo Alto Baixo Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente, National Inventory Report submetido a 20 de novembro de O CA traduz um crescimento do PIB de 3% ao ano entre 2020 e 2030 e o CB um crescimento do PIB de 1% ao ano no mesmo período, conforme descrito em maior detalhe na Parte C do presente documento. 21

24 QUADRO 4: SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS EMISSÕES E PROJEÇÕES NACIONAIS (2005=0%) 2005=0% Total (sem LULUCF) CELE Não CELE Alto -38% -41% Baixo -31% -4% 0% -19% -22% -31% -33% -46% -50% Alto - - 0% -34% -31% -39% -44% -49% -56% Baixo -58% -65% Alto -31% - - 0% -9% -15% -26% Baixo -37% -39% Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente, National Inventory Report submetido a 20 de novembro de A análise setorial das trajetórias de emissões confirma que todos os setores têm um potencial de redução de emissões de GEE significativo nos diferentes cenários de política analisados. A análise do comportamento dos diferentes setores nas condições estabelecidas para os diferentes cenários de política nos CA e CB ajudam a identificar fatores críticos, tendências e comportamentos dos setores no horizonte temporal considerado. Em particular verifica-se a existência de potencial custo-eficaz no horizonte 2020/2030 para: i. Alcançar reduções de emissões de GEE significativas em 2020 e 2030 face a 2005; ii. Alcançar reduções de emissões de GEE efetivas face a 1990 em 2030; iii. iv. Cumprir os objetivos de energias renováveis no consumo final de energia para 2020 por aplicação do respetivo quadro de política atual; Alcançar níveis mais significativos de penetração de renováveis através de investimento em solar; v. Superar, em 2020, os objetivos de eficiência energética estabelecidos a nível nacional e em 2030 a nível da UE. A prossecução de uma trajetória de baixo carbono, aprofundando a dissociação entre o crescimento económico e a emissão de GEE, possibilitará: 22

25 i. Prosseguir o objetivo de descarbonizar o consumo e a produção de energia, posicionando Portugal como um fornecedor de energia produzida a partir de Fontes de Energia Renovável para a UE; ii. Reduzir a dependência energética do país, contribuindo para a diversificação das fontes de energia, a redução dos desequilíbrios da balança comercial portuguesa e aumentar ou contribuir positivamente para a segurança do abastecimento; iii. Melhorar a competitividade da economia aumentando a eficiência das empresas através da aposta na eficiência energética e na eficiência na utilização de recursos; iv. Promover o transporte coletivo em alternativa à utilização do automóvel individual fomentando a transferência modal e garantindo um melhor funcionamento das redes de transporte coletivo; v. Promover a utilização de veículos mais eficientes, em particular através da mobilidade elétrica, criando condições para um uso mais alargado desta opção e para a constituição de um cluster industrial nesta área; vi. Assegurar uma perspetiva de mais longo prazo para orientação das políticas setoriais evitando perpetuar investimentos em tecnologias intensivas em carbono; vii. Promover a investigação, o desenvolvimento e a demonstração de tecnologias de baixo carbono; viii. Promover a eficiência no uso de recursos e a economia circular; ix. Assegurar práticas agrícolas sustentáveis e o reforço da capacidade de sequestro da floresta nacional; x. Contribuir para melhorar a qualidade do ar, sobretudo nas cidades, com impactes positivos na saúde pública. Importa neste âmbito destacar o Compromisso para o Crescimento Verde (CCV) que visa fomentar em Portugal um crescimento económico verde com impacte nacional e visibilidade internacional, estimulando as atividades económicas verdes, promovendo a eficiência no uso dos recursos e contribuindo para a sustentabilidade. O CCV vem concretizar esta dinâmica através do estabelecimento de um conjunto de metas quantificadas a atingir em 2020 e No contexto da política climática foram estabelecidas metas de emissões para a economia nacional no seu conjunto nos horizontes 2020 (-18% a - 23% face a 2005) e 2030 (-30% a -40% face a 2005). No CCV estão também definidos objetivos relativos a penetração de energias renováveis e de eficiência energética, mantendo as metas fixadas no quadro do pacote energia-clima

26 nesse horizonte, e assumindo para 2030 as propostas que Portugal apresentou em sede de negociação do pacote energia-clima 2030, conforme Quadro 5. QUADRO 5: SÍNTESE DOS OBJETIVOS E METAS DO COMPROMISSO PARA O CRESCIMENTO VERDE RELACIONADOS COM POLÍTICA CLIMÁTICA Objetivo* Reduzir as emissões de CO 2e (sem LULUCF) (Mt CO 2e ) Redução 30%-40% em relação a 2005 Reforçar o peso das energias renováveis (%) Aumentar a eficiência energética (tep/m PIB) 31% 40% Redução de 30% sobre baseline energética * Contingente a interligações Fonte: Compromisso para o Crescimento Verde, Versão para consulta pública, 15 de setembro de 2014 As metas de redução de emissões do CCV consubstanciam-se no potencial de redução de emissões nacionais realizada no contexto do presente PNAC. A meta para 2020 prevê a manutenção dos níveis de emissão de , o que manterá o país abaixo do limite de emissões no âmbito do pacote energia-clima 2020 e do 2.º período de cumprimento do Protocolo de Quioto. Em 2030 as metas estão perfeitamente alinhadas com o potencial de redução inferido dos trabalhos de modelação desenvolvidos no âmbito da preparação do PNAC. O QEPiC adotou as metas de redução de emissões de GEE fixadas no CCV. O PNAC assume a identificação de opções de política para dar cumprimento a estes objetivos de mitigação. A Figura 6 apresenta as trajetórias de emissões nacionais resultantes da modelação realizada. 24

27 Emissões (Mt CO 2e ) 1.º período CELE 1.º período do Protocolo de Quioto 2.º período do Protocolo de Quioto Pacote energia-clima 2020 Pacote energia-clima ,00 80,00 70,00 Meta Quioto (emissões nacionais, ) Trajetórias CCV 2020/2030 (emissões totais) Redução de emissões em 2020 (CCV): -18% a -23% face a 2005 Redução de emissões em 2030 (CCV): -30% a -40% face a ,00 Trajetórias de emissões totais modelação 50,00 40,00 30,00 Metas de emissões não-cele Trajetórias de emissões não-cele modeladas Intervalo de metas estimadas em 2030 relativas a emissões não- CELE 20,00 10,00, FIGURA 6: TRAJETÓRIAS DE EMISSÕES NACIONAIS DE GEE ESTABELECIDAS NO ÂMBITO DO COMPROMISSO PARA O CRESCIMENTO VERDE E TRAJETÓRIAS DE EMISSÕES RESULTANTES DOS DIFERENTES CENÁRIOS DE POLÍTICA CONSIDERADOS NA MODELAÇÃO DO PNAC 25

28 3.1. Análise do cumprimento dos compromissos nacionais para 2020 Existe potencial custo-eficaz para Portugal alcançar em 2020 reduções globais de emissões de GEE entre de -31% e -33% em relação a 2005 dependendo dos cenários de política considerados, de acordo com os resultados da modelação, cuja síntese consta do Quadro 3 e do Quadro 4. No que respeita às emissões abrangidas pelo CELE, verifica-se que em 2020 estas apresentam um potencial de redução de -39% e -44% comparado com As emissões dos setores não abrangidos pelo CELE apresentam um potencial de redução de -26%. Estes valores comparam com a meta de emissões assumida por Portugal no âmbito do pacote energia-clima 2020 (aumento de 1% face a 2005). Constata-se assim o potencial cumprimento da meta para os setores não-cele em qualquer dos cenários analisados. Relativamente à meta de renováveis no consumo final de energia, verifica-se que Portugal tem potencial custo-eficaz para atingir em 2020 valores de 31% 32%, indiciando o cumprimento do objetivo estipulado para Portugal de 31% de energias renováveis no consumo final bruto de energia. A meta de 10% de utilização de energias renováveis nos transportes é atingida em ambos os cenários. No que diz respeito aos objetivos de eficiência energética estabelecidos para 2020, identificase para Portugal um potencial muito significativo (superior a 35%) quando comparado com um cenário BAU (Business as Usual) que assume uma estrutura de consumos no futuro exatamente similar à de Identificada a existência do potencial, torna-se no entanto necessário definir e operacionalizar instrumentos de política capazes de o materializar, assumindo especial importância a aplicação do quadro de políticas para a eficiência energética. Confirma-se, desta forma, a existência de potencial custo-eficaz para o cumprimento dos compromissos assumidos por Portugal no âmbito do pacote energia-clima para 2020, como se apresenta no Quadro 6. 26

29 QUADRO 6: ANÁLISE DO CUMPRIMENTO DOS COMPROMISSOS NACIONAIS PARA * [+1%/2005] não-cele [31%] [20%] Meta GEE Meta FER Meta EE Intervalo de valores nos cenários de política analisados -26% 31% 32% -36% -37% * Assumindo os objetivos estabelecidos no pacote energia-clima Meta de emissões de GEE relativa aos setores não-cele. Nota: Meta FER (Fontes de Energia Renovável) calculada de acordo com Diretiva n.º 2009/28/CE. Meta EE (Eficiência Energética) calculada de acordo com PNAEE2013, à luz da Diretiva n.º 2012/27/UE, ou seja, por comparação com as projeções de energia primária (PRIMES, 2007) para o ano Análise do cumprimento dos objetivos nacionais para 2030 De acordo com os resultados da modelação efetuada, existe potencial custo-eficaz para Portugal alcançar, em 2030, reduções totais de emissões entre cerca de -38% e -41% em relação a 2005, nos CA, e entre cerca de -46% e -50% em relação a 2005, nos CB. No que respeita às emissões abrangidas pelo CELE, verifica-se que em 2030 estas apresentam um potencial de redução de -49% e -56% nos CA, e de -58% e -65% nos CB (face a 2005). As emissões dos setores não abrangidos pelo CELE apresentam um potencial de redução de -31% nos CA, e de -37% e -39% nos CB (face a 2005). Relativamente à meta de renováveis no consumo final de energia, verifica-se a existência de um potencial custo-eficaz muito significativo, quer em termos de produção de eletricidade, quer em termos de consumo final. Este potencial é, no entanto, apenas aproveitado nos cenários em que é permitida uma maior penetração de renováveis na década de , indiciando a necessidade de considerar um conjunto adicional de políticas nesta área, por forma a alcançar os objetivos estabelecidos no CCV. No que diz respeito aos objetivos de eficiência energética identifica-se para Portugal um significativo potencial custo-eficaz para superar os objetivos estabelecidos para 2030, o qual aponta para valores superiores a 40%. Importa, no entanto, salientar e reconhecer a existência de um conjunto muito significativo de barreiras (e.g. custos de investimento, comportamentais, perceção, conhecimento) à concretização plena do potencial técnico de eficiência energética 27

30 identificado, que têm que ser superadas, inclusive pelo recurso a políticas públicas especificamente desenhadas para este efeito. Note-se que, para efeitos da meta FER, um dos cenários de análise de sensibilidade analisados (conforme descrito na Parte C do presente documento) prevê a possibilidade de uma muito significativa penetração de renováveis no horizonte 2030 (em particular solar), cujo potencial é utilizado na sua totalidade para suprir as necessidades de procura de serviços de energia nacionais. Este cenário permite alcançar cerca de 42% de penetração de renováveis no consumo de energia final, salientando-se que os cenários de política considerados neste exercício não contemplam a possibilidade de exportação de eletricidade renovável, sendo modelada apenas a procura doméstica de serviços de energia. Adicionalmente, com exceção do cenário de análise de sensibilidade referido, são estabelecidas restrições (em diferentes graus) ao investimento em renováveis, limitando a possibilidade de o modelo recorrer a estas opções. Os resultados da modelação realizada demonstram o potencial custo-eficaz da opção por renováveis no horizonte temporal analisado e indiciam a viabilidade da meta de renováveis estabelecida para 2030, contingente ao reforço das interligações e à viabilidade de exportação de FER para outros Estados-Membros. O Quadro 7 apresenta os resultados da modelação que traduzem o potencial custo-eficaz para redução de emissões, penetração de energias renováveis no consumo final de energia e eficiência energética para 2030, tendo como base o mesmo tipo de cálculo das metas em vigor para

31 QUADRO 7: ANÁLISE DO CUMPRIMENTO DOS OBJETIVOS NACIONAIS PARA * [-40% -30%/2005] Emissões totais [40%] [30%] Meta GEE Meta FER Meta EE Intervalo de valores nos cenários de política analisados -39% -50% 32% 38% -41% -50% Análise de sensibilidade relativo a FER, contingente a interligações * Assumindo os objetivos estabelecidos no CCV. - 42% - Nota: Meta FER (Fontes de Energia Renovável) calculada de acordo com Diretiva n.º 2009/28/CE. Meta EE (Eficiência Energética) calculada de acordo com PNAEE2013, à luz da Diretiva n.º 2012/27/UE, ou seja, por comparação com as projeções de energia primária (PRIMES, 2007) para o ano Objetivos setoriais da política de mitigação 2020/2030 Os cenários de política analisados no âmbito dos trabalhos do PNAC confirmam a existência de potencial de redução de emissões de GEE em todos os setores da economia nacional (Quadro 8 e Quadro 9). São ainda identificados a viabilidade e o grande potencial custo-eficaz das opções de eficiência energética e de penetração de energias renováveis, contribuindo para o cumprimento dos objetivos da política climática. A modelação efetuada permitiu inferir trajetórias custo-eficazes e um conjunto de orientações para as políticas setoriais, que contribuem para os objetivos de redução de emissões de GEE, de energias renováveis e de eficiência energética. 29

32 QUADRO 8: SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS EMISSÕES NACIONAIS E SETORIAIS (MT CO 2E) Mt CO 2e Alto 51,4 54,1 Total (sem LULUCF) 60,9 84,2 87,8 70,7 68,9 58,6 60,3 Baixo 43,8 47,3 CELE Não CELE Energia e processos industriais Produção de eletricidade e calor Serviços Residencial Refinação Transportes Indústria (incluindo processos industriais, excl. gases fluorados) Gases fluorados Agricultura (incluindo combustão) Resíduos Alto 16,0 18, ,4 24,2 25,2 20,5 22,1 Baixo 12,7 15,3 Alto 35,2 35, ,4 46,6 43,6 38,0 38,3 Baixo 31,1 32,2 Alto 38,8 41,4 46,4 67,7 71,9 55,3 53,2 44,5 46,2 Baixo 32,0 35,4 Alto 5,1 6,8 14,4 19,3 23,0 12,2 15,3 8,8 10,4 Baixo 3,3 5,0 Alto 0,9 1,0 0,8 2,2 3,1 1,3 1,1 1,0 Baixo 0,8 0,9 Alto 2,2 2,3 2,1 2,8 2,7 2,8 2,3 2,3 Baixo 2,0 2,1 Alto 1,6 1,9 2,3 2,5 2,3 2,2 2,0 2,3 Baixo 1,4 Alto 14,8 10,3 19,5 19,9 18,9 17,0 15,0 15,1 Baixo 12,8 Alto 11,0 11,2 14,6 19,0 17,1 13,8 11,1 10,4 10,5 Baixo 8,9 9,6 Alto 0,8 1, ,8 1,4 1,7 2,6 Baixo 0,8 1,6 Alto 8,1 9,9 10,0 9,0 8,5 8,3 8,2 Baixo 7,8 Alto 5,9 6,0 6,0 7,6 8,0 7,9 8,2 7,1 Baixo 5,3 5,4 Uso do solo, alteração do uso do solo e floresta Alto -7,6-8,3 0,1-6,6-1,7-12,4-10,6 Baixo -5,2-5,7 Nota: O CA traduz um crescimento do PIB de 3% ao ano entre 2020 e 2030 e o CB um crescimento do PIB de 1% ao ano no mesmo período, conforme descrito em maior detalhe na Parte C do presente documento. Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente, National Inventory Report submetido a 20 de novembro de

33 QUADRO 9: SÍNTESE DOS RESULTADOS DAS EMISSÕES NACIONAIS E SETORIAIS (2005=0%) 2005=0% Total (sem LULUCF) CELE Não CELE Energia e processos industriais Produção de eletricidade e calor Serviços Residencial Refinação Transportes Indústria (incluindo processos industriais, excl. gases fluorados) Gases fluorados Agricultura (incluindo combustão) Resíduos Alto -39% -41% Baixo -31% -4% 0% -19% -22% -31% -33% -46% -50% Alto - - 0% -34% -31% -39% -44% -49% -56% Baixo -58% -65% Alto -31% - - 0% -9% -15% -26% Baixo -37% -39% Alto -42% -46% Baixo -35% -6% 0% -23% -26% -36% -38% -51%-56% Alto -70% -78% Baixo -38% -16% 0% -47% -34% -55% -62% -78% -86% Alto -76% -29% 0% -59% -65% -69% -70% -67% -73% Baixo -70% -75% Alto -21% 5% 0% 5% -14% -14% -14% -16% Baixo -22% -26% Alto -36% -24% -7% 0% -6% -13% -7% -18% Baixo --44% Alto -26% -48% -2% 0% -5% -14% -24% Baixo -35% Alto -35% -36% Baixo -14% 11% 0% -19% -35% -38% -39% -44% -48% Alto 3% 104% Baixo -96% -94% 0% 85% 125% 244% 3% 104% Alto 10% 11% 0% -6% -8% -9% -11% Baixo -14% Alto -25% -6% 0% -2% 2% -12% -25% -27% Baixo -33% -34% Nota: O CA traduz um crescimento do PIB de 3% ao ano entre 2020 e 2030 e o CB um crescimento do PIB de 1% ao ano no mesmo período, conforme descrito em maior detalhe na Parte C do presente documento. Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente, National Inventory Report submetido a 20 de novembro de

34 Tendo em vista alcançar em 2020 valores globais de redução entre -18% e -23% e em 2030 entre -30% e -40% (face a 2005), estabelecem-se para os setores não-cele objetivos de redução de -15% em 2020 e de -31% em 2030 (face a 2005) traduzidos nos objetivos de redução setoriais identificados no Quadro 10. Os objetivos de redução setoriais foram estabelecidos mantendo em 2020 os níveis de emissão verificados em 2012, com exceção do setor resíduos em que se utilizou a meta de redução de emissões prevista no Plano Nacional de Gestão de Resíduos (PNGR). Para 2030 foi considerada a média dos níveis de redução de emissão dos cenários de política analisados. QUADRO 10: OBJETIVOS SETORIAIS PNAC PARA SETORES NÃO-CELE FACE A 2005 Setor Não-CELE -15% -31% Serviços -65% -69% Residencial -14% -15% Transportes -14% -26% Agricultura -8% -11% Resíduos * -14% -26% * Inclui águas residuais. Importa ainda salientar que o peso dos setores não-cele nas emissões totais aumenta no horizonte 2030 (Quadro 11), aumentando desta forma também a relevância das políticas públicas nestes setores. QUADRO 11: EVOLUÇÃO ESPERADA DO PESO RELATIVO DOS SETORES CELE E NÃO-CELE NAS EMISSÕES NACIONAIS CELE Não-CELE Peso em 2005 Peso em 2012 Peso em 2020 Peso em 2030 Alto 31% 35% 41% 37% 35% 37% Baixo 29% 32% Alto 65% 69% 59% 63% 63% 65% Baixo 68% 71% As metas estabelecidas não incluem ainda o contributo do setor LULUCF uma vez que este está ainda a ser analisado, tendo em conta as regras de contabilidade acordadas a nível 32

35 internacional e da UE para o setor. Uma vez que se estima que o setor se mantenha como sumidouro líquido no horizonte 2030, as metas de redução nacionais estabelecidas para 2020 e 2030 terão que ser posteriormente ajustadas para refletir o contributo do setor. A Figura 7 traduz as trajetórias definidas no âmbito do CCV e os objetivos setoriais para os setores não-abrangidos pelo CELE no horizonte 2020 e

36 Emissões (Mt CO 2e ) 1.º período CELE 1.º período do Protocolo de Quioto 2.º período do Protocolo de Quioto Pacote energia-clima 2020 Pacote energia-clima ,00 80,00 Meta Quioto (emissões nacionais, ) Trajetórias CCV 2020/2030 (emissões totais) 70,00 60,00 Trajetória de emissões CELE 50,00 Metas anuais relativas a emissões dos setores não-cele ( ) 40,00 Não-CELE: Outros (gases fluorados e indústria não-cele) 30,00 20,00 10,00 Não-CELE: Transportes Não-CELE: Residencial Não-CELE: Serviços Não-CELE: Agricultura,00 Não-CELE: Resíduos FIGURA 7: TRAJETÓRIAS DE EMISSÕES NACIONAIS DE GEE ESTABELECIDAS NO ÂMBITO DO COMPROMISSO PARA O CRESCIMENTO VERDE E TRAJETÓRIAS DE EMISSÕES SETORIAIS ESTABELECIDAS NO PNAC PARA OS SETORES NÃO-CELE NO HORIZONTE 2020/

37 3.4. Conclusões Os resultados setoriais da modelação constituem uma base para identificar o potencial custoeficaz de redução de GEE e permitem concluir o seguinte: i. Existe potencial de redução de emissões em todos os setores, de acordo com os cenários de política analisados. ii. iii. O sector da energia é vital para os objetivos da política climática. É necessária uma visão comum e integrada para alcançar as metas de redução de emissões e os objetivos em termos de política energética, incluindo eficiência energética, penetração de fontes de energia renovável, segurança de abastecimento e redução da dependência externa. O aproveitamento do potencial de eficiência energética constitui uma das principais fontes custo-eficazes de redução de emissões. Nos setores não-cele esta tendência é mais expressiva nos setores transportes e residencial, áreas em que a evolução tecnológica mais se irá fazer sentir. iv. O setor eletroprodutor apresenta um grande potencial custo-eficaz de descarbonização através do recurso a renováveis (sobretudo solar no período ). v. Existe potencial de exportação de eletricidade renovável confirmado pela análise de sensibilidade relativa à penetração de renováveis na produção de eletricidade. Portugal poderá beneficiar do aumento das interligações entre os Estados-Membros, em particular na ligação da Península Ibérica ao resto da Europa, maximizando o seu potencial em termos de energias renováveis, possibilitando alcançar níveis de redução de emissões mais significativos. vi. As opções tecnológicas feitas hoje determinam uma parte significativa das emissões futuras. Isto é particularmente relevante no setor energético e edifícios (residencial e serviços) atenta a natureza dos investimentos envolvidos e o seu tempo de vida útil. Neste sentido, é necessário evitar decisões de investimento que comprometam o cumprimento futuro dos objetivos de política climática e a transição para uma economia de baixo carbono. 35

38 vii. viii. ix. Na indústria verifica-se um potencial custo-eficaz para o aumento do recurso a gás natural, resíduos (sobretudo combustíveis derivados de resíduos) e da eletricidade, em detrimento dos produtos petrolíferos e biomassa. Estas opções traduzem-se num acréscimo de eficiência na utilização da energia, com melhorias dos indicadores de intensidade energética e carbónica, com impacte positivo em termos de competitividade do setor. Nos setores residencial e serviços verifica-se um potencial custo-eficaz para a alteração da estrutura de consumo de energia, com o aumento da eletrificação e de renováveis, em particular solar térmico, em substituição da utilização de produtos petrolíferos. Também se mantém a tendência de aumento do consumo de gás natural. O significativo potencial em termos de eficiência energética no setor é também de relevar, com melhorias significativas em termos de intensidade energética e de intensidade carbónica. No setor dos transportes verifica-se um potencial custo-eficaz para uma contínua dissociação entre as emissões do setor e o crescimento da procura de transporte, através sobretudo da utilização de veículos mais eficientes. A mobilidade elétrica surge como uma opção muito interessante ainda que apresente, neste horizonte, desafios particulares relacionados com parâmetros tecno-económicos (autonomia dos veículos e custos de investimento), indiciando a necessidade do desenvolvimento de políticas públicas dirigidas que deem resposta a estas limitações. x. A análise de sensibilidade sobre a introdução de uma taxa de carbono nos setores não-cele (de igual valor ao preço das licenças de emissão do CELE) indicia o potencial da opção na redução de emissões em setores não-cele, em particular no setor dos transportes. Uma taxa de carbono com estas características permite ainda estabelecer uma ligação entre os setores CELE e não-cele através do preço das licenças de carbono. xi. xii. No setor da agricultura a evolução das emissões é marcada pelo ajustamento estrutural das explorações agrícolas e por melhorias de eficiência no uso de recursos e de energia. No setor dos resíduos verifica-se um potencial de redução de GEE associado sobretudo à continuidade das políticas em curso, em particular a diminuição substancial da deposição em aterro. 36

39 xiii. O setor do uso do solo, alteração do uso do solo e floresta é esperado manter-se como sumidouro líquido ao longo de todo o período de análise. Para a implementação dos diferentes objetivos estabelecidos são identificadas na Parte B do presente documento um conjunto de propostas de políticas e medidas identificadas como relevantes na prossecução de trajetórias de baixo carbono. As políticas e medidas de baixo carbono identificadas para os sectores não-cele, no horizonte 2030, tiveram na sua base o escrutínio dos documentos de política sectorial relevantes bem como os resultados da modelação efetuada no âmbito do PNAC, apresentada na Parte C do presente documento. As opções de políticas e medidas apresentadas constituem um ponto de partida para discussão alargada, com os setores e outros agentes relevantes para a conceção e estabelecimento de medidas custo-eficazes a implementar pelos setores no contexto do SPeM, designadamente com a identificação de metas operacionais, potenciais barreiras, responsabilidades, indicadores e a definição de instrumentos a ativar. 37

40 PARTE B: POLÍTICAS E MEDIDAS DE BAIXO CARBONO 38

41 4. POLÍTICAS E MEDIDAS DE BAIXO CARBONO 4.1. Sistema Nacional de Políticas e Medidas O PNAC confere aos setores a oportunidade de identificação das medidas de política setorial que contribuem para os objetivos de política climática. Este desígnio é suportado pelos sistemas de reporte e monitorização da implementação da política climática e das ações desenvolvidas, designadamente o Sistema Nacional de Inventário de Emissões por Fontes e Remoção por Sumidouros de Poluentes Atmosféricos (SNIERPA) e o Sistema Nacional de Políticas e Medidas (SPeM). O Sistema Nacional de Políticas e Medidas (SPeM) visa dinamizar a avaliação de progresso na implementação das políticas e medidas de mitigação setoriais, potenciando o envolvimento e reforçando a responsabilização dos setores na integração da dimensão climática nas políticas setoriais. O SPeM inclui as disposições institucionais, jurídicas e processuais aplicáveis para avaliar as políticas e elaborar as projeções de emissões de GEE em resposta ao estabelecido no Regulamento (EU) n.º 525/2013 de 21 de maio de 2013, relativo à criação de um mecanismo de monitorização e de comunicação de informação sobre emissões de GEE e de comunicação a nível nacional e da União de outras informações relevantes no que se refere às alterações climáticas (MMR). Face às sinergias existentes com as políticas e medidas para o ar, o SPeM suportará também a sua monitorização bem como as projeções nesse âmbito. Assim, o SPeM estabelece: i. Procedimentos para que os setores identifiquem políticas e medidas de mitigação e reportem a sua execução, acolhendo desta forma as políticas e medidas setoriais consideradas relevantes à medida que o planeamento setorial for evoluindo; ii. As responsabilidades de cada interveniente na implementação, monitorização, reporte e avaliação (ex-ante e ex-post) das medidas e dos seus efeitos, incluindo informação relativa a custos e benefícios ou em alternativa uma avaliação custo eficácia das medidas; 39

42 iii. iv. Monitorização do cumprimento dos objetivos nacionais e setoriais estabelecidos para a redução de emissões de GEE e de outras metas setoriais relevantes a qual terá por base as metodologias do inventário nacional de emissões; Procedimentos relativos à elaboração de projeções e dos efeitos esperados das políticas e medidas a implementar, incluindo os procedimentos para seleção de pressupostos, metodologias e modelos a utilizar para avaliação de políticas e medidas e para projeções, contribuindo para suportar os exercícios de prospetiva a desenvolver; v. Procedimentos de controlo e garantia de qualidade e de análise de sensibilidade das projeções. O SPeM é coordenado pela APA e constituído pelos representantes dos setores incluídos no PNAC, sem prejuízo de outros que venham a considerar-se relevantes. Importa adicionalmente assegurar uma adequada articulação entre o SPeM e o SNIERPA bem como assegurar a articulação entre os sistemas de acompanhamento e monitorização dos diferentes planos setoriais cuja implementação contribui para o PNAC, no que concerne à execução das políticas e medidas e resultados alcançados, maximizando sinergias e dessa forma minimizando os custos administrativos da gestão dos sistemas Opções de Políticas Medidas identificadas O desenvolvimento de uma economia de baixo carbono exige a identificação e implementação de políticas e medidas custo eficazes que concretizam essa transição com os menores custos para a economia, promovendo simultaneamente o crescimento e o emprego. O PNAC estabelece um conjunto de metas setoriais e elenca um conjunto de opções de políticas e medidas que podem contribuir para alcançar uma meta de -18% a -23% em 2020 e de -30% a -40% em 2030 em relação a Os setores abrangidos pelo CELE são regulados a nível Europeu pelo que as políticas e medidas identificadas focam-se principalmente nos setores não abrangidos pelo CELE, sujeitos aos limites atribuídos aos diferentes Estados-Membros no âmbito da decisão de partilha de responsabilidades, sem prejuízo das interações e trade-offs existentes entre os setores, sendo responsabilidade dos Estados Membros identificar e implementar políticas e medidas para cumprimento desses limites. 40

43 As políticas e medidas de baixo carbono identificadas para os sectores não-cele, no horizonte 2020/2030, tiveram na sua base os documentos de política setorial que informaram a construção dos cenários de política considerados, conforme descrito na parte C deste documento. Foram ainda consideradas políticas e medidas de âmbito setorial já previstas em documentos de política e medidas resultantes da análise de boas práticas a nível nacional e internacional. Neste contexto, destacam-se pela sua relevância os seguintes instrumentos de política nacional: Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE); Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER); Plano Estratégico dos Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU 2020); Plano Nacional de Gestão de Resíduos (PNGR); PENSAAR 2020 Uma nova Estratégia para o Setor de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais; Programa de Desenvolvimento Rural para (PDR 2020); Estratégia Nacional para as Florestas (ENF); Estratégia Nacional para o Mar (ENM ). Os planos elencados assumem entre os seus objetivos a descarbonização dos setores a que estes se dirigem, contemplando opções de baixo carbono e integrando medidas de mitigação das alterações climáticas, algumas das quais são elencadas nos quadros das secções seguintes. Salientam-se ainda as alterações introduzidas pela reforma da fiscalidade ambiental (Lei n.º 82- D/2014, de 31 de dezembro) visando contribuir para a ecoinovação e eficiência na utilização de recursos, a redução da dependência energética do exterior e a indução de padrões de produção e de consumo mais sustentáveis, fomentar o empreendedorismo e a criação de emprego, a concretização eficiente de metas e objetivos internacionais e a diversificação das fontes de receita, num contexto de neutralidade fiscal e competitividade económica. Destacam-se em particular, no que respeita às áreas da energia e transportes, as seguintes medidas: Tributação do carbono nos setores não-cele com uma taxa indexada ao preço do carbono no setor CELE; Incentivo à mobilidade elétrica; Agravamento das taxas do Imposto sobre Veículos (ISV), em função das emissões de CO 2 ; Promoção da utilização de transportes públicos; 41

44 Estabelecimento de um regime de incentivo ao abate de veículos em fim de vida. As alterações introduzidas pela Lei da Fiscalidade Verde em particular as dirigidas aos setores dos transportes e energia aplicam-se de forma transversal aos diversos setores de atividade contribuindo para a implementação das medidas previstas no PNAC. Importa ainda destacar o alinhamento entre o PNAC e a Estratégia Nacional para o Ar (ENAR) , desenvolvida em paralelo com o PNAC, assente nos mesmos cenários de procura energética e com algumas medidas comuns no que respeita às iniciativas setoriais para as emissões atmosféricas. A metodologia adotada na identificação de opções de políticas e medidas de baixo carbono alicerçou-se, sempre que possível, no critério custo-eficácia, operacionalizado nos exercícios de modelação realizados. Para cada sector não-cele foi identificado um conjunto de medidas eficientes de natureza tecnológica, consideradas, simultaneamente, como as mais eficazes e de maior impacte na edificação de uma economia de baixo carbono, face ao estado-da-arte de políticas e medidas (sectoriais) em vigor (mais eficazes, por apresentarem maior potencial de redução; maior impacte, pelos seus efeitos na economia, integração com outras políticas setoriais e potencial para induzir mudanças de comportamentos). Estas medidas encontram-se elencadas nas secções seguintes, constituindo uma lista não exaustiva de opções consideradas interessantes e viáveis no contexto da evolução para uma economia de baixo carbono. Esta proposta de políticas e medidas constitui assim um ponto de partida para a conceção e estabelecimento de medidas custo-eficazes a implementar pelos setores no contexto do SPeM, para o horizonte 2020/2030. As políticas e medidas estão organizadas segundo eixos setoriais e eixos transversais (Figura 8). Nos eixos setoriais são contempladas as iniciativas dos seguintes setores: Transportes e mobilidade; Edifícios de serviços e residenciais; Indústria; Resíduos e águas residuais; Agricultura; Uso do solo, alteração do uso do solo e florestas (LULUCF). Nos eixos transversais são consideradas medidas que se enquadram nas seguintes áreas: 42

45 Investigação, Desenvolvimento e Inovação; Conhecimento, informação e sensibilização. Tendo em vista uma organização das medidas mais vocacionada para a sua implementação foram ainda consideradas duas áreas de intervenção integrada em que também podem ser inseridas algumas das medidas setoriais: Administração Pública; Cidades sustentáveis. Para cada setor são indicadas as metas setoriais a alcançar, os vetores de atuação e as medidas. No âmbito do SPeM para as medidas a implementar deverão ser identificadas metas operacionais, potenciais barreiras à sua implementação, atores relevantes para a condução das medidas, principais destinatários, instrumentos a ativar e instrumentos de financiamento nos casos aplicáveis. 43

46 FIGURA 8: ESTRUTURA ORGANIZATIVA DAS OPÇÕES DE POLÍTICAS E MEDIDAS IDENTIFICADAS - EIXOS SETORIAL E TRANSVERSAL Transportes e mobilidade De acordo com os trabalhos de cenarização efetuados (conforme Parte C do presente documento), podem ser atingidas em 2030 reduções nas emissões da ordem dos -26% (CA) face a 2005 no setor dos transportes (tendo-se verificado uma redução de -13% face a 2005 em 2012). Como principais vetores de descarbonização consideram-se a eficiência energética dos veículos decorrente da evolução tecnológica e da renovação da frota; introdução de veículos 44

47 híbridos; incorporação de biocombustíveis. A mobilidade elétrica surge como uma opção muito interessante ainda que apresente, neste horizonte, desafios particulares relacionados com parâmetros tecno-económicos (autonomia dos veículos e custos de investimento), indiciando a necessidade do desenvolvimento de políticas públicas dirigidas que deem resposta a estas limitações. A nível europeu têm vindo a ser prosseguidas políticas para a redução de emissões no setor dos transportes e com impacte a nível nacional, destacando-se as seguintes: Inclusão da aviação no CELE; Estratégia para a redução de emissões nos veículos ligeiros de passageiros e mercadorias, incluindo o estabelecimento de metas de redução de emissões dos novos veículos; Redução da intensidade carbónica dos combustíveis, incluindo o estabelecimento de metas a atingir; Introdução de requisitos para a etiquetagem de pneus e limites à resistência do rolamento, bem como a obrigação de instalação de monitores de pressão nos pneus nos veículos novos; Incorporação de requisitos relativos às emissões de CO 2 e consumo de energia no ciclo de vida dos veículos no âmbito das aquisições efetuadas por entidades públicas; Quadro comum de medidas aplicáveis à criação de uma infraestrutura para combustíveis alternativos, estabelecendo requisitos mínimos para a implantação de infraestrutura de combustíveis alternativos, incluindo pontos de carregamento de veículos elétricos e pontos de abastecimento de gás natural (GNL e GNC) e de hidrogénio. O Livro Branco dos Transportes (2011) preconiza para 2050 uma redução de 60% das emissões no setor dos transportes, estabelecendo um conjunto de iniciativas para cumprir esse objetivo. Destaca-se a defesa de um novo paradigma de mobilidade urbana com a transição para uma mobilidade baseada em modos suaves, nos transportes públicos e em veículos limpos, em detrimento de uma mobilidade baseada no uso de veículos individuais. É neste contexto que é estabelecida uma meta de redução de 50% dos veículos convencionais nas cidades até Deste Livro Branco é ainda de reter uma referência fundamental: A transformação do sistema de transportes europeu só será possível com uma combinação de iniciativas nos mais variados domínios e a todos os níveis. As 40 medidas previstas neste Livro Branco, visando a integração, coordenação, articulação e gestão e com objetivos comuns, cobrem as áreas: da regulamentação e normalização; do planeamento e gestão integrados de redes de infraestruturas; da interoperabilidade técnica, organizativa e administrativa, implicando uma 45

48 gestão conjunta da operação do transportes e dos sistemas de comunicação e informação; da organização do mercado e política de preços; da taxação e fiscalidade; da investigação e desenvolvimento. A nível nacional destaca-se a evolução registada na descarbonização da frota nacional, sendo Portugal um dos países europeus com menores emissões de CO 2 nos veículos novos introduzidos no mercado. Entre as medidas de iniciativa nacional implementadas no setor dos transportes desde 2007 refira-se o estabelecimento a nível nacional de metas para a incorporação de biocombustíveis nos transportes, a incorporação do CO 2 no Imposto Sobre Veículos (ISV), os investimentos em infraestruturas de transportes, a aposta em veículos mais limpos nas frotas públicas de transportes e o Programa para a Mobilidade Elétrica MOBI.E. Salientam-se ainda, mais recentemente, as alterações no quadro da reforma da fiscalidade verde já referidas. É neste enquadramento que se estabelecem para o período até 2030 um conjunto de opções para políticas e medidas (Quadro 12) as quais, no caso dos transportes, se encontram estruturadas em torno dos seguintes vetores estratégicos de atuação e áreas transversais: Tecnologia; Combustíveis; Gestão da mobilidade - passageiros e mercadorias; Gestão da mobilidade - cidades sustentáveis; Administração Pública; Comportamentos. As opções de políticas e medidas identificadas estão em linha com as iniciativas para os transportes elencadas no Compromisso para o Crescimento Verde (CCV). Foram também consideradas iniciativas constantes do Plano Estratégico dos Transportes e Infraestruturas horizonte (PETI), do CiclAndo - Plano Nacional de Promoção da Bicicleta e Outros Modos Suaves e do Pacote da Mobilidade, em particular das Diretrizes Nacionais para a Mobilidade (janeiro 2012). 46

49 QUADRO 12: POLÍTICAS E MEDIDAS PARA O SETOR TRANSPORTES E MOBILIDADE META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM , FACE A 2005: -14% -26% VETORES DE ATUAÇÃO MEDIDAS 1: GESTÃO DA MOBILIDADE T1.0.1 Gestão dos consumos de energia das frotas de transporte de passageiros e mercadorias: Promoção da Implementação do Sistema de Gestão de Consumos Intensivos de Energia nos Transportes (SGCIET) 1.1: - TRANSPORTE DE MÉDIA E LONGA DISTÂNCIA (PASSAGEIROS E MERCADRIAS) Objetivo: edificar um padrão de mobilidade de baixo carbono; reduzir a intensidade energética (GJ/pkm) e aumentar a eficiência do transporte de passageiros e mercadorias T1.1.1 Redução da intensidade carbónica do sistema de transporte de passageiros: Efetiva incorporação e valorização de critérios de desempenho ambiental e de baixo carbono nos concursos para as concessões do serviço público de transporte de passageiros Promoção de Planos de Mobilidade de empresas e polos geradores e atractores de deslocações T1.1.2 Promoção do Uso do transporte público (transferência modal): Expansão e modernização da rede ferroviária Ações de promoção do transporte público interurbano multimodal(melhoria da qualidade de serviço, integração tarifária, intermodalidade, informação ao público), tendo em vista atingir um aumento do peso da utilização dos transportes públicos na repartição modal Ações de promoção do transporte público a pedido (flexível) nos territórios de baixa densidade T1.1.3 Transferência modal para o transporte ferroviário de mercadorias em percursos com mais de 200km: Promover iniciativas de promoção do transporte ferroviário e remover barreiras à sua utilização, incluindo articulação entre operadores e empresas com elevadas necessidades de transporte de mercadorias de curta-média distância T1.1.4 Redução intensidade carbónica do sistema de transporte de mercadorias: Gestão eficiente do transporte de mercadorias, designadamente através da gestão logística, incluindo logística inversa, gestão frotas, otimização de rotas, entre outras Optimização do funcionamento das cadeias logísticas multimodais T1.1.5 Dinamizar a transferência do transporte de mercadorias para a via marítima 1.2: TRANSPORTES URBANOS E SUBURBANOS Objetivo: Promover a mobilidade sustentável criando condições para a alteração de paradigma na mobilidade urbana. T1.2.1 Redução da intensidade carbónica do sistema de transportes e logística urbana: Elaboração e implementação de Planos de mobilidade e transportes (PMT) pelos municípios com mais de habitantes ou que sejam capitais de distrito Promoção de Planos de Mobilidade de empresas e polos geradores e atractores de deslocações e Planos de mobilidade escolar Gestão da procura (passageiros e mercadorias) e ordenamento urbano de forma a reduzir o volume de deslocações (tráfego) e a distância das deslocações; Criação de zonas de emissões reduzidas (ZER), quando aplicável Dinamizar iniciativas de mobilidade partilhada como o car sharing, bikesharing e car pooling 47

50 META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM , FACE A 2005: -14% -26% VETORES DE ATUAÇÃO MEDIDAS T1.2.2 Promoção do Uso do transporte público Expansão e modernização de redes e serviços de transportes de média e grande capacidade: rede de eléctrico/metro ligeiro; corredores de transportes em sítio próprio; serviços diretos; Ações de promoção do transporte público (melhoria da cobertura territorial/ densidade da rede; frequências, qualidade do serviço, integração tarifária, condições de intermodalidade, tendo em vista atingir um aumento do peso da utilização dos transportes públicos na repartição modal Utilização de transportes e soluções de mobilidade energeticamente mais eficientes, adequando a oferta de transportes à procura (linhas e serviços urbanos em minibus, serviços de transporte flexível em áreas/períodos de baixa procura (coroas periféricas e período noturno) e novas soluções de organização e prestação de serviço de táxi Restrições à utilização do Transporte Individual (agravamento dos custos de utilização do automóvel, design urbano, implementação de zonas residenciais e de coexistência) Medidas de discriminação positiva da utilização de veículos de elevado desempenho ambiental em particular elétricos T1.2.3 Promoção da mobilidade suave: Promoção do uso da bicicleta e outros modos suaves tendo em vista um aumento de 7% do peso dos modos suaves na repartição modal Criação de infraestruturas de apoio à mobilidade suave 2. TECNOLOGIA Objetivo: reduzir a intensidade carbónica do parque de veículos de transporte (ligeiros, mistos e pesados de passageiros e mercadorias); divulgar e construir conhecimento sobre tecnologias de baixo carbono, designadamente sobre o veículo elétrico (VE) e adotar combustíveis limpos. T2.1 Adoção de tecnologias de baixo carbono nas frotas de transporte público e privado de passageiros e mercadorias Redução da idade média das frotas de veículos pesados de transporte público de passageiros e mercadorias e estabelecimento de limite de idade Estabelecimento de limite de idade para os táxis Promoção da aquisição de veículos de elevado desempenho ambiental, designadamente de baixo carbono por particulares e empresas, em particular híbridos e elétricos T2.2 Promoção da mobilidade elétrica: Consagração do novo modelo para a mobilidade elétrica Promoção do VE nas frotas de táxi Promoção do VE na micrologística urbana Promoção de VE de duas rodas T2.3 Promover a utilização de biocombustíveis de 2.ª e 3.ª geração T2.4 Incentivar a utilização de transportes marítimos (navios e embarcações) movidos a combustíveis menos poluentes T2.5 Mobilidade inteligente Adoção de ferramentas de apoio à gestão da mobilidade e de sistemas e tecnologias de informação de apoio à mobilidade e comunicação, dirigidos aos utentes (generalização da informação em tempo real nas paragens, portais de informação ao público, apps para dispositivos móveis). 48

51 META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM , FACE A 2005: -14% -26% VETORES DE ATUAÇÃO 3: COMPORTAMENTOS Objetivo: promover comportamentos mais eficientes. T3.1: Promoção da eco-condução MEDIDAS Promoção de cursos de eco condução (condução ecológica e eficiente) Incorporação da eco-condução na formação dos condutores T3.2: Promoção do recurso a novas tecnologias para induzir comportamentos de mobilidade sustentável Promoção do recurso às tecnologias de informação para indução de comportamentos mais sustentáveis (dos utilizadores dos transportes, sistemas de apoio ao condutor e de informação em viagem) Apoio a tecnologias de monitorização da eco-condução T3.3: Redução das necessidades de deslocação Redução da necessidade de deslocação através da adoção de videoconferência ou outras formas de comunicação à distância e o teletrabalho T3.4: Divulgar informação sobre opções de mobilidade urbana Edifícios de serviços e residenciais De acordo com os trabalhos de cenarização efetuados, o setor dos serviços apresenta um potencial de redução de emissões significativo, podendo ser atingidas em 2030 reduções da ordem dos -69% em relação a 2005, em grande parte já alcançado até 2012 (-65%). No setor residencial o potencial de redução de emissões até 2030 é mais modesto, situando-se em valores da ordem de -15% (face a 2005). É de registar as políticas e medidas já implementadas que contribuíram para a redução de emissões no setor residencial e dos serviços, destacando-se o aumento da utilização de gás natural e de energias de fontes renováveis, bem como as melhorias em termos de eficiência energética resultante da utilização de equipamentos mais eficientes e da aplicação de instrumentos como o Sistema de Certificação de Edifícios, medidas essas preconizadas no PNAEE e no PNAER. Os principais vetores de descarbonização identificados no âmbito deste exercício foram os seguintes: Eficiência energética que conduz a uma redução de consumos significativa; Eletrificação crescente, em particular nos serviços; 49

52 A adoção do solar térmico, sobretudo para aquecimento de águas, substituindo os produtos petrolíferos e o gás natural num cenário mais ambicioso, no caso dos serviços, e substituindo o GPL, os produtos petrolíferos e a biomassa no setor residencial; Adoção de bombas de calor para aquecimento ambiente; Adoção de recuperadores de calor para aquecimento ambiente que substituem lareiras tradicionais, no setor residencial; Adoção de medidas de isolamento no setor residencial. A nível europeu têm igualmente vindo a ser prosseguidas políticas para promoção da eficiência energética que conduzem à redução de emissões com especial incidência no setor residencial e dos serviços e com impacte a nível nacional, destacando-se as seguintes: Diretiva eficiência energética que estabelece uma abordagem comum para o estabelecimento de medidas de eficiência energética; Diretiva Ecodesign, relativa ao estabelecimento de requisitos de ecodesign para produtos relacionados com energia; Diretiva etiquetagem energética; Diretiva de desempenho energético de edifícios. A nível nacional destaca-se o PNAEE que contempla um conjunto de medidas dirigidas ao setor residencial e de serviços as quais foram consideradas nos cenários de política desenvolvidos neste exercício, tendo sido identificado potencial para o reforço destas ações até As medidas com vista à descarbonização do sector em 2030, contemplam a continuidade dos objetivos plasmados no PNAEE. Em linha com as orientações constantes deste exercício são elencadas, para o período até 2030, um conjunto de orientações para políticas e medidas (Quadro 13) que se encontram estruturadas em torno dos seguintes vetores estratégicos de atuação e áreas transversais: Tecnologias passivas e ativas; Tecnologias de uso final; Administração Pública; Comportamentos. As políticas e medidas propostas consideram as iniciativas da área Energia direcionadas ao setor residencial e de serviços elencadas no Compromisso para o Crescimento Verde (CCV). 50

53 QUADRO 13: POLÍTICAS E MEDIDAS PARA O SETOR RESIDENCIAL E SERVIÇOS META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM , FACE A 2005: RESIDENCIAL: -14% -15% SERVIÇOS: -65% -69% VETORES DE ATUAÇÃO 1: TECNOLOGIAS PASSIVAS E ATIVAS Objetivo: reduzir a intensidade carbónica do parque de edifícios (residenciais e comerciais). MEDIDAS E1.1 Redução das necessidades de energia para climatização através da reabilitação de superfícies envidraçadas e do isolamento eficiente: Promoção da aplicação de materiais isolantes eficientes (em coberturas, pavimentos e paredes) no parque de edifícios com necessidades de reparação Promoção da utilização de vidro duplo, caixilharia com corte térmico e vidros eficientes (de baixa emissividade) no parque de edifícios com necessidades de reparação E1.2 Promoção da produção e autoconsumo de energia renovável para suprir necessidades de aquecimento de água: Promoção da integração de coletores solares térmicos no parque edificado e a edificar, e renovação do parque de equipamentos existentes em fim de vida útil E1.3 Sistema de Eficiência Energética nos Edifícios: Alargamento do sistema em linha com as orientações da Diretiva para a Eficiência Energética 2: TECNOLOGIAS DE USO FINAL Objetivo: utilizar energia de forma mais eficiente no parque de edifícios (residenciais e comerciais). E2.1 Promoção da adoção de soluções de climatização eficientes, designadamente para aquecimento ambiente: Promoção da substituição de lareiras por recuperadores de calor, nos edifícios residenciais Promoção da aquisição de bombas de calor para aquecimento em substituição de equipamentos ativos de climatização antigos E2.2 Promoção de iluminação eficiente: Adoção de programas nacionais conducentes à promoção de iluminação eficiente, através da renovação do parque pela substituição de lâmpadas de baixa eficiência energética e respetivo phase-out E2.3 Promoção de equipamentos mais eficientes: Promoção da substituição de eletrodomésticos e de outros equipamentos elétricos para uso essencialmente doméstico, reduzindo o consumo específico do parque de equipamentos domésticos 3: COMPORTAMENTOS Objetivo: Promover comportamentos mais eficientes. E3.1 Orientação das decisões de consumo para opções por equipamentos domésticos e de escritório e por soluções de climatização mais eficientes: Informação ativa para uma decisão de consumo eficiente e sobre a utilização eficiente de energia em casa E3.2 Promoção de comportamentos mais racionais e eficientes no uso de equipamentos e serviços de energia: Promoção da adoção de Planos de Ação de Baixo Carbono pelas Empresas 51

54 Indústria Em 2030, os cenários analisados indiciam reduções de emissões da ordem dos -35% em relação a Note-se que em 2012 verificavam-se já valores de redução face a 2005 de - 35%. Enquanto vetores de descarbonização pode elencar-se uma maior eficiência energética, o aumento do consumo de gás natural, a manutenção do consumo de eletricidade e o aumento de renováveis, em substituição do consumo de produtos petrolíferos. Verifica-se ainda em alguns setores a redução do consumo de biomassa, sendo substituída por combustíveis derivados de resíduos (CDR), tendência que é menos acentuada nos cenários mais ambiciosos, nos quais se verifica ainda uma maior penetração de solar térmico. O setor industrial é em grande parte abrangido pelo CELE, sendo este o instrumento de mitigação das alterações climáticas mais relevante neste setor. Contudo, para o caso da indústria não abrangida pelo CELE, as medidas com vista à descarbonização do sector em 2030 (Quadro 14), contemplam a continuidade dos objetivos plasmados no PNAEE no âmbito do Sistema de Eficiência Energética na Indústria (SGCIE), nomeadamente sobre medidas transversais relativas a motores elétricos e à produção de calor. Para além das medidas transversais, o PNAEE identifica, para um conjunto significativo de setores da indústria, um conjunto de Medidas Específicas ou Setoriais que traduzem atuações possíveis, apenas aplicáveis nos respetivos processos produtivos 52

55 QUADRO 14: POLÍTICAS E MEDIDAS PARA O SETOR INDÚSTRIA META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM 2020 E 2030, FACE A 2005: n.a. VETORES DE ATUAÇÃO 1: TECNOLOGIA Objetivo: reduzir o consumo específico de energia MEDIDAS I1.1 Medidas transversais para promoção da adoção de tecnologias mais eficientes em quatro grupos de atuação tecnológica: Motores elétricos; Produção de calor e frio; Iluminação; Outras medidas para a eficiência energética do processo industrial: Otimização de motores, sistemas de bombagem, sistemas de ventilação e sistemas de compressão, sistemas de combustão, recuperação de calor, frio industrial Promoção da iluminação eficiente I1.2 Promover a cogeração de alta eficiência I1.3 Aumentar a percentagem de utilização de combustíveis alternativos no mix energético das indústrias transformadoras I1.4 Promover as fontes de energia renovável Promover a penetração de fontes de energia renovável em particular solar térmico 2: PROCESSOS Objetivo: reduzir a intensidade carbónica dos processos industriais I2.1 Promoção da eficiência nos processos industriais medidas específicas para determinados setores industriais: Monitorização e controlo Tratamento de efluente Integração de processos Manutenção de equipamentos consumidores de energia Isolamentos térmicos Formação e sensibilização de recursos humanos Redução da energia reativa 3: GASES FLUORADOS I3.1 Implementação do Regulamento dos gases fluorados 4: OUTROS I4.1 Medidas de apoio para os efeitos indiretos do CELE, aplicado a setores expostos a fugas de carbono e em cumprimento das regras de auxílios de Estado definidas a nível comunitário Resíduos e águas residuais Em 2030, no cenário que contempla a implementação dos objetivos do PERSU 2020 e do PENSAAR 2020, nomeadamente as metas para a deposição de resíduos urbanos no solo, verifica-se um potencial de redução de GEE face a 2005 da ordem dos -26%. 53

56 Para o setor dos resíduos e águas residuais destacam-se o Plano Nacional de Gestão de Resíduos (PNGR), Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU) e o Plano Estratégico de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais (PENSAAR) (em elaboração) como os planos estratégicos que mais contribuem para a redução de gases com efeito de estufa e por isso para o PNAC. O PNGR estabelece as orientações estratégicas, de âmbito nacional, da política de prevenção e gestão de resíduos e as regras orientadoras que asseguram a coerência dos instrumentos específicos de gestão de resíduos, no sentido da concretização dos princípios enunciados no Regime Geral de Gestão de Resíduos. O PNGR visa assim promover a prevenção e gestão de resíduos integradas no ciclo de vida dos produtos, centradas numa economia tendencialmente circular e que garantam uma maior eficiência na utilização dos recursos naturais, tendo como objetivos estratégicos: Promover a eficiência da utilização de recursos naturais na economia; Prevenir ou reduzir os impactes adversos decorrentes da produção e gestão de resíduos. Através deste Plano é criado um quadro de ação com medidas específicas ao nível da redução dos níveis de emissão de GEE, da prevenção da produção de resíduos, bem como a valorização e reutilização de produtos/materiais, através da promoção do fecho dos ciclos dos materiais, do aproveitamento da energia em cascata e da consolidação e otimização da rede de gestão de resíduos. Neste sentido foi assegurada a articulação com o PNAC sendo estabelecida pelo PNGR uma meta para as emissões de GEE do setor dos resíduos, as quais não devem ultrapassar as 4 Mt CO 2e em 2020, valor esse fixado em 6,9 Mt CO 2e quando incluídas as águas residuais. No Quadro 15 são sistematizados os objetivos operacionais que mais diretamente se relacionam com o PNAC. O PERSU 2020, aprovado pela Portaria n.º 187-A/2014, de 17 de setembro, constitui o novo instrumento de referência da política de resíduos urbanos em Portugal Continental, pelo que o PNAC integra o conjunto de medidas constantes desse Plano. Este plano estabelece a visão, os objetivos, as metas globais e as metas específicas por Sistema de Gestão de Resíduos Urbanos (RU), as medidas a implementar no quadro dos resíduos urbanos no período 2014 a 2020, bem como a estratégia que suporta a sua execução, contribuindo para o cumprimento das metas nacionais e comunitárias nesta matéria. 54

57 A implementação do PERSU 2020 visa atingir níveis ambiciosos de reciclagem e preparação para a reutilização de resíduos em Portugal Continental, destacando-se as seguintes metas globais até 2020: Os resíduos urbanos biodegradáveis destinados a aterro devem ser reduzidos para 35% da quantidade total, em peso, dos resíduos urbanos biodegradáveis produzidos em 1995; Um aumento mínimo global para 50% em peso relativamente à preparação para a reutilização e a reciclagem de resíduos urbanos, incluindo o papel, o cartão, o plástico, o vidro, o metal, a madeira e os resíduos urbanos biodegradáveis; Alcançar uma redução mínima da produção de resíduos por habitante de 10% em peso relativamente ao valor verificado em 2012; Garantir, a nível nacional, a reciclagem de, no mínimo, 70% em peso dos resíduos de embalagens. Os princípios gerais estabelecidos para o PERSU 2020 são concretizados em oito objetivos, que fundamentam o estabelecimento das metas e medidas para os resíduos urbanos, entre 2014 e No Quadro 15 figuram os objetivos e ações que mais diretamente se relacionam com os objetivos do PNAC, sendo certo que todo o PERSU 2020 contribui para o alcance desses objetivos. É de destacar que no objetivo 8 - Aumento do contributo do setor para outras estratégias e planos nacionais são estabelecidas as seguintes medidas: Contribuição para o cumprimento das metas de redução de emissões de GEE e Contribuir para a produção de energia a partir de fontes renováveis. No setor das águas residuais, o PENSAAR 2020 identifica também um conjunto de medidas que contribuem para a redução de emissões de GEE associadas ao setor das águas residuais que são consideradas no PNAC. O PENSAAR Uma nova Estratégia para o Setor de Abastecimento de Água e Saneamento de Águas Residuais, assenta numa estratégia menos centrada na realização de infraestruturas para aumento da cobertura, focalizando-se mais na gestão dos ativos, seu funcionamento e na qualidade dos serviços prestados com uma sustentabilidade abrangente. Para o efeito foram definidos objetivos estratégicos, também designados por Eixos que suportam a visão para o setor e constituem os pilares de uma estratégia setorial a implementar no período Para o PNAC foram selecionadas as medidas constantes dos objetivos operacionais com maior interligação aos objetivos do PNAC (Quadro 15). 55

58 QUADRO 15: POLÍTICAS E MEDIDAS PARA O SETOR RESÍDUOS E ÁGUAS RESIDUAIS META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM , FACE A 2005: -14% -26% VETORES DE ATUAÇÃO 1: RESÍDUOS URBANOS (RU) Objetivos: reduzir a produção de RU; reduzir a deposição direta em aterro; aumentar a recolha seletiva de materiais recicláveis; promover a sustentabilidade económica, social e financeira do setor. MEDIDAS R1.1 Prevenção da produção e perigosidade dos resíduos: Ações de prevenção junto da indústria, comércio e consumidor Promover acordos voluntários com vetores prioritários no sentido de fomentar a produção mais limpa e a conceção sustentável de produtos R1.2 Aumento da preparação para reutilização, da reciclagem e da qualidade dos recicláveis: Aumento da quantidade e da qualidade dos materiais recolhidos Aumento da quantidade e qualidade de materiais retomados e valorizados Aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos resíduos urbanos biodegradáveis (RUB) recolhidos seletivamente R1.3 Redução da deposição de RU em aterro: Desvio de recicláveis de aterro Desvio de RUB de aterro Eliminação progressiva da deposição de RU em aterro Desvio de aterro dos refugos e rejeitados do tratamento de RU Erradicação progressiva da deposição de resíduos industriais não perigosos (RINP) em aterro de RU R1.4 Valorização económica e escoamento dos recicláveis e subprodutos do tratamento dos RU: Dinamização do mercado de materiais recicláveis Criação de condições para o escoamento e valorização económica dos combustíveis derivados de resíduos (CDR) Garantia do enquadramento legal do escoamento e da valorização económica do biogás com origem em RU R1.5 Aumento do contributo do setor para outras estratégias e planos nacionais: Contribuição para o cumprimento das metas de redução de emissões de GEE, promovendo a substituição de combustíveis fósseis por CDR e contribuindo para a substituição de fertilizantes químicos no solo R1.6 Consolidar e otimizar a rede de gestão de resíduos: Incentivar a proximidade da rede de recolha ao utilizador e a separação seletiva Potenciar sinergias de recolha e tratamento de resíduos numa lógica de complementaridade R1.7 Promover o fecho dos ciclos dos materiais e o aproveitamento da energia em cascata: Estabelecer e implementar um programa de ação para promover a procura de materiais passíveis de valorização Robustecer os sistemas de gestão de fluxos específicos, numa ótica de criação de sinergias e avaliação da aplicação da Responsabilidade Alargada do Produtor (RAP) a fluxos emergentes Promover o estabelecimento de novas áreas industriais desenvolvidas numa ótica de simbiose industrial, com planos de racionalização de materiais e energia e a reabilitação de áreas industriais existentes 56

59 META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM , FACE A 2005: -14% -26% VETORES DE ATUAÇÃO 2: ÁGUAS RESIDUAIS Objetivos: melhorar a qualidade das massas de água e a qualidade dos serviços prestados aos utentes; otimizar a gestão eficiente dos recursos - ativos, sistemas, recursos hídricos e ambientais; promover a sustentabilidade económica, social e financeira do sector. MEDIDAS R2.1Proteção do ambiente e melhoria da qualidade das massas de água: Redução da poluição urbana nas massas de água R2.2 Melhoria da qualidade dos serviços prestados: Melhoria da qualidade de serviço no saneamento de águas residuais R2.3 Otimização e gestão eficiente dos recursos: Redução das perdas de água Valorização de recursos e subprodutos Alocação e uso eficiente dos recursos hídricos Agricultura Em 2030, os cenários analisados identificam um potencial de redução de emissõesda ordem dos -11% em relação a Esta tendência é marcada pelo ajustamento estrutural das explorações agrícolas e por melhorias de eficiência no uso de recursos e de energia. No período até 2020 as orientações para o setor agrícola estão no essencial vertidas no Programa de Desenvolvimento Rural para que tem como como princípio determinante a concentração dos apoios no setor e na produção de bens transacionáveis dirigidas a agentes diretamente envolvidos na criação de valor a partir de atividades agrícolas e florestais assente numa gestão eficiente dos recursos. Entre os objetivos estratégicos do PDR destaca-se a Promoção de uma gestão eficiente e proteção dos recursos que contribui para a Prioridade 5 - promover a utilização eficiente dos recursos e apoiar a transição para uma economia de baixo teor de carbono e resistente às alterações climáticas nos setores agrícola, alimentar e florestal. O PDR identifica a necessidade de prosseguir na melhoria da eficiência energética e promover a utilização/produção de energias renováveis na exploração agrícola e aproveitamento para fins energéticos de subprodutos agrícolas e florestais. O PDR contempla ainda a medida A3: Ambiente, eficiência dos Recursos e Clima. 57

60 QUADRO 16: POLÍTICAS E MEDIDAS PARA O SETOR AGRICULTURA META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM , FACE A 2005: -8% -11% VETORES DE ATUAÇÃO 1: EFLUENTES DA PECUÁRIA Objetivo: reduzir a reduzir a intensidade carbónica do tratamento de efluentes de pecuária. MEDIDAS A1.1 Criação de sistemas coletivos de tratamento de efluentes, em substituição dos sistemas individuais menos eficientes: Implementação de sistemas de tratamento baseados em digestão anaeróbica com valorização energética do biogás Implementação de sistemas de tratamento coletivos com outras soluções de valorização adequadas à qualidade dos efluentes rececionados mais eficientes que os sistemas individuais, e que tenham em conta o fator transporte/distribuição A1.2 Reforço da implementação do Regime de Exercício da Atividade Pecuária (REAP), nomeadamente do respetivo sistema de informação A.1.3 Monitorização de GEE nos sistemas de monitorização das políticas e medidas com vista à melhoria do desempenho ambiental do setor pecuário, recorrendo a metodologias compatibilizadas com o inventário de emissões 2: FERTILIZANTES Objetivo: reduzir o consumo de fertilizantes azotados A.2.1 Reforço da adoção (e conhecimento) de boas práticas agrícolas A.2.2 Incentivo à redução da utilização de fertilizantes azotados A.2.3 Monitorização de GEE nos sistemas de monitorização das políticas e medidas de incentivo à redução da utilização de fertilizantes azotados, recorrendo a metodologias compatibilizadas com o inventário de emissões 3: GESTÃO DOS CONSUMOS DE ENERGIA Objetivos: aumentar a eficiência no consumo de energia e aumento da utilização de fontes de energia renovável pela atividade agrícola A3.1 Promoção da eficiência energética no quadro das orientações estabelecidas no Programa de Desenvolvimento Rural: Estabelecimento de incentivos às medidas de eficiência energética no setor, incluindo no regadio, associadas a melhorias de eficiência hídrica, visando a redução da intensidade energética do setor em 2030 Monitorização de GEE nos sistemas de monitorização das políticas e medidas de incentivo à eficiência energética, recorrendo a metodologias compatibilizadas com o inventário de emissões A3.2 Promoção da produção e utilização de fontes de energia renovável no quadro das orientações estabelecidas no Programa de Desenvolvimento Rural Incentivos à produção pelo setor de energia renovável a partir de biometano e de biomassa Monitorização de GEE nos sistemas de monitorização das políticas e medidas de incentivo à utilização de energias renováveis no setor, recorrendo a metodologias compatibilizadas com o inventário de emissões Uso do solo, alteração do uso do solo e florestas É esperado que o setor LULUCF se mantenha como sumidouro líquido ao longo de todo o período de análise. Sendo um setor da maior relevância em termos da política de mitigação consideram-se no Quadro 17 medidas para este setor tendo em consideração os instrumentos 58

61 relevantes aprovados a nível nacional, como sejam a Estratégia Nacional para as Florestas e o Programa de Desenvolvimento Rural para QUADRO 17: POLÍTICAS E MEDIDAS PARA O SETOR USO DO SOLO ALTERAÇÃO DO USO DO SOLO E FLORESTAS META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM 2020 E 2030, FACE A 2005: n.a. VETORES DE ATUAÇÃO 1: FOGOS FLORESTAIS Objetivos: Reduzir o número de incêndios, a área ardida e as emissões provocadas pelos incêndios MEDIDAS F1.1 Aumentar a resistência e resiliência da floresta aos incêndios florestais Implementação da rede primária de faixas de gestão de combustíveis Implementar mosaicos de gestão de combustível Implementação da rede secundária de faixas de gestão de combustíveis na interface urbano/floresta Apoio ao número, funcionamento e integração das equipas de Sapadores Florestais Elaborar e implementar um Plano Nacional de Gestão Integrada do Fogo Elaborar e implementar um Plano de Ação Nacional de Redução do Número de Ocorrências Monitorizar o cumprimento do Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios, incluindo a nível regional 2: RESISTÊNCIA E RESILIÊNCIA Objetivos: Reduzir a área afetada e as emissões provocadas por agentes bióticos F2.1 Aumentar a resistência e resiliência da floresta aos agentes bióticos Melhorar o conhecimento, a capacitação, a monitorização e o controlo de agentes bióticos nocivos presentes em Portugal, com o envolvimento de todos os intervenientes na produção florestal Assegurar o controlo do material vegetal Apoiar intervenções de controlo de espécies invasoras lenhosas Recuperar e reabilitar ecossistemas florestais afetados Reduzir o potencial de introdução e instalação de novos agentes nocivos Reforçar o controlo das importações e circulação de material lenhoso, materiais florestais de reprodução e afins Reforçar a capacidade de deteção precoce dos agentes bióticos invasores, com apoio dos parceiros 3: FLORESTAÇÃO E GESTÃO DE ÁREAS FLORESTAIS Objetivo: Aumentar o sequestro da área florestal F3.1 Aumentar a área florestal Apoiar a florestação de terras agrícolas Apoiar a florestação de terras não-agrícolas Apoiar a florestação em áreas de elevada suscetibilidade à desertificação F3.2 Melhorar o desempenho da área florestal existente Apoiar a conservação e recuperação de habitats e zonas florestais de grande valor natural Apoiar a manutenção e conservação de galerias ripícolas Apoiar a reconversão de povoamentos instalados em condições ecológicas desajustadas, utilizando espécies melhor adaptadas Apoiar o aumento da área sujeita a planos de gestão florestal e promover a melhoria do valor económico dos povoamentos florestais Apoiar a certificação da gestão florestal sustentável Promover a implementação dos modelos e normas de gestão dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal (PROF) Dinamizar as Zonas de Intervenção Florestal Qualificar os agentes do setor 59

62 META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM 2020 E 2030, FACE A 2005: n.a. VETORES DE ATUAÇÃO 4: SOLOS Objetivo: Reduzir emissões e/ou aumentar o sequestro dos solos MEDIDAS F4.1 Conservar, restaurar e melhorar os solos agrícolas e florestais Promover técnicas agrícolas e silvícolas que aumentem o stock de carbono no solo Apoiar a instalação de pastagens permanentes melhoradas Apoiar a conservação de culturas permanentes tradicionais Assegurar o cumprimento das Boas Condições Agrícolas e Ambientais e dos Requisitos Legais de Gestão como pré-requisito para o acesso ao financiamento no âmbito da Política Agrícola Comum (PAC) 5: ENERGIA Objetivo: Melhorar o efeito de substituição de emissões dos produtos florestais F5.1 Promover o uso de biomassa para energia Apoiar o estabelecimento de área de culturas com fins energéticos de espécies florestais de muito curta rotação F5.2 Promover o uso de produtos florestais como substitutos de matérias-primas de origem fóssil Promover a utilização de produtos de base florestal no âmbito da economia verde e da construção sustentável Apoiar a criação e modernização de unidades de primeira transformação de produtos florestais 6: INFORMAÇÃO E MONITORIZAÇÃO Objetivo: Melhorar a capacidade de monitorização das emissões e sequestro do setor uso de solo F6.1 Apoiar a recolha e atualização periódicas de informação de base Implementar um sistema permanente de Inventário Florestal Nacional Implementar um sistema de atualização de usos de solo e alterações de uso do solo Melhorar a informação sobre estrutura e titularidade da propriedade Investigação, Desenvolvimento e Inovação (IDI) A inovação e desenvolvimento são parte da solução para a transição para uma economia de baixo carbono, tal como reconhecido no âmbito da estratégia europeia 2020 que elegeu a ação climática como uma das prioridades de investimento. Nesse sentido, considera-se ser de promover as iniciativas de inovação e desenvolvimento em matéria de tecnologias, práticas, produtos e serviços de baixo carbono e que contribuam para a mitigação das alterações climáticas, promovendo sobretudo a ecoinovação. Os programas comunitários Horizon 2020 (H2020) e LIFE constituem as principais áreas de oportunidade de enquadramento e financiamento nesta matéria, devendo o acesso a estes instrumentos ser uma aposta das empresas e instituições nacionais, designadamente através de parcerias constituídas para o efeito, incluindo internacionais, e do desenvolvimento de 60

63 capacidades nacionais que alavanquem a qualidade e extensão da participação nacional nestes programas. Deve referir-se também a participação nacional no âmbito da iniciativa NER 300, no âmbito da qual estão em curso três projetos inovadores de produção de energia de fontes renováveis. Estando em preparação uma segunda fase deste programa NER 400 deverão ser aproveitadas as oportunidades de participação nacional neste programa. QUADRO 18: POLÍTICAS E MEDIDAS INVESTIGAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E INOVAÇÃO META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM 2020 E 2030, FACE A 2005: n.a. 1.I&D VETORES DE ATUAÇÃO Objetivo:: promoção de projetos de I&D que constituam suporte à transição para uma economia de baixo carbono MEDIDAS I&D1.1 Inovação e desenvolvimento de tecnologias, práticas, produtos e serviços de baixo carbono em todos os setores de atividade: Promover os projetos de eco-inovação em tecnologias de baixo carbono Promover projetos de I&D que permitam apoiar a transição para uma economia de baixo carbono reduzindo os custos da transição Apoiar o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores e de baixo carbono I&D1.2 Prossecução do apoio à participação nos mecanismos NER 300 e NER 400: Promover este programa e criar condições para a participação de empresas nacionais no mesmo I&D1.3 Prossecução do apoio à participação nos Programas Horizon 2020 e LIFE: Promover estes programas e criar condições para a participação de empresas nacionais nos mesmos Conhecimento, informação e sensibilização A alteração de comportamentos está no centro da mudança de paradigma em que assenta a transição para uma economia de baixo carbono. Para esse efeito é necessário capacitar a sociedade e criar competências em mitigação das alterações climáticas que devem estar associadas à criação de emprego verde, orientar comportamentos individuais para decisões eficientes na gestão dos recursos e de baixo carbono e promover o envolvimento ativo da sociedade nesta transição, apoiar a divulgação de boas práticas e a participação em redes de troca de experiências. Adicionalmente, é necessário aprofundar o conhecimento em matéria de mitigação das alterações climáticas, apoiar o desenvolvimento de instrumentos de contabilização de emissões e estratégias e planos de baixo carbono, na ótica de que é necessário conhecer para gerir. 61

64 O PNAC prevê o lançamento de iniciativas pedagógicas que contribuam para a disseminação de informação, a partilha de conhecimento, o envolvimento ativo dos cidadãos e em especial dos mais jovens, tirando partido das novas tecnologias de informação. As medidas transversais elencadas articulam-se com as medidas que se enquadram no vetor estratégico Comportamentos nos setores Transportes, Residencial e Serviços e Indústria. QUADRO 19: POLÍTICAS E MEDIDAS CONHECIMENTO, INFORMAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM EM 2020 E 2030, FACE A 2005: n.a. VETORES DE ATUAÇÃO Objetivos: Aprofundar o conhecimento em matéria de mitigação das alterações climáticas, divulgar boas práticas e dinamizar comportamentos de baixo carbono na sociedade. MEDIDAS C1.1 Capacitação (educação e formação) em mitigação das alterações climáticas e economia de baixo carbono: Desenvolver iniciativas pedagógicas sobre mitigação das alterações climáticas a incluir nos currículos escolares Apoiar o desenvolvimento de ações de formação que permitam a criação de competências que apoiem a transição para uma economia de baixo carbono C1.2 Aprofundar o conhecimento em mitigação de alterações climáticas e economia de baixo carbono: Desenvolvimento de estudos e projetos que permitam contribuir para aprofundar o conhecimento, melhorar o acesso à informação, desenvolver os instrumentos de apoio à conceção de políticas em matéria de mitigação de alterações climáticas e economia de baixo carbono C1.3 Desenvolvimento de planos e estratégias de baixo carbono; contabilização e reporte de emissões pelos setores de atividade; certificações de baixo carbono: Desenvolvimento de planos e estratégias de baixo carbono pelos municípios e empresas Contabilização e reporte de emissões de GEE ao nível local e nas empresas Obtenção de certificações em normas relacionadas com baixo carbono C1.4 Dinamização da participação de organizações em ações de promoção e divulgação de boas práticas e redes de partilha de informação com objetivos de baixo carbono: Promoção da participação em iniciativas de divulgação de boas práticas em matéria de mitigação das alterações climáticas Promoção da participação em redes, designadamente com o objetivo de partilha de informação com objetivos de baixo carbono C1.5 Promoção de ações de sensibilização para comportamentos de baixo carbono: Ações diversas e em linha com as medidas identificadas a nível setorial no vetor comportamentos Desenvolvimento de campanhas de sensibilização para a economia de baixo carbono (p.ex O clima é connosco ) 62

65 Administração Pública A autonomização de uma área de intervenção relativa ao papel do Estado na transição para uma economia de baixo carbono releva desde logo pelo peso que esta detém na economia nacional e pelo impacte que as ações desenvolvidas podem ter na economia. As atividades desenvolvidas pelo Estado são geradoras de emissões com origens diversas podendo ser destacadas as emissões relativas aos transportes e à utilização dos edifícios, cuja utilização eficiente poderá gerar poupanças relevantes. Cabe ainda ao Estado liderar pelo exemplo a alteração de paradigma que deverá operar a transição para uma economia de baixo carbono. O PNAC considera assim três vetores estratégicos nesta área de intervenção: Mobilidade e Transportes; Edifícios; Compras Públicas. A Resolução do Conselho de Ministros n.º 93/2010, de 26 de Novembro determinou a elaboração de Planos Setoriais de Baixo Carbono a realizar por cada um dos ministérios para as áreas da sua competência. Volvidos quatro anos desta iniciativa e tendo sido lançado igualmente o Programa ECO.AP, com objetivos coincidentes, constata-se que o instrumento então preconizado carece de alteração. Neste contexto a opção a prosseguir deverá passar por centrar a atuação ao nível dos organismos e não dos ministérios. Neste âmbito cada organismo poderá definir os seus vetores estratégicos de atuação, o seu plano de intervenção de baixo carbono visando um levantamento das suas emissões e a definição de estratégias de redução das mesmas, em articulação com o Programa ECO.AP. O PNAC considera o Plano de Mobilidade Sustentável para a Administração Pública o qual terá como objetivo promover a mobilidade sustentável na Administração Pública, a redução de emissões e a obtenção de poupanças. Este plano será desenvolvido em torno de três pilares: Gestão da mobilidade; Tecnologia; Comportamentos. No que respeita às compras públicas e tendo por referência o preconizado no âmbito da Estratégia Nacional para as Compras Públicas Ecológicas são focadas medidas específicas que 63

66 visam a integração de requisitos de baixo carbono nas compras públicas, em particular no que respeita aos produtos e serviços energéticos, equipamentos e edifícios e de veículos e serviços de transporte. QUADRO 20: POLÍTICAS E MEDIDAS ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM 2020 E 2030, FACE A 2005: n.a. VETORES ESTRATÉGICOS DE ATUAÇÃO 1. MOBILIDADE E TRANSPORTES Objetivos: dar o exemplo criando um sistema de transporte e mobilidade de baixo carbono; reduzir a intensidade energética (GJ/pkm) e aumentar a eficiêncianos transportes. MEDIDAS AP1.1 Plano de mobilidade sustentável na Administração Pública, desenvolvido em torno dos pilares Gestão da Mobilidade, Tecnologia e Comportamentos, tendo em vista atingir a redução de 20% das emissões da frota em 2030: Programa de apoio ao veículo elétrico na Administração Pública Promoção da descarbonização da frota do Estado através de mudanças tecnológicas dos veículos Promoção da gestão da mobilidade, incluindo a promoção da utilização do do transporte público e iniciativas de car sharing e car pooling Promoção da alteração de comportamentos, incluindo o desenvolvimento de ações de formação em eco-condução 2. EDIFÍCIOS Objetivos: dar o exemplo criando um parque de edifícios de baixo carbono. AP2.2 Descarbonização do parque de edifícios do Estado: Implementação e alargamento do Programa ECO.AP Promoção da eficiência energética na reabilitação do parque edificado AP2.3 Promoção da adoção de soluções easy wins: Instalação de coletores solares térmicos para aquecimento em edifícios ou equipamentos com grandes necessidades como piscinas, recintos desportivos, escolas e pavilhões multiusos Adoção de soluções de climatização mais eficientes 3. COMPRAS PÚBLICAS Objetivo: No contexto das compras públicas ecológicas adotar requisitos de baixo carbono nas compras públicas AP3.1 Implementação da Estratégia Nacional para as Compras Públicas Ecológicas enquanto catalisador da transição para uma administração pública de baixo carbono: Incorporação de requisitos de baixo carbono nas compras públicas de produtos e serviços energéticos, equipamentos e edifícios Incorporação de requisitos de baixo carbono nas compras públicas de veículos e serviços de transporte Cidades sustentáveis As áreas urbanas são locais onde se verificam complexos desafios ambientais. O padrão de ocupação urbano extensivo que marcou as últimas décadas originou sérios problemas ao nível da sustentabilidade, nomeadamente no que se refere às emissões de GEE. Reconhecendo o papel que as cidades e as administrações locais têm vindo a desempenhar na mitigação das alterações climáticas considerou-se oportuna a constituição desta nova área de intervenção em sede de PNAC. 64

67 Nesta área são agregadas as políticas e medidas de áreas setoriais, em particular transportes, residencial e serviços e resíduos que assumem maior expressão nas cidades, complementadas com medidas específicas. É ainda de referir que todas as medidas do setor residencial e serviços assumem um especial enfoque nas cidades pelo que são aqui igualmente elencadas. Pretende-se ainda estimular as cidades para uma abordagem integrada das diferentes dimensões pelo que são igualmente contempladas abordagens estratégicas ao desafio da mitigação das alterações climáticas através da promoção de estratégias e Planos de Baixo Carbono ao nível local. São ainda de destacar iniciativas associadas à participação em redes de troca de boas práticas, como é o caso do Pacto dos Autarcas no âmbito do qual são atualmente signatários 99 municípios portugueses, os quais assumiram metas de redução de emissões de gases com efeito de estufa no município. Estas iniciativas devem ser reconhecidas e apoiadas devendo ser acolhidas igualmente no âmbito do PNAC, tendo sido também introduzidas nesta área de intervenção as iniciativas do eixo transversal Conhecimento, informação e sensibilização mais relevantes no contexto das cidades sustentáveis. 65

68 QUADRO 21: POLÍTICAS E MEDIDAS CIDADES SUSTENTÁVEIS META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM 2030: n.a. VETORES ESTRATÉGICOS DE ATUAÇÃO 1: GESTÃO DA MOBILIDADE CIDADES SUSTENTÁVEIS Objetivo: Colocar as cidades na linha da frente da mobilidade sustentável criando condições para a alteração de paradigma na mobilidade urbana. MEDIDAS T1.2.1 Redução da intensidade carbónica do sistema de transportes e logística urbana: Elaboração e implementação de Planos de mobilidade e transportes (PMT) pelos municípios com mais de habitantes ou que sejam capitais de distrito Promoção de Planos de Mobilidade de empresas e polos geradores e atractores de deslocações e Planos de mobilidade escolar Gestão da procura (passageiros e mercadorias) e ordenamento urbano de forma a reduzir o volume de deslocações (tráfego) e a distância das deslocações Criação de zonas de emissões reduzidas (ZER), quando aplicável Dinamizar iniciativas de mobilidade partilhada como o car sharing, bikesharing e car pooling T1.2.2 Promoção do Uso do transporte público Expansão e modernização de redes e serviços de transportes de média e grande capacidade: rede de eléctrico/metro ligeiro; corredores de transportes em sítio próprio; serviços diretos; Ações de promoção do transporte público (melhoria da cobertura territorial/ densidade da rede; frequências, qualidade do serviço, integração tarifária, condições de intermodalidade, tendo em vista atingir um aumento do peso da utilização dos transportes públicos na repartição modal Utilização de transportes e soluções de mobilidade energeticamente mais eficientes, adequando a oferta de transportes à procura (linhas e serviços urbanos em minibus, serviços de transporte flexível em áreas/períodos de baixa procura (coroas periféricas e período noturno) e novas soluções de organização e prestação de serviço de táxi Restrições à utilização do Transporte Individual (agravamento dos custos de utilização do automóvel, design urbano, implementação de zonas residenciais e de coexistência) Medidas de discriminação positiva da utilização de veículos de elevado desempenho ambiental, em particular elétricos T1.2.3 Promoção da mobilidade suave: Promoção do uso da bicicleta e outros modos suaves tendo em vista um aumento de 7% do peso dos modos suaves na repartição modal Criação de infraestruturas de apoio à mobilidade suave T2.5 Mobilidade inteligente Adoção de ferramentas de apoio à gestão da mobilidade e de sistemas e tecnologias de informação de apoio à mobilidade e comunicação, dirigidos aos utentes (generalização da informação em tempo real nas paragens, portais de informação ao público, apps para dispositivos móveis). T2.2 Promoção da mobilidade elétrica: Consagração do novo modelo para a mobilidade elétrica Promoção do VE nas frotas de táxi Promoção do VE na micrologística urbana Promoção de VE de duas rodas 66

69 META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM 2030: n.a. VETORES ESTRATÉGICOS DE ATUAÇÃO MEDIDAS 2: RESIDENCIAL E SERVIÇOS (E) E1.1 Redução das necessidades de energia para climatização através da reabilitação de superfícies envidraçadas e do isolamento eficiente: Promoção da aplicação de materiais isolantes eficientes (em coberturas, pavimentos e paredes) no parque de edifícios com necessidades de reparação Promoção da utilização de vidro duplo, caixilharia com corte térmico e vidros eficientes (de baixa emissividade) no parque de edifícios com necessidades de reparação E1.2 Promoção da produção e autoconsumo de energia renovável para suprir necessidades de aquecimento de água: Promoção da integração de coletores solares térmicos no parque edificado e a edificar, e renovação do parque de equipamentos existentes em fim de vida útil E1.3 Sistema de Eficiência Energética nos Edifícios: Alargamento do sistema em linha com as orientações da Diretiva para a Eficiência Energética E2.1 Promoção da adoção de soluções de climatização eficientes, designadamente para aquecimento ambiente: Promoção da substituição de lareiras por recuperadores de calor, nos edifícios residenciais Promoção da aquisição de bombas de calor para aquecimento em substituição de equipamentos ativos de climatização antigos E2.2 Promoção de Iluminação eficiente: adoção de programas nacionais conducentes à promoção de iluminação eficiente, através da renovação do parque pela substituição de lâmpadas de baixa eficiência energética e respetivo phase-out E2.3 Promoção de equipamentos mais eficientes: Promoção da substituição de eletrodomésticos e de outros equipamentos elétricos para uso essencialmente doméstico, reduzindo o consumo específico do parque de equipamentos domésticos 3: CONHECIMENTO, INFORMAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO (C) C1.3 Desenvolvimento de planos e estratégias de baixo carbono; contabilização e reporte de emissões pelos setores de atividade; certificações de baixo carbono: Desenvolvimento de planos e estratégias de baixo carbono pelos municípios e empresas Contabilização e reporte de emissões de GEE ao nível local e em empresas Obtenção de certificações em normas relacionadas com baixo carbono C1.4 Dinamização da participação de organizações em ações de promoção e divulgação de boas práticas e redes de partilha de informação com objetivos de baixo carbono: Promoção da participação em iniciativas de divulgação de boas práticas em matéria de mitigação das alterações climáticas Promoção da participação em redes, designadamente com o objetivo de partilha de informação com objetivos de baixo carbono 67

70 META DE REDUÇÃO DE EMISSÕES EM 2030: n.a. VETORES ESTRATÉGICOS DE ATUAÇÃO 4: ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E URBANISMO Objetivo: apostar na contenção dos perímetros urbanos, limitando a impermeabilização dos solos 5.PLANEAMENTO, GESTÃO E AMBIENTE URBANO MEDIDAS Utilização sustentável e racional do território, minimizando a emissão de gases com efeito de estufa, e intensificando a sua remoção por sumidouros: Evitar a conversão de zonas verdes e a subsequente impermeabilização da sua superfície Apostar na reutilização de zonas já construídas, como por exemplo antigos terrenos industriais Apostar na implementação de abordagens específicas que tenham em conta os recursos não utlizados a nível local, como por exemplo a existência de edifícios devolutos Apoiar a execução de operações de reabilitação e regeneração do tecido edificado em detrimento de novas construções Regenerar e revitalizar os centros urbanos, tendo em conta critérios de sustentabilidade: Promoção da densificação funcional dos tecidos urbanos, incluindo a diversificação e reforço da oferta de serviços e comércio de proximidade potenciadores de padrões de mobilidade sustentável Promoção da reabilitação urbana associada à introdução de soluções de aproveitamento das energias renováveis nos edifícios, bem como de soluções construtivas que permitam maior eficiência e energética e melhoria do conforto térmico; Promoção da sustentabilidade energética no espaço público e sistemas urbanos, incluindo a eficiência energética da iluminação pública e dos sistemas urbanos de água e saneamento; Promoção da sustentabilidade energética de parques industriais, tecnológicos e de negócios e de portos e plataformas logísticas Promoção da agricultura urbana, através da criação de espaços próprios para esse efeito integrados na estrutura urbana. Fomento da extensão, qualificação e integração dos espaços verdes urbanos potenciando o seu papel enquanto sumidouros de carbono e reguladores microclimáticos urbanos; Financiamento O financiamento das políticas e medidas que se enquadrem no PNAC será efetuado essencialmente ao abrigo dos fundos estruturais e de investimento no período , ao abrigo do Quadro de Referência Estratégico Comunitário (Portugal 2020), e dos programas operacionais e regionais que o materializam. Tanto mais que há o compromisso político, assumido a nível de Chefes de Estado e de Governo da UE de que pelo menos 20% dos fundos estruturais e de investimento serão canalizados para concretizar objetivos no âmbito do pacote Energia-Clima. Destaca-se em particular o Programa Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) o qual contempla pilares relativos à Transição para uma economia com baixas emissões de carbono em todos os setores e Proteção do ambiente, este último assente particularmente na operacionalização das estratégias para o setor dos resíduos (PERSU 2020), e para o setor das águas (PENSAAR 2020),ambos com estreita ligação à política climática e contemplados igualmente no PNAC. 68

71 De referir ainda que o Programa Operacional para a Competitividade e Internacionalização (POCI) prevê uma majoração para objetivos que promovam a sustentabilidade. O Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) é a fonte de financiamento privilegiada para as medidas do setor agrícola e florestal. O Programa Operacional dos Assuntos Marítimos e das Pescas (PO Mar 2020) visa tornar o setor da pesca mais competitivo, inclusivo e sustentável até 2020, apostando na utilização eficiente dos recursos, prevendo medidas destinadas a melhorar a eficiência energética nas vertentes da pesca e da aquicultura, designadamente nas embarcações de pesca e atenuar os efeitos das alterações climáticas. No que respeita às medidas de investigação e desenvolvimento procurar-se-á tirar partido das linhas de financiamento do Programa Horizon 2020 bem como do LIFE, em particular na vertente direcionada para alterações climáticas. Neste campo, à semelhança do que sucedeu com o Programa NER 300, serão igualmente identificadas as oportunidades existentes no programa de financiamento para o período , o Programa NER 400, que visa investir em inovação de baixo carbono no setor industrial, CCS e energias renováveis. O Fundo Português de Carbono (FPC) constitui o instrumento nacional para o financiamento da política climática e para apoiar a transição para uma economia de baixo carbono, podendo constituir, sempre que se considere adequado, a contrapartida nacional dos projetos a submeter a financiamento comunitário. Entre as Linhas programáticas do FPC para financiamento da política climática no período , as políticas e medidas constantes do PNAC 2020/2030 enquadram-se particularmente nas seguintes: Mitigação - Financiamento e cofinanciamento de medidas e projetos que contribuam para a mitigação das alterações climáticas, designadamente a redução de emissões de GEE ou o sequestro de carbono em diversos setores, apoiando simultaneamente a gestão eficiente dos recursos e dando os sinais necessários para contribuir para uma estratégia de crescimento verde assente na transição para uma economia resiliente, competitiva e de baixo carbono. Investigação e desenvolvimento - O apoio à investigação e desenvolvimento, em matéria de mitigação e adaptação às alterações climáticas é uma das novas linhas de ação do FPC 69

72 que se reveste da maior importância atentas as lacunas de conhecimento e o potencial de desenvolvimento de novas tecnologias que o combate e a adaptação às alterações climáticas exigem. Comunicação e sensibilização - Os comportamentos são dos aspetos que mais influência têm no combate e adaptação às alterações climáticas, o qual nunca se fará sem o envolvimento da sociedade que para isso tem de deter conhecimento, estar informada e sensibilizada. Com a alocação de um conjunto de receitas ao Fundo Português de Carbono, em que se destacam as receitas de leilão das licenças de emissão, e a garantia da sua aplicação à política climática é possível dispor do fluxo financeiro necessário para a transição para uma economia de baixo carbono. O Fundo para a Eficiência Energética, o Fundo de Apoio à Inovação e outros fundos nacionais que visam objetivos que concorrem para a descarbonização da economia são igualmente fontes de financiamento de medidas do PNAC nas respetivas áreas setoriais. 70

73 PARTE C: EMISSÕES E PROJEÇÕES 2020/

74 5. EVOLUÇÃO DAS EMISSÕES NO PERÍODO O Protocolo de Quioto estabeleceu que a UE, como um todo, estava obrigada, no período 2008 a 2012, a uma redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) de -8% em relação aos níveis de No acordo de partilha de responsabilidades a nível comunitário ficou estabelecido que Portugal poderia aumentar as suas emissões em 27% em relação a 1990, não podendo exceder as 382 milhões de toneladas de equivalentes de CO 2 (Mt CO 2 e) no período , o que representa um valor médio anual de 76,39 Mt CO 2 e. Desde 2001 Portugal contou com uma Estratégia para as Alterações Climáticas 4, documento que enquadrou o desenvolvimento das políticas sobre esta matéria e a atividade da Comissão para as Alterações Climáticas, criada em e cujas funções foram integradas na APA em Desde 2001, o instrumento central das políticas de mitigação das alterações climáticas tem sido o PNAC que integra as políticas e medidas de mitigação das alterações climáticas que visam a redução de emissões de gases com efeito de estufa a nível nacional nos diversos setores. Após o rápido crescimento verificado durante a década de 90, as emissões nacionais registaram um abrandamento no início dos anos 2000, verificando-se após 2005, um decréscimo das emissões nacionais. De acordo com os dados da submissão oficial de Portugal às Nações Unidas (relativo às emissões até 2012) 6, Portugal encontra-se em linha de cumprimento com os objetivos traçados para o período em termos de limitação de emissões de GEE. As emissões nacionais referentes ao ano de 2012 (sem contabilizar o setor uso do solo, alteração do uso de solo e floresta (LULUCF)) estavam 13% acima do valor de Este valor representa no entanto um decréscimo de cerca de -22% em relação a 2005 (Figura 9). 4 Resolução do Conselho de Ministros n.º 59/2001, de 30 de maio. 5 Resolução do Conselho de Ministros n.º 72/98, de 29 de junho. 6 Submissão do INERPA de 20 de novembro de

75 160% 140% 120% 100% 80% Total (sem LULUCF) 60% 40% Total (com LULUCF) 20% 0% FIGURA 9: EVOLUÇÃO DAS EMISSÕES NACIONAIS FACE A 1990 Esta tendência reflete em grande medida a evolução da economia portuguesa que se caraterizou por um forte crescimento associado ao aumento da procura de energia e da mobilidade na década de 90 e a uma estabilização das emissões no início da década de 2000, sobretudo devido ao aumento da incorporação de gás natural e ao aumento da penetração das energias de fonte renovável, as quais apoiaram uma redução consistente das emissões nacionais desde Contudo, as emissões mais recentes refletem também a redução da procura verificada na economia portuguesa devido à crise económica e financeira. O setor da energia, incluindo transportes, mantém-se em 2012 como o principal sector responsável pelas emissões de GEE, representando cerca de 70% das emissões nacionais, e apresentando um crescimento face a 1990 de cerca de 15%. O setor dos transportes, que é fortemente dominado pelo tráfego rodoviário, é um dos setores que registou maior crescimento no período : 65%. No entanto esta situação tem sofrido alterações nos anos mais recentes em que se verifica uma redução destas emissões desde 2002, acentuando-se nos últimos anos. Os setores resíduos, agricultura e processos industriais têm um peso aproximado (12%, 11% e 7%, respetivamente). No entanto, os setores dos resíduos e dos processos industriais apresentam uma tendência de crescimento face a 1990, da ordem dos 37% e 3% respetivamente, enquanto os setores agrícola e dos solventes registam uma tendência de redução das emissões de, respetivamente -11% e -29%. 73

76 O setor LULUCF é um sumidouro líquido em todo o período. Na evolução registada são evidentes os grandes incêndios que ocorreram em 2003 e 2005 e que se traduziram numa redução significativa da capacidade de sequestro. A Figura 10 e a Figura 11 mostram a evolução das emissões setoriais no período e o peso relativo das emissões dos setores em % 200% Energia 150% 100% 50% Transportes Indústria (incluindo processos industriais, excl. F-gases) Agricultura (incluindo combustão) Resíduos 0% FIGURA 10: EMISSÕES NACIONAIS POR SETOR FIGURA 11: REPARTIÇÃO DAS EMISSÕES NACIONAIS DE GEE EM

77 Uma análise das emissões de GEE por unidade de PIB permite verificar que apenas em 2005 se iniciou um processo de dissociação entre o PIB e as emissões, resultante da descarbonização da economia, ou seja, uma economia com menos carbono emitido por cada unidade de riqueza produzida, tendência que é anterior à atual crise económica. Vários fatores estão na base desta tendência, como seja o crescimento da penetração de fontes energéticas menos poluentes como o gás natural, com a construção de centrais de ciclo combinado e de unidades de cogeração, mais eficientes. São ainda de apontar outras causas, como seja o crescimento significativo da energia produzida a partir de fontes de energia renovável (principalmente eólica e hídrica), e a implementação de medidas de eficiência energética. A melhoria da eficiência no setor dos transportes (através da renovação do parque automóvel) e no setor habitacional (por via da certificação dos edifícios) poderá também explicar estas tendências. Quando comparado com o resto da Europa, apesar da significativa redução da intensidade carbónica do PIB, verifica-se que Portugal apresenta valores superiores à média Europeia. De 2011 para 2012 o carvão recuperou importância, com um aumento de 31% no consumo para produção elétrica. Simultaneamente verificou-se uma redução de 44% entre no uso de gás natural para produção de energia elétrica. Estas tendências são explicadas pelos preços baixos de carvão face ao gás natural. Deve realçar-se também o contributo da descida do PIB de 2011 para 2012, de -3,2%, para este efeito combinado. No que respeita às emissões per capita, verificam-se em 2012 valores da mesma ordem dos registados em Depois de uma fase de aumento das emissões per capita até 2002, com um máximo de 8,5 t CO 2e /per capita, a tendência tem vindo a ser de redução deste valor. A comparação das emissões nacionais per capita com a União Europeia permite constatar a manutenção dos baixos valores nacionais face às médias europeias Balanço de cumprimento do Protocolo de Quioto A avaliação do cumprimento do Protocolo de Quioto (PQ) é efetuada por comparação entre as emissões observadas e as unidades de mercado adquiridas pelo País num dado período com a Quantidade Atribuída de emissões a Portugal. Um País diz-se em cumprimento quando a 75

78 soma das emissões com as unidades de mercado sejam iguais ou superiores à quantidade atribuída. No caso Português a quantidade atribuída, i.e. o valor máximo que o País está autorizado a emitir no período , foi fixada em 381,95 milhões de toneladas de equivalentes de CO 2e (Mt CO 2e ), correspondentes a uma média anual de 76,39 Mt CO 2e (A. Quantidade Atribuída a Portugal). Para a contabilização das emissões observadas e unidades de mercado é necessário contabilizar e somar os seguintes elementos: i. Emissões anuais ( ) apuradas no âmbito do Inventário Nacional de Emissões e Remoções de Gases com Efeito de Estufa e outros Poluentes Atmosféricos (INERPA) sem contabilizar o setor LULUCF; ii. Emissões/remoções do setor LULUCF no período , usando as regras de contabilização específicas para este setor (definidas também no PQ); iii. Contributo do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) no período ; iv. Contributo do Fundo Português de Carbono (FPC) através da aquisição de créditos de carbono realizadas. O contributo de cada um destes elementos é apresentado no Quadro 22. Em termos de emissões, sem contabilizar o setor LULUCF, verifica-se em 2012 um aumento de 13% em relação a Recorda-se que em termos dos objetivos de Quioto, Portugal poderia aumentar as suas emissões em cerca de 27% em relação a Estão aqui incluídas as emissões observadas nos setores não-cele e as emissões verificadas no CELE (B. Emissões Observadas sem LULUCF e sem CELE). A contabilização das emissões ou remoções das atividades englobadas no setor LULUCF constituem um importante fator na avaliação do cumprimento de Quioto para Portugal. Este setor funcionou neste período como um sumidouro líquido pelo que as remoções contabilizadas acrescerão à Quantidade Atribuída a Portugal para efeitos de contabilização da meta de Quioto (C. Contributo LULUCF). Importa ainda contabilizar um contributo adicional do CELE e que diz respeito ao diferencial entre as licenças atribuídas às instalações abrangidas pelo regime e as emissões efetivamente verificadas. Uma vez que o montante de licenças atribuídas excede as emissões verificadas no 76

79 Mt CO2e período este adicional acresce às emissões observadas uma vez que são unidades que não estão já disponíveis a Portugal para efeitos de cumprimento uma vez que foram transferidas para as empresas CELE (D. Contributo adicional CELE). Por fim, contabilizam-se ainda os créditos de carbono adquiridos no âmbito do FPC. Recorda-se que o FPC foi criado com o objetivo de garantir o cumprimento de Quioto através da intervenção no mercado de carbono (E. Contributo FPC). A contabilização dos contributos do setor LULUCF coloca Portugal com um superavit de cumprimento de cerca de 38,1 Mt CO 2e (Figura 12 e Quadro 22). Pode assim concluir-se que Portugal cumpriu com sucesso os objetivos nacionais no âmbito do primeiro período de compromisso do Protocolo de Quioto, tendo ficado 10% abaixo do máximo que estava autorizado a emitir. 400,00 381,94 Mt 350,00 300,00 250,00 200,00 150,00 152,44 Mt 100,00 50, ,09 Mt + 44,91 Mt 0,00-50,00 Quantidade Atribuída Emissões setores não- CELE (-) 19,84 Mt Emissões setores CELE (-) -6,67 Mt Atribuições CELE não utilizadas pelas instalações (-) Emissões/remoções setor LULUCF (+) Créditos de carbono (+) FIGURA 12: CUMPRIMENTO DA META DE QUIOTO EM TERMOS DE REGRAS DE CONTABILIDADE DO PROTOCOLO DE QUIOTO 77

80 QUADRO 22: AVALIAÇÃO DE CUMPRIMENTO DO PROTOCOLO DE QUIOTO NO PERÍODO MT CO 2E Avaliação de cumprimento A. Quantidade Atribuída a Portugal B. Emissões Observadas (sem LULUCF) 76,39 76,39 76,39 76,39 76,39 381,94 78,15 74,95 70,73 69,41 68,85 362,10 Emissões não-cele 48,23 46,69 46,57 44,40 43,61 229,50 Emissões CELE 29,92 28,26 24,17 25,01 25,24 132,60 C. Contributo LULUCF -44,76-44,76 D. Contributo adicional CELE (atribuições a instalações CELE e não utilizadas para cumprimento) 0,47 2,48 8,02 7,90 7,63 26,51 E. Contributo FPC (redução de emissões adquiridas em países terceiros) -6,82-6,82 Avaliação de cumprimento [A-(B+C+D)] 1,2 6,72 7,90 6,58 8,03 8,85 38,09 1 Valores positivos denotam cumprimento das metas, valores negativos significam que as metas não foram atingidas. 2 Por simplificação e apenas para este efeito representa-se o contributo LULUCF e FPC igual em cada um dos 5 anos do período de cumprimento 78

81 6. PROJEÇÕES DE EMISSÕES NO PERÍODO Metodologia A metodologia referida neste capítulo refere-se sobretudo aos métodos usados para projetar trajetórias de atividade e respetivas emissões de gases com efeito de estufa (GEE) para os sectores de atividade considerados ou seja, sistema energético (incluindo sectores de produção, transporte e consumo de energia), agricultura, resíduos e águas residuais e gases fluorados. Não são descritas as metodologias para a estimativa de emissões de GEE a partir de variáveis de atividade já que é seguida a metodologia constante no NIR (National Inventory Report) elaborado pela APA. Cada um dos sectores de atividade referidos adotou uma metodologia específica de projeção das respetivas variáveis de atividade, suportando-se contudo no mesmo quadro de referência socioeconómico, para garantir a coerência das projeções obtidas. Assim, serão apresentados em primeiro lugar os cenários socioeconómicos que serviram de base a todos os métodos de projeção, seguindo-se uma breve descrição sobre os métodos de projeção das variáveis de atividade para cada sector e finalmente os cenários de política ensaiados neste exercício para responder aos objetivos estabelecidos Cenários socioeconómicos Os cenários socioeconómicos que dão suporte aos exercícios de projeção, em particular, da procura de serviços de energia, de atividade agrícola e pecuária e de resíduos até 2030 consideram dois períodos distintos: (i) período até 2020: o andamento económico segue de perto as projeções do FMI, condicionadas pelo momento atual e perspetivas de curto prazo da economia Portuguesa, constituindo desta forma uma atualização face aos cenários utilizados no Roteiro Nacional de Baixo Carbono 2050 (RNBC); (ii) período de 2020 a 2030: o andamento económico segue o adotado no RNBC, garantindo-se coerência com este exercício de longo-prazo. Em linha com a abordagem já adotada no RNBC, a construção de cenários prospetivos para a economia nacional traduz trajetórias que delimitam 79

82 de forma aproximada (i.e. estabelecendo máximos e mínimos) o intervalo onde se situará, com razoável probabilidade, a trajetória futura do País. Não se consideram igualmente elementos de rutura política, social ou económica, que possam determinar uma alteração estrutural da economia Portuguesa. Consideram-se dois cenários socioeconómicos nacionais: Cenário Alto (CA) e Cenário Baixo (CB), que assumem dois modelos de desenvolvimento contrastantes a nível económico (crescimento do PIB de 3%/ano e 1%/ano, respetivamente) e social (taxas de crescimento positivo e negativo da população, respetivamente). Estes cenários devem ser entendidos como as fronteiras superior e inferior, respetivamente, do espaço de verosimilhança dos resultados apurados. Uma descrição mais detalhada sobre estes cenários pode ser lida no Capítulo A.3. CENÁRIOS SOCIO-ECONÓMICOS PARA 2050 do RNBC 7. Convém sublinhar que as projeções aqui apresentadas embora acomodem, no muito curto prazo, a informação disponível decorrente da atual situação financeira e económica nacional, não acomodam ou antecipam episódios conjunturais no futuro, privilegiando a apresentação de tendências de longo prazo. Assume-se deste modo um grau de incerteza diferenciado ao longo do horizonte de projeção, sendo inferior para o período e superior para o período As estimativas obtidas com a cenarização devem ser interpretadas como tendências, devendo evitar-se interpretar aspetos particulares associados a anos específicos. Os valores considerados para a caracterização da evolução socioeconómica do País até 2030 são apresentados no Quadro

83 QUADRO 23: INDICADORES SÓCIOECONÓMICOS UTILIZADOS NO EXERCÍCIOS DE PROJEÇÃO PIB (M 2010 )* População** (milhares) Alto Baixo Alto Baixo Alto PIB/capita (M 2010 /pa) Baixo *projeções FMI até 2020; a partir de 2020: cenário alto:3%/ano; cenário baixo: 1%/ano. ** projeções de Departamento de Estratégias e Análise Económica, APA. A projeção de procura de serviços de energia nos vários sectores (serviços, doméstico, indústria e transportes) e materiais (para o caso de algumas indústrias) tem como suporte variáveis específicas, como o VAB sectorial. Para o presente exercício adotou-se a continuidade da estrutura do VAB registado em 2011 para o horizonte temporal de análise até 2030 (ao contrário do RNBC em que se adotou duas estruturas de produção um pouco distintas a partir de 2020, nos CA e CB) PIB: 3%/a PIB: +1%/a POP: Alto POP: baixo FIGURA 13: EVOLUÇÃO DE INDICADORES SOCIO-ECONÓMICOS 2005=100 81

84 9% 2% Agricultura, Silvicultura e Pescas 19% Serviços e Adm Pública Indústria e Construção 70% Outros FIGURA 14: ESTRUTURA SECTORIAL DOS VABS PARA 2011 Embora a projeção da procura de serviços de energia tenha seguido a mesma metodologia que no RNBC, a base de partida foi atualizada para as condições económicas atuais, o que teve um impacto significativo em algumas indústrias pelo que as estimativas de projeção da procura foram ajustadas. A evolução da procura de serviços de energia para os edifícios de serviços e doméstico reflete a diferença de expectativas nos períodos até 2020 e até 2030 que, para o CB retrata uma continuidade, e para o CA um acréscimo significativo consentâneo com o cenário macroeconómico estabelecido. 82

85 FIGURA 15: PROCURA DE SERVIÇOS DE ENERGIA PARA O SECTOR DOS SERVIÇOS (ÍNDICE 2005 =100) FIGURA 16: PROCURA DE SERVIÇOS DE ENERGIA NO SECTOR DOMÉSTICO (ÍNDICE 2005 =100) FIGURA 17: PROCURA PARA SECTORES INDUSTRIAIS SELECIONADOS 83

86 Para a mobilidade de passageiros e de mercadorias o andamento da procura de mobilidade reflete a retração económica sentida no período até 2015, e um aumento até 30% em 2030 face a 2005, quer para os passageiros quer para mercadorias (cenário Alto), bem como aumentos mais modestos a rondar os 10% (cenário Baixo). No exercício de modelação subjacente, a procura doméstica de mobilidade condiciona a atividade de refinação para a produção de derivados de petróleo, pelo que os resultados deste sector devem ser entendidos à luz da procura interna, e não de padrões de exportação. Ilustra-se também o andamento da procura de passageiros em modo privado e público que não sofre qualquer alteração na sua relação, e a procura de transporte de mercadorias por modo ferroviário e rodoviário. FIGURA 18: PROCURA DE MOBILIDADE DE PASSAGEIROS E MERCADORIAS (EM CIMA), E DESAGREGADO POR PROCURA DE PASSAGEIROS PRIVADO E PUBLICO (EM BAIXO À ESQ.) E PROCURA DE MERCADORIAS RODOVIÁRIO E FERROVIÁRIO (EM BAIXO À DIR.) 84

87 Os preços de importação de energia primária foram adotados do exercício da projeção da Comissão Europeia (2013) (cenário REFERENCE SCENARIO 2013). Os preços de importação da biomassa foram revistos em baixa, face a exercícios de modelação anteriores, nomeadamente o RNBC continuando a assumir-se uma incerteza significativa nesta variável para o futuro. Os custos para o ano 2010 são da DGEG (fatura energética) e a sua evolução futura segue a tendência ajustada da procura mundial de biomassa de acordo com o cenário 4D da Energy Technological Perspectives IEA 2012, estando alinhados com outras fontes como a FAO. O potencial foi estimado considerando cerca de 20% do consumo de energia primária em Portugal em 2050, de acordo com estabelecido no estudo Energy Technological Perspectives IEA 2010 para o potencial de biomassa no consumo de energia. FIGURA 19: PREÇOS DE IMPORTAÇÃO DE ENERGIA PRIMÁRIA (FONTE: EC, ) QUADRO 24: CURVAS DE CUSTO PARA O RECURSO BIOMASSA IMPORTADA Custo de importação de biomassa ( /t) Potencial máximo (PJ)

88 O modelo TIMES assume um comportamento absolutamente racional dos agentes económicos na posse de toda a informação para decisões de investimento, o que na realidade não se verifica. Assim, foram estabelecidos fatores de inércia que configuram valores mínimos de manutenção da contribuição do vetor de energia final para satisfação dos serviços de energia nos edifícios existentes, tendo em consideração os valores no balanço energético de 2012, e o recente Inquérito ao Consumo de Energia no Sector Doméstico da DGEG, bem como o tempo de vida médio dos equipamentos existentes em Não são considerados instrumentos de política económica como o IVA e o ISP, por se ter como objetivo a identificação de soluções tecnológicas custo-eficazes, baseando-se todo o exercício em valores de custos das tecnologias. Não são modeladas as trocas de eletricidade com Espanha, já que estas assentam sobretudo em decisões de mercado, não sendo o modelo TIMES_PT uma ferramenta apropriada para as acomodar. É assumida, de acordo com expectativas da REN, um saldo nulo com Espanha a partir de Considera-se a disponibilidade dos aproveitamentos hidroelétricos em todo o período de modelação, equivalente a uma hidraulicidade média (ano médio, e.g. 2006, IPH=0,8). Considera-se um limite máximo de 85% relativo ao uso de gás natural nos sectores doméstico e terciário, por limitação de acesso à infraestrutura de distribuição. Não é considerada a opção da tecnologia nuclear, uma vez que a mesma não representa atualmente uma opção de política energética nacional. As emissões (e remoções) associadas aos setores agricultura e LULUCF consideradas mantêm a abordagem utilizada no RNBC no horizonte temporal até 2030, utilizando-se para o efeito os cenários Médio (correspondendo ao CB no PNAC) e Alto (correspondendo ao CA no PNAC) considerados naquele exercício. A análise em termos de comportamento das emissões é realizada em relação a 1990 e a 2005 por se tratarem dos anos base relevantes no âmbito do Protocolo de Quioto e do pacote energia-clima a nível comunitário. Para os gases fluorados o ano de referência é Sempre que relevante a comparação será também realizada com referência a 2012, o ano mais recente de inventário de emissões. A análise em termos de energia primária e energia final são realizadas com base nos dados de 2010 do TIMES_PT, calibrado para a realidade do sistema energético nacional. 86

89 Cenários de Política Para avaliar o potencial de redução de emissões nacional no horizonte 2030 foram definidos três cenários de política com pressupostos ligeiramente diferenciadores entre si, tendo-se considerado para cada cenário de política os cenários socioeconómicos referidos: Cenário de Referência [REF] que contempla as políticas e medidas incluídas em documentos de política nacional em vigor até 1 de setembro de 2013; Cenário de Referência Ajustado [REFaj] que contempla as opções de política identificadas no [REF] exceto no que se refere à capacidade de produção eólica offshore, ondas e solar concentrado (CSP), potencial de hídrica em 2030, datas de encerramento das centrais de carvão de Sines e Pego, (novas) centrais de ciclo combinado de Sines e Lavos e número de veículos elétricos em Este cenário traduz a expectativa de um conjunto de stakeholders consultados; Cenário de maior ambição [REFaj+] que tem como base o [REFaj] embora assumindo um maior otimismo quanto à penetração de determinadas tecnologias energéticas específicas até 2030, designadamente quanto ao solar fotovoltaico (PV), bombas de calor e solar térmico. Considera ainda o PERSU 2020 e o novo regulamento comunitário para os gases fluorados (Regulamento (EU) n.º 517/2014, de 16 de abril). As especificações dos cenários de política, e os respetivos objetivos, são apresentados no Quadro 25. Foram ainda realizados três exercícios de análise de sensibilidade em três áreas relevantes da política climática, procurando avaliar potenciais áreas de desenvolvimento de políticas: i. Mobilidade elétrica; ii. iii. Penetração de renováveis e potencial para exportação; Efeitos de uma taxa de carbono nos setores não abrangidos pelo CELE. O Quadro 26 apresenta os pressupostos segundo os quais foram analisadas as hipóteses definidas. 87

90 QUADRO 25: CENÁRIOS DE POLÍTICA CONSIDERADOS NOME E DESCRIÇÃO DO CENÁRIO [REF]: Políticas e medidas incluídas em documentos de política nacional em vigor até 1 de setembro de 2013, nomeadamente: POLÍTICA ENERGÉTICA: Objetivos do Plano Nacional de Ação para as Energias Renováveis (PNAER) e do Plano Nacional de Ação para a Eficiência Energética (PNAEE) com vista ao cumprimento dos objetivos nacionais de renováveis, redução de GEE e de eficiência energética em Objetivos de renováveis e de eficiência energética na década em linha com a tendência registada da década Bombas de calor no setor residencial e serviços passam a representar 6% da satisfação da procura total de aquecimento ambiente nestes setores. OBJECTIVO Estimar a trajetória de emissões de GEE até 2030, considerando o cumprimento integral das políticas e medidas em vigor em 202, e assumindo a continuidade dos objetivos de política energética até POLÍTICA DE RESÍDUOS: Objetivos de gestão e destino final de resíduos e águas residuais até 2020, segundo o cenário BAU do documento de apresentação do Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2020). Cumprimento do phasing-out da deposição em aterro como destino final para o pós-2030 (valor residual de 5% em 2030), e um valor de 15% de resíduos urbanos depositados em aterro (redução de 35% entre 2020 e 2030), em linha com as opções do RNBC. POLÍTICA CLIMÁTICA: Evolução de licenças de emissão de CO 2 atribuídas (gratuitamente ou não) de acordo com a Diretiva 23/04/2009, com uma projeção de preço das licenças igual ao considerado no estudo da Comissão Europeia (EU energy, transport and GHG emissions: Trends to 2050, Reference Scenario 2013). 88

91 [REFaj]: Igual a [REF] com as exceções a seguir apresentadas Sector Electroprodutor: NOME E DESCRIÇÃO DO CENÁRIO Capacidade de produção eólica offshore, ondas e CSP sem obrigatoriedade de entrada conforme PNAER. Potencial de Hídrica em 2030 com um máximo de 8,8 GW. Central a carvão de Sines encerra em 2021 e a do Pego em Sem imposição das novas centrais de ciclo combinado de gás natural de Sines e Lavos. Transportes Não é considerado o objetivo de veículos elétricos em 2020 (PNAER), mas um valor mais conservador face à realidade atual (e.g veículos em 2020). OBJECTIVO Estimar a trajetória de emissões de GEE até 2030, esperado a partir do cumprimento integral das políticas e medidas em vigor, assumindo uma expectativa conservadora dos stakeholders sobre a continuação da utilização do carvão no sector electroprodutor. [REFaj+]: Igual a [REFaj] e assumindo otimismo em 2030 em tecnologias energéticas específicas: Limite máximo para o potencial nacional em 2030 de 2,7 GW para solar PV e de 7 GW para eólica onshore. Bombas de calor no setor residencial e serviços passam a representar quase 10% da satisfação da procura total de aquecimento ambiente nestes setores. Solar térmico nos serviços com um potencial de quase o dobro do que se verifica em 2020 (acompanhando a tendência do que acontece no doméstico). Inclui o novo regulamento de gases fluorados, em vigor a partir de janeiro de 2015 (Regulamento (UE) N.º 517/2014, de 16 de abril de 2014). Inclui os objetivos do PERSU 2020 para o horizonte de 2020 (conforme documento de apresentação do PERSU 2020). Para 2030 assumem-se cenários entre o cumprimento do phasing-out da deposição em aterro como destino final para o pós- 2030, e um valor de 7,5% de resíduos urbanos depositados em aterro (redução de 45% entre 2020 e 2030). Estimar a trajetória de emissões de GEE até 2030, esperado a partir do cumprimento integral das políticas e medidas em vigor, assumindo uma expectativa: otimista sobre opções tecnológicas identificadas como custo-eficazes para o sistema energético nacional. Permite uma primeira avaliação do impacte esperado da implementação do PERSU2020 e do novo Regulamento dos gases fluorados. 89

92 QUADRO 26: PRESSUPOSTOS DOS CENÁRIOS DE SENSIBILIDADE HIPÓTESES PROSPECTIVAS ESPECÍFICAS PARÂMETRO A ANALIZAR DESCRIÇÃO DO CENÁRIO OBJETIVO EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DOS VEÍCULOS ELÉCTRICOS POTENCIAL DE PRODUÇÃO RENOVÁVEL ENDÓGENA COM VISTA A EXPORTAÇÃO, ALAVANCADA PELO ACRÉSCIMO DAS INTERCONEXÕES TAXA SOBRE AS EMISSÕES DE CO 2 NAS ACTIVIDADES NÃO ABRANGIDAS PELO CELE [REFaj+_EV]: Igual a [REFaj+] e assumindo otimismo em 2030 sobre características tecnológicas do veículo elétrico com bateria (BEV): BEV assegura mobilidade anual equivalente aos veículos convencionais ( km /ano em vez de km/ano), admitindo-se a possibilidade de troca de baterias a partir de 2025 (inclusive) por forma a possibilitar a oferta de mobilidade de longa distância Consideração de um teto (CAP) de emissões em 2030 equivalente a 50% das emissões registadas em [REFaj_SOL]: Igual a [REFaj] e considerando a maximização do solar PV em Portugal face ao seu potencial endógeno: 9.30 GW de potencial máximo de solar PV a capacidade instalada total do setor electroprodutor e atividade é mantido igual a [REF Aj] até 2025, libertando-se o potencial de solar PV a partir desse ano. [TAXA35]: Igual a [REFaj], com exceção: Taxa de carbono crescente sobre as emissões de CO 2 nas atividades não abrangidas no CELE no período de 2017 a 2030 idêntica à taxa as que estão sujeitas as emissões CELE. [TAXA15]: Igual a [REFaj], com exceção: Taxa de carbono sobre as emissões de CO 2 igual a 15 /tco 2 nas atividades não abrangidas no CELE no período de 2017 a 2030; a evolução constante do valor da taxa pressupõe que as atividades fora do CELE serão impactadas pelo sobrecusto do carbono na produção de energia e outros bens incluídas no CELE, em particular pelo sobrecusto gerado na produção de eletricidade. Avaliar o grau de penetração do BEV em função do seu custo-eficácia, assumindo-se a atual expectativa de evolução do seu custo (i.e. sem reduções adicionais face ao que está previsto), e admitindo que entrega serviços de mobilidade equivalente aos veículos convencionais. Analisar a ordem de mérito do custo eficácia das tecnologias de produção elétrica, solar PV e CCGN, em 2030 com vista à identificação do seu potencial para exportação de eletricidade. Avaliar o nível de indução de redução de emissões de GEE nas atividades não abrangidas no CELE, e quais os sectores que melhor reagem a este instrumento. 90

93 6.2. Trajetórias de emissões de gases com efeito de estufa O presente capítulo apresenta as trajetórias de emissões de GEE para os cenários de desenvolvimento socioeconómico (CA e CB) e para o conjunto de cenários de política analisados ([REF], [REFaj] e [REFaj+]). As emissões até 2020 traduzem a concretização plena dos objetivos de política em vigor em setores com relevância em termos de emissões de GEE, designadamente os que se referem a política energética (incluindo objetivos de renováveis assumidos no PNAER e de eficiência energética assumidos no PNAEE), de resíduos e águas residuais. Neste sentido trata-se de uma análise onde está desde logo integrado um nível significativo de ambição face à situação atual decorrente dos esforços ainda necessários desenvolver para assegurar o pleno cumprimento dos objetivos de política identificados. As emissões para o período 2020 a 2030 devem ser lidas com prudência, uma vez que decorrem de objetivos de política exploratórios (i.e. não aprovados nem adotados). No que diz respeito ao sistema energético (incluindo o setor eletroprodutor, o setor dos transportes, os setores residencial e serviços e o setor da indústria), as reduções setoriais estimadas e as opções tecnológicas associadas traduzem opções custo-eficazes, i.e., as opções que minimizam os custos de satisfazer as necessidades (em termos de procura de serviços de energia, mobilidade e materiais) do sistema energético, no contexto dos pressupostos assumidos. Importa ainda salientar que a modelação realizada não considera eventuais impactes decorrentes de interações com o exterior como sejam os casos de produção nacional ser exportada e por essa via satisfazer procura externa. Este é em particular o caso das emissões associadas à produção de produtos refinados cujos resultados devem ser lidos com prudência na medida em que se encontram subestimados por via deste efeito. O mesmo pode acontecer no caso da produção de eletricidade por via da procura externa, tendo sido considerado um cenário de teste desta hipótese. As emissões (e remoções) associadas aos setores agricultura e LULUCF consideradas mantêm a abordagem utilizada no RNBC no horizonte temporal até

94 Pretende-se desta forma identificar o potencial de redução de emissões de GEE até 2030, os seus principais vetores e os sectores de atividade económica em que ocorrem. A evolução das emissões totais de GEE para as trajetórias consideradas é ilustrada na Figura 20 que engloba: i. As emissões totais históricas de tendo por base o reporte do inventário à Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas (CQNUAC) realizado em novembro de 2014, no âmbito do processo de revisão efetuado pelo secretariado da CQNUAC; ii. No horizonte : a. As emissões do sistema energético contabilizadas diretamente pelo modelo TIMES_PT; b. As emissões fugitivas de combustíveis e as emissões decorrentes das atividades de produção e uso de gases fluorados, inferidos de dados de atividade (da refinação e distribuição de produtos petrolíferos e gás natural) obtidos através do modelo TIMES_PT; c. As emissões do sector agricultura em linha com a abordagem utilizada no RNBC; d. As emissões do setor resíduos (incluindo águas residuais) tendo por base cenários de evolução da atividade a nível setorial Tendências globais de emissões de GEE nos cenários estudados No período até 2020 continua a verificar-se uma redução de emissões em linha com aquela que tem vindo a verificar-se desde Em 2020 estima-se o retorno das emissões nacionais a valores próximos dos de 1990 (reduções de emissões da ordem dos -4% a -1%) a que corresponde uma redução superior a -30% face aos níveis de 2005 (reduções de emissões da ordem dos -33% a -31%). De salientar que neste período é esperado que o PIB nacional seja superior ao de 1990 em cerca de 50% (4% relativamente a 2010), o que traduz uma melhoria na eficiência carbónica da economia. 92

95 Mt CO2e Mt CO2e No período é possível observar já reduções efetivas de emissões com maior consistência, da ordem dos -11% a -16% -22% a -28% nos CA CB, face aos níveis de 1990 (respetivamente reduções de -38% a -14% -46% a -50% face aos níveis de 2005). Verifica-se assim a existência de potencial de redução custo-eficaz em todos os setores e em todos os cenários de política considerados. Em 2030, nos cenários macroeconómicos estabelecidos, o PIB nacional será superior ao de 1990 entre 100% 64% nos pressupostos do CA CB (40% 15% em 2010). Emissões GEE - Cenário Alto 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0,0 REF Aj+ Alto REF Aj Alto REF Alto Emissões GEE - Cenário Baixo 90,0 80,0 70,0 60,0 50,0 40,0 30,0 20,0 10,0,0 REF Aj+ Baixo REF Aj Baixo REF Baixo FIGURA 20: TRAJETÓRIAS DE EMISSÕES DE GEE NOS CENARIOS DE POLÍTICA CONSIDERADOS 93

96 As trajetórias de emissões nos diferentes cenários de política considerados espelham as opções de política e os pressupostos assumidos verificando-se que: i. [REF] Em 2030 são atingidas reduções de emissões entre -39% -46% nos CA CB face a 2005 (-11% -23% face a 1990). O [REF] revela uma tendência de descarbonização da economia nacional justificada pela continuidade dos objetivos de política energética estabelecidos para 2020 até 2030, nomeadamente em termos de eficiência energética e produção de fonte renovável e o reforço da tendência de descarbonização do sector eletroprodutor, mantendo-se ainda assim praticamente inalterado o peso do setor energético no balanço global de emissões de GEE (reduzindo de cerca de 70% em 2012 para cerca de 66% em 2030). ii. iii. [REFaj] Em 2030 são atingidas reduções de emissões entre -38% -46% nos CA CB face a 2005 (-11% -22% face a 1990). Neste cenário verifica-se uma diferença ligeira nos anos 2020 e 2025 face à trajetória do [REF] devido em particular à permanência em operação das centrais a carvão nestes anos, embora esta diferença se esbata até [REFaj+] Em 2030 são alcançadas reduções de emissões entre -41% -50% nos CA CB face a 2005 (-16% -28% face a 1990). O [REFaj+], sendo o cenário mais ambicioso em matéria de objetivos de política climática, atinge um patamar superior na redução das emissões nacionais, sobretudo em 2030, justificado por uma atitude mais ambiciosa por parte das famílias e empresas na adoção de tecnologias mais eficientes e uma maior penetração de renováveis na produção de eletricidade (solar fotovoltaico) e para consumo final (solar térmico que nos cenários anteriores estavam limitados a uma taxa de penetração consentânea com a tendência passada). Considera-se ainda a implementação plena dos objetivos para 2020 do novo PERSU 2020, bem como do Regulamento comunitário que promove o phasing-out dos gases fluorados. As diferentes obrigações de política justificam uma análise distinta dos setores abrangidos pelo CELE, instrumento de nível europeu, e dos setores não abrangidos pelo CELE (não-cele) para os quais devem ser promovidas políticas e medidas de nível nacional para a redução de emissões de GEE. Enquadram-se nestes últimos os transportes, excluindo a aviação, os setores residencial e serviços, alguns processos industriais, alguma produção de energia, a agricultura e os resíduos e águas residuais. As atividades incluídas no CELE mostram em qualquer dos cenários, um potencial de redução elevado em 2030 face aos níveis de 2005 (entre -49% a -56%, nos CA e de -58% a -65% nos 94

97 CB), superior ao das atividades não-cele (-31%, nos CA e de -37% a -39% nos CB). Este potencial de redução verifica-se em grande medida no setor eletroprodutor, associado ao encerramento das centrais de produção de eletricidade a carvão compensada com o aumento da produção de eletricidade renovável. De salientar a evolução da representatividade das emissões do setor não-cele no horizonte em análise, passando de cerca de 59% em 2005 para 63% em 2012 e para valores estimados entre 65% e 71% em 2030, dependendo dos cenários e pressupostos assumidos. Esta evolução expectável traduz o menor potencial de mitigação nestes sectores e reforça o crescente papel que as políticas públicas abrangendo os setores não-cele têm a desempenhar neste horizonte temporal no sentido de assegurar o cumprimento dos objetivos de Portugal a nível comunitário e internacional. De sublinhar ainda o potencial de redução das emissões dos setores não-cele em 2020 (cerca de -26% independentemente do cenário de política considerado) face aos níveis de 2005, muito além do que está previsto na Decisão de partilha de esforços que permite a Portugal aumentar as suas emissões em 1% nesse ano, face aos níveis de Importa no entanto salientar que estes resultados pressupõem a implementação plena dos objetivos de política previstos, salientando-se em particular pela sua relevância os objetivos inerentes ao PNAEE e PNAER, e que a modelação realizada através do modelo TIMES_PT assume desde logo um comportamento otimizado do sistema energético. A análise setorial das trajetórias de emissões confirma que todos os setores têm um potencial de redução de emissões de GEE significativo nos diferentes cenários de política analisados. A análise do comportamento dos diferentes setores nas condições estabelecidas para os diferentes cenários de política nos CA e CB ajudam a identificar fatores críticos, tendências e comportamentos dos setores no horizonte temporal considerado. 95

98 QUADRO 27: REDUÇÕES FACE AOS NÍVEIS DE =0% REF REF Aj REF REF Aj REF Aj+ Total (sem Alto -4% -1% -11% -11% -16% 0% 44% 16% 13% LULUCF) Baixo -23% -22% -28% Energia e processos industriais Produção de eletricidade e calor Serviços Residencial Refinação Transportes Indústria (incluindo processos industriais, excl. gases fluorados) Agricultura (incluindo combustão) Resíduos Alto -11% -11% -16% Baixo 0% 55% 19% 15% -4% 0% -24% -24% -31% Alto -53% -52% -64% Baixo 0% 60% -15% 6% -39% -28% -66% -65% -77% Alto 36% 36% 15% 0% 319% 73% 48% 26% 29% Baixo 24% 25% 3% Alto 7% 9% 9% 0% 27% 33% 9% 10% 10% Baixo -6% -1% -2% Alto -16% -16% -16% 0% 32% 23% 15% 23% 8% Baixo -26% -26% -26% Alto 43% 43% 43% 0% 93% 84% 65% 46% 46% Baixo 25% 24% 25% Alto -25% -25% -24% Baixo 0% 17% -6% -24% -29% -28% -35% -35% -39% Alto -19% -19% -19% Baixo 0% -9% -14% -16% -18% -18% -22% -22% -22% Alto 0% 0% -2% 0% 34% 32% 37% 18% 18% Baixo -10% -10% -12% Nota: O CA traduz um crescimento do PIB de 3% ao ano entre 2020 e 2030 e o CB um crescimento do PIB de 1% ao ano no mesmo período, conforme descrito em maior detalhe na Parte C do presente documento. Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente, National Inventory Report submetido a 20 de novembro de

99 QUADRO 28: REDUÇÕES FACE AOS NÍVEIS DE =0% REF REF REF Aj REF REF Aj Aj+ Total (sem Alto -33% -31% -39% -38% -41% -31% 0% -19% -22% LULUCF) Baixo -46% -46% -50% Energia e processos industriais Produção de eletricidade e calor Serviços Residencial Refinação Transportes Indústria (incluindo processos industriais, excl. gases fluorados) Gases fluorados Agricultura (incluindo combustão) Resíduos Alto -43% -42% -46% Baixo -35% 0% -23% -26% -38% -36% -51% -51% -56% Alto -70% -70% -78% Baixo -38% 0% -47% -34% -62% -55% -79% -78% -86% Alto -68% -67% -73% -76% 0% -59% -65% -70% -69% Baixo -70% -70% -75% Alto -16% -14% -15% -21% 0% 5% -14% -14% -14% Baixo -26% -22% -23% Alto -36% -36% -36% -24% 0% -6% -13% -7% -18% Baixo -44% -44% -44% Alto -26% -26% -26% -48% 0% -5% -14% -24% -24% Baixo -35% -35% -35% Alto -36% -35% -35% Baixo -14% 0% -19% -35% -39% -38% -44% -44% -48% Alto 104% 104% 3% -96% 0% 85% 125% 244% 244% Baixo 104% 104% 3% Alto -11% -11% -11% Baixo 10% 0% -6% -8% -9% -9% -14% -14% -14% Alto -25% -25% -27% -25% 0% -2% 2% -12% -12% Baixo -33% -33% -34% Nota: O CA traduz um crescimento do PIB de 3% ao ano entre 2020 e 2030 e o CB um crescimento do PIB de 1% ao ano no mesmo período, conforme descrito em maior detalhe na Parte C do presente documento. Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente, National Inventory Report submetido a 20 de novembro de

100 160% 140% 120% 100% 80% Eletricidade e prod. de calor Indústria (incl. processos industriais) 60% Transportes 40% Residencial Comercial Refinação 20% Agricultura F-gases 0% Resíduos % 140% 120% 100% 80% Eletricidade e prod. de calor Indústria (incl. processos industriais) 60% Transportes 40% Residencial Comercial Refinação 20% Agricultura F-gases 0% Resíduos % 140% 120% 100% 80% Eletricidade e prod. de calor Indústria (incl. processos industriais) 60% Transportes 40% Residencial Comercial Refinação 20% Agricultura F-gases 0% Resíduos FIGURA 21: TRAJETÓRIAS DE EMISSÕES NOS CENÁRIOS BAIXO PARA OS [REF], [REFAJ] E [REFAJ+] 98

101 160% 140% 120% 100% 80% Eletricidade e prod. de calor Indústria (incl. processos industriais) 60% Transportes 40% Residencial Comercial Refinação 20% Agricultura F-gases 0% Resíduos % 140% 120% Eletricidade e prod. de calor 100% Indústria (incl. processos industriais) 80% Transportes 60% Residencial 40% Comercial Refinação Agricultura 20% F-gases Resíduos 0% % 140% 120% 100% 80% Eletricidade e prod. de calor Indústria (incl. processos industriais) 60% Transportes 40% Residencial Comercial 20% Refinação 0% Agricultura Resíduos F-gases FIGURA 22: TRAJETÓRIAS DE EMISSÕES NOS CENÁRIOS ALTO PARA OS [REF], [REFAJ] E [REFAJ+] 99

102 QUADRO 29: EMISSÕES DOS SETORES CELE E NÃO-CELE (MT CO 2E) Mt CO 2e REF REF REF REF REF Aj Aj Aj+ Emissões Totais Alto 54,0 54,1 51,4 87,8 70,7 68,9 58,6 60,3 Baixo 47,1 47,3 43,8 CELE Alto 18,7 18,5 16,0 36,4 24,2 25,2 20,5 22,1 Baixo 15,3 15,1 12,7 NCELE Alto 35,2 35,6 35,4 51,4 46,6 43,6 38,0 38,3 Baixo 31,8 32,2 31,1 QUADRO 30: REDUÇÃO DOS SETORES CELE E NÃO-CELE FACE AOS NÍVEIS DE 2005 (2005=0%) =0% REF REF REF REF Aj REF Aj Aj+ Emissões Totais Alto -39% -38% -41% 0% -19% -22% -33% -31% Baixo -46% -46% -50% CELE Alto -49% -49% -56% 0% -34% -31% -44% -39% Baixo -58% -59% -65% NCELE Alto -31% -31% -31% 0% -9% -15% -26% -26% Baixo -38% -37% -39% Mton 90,00 80,00 70,00 60,00 Não CELE CELE 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00,00 REF REF Aj REF REF Aj REF Aj+ REF REF Aj (Alto) (Baixo) REF Aj+ FIGURA 23: EVOLUÇÃO DAS EMISSÕES DOS SETORES CELE E NÃO-CELE 100

103 6.3. Viabilidade económica da descarbonização do sistema energético A viabilidade tecnológica para atingir uma economia de baixo carbono tem subjacente um conjunto de investimentos visando a substituição tecnológica que privilegie tecnologias mais limpas e mais eficientes, com impacte igualmente na balança comercial dos produtos energéticos. O setor da energia e processos industriais é particularmente sensível a estes fatores, tendo-se avaliado, no quadro das trajetórias analisadas para o sector energético as implicações em termos de custos totais e custos de investimento. Esta avaliação é feita unicamente para o sistema energético através do modelo TIMES_PT e não integra elementos relacionados com os setores resíduos, agricultura e floresta e uso do solo. Nesta secção, apresenta-se um conjunto de indicadores de custos para os [REFaj] e [REFaj+] obtidos por comparação ao [REF]. Assume-se que o [REF], por traduzir objetivos em linha com os já considerados pela política pública, traduz a base de custos já comprometida a nível nacional pelo que o diferencial para os custos dos cenários alternativos traduzirá o impacto destes face ao quadro de custos esperado. No Quadro 31 é apresentada a diferença face ao [REF] de várias componentes de custos do sistema energético nacional, no ano referenciado, dos [REFaj] e [REFaj+] no ano identificado. Os custos totais, que englobam os custos de investimento (e.g. aquisição de tecnologia), variáveis (e.g. custos de combustíveis) e fixos (e.g. custos com materiais), apresentam-se sempre mais baixos, revelando que as condições de política consideradas nos dois cenários alternativos vão no sentido de uma maior custo-eficácia. Em 2020 estes representam, para os [REFaj] e [REFaj+] em comparação com o [REF], um custo inferior em cerca de 228 milhões de euros (cerca de 0,14% do PIB nacional em 2010). Em 2030 a diferença de custos é mais expressiva no [REFaj+], atingindo valores de cerca de 400 milhões de euros (cerca de 0,25% do PIB nacional em 2010). No [REFaj] a diferença de custos atinge valores entre milhões de euros (cerca de 0,04-0,06% do PIB nacional em 2010). Para contextualizar estes valores importa analisar as componentes dos custos totais nos diferentes cenários e os fatores que justificam estas diferenças. Em relação aos custos de investimento verifica-se que estes representam em 2020, para os [REFaj] e [REFaj+] em comparação com o [REF], um custo inferior em cerca de 140 milhões de euros (cerca de 0,09% do PIB nacional em 2010) em grande medida devido ao adiamento do 101

104 fecho das centrais a carvão que permanecem disponíveis neste horizonte e pela não entrada no sistema de nova capacidade de produção a gás natural, como no [REF]. Em 2030 continuam a verificar-se menores custos de investimento no [REFaj] em comparação com o [REF] de cerca de milhões de euros (cerca de 0,04-0,07% do PIB nacional em 2010). No [REFaj+] no entanto verificam-se custos de investimento superiores em cerca de milhões de euros (cerca de 0,10-0,13% do PIB nacional em 2010) devido à maior penetração de tecnologias como as bombas de calor, e como tecnologia solar térmica e fotovoltaica. Em 2020 os custos variáveis são em ambos os cenários inferiores aos custos do [REF] em cerca de 70 milhões de euros (cerca de 0,04% do PIB nacional em 2010). Em 2030 verifica-se que os custos variáveis do [REFaj] são superiores aos do [REF] em cerca de milhões de euros (cerca de 0,02-0,03% do PIB nacional de 2010). No [REFaj+] no entanto verificam-se reduções muito significativas da ordem dos 600 milhões de euros (cerca de 0,38% do PIB nacional em 2010), induzidas pela maior penetração de tecnologias como as bombas de calor, e como tecnologia solar térmica e fotovoltaica, mais que compensando os custos de investimento mais elevados deste cenário. Em todos os cenários analisados, os custos fixos representam uma parcela que pode variar entre 10 e 15% do custo do investimento. QUADRO 31: DIFERENÇA DE CUSTOS DE INVESTIMENTO E TOTAIS PARA OS CENÁRIOS [REFAJ] E [REFAJ+], COMPARATIVAMENTE AO [REF] (M 2010 ) [REFaj] [REFaj+] TOTAL Alto Baixo INVESTIMENTO Alto Baixo VARIÁVEL Alto Baixo A redução de custos totais acompanha uma redução de emissões do sistema energético facto que traduz a possibilidade de uma trajetória de descarbonização para a economia Portuguesa de forma custo-eficaz, ou seja, com potenciais benefícios económicos. 102

105 Os custos líquidos das importações de matérias-primas energéticas resultam também mais baixos face a um cenário em linha com as políticas em vigor [REF], por gozarem quer de opções de eficiência energética quer de opções recorrendo a energias renováveis que se apresentam custo-eficazes. Como é de esperar, observam-se valores mais expressivos no cenário mais ambicioso [REFaj+] que, em 2030, induz uma redução nos custos líquidos de importação de matérias-primas de energia de cerca de milhões de euros (cerca de 0,29% do PIB nacional em 2010). QUADRO 32: DIFERENÇA FACE AO CENÁRIO [REF] DOS CUSTOS LÍQUIDOS DAS IMPORTAÇÕES PARA AS VÁRIAS FORMAS DE ENERGIA PRIMÁRIA (M 2010 ) [REFaj] [REFaj+] PETRÓLEO Alto 5,8-5,5 5,8-171,8 Baixo 2,9 6,1 2,9-145,3 BIOMASSA Alto -9,5-1,5-9,5-1,6 Baixo 2,1-0,7 2,1-0,5 GÁS NATURAL Alto -172,8 29,7-172,8-299,0 Baixo -173,9 43,1-173,9-299,8 CARVÃO Alto 108,7 0,0 108,7 0,0 Baixo 108,4 0,0 108,4 0,0 TOTAL Alto -67,7 22,8-67,7-472,4 Baixo -60,6 48,5-60,6-445,5 Em conclusão, e tomando com cautela os resultados obtidos, pelas várias fontes de incerteza que encerram, poder-se-á afirmar que existem opções tecnológicas de baixo carbono (e.g. sobretudo de eficiência energética, como é o caso das bombas de calor para aquecimento ambiente) que para além de promoverem uma redução de emissões de GEE, o fazem sem custos adicionais para o sistema energético. Naturalmente, esta perceção carece de uma análise económica mais robusta, que sai fora do âmbito do presente documento que ainda assim apresenta um conjunto de elementos de base relevantes para análise. 103

106 6.4. Análise setorial Configuração do sistema energético nacional A configuração do sistema energético nacional tem sido pautada por um domínio de recursos fósseis importados que colocam o país com uma elevada dependência externa. Este indicador tem vindo a registar progressos no sentido de uma menor dependência em grande medida devido a uma conjugação de uma maior eficiência na utilização da energia e à maior utilização de renováveis, tendo-se registado um valor de 79% em 2012 que compara com um máximo de 89% atingido em 2005 (em 2013 o valor verificado foi de 73,9%). A configuração do sistema energético é equivalente nos cenários de política [REF] e [REFaj] no horizonte 2030, não se registando alterações significativas no indicador de dependência externa, exceto nos anos 2020 e 2025, devido à permanência das centrais de produção de eletricidade a carvão de Sines e do Pego, respetivamente. O adiamento do fecho das centrais induz no [REFaj] uma dependência externa acrescida de um ponto percentual naqueles anos face ao [REF], apesar da redução de 10% no consumo de gás natural, não alterando contudo a representatividade das renováveis no balanço global de energia primária. No horizonte 2030 regista-se uma tendência decrescente mais acentuada da dependência externa nos CB sendo que nos CA se registam valores semelhantes aos de A evolução para 2030 nestes cenários pauta-se sobretudo pelo desaparecimento do carvão e pelo aumento da utilização do gás natural, embora em proporções distintas para os CA e CB, mantendo-se sensivelmente constantes os níveis de utilização de renováveis de 2020, resultando em indicadores de dependência externa de cerca de 76% (CA) e 73% (CB). No [REFaj+] é induzida em 2030 uma alteração na configuração do sistema energético que importa destacar. Esta alteração deve-se sobretudo à penetração do solar que aumenta cerca de 70% face aos [REF] e [REFaj] naquele ano (é também de destacar o aumento da penetração da eólica) tendo como consequência uma redução de 10% do consumo de gás natural (face aos [REF] e [REFaj]). A representatividade das renováveis no balanço global de energia primária ganha assim maior expressão, representando em 2030 entre 30% (CA) e 34% (CB) da energia primária. Regista-se assim em 2030 uma redução da dependência externa mais relevante, passando a situar-se em 72% no CA e 69% no CB traduzindo uma maior eficiência na utilização da energia e uma maior penetração de renováveis 104

107 Em 2020, regista-se em todos os cenários, uma redução do consumo total de energia primária da ordem dos -20% face a 2010, sobretudo devido à redução do consumo de ramas e produtos refinados. No cenário [REF] esta redução é mais acentuada devido à redução do consumo de carvão, atingindo os -22%. Em 2030, nos cenários [REF] e [REFaj], assiste-se a uma redução do consumo de energia primária de -23% (CA) a -32% (CB) face a 2010, em grande medida devido a melhorias na eficiência energética. Conforme esperado, por ser o cenário onde é permitido um maior nível de investimento em renováveis e eficiência energética, o [REFaj+] apresenta uma redução de consumos de energia primária ligeiramente superior -24% (CA) a -34% (CB) face a Em 2020 regista-se em todos os cenários uma redução do consumo total de energia final da ordem dos -17% face a 2010 mantendo-se praticamente constante o peso de cada setor de atividade no total (com uma tendência para o comercial ganhar alguma expressão e para os transportes perderem expressão), traduzindo um potencial de eficiência energética associado a todos os setores. A tendência de redução dos consumos de energia final mantém-se em todos os cenários de política no horizonte 2030, não se registando diferenças significativas entre os cenários. Verificam-se reduções da ordem dos -11% nos CA e de -21% nos CB face a De salientar o aumento, em todos os cenários de política, do consumo de energia final face aos valores de 2020 nos setores residencial (CA), comercial (CA e CB), agricultura (CA e CB) e indústria (CA), sendo que no caso dos setores comercial e agricultura verifica-se um aumento mesmo em relação aos níveis de 2010 (em ambos os cenários macroeconómicos). Confirma-se em 2030 a tendência indiciada em 2020 de aumento da expressão do setor comercial e redução do setor transportes no total do consumo de energia final. Nos cenários [REF] e [REFaj], assiste-se a uma redução do consumo de energia primária de - 23% (CA) a -32% (CB) face a 2010, em grande medida devido a melhorias na eficiência energética. Conforme esperado, por ser o cenário onde é permitido um maior nível de investimento em renováveis e eficiência energética, o [REFaj+] apresenta uma redução de consumos de energia primária ligeiramente superior -24% (CA) a -34% (CB) face a

108 FIGURA 24: CONSUMO DE ENERGIA PRIMÁRIA, RECURSOS ENDÓGENOS EM VALORES POSITIVOS E BALANÇO LÍQUIDO DE RECURSOS IMPORTADOS EM NEGATIVOS, PARA O CENÁRIO [REF] FIGURA 25: CONSUMO DE ENERGIA PRIMÁRIA, RECURSOS ENDÓGENOS EM VALORES POSITIVOS E BALANÇO LÍQUIDO DE RECURSOS IMPORTADOS EM NEGATIVOS, PARA O CENÁRIO [REFaj+] 106

109 O sistema energético nacional representou em 2012 cerca de 77% das emissões nacionais de GEE (78% em 2010), valor que se estima vir a manter-se no horizonte de modelação considerado nos vários cenários de política. Salienta-se que este valor ascendeu em 2005 a 82%. O nível de emissões do sistema energético era em 2012 cerca de 15% superior aos níveis de 1990 (19% face a 2010 e 55% face a 2005). Em suma: i. No que diz respeito à energia primária, a adoção de um cenário mais ambicioso em termos de penetração de renováveis entre 2020 e 2030, como é o caso do [REFaj+], traduz-se em: o Redução dos consumos de energia primária em 2030 de -24% -34% (CA CB), face a 2010, traduzindo-se numa redução de 1 2 pontos percentuais face ao cenário [REF]; o Redução da dependência externa, assumindo em 2030 valores de 72% 69% (CA CB), o que reduz essa dependência em 4 pontos percentuais face aos cenários [REF] e [REFaj]; o Aumento da penetração de renováveis na energia primária em 2030, representando cerca de 30% 34% (CA CB) do consumo de energia primária, traduzindo-se num incremento de 3 4 pontos percentuais em relação aos cenários [REF] e [REFaj]. ii. Relativamente à energia final verificam-se reduções do consumo de energia final mais expressivos face a 2010 nos CB, verificando-se mesmo um aumento do consumo no CA em 2030 face aos valores de 2020 indiciando a relevância da atividade económica neste parâmetro, em particular nos setores residencial, comercial, indústria e agricultura. De salientar que este comportamento verifica-se mesmo no [REFaj+] em que é permitido maior investimento em renováveis e eficiência energética. Estes resultados são alavancados pelos ganhos de eficiência energética e por uma maior penetração de renováveis, destacando-se o papel que o solar e o eólico desempenham. 107

110 Sector electroprodutor O setor eletroprodutor que integra a produção de eletricidade e de calor (quer em produção dedicada como em cogeração) representou em 2012 cerca de 22% das emissões nacionais de GEE e 29% das emissões associadas à componente de energia, valor que em 2005 ascendeu a 26% e 32%, respetivamente, denotando a perda de representatividade das emissões deste setor, tendência que se mantém nas projeções efetuadas para 2020 (descendo para valores entre 15% e 17% dependendo dos cenários de política considerados) e 2030 (descendo para valores entre 10% e 13% nos CA e 7% e 11% nos CB), traduzindo a existência de opções de redução custo-eficazes. Em 2010 a redução de emissões do setor eletroprodutor foi de -15 % em relação a 1990 e de - 47% em relação a Em 2012 no entanto estes valores traduziram um crescimento de 6% face a 1990 e uma redução de -34% face a Importa referir que em 2005 se verificou um aumento de 60% das emissões em relação a 1990, tendo correspondido a um pico de emissões associado a um ano de reduzida produção hidroelétrica. Em 2020 serão expectáveis reduções de emissões no setor electroprodutor da ordem dos -62% no [REF] e de -55% nos [REFaj] e [REFaj+] em relação a Em relação a 2012, estas reduções serão da ordem dos -43% no [REF] e de -32% no [REFaj] e [REFaj+]. Em 2030, os cenários analisados indiciam reduções de emissões entre -70% e -78% nos CA e de -78% a -86% nos CB, em relação a 2005, refletindo o potencial de descarbonização deste setor associado ao potencial das energias renováveis em Portugal. Em relação a 2012 estas reduções variam entre -54% e -66% nos CA e entre -67% e -79% nos CB. Em termos de estrutura de consumo de eletricidade nos vários setores não se verificam alterações significativas no horizonte temporal considerado, mantendo-se ao longo do período de modelação e nos diferentes cenários de política e macroeconómicos considerados uma estrutura de consumos semelhante à verificada em 2010, em que o sector serviços é o maior consumidor, logo seguido pela indústria e pelo setor residencial. O sector electroprodutor centralizado tem vindo a ser descarbonizado, de forma estrutural (i.e. não dependente do regime hídrico), tendo a componente renovável atingido 53% da produção de eletricidade em 2010 (ano húmido). A estimativa de projeção de atividade do sector electroprodutor assume um ano hidrológico médio, bem como a satisfação das necessidades de 108

111 serviços de energia ditados pela procura interna, (i.e. excluindo a exportação), como estipulado na metodologia. No [REF] (Figura 26) assumem-se as opções vertidas em documentos de política como o PNAER e o PNAEE como pressupostos da modelação. Nesse sentido, é estabelecido um aumento líquido da capacidade instalada em 2020 de 4,1 GW, face a 2010, resultante da saída da central de Sines, da entrada em funcionamento de duas novas centrais a gás e de nova capacidade de eólica onshore, hídrica e solar fotovoltaico permitindo atingir 63% de renováveis na produção de eletricidade. Como também definido no cenário [REF] para 2030, os objetivos de produção renovável tendem a seguir o mesmo andamento que a década anterior, o que induz um aumento de capacidade líquida em 2030 de 5,4 GW face a 2010 (1,3 GW face a 2020), atingindo uma capacidade total de produção em eólica onshore de 6,1 GW, solar fotovoltaico de 1,2 GW, e hídrica de 9,1GW, tendo desaparecido o carvão. A produção renovável por solar fotovoltaico, eólica onshore e hídrica atinge o máximo de potencial fornecido em 2030, atestando do custo-eficácia destas tecnologias de produção no sistema electroprodutor nacional. Enquanto no CB se assiste a uma redução da produção por gás natural (-10% em 2030 face a 2010) no CA verifica-se o aumento da utilização deste recurso (+27% em 2030 face a 2010) para satisfazer a maior procura de serviços de energia prevista neste cenário, num contexto em foram introduzidas limitações ao investimento em nova capacidade de renováveis e em que foi imposto no sistema um aumento da capacidade de produção a gás natural em Em 2030, as fontes renováveis asseguram 62% e 70% da produção de eletricidade nos CA e CB. O [REF] inclui ainda objetivos de eficiência energética, o que induz uma redução de produção de eletricidade centralizada de 20% em 2020 face a A continuação do andamento destes objetivos até 2030 conduz a uma redução na produção de eletricidade em 2030 de 7% a 18% nos CA e CB face a No [REFaj] (Figura 27) foram assumidos na modelação pressupostos para o setor eletroprodutor que conduzem a alterações face ao [REF], destacando-se o prolongamento do funcionamento das centrais a carvão de Sines e Pego para 2021 e 2026, respetivamente e a não imposição da entrada em funcionamento das novas centrais de ciclo combinado de gás natural de Sines e Lavos. As alterações do sector eletroprodutor no [REFaj] manifestam-se sobretudo nos anos 2020 e 2025, em que as centrais a carvão continuam ativas não entrando nova capacidade adicional de gás natural. Em termos globais, a capacidade instalada em 2020, face ao [REF], é de -0,6 GW, justificada pela manutenção da capacidade instalada de carvão (manutenção de 1,8 GW no [REFaj] face à redução para 0,6 GW no [REF]) e de gás natural (aumento para 5,8 GW 109

112 no [REF] face a 4,0 no [REFaj]), para acomodar praticamente a mesma produção total de eletricidade. Verifica-se em 2030 uma redução da capacidade instalada de gás natural (-0,4 GW no CA e -1 GW no CB) face à penetração de capacidade renovável para uma estrutura de produção equivalente à do [REF]. A componente renovável representará cerca de 64% em 2020, aumentando para 62% a 70% em 2030 para os CA e CB. No [REFaj+] (cenário igual ao [REFaj] em 2020 em termos de capacidade instalada e produção) verifica-se para 2030 a manutenção dos pressupostos para a produção de base fóssil e, tal como no [REFaj] verifica-se em 2030 a redução da capacidade instalada em gás natural (-1 GW no CA e no CB). O aumento do potencial máximo disponível de solar fotovoltaico para 2,7 GW e de eólica onshore para 7 GW o que justifica um aumento do total da potência instalada em 1,7 GW (CA) e 2,3 GW (CB) face ao [REFaj]. Estas tecnologias atingem o seu potencial máximo permitido nesse período, o que atesta da sua custo-eficácia no médio-prazo face à produção de base fóssil. Verifica-se uma alteração significativa na estrutura de produção de eletricidade em 2030 neste cenário face ao [REF] e ao [REFaj], com uma redução de -28% (CA) a -37% (CB) de produção por gás natural, e aumentos superiores a 100% no solar fotovoltaico e de 13% na eólica onshore em Desta forma, e como se ilustra na Figura 28, a produção de eletricidade por renováveis atinge uma representatividade de 73% a 81% nos CA e CB. PJ % 57% 64% 68% 64% 70% 62% Baixo Alto Baixo Alto Carvão Petróleo Gás natural Biomassa (a) Hídrica Geotérmica Solar pv Solar Concentrado Eólica Onshore Éolica Offshore Ondas %RES_E FIGURA 26: PRODUÇÃO DE ELETRICIDADE CENTRALIZADA NO [REF] 110

113 FIGURA 27: PRODUÇÃO DE ELETRICIDADE CENTRALIZADA NO [REFaj] FIGURA 28: PRODUÇÃO DE ELETRICIDADE CENTRALIZADA NO [REFaj+] Tendo como expectativa o aumento das interconexões de transporte de eletricidade da Península Ibérica com a Europa, foi efetuada uma análise de sensibilidade à ordem de mérito do 111

114 custo eficácia das tecnologias de produção elétrica, solar fotovoltaico e ciclo combinado de gás natural em 2030, com vista à identificação do seu potencial para exportação de eletricidade. Para esse efeito foi estabelecido um cenário [REF Aj_SOL] em que o potencial de solar fotovoltaico permitido é fixado em 9,3 GW e é mantida a capacidade instalada total do setor eletroprodutor e atividade igual ao [REFaj], libertando-se o potencial de solar fotovoltaico a partir de Considera-se para este efeito apenas o CA. Os resultados da análise de sensibilidade para o ano 2030 podem ser sistematizados da seguinte forma: i. O aumento de capacidade instalada solar fotovoltaico induz uma redução em 85% da produção através das centrais de ciclo combinado a gás natural (de 67 PJ no [REF Aj] para 10 PJ no [REF Aj_SOL]); ii. Verifica-se um aumento muito significativo na produção de eletricidade por solar fotovoltaico (de 10 PJ no [REF Aj] para 87 PJ no [REF Aj_SOL]), mantendo-se a necessidade de produção marginal por gás natural; iii. Em termos de capacidade instalada verifica-se que a totalidade da capacidade de solar fotovoltaico permitida é utilizada em 2030, verificando-se uma redução da capacidade de gás natural em linha com o já verificado no CA do [REFaj+], comprovando o potencial custo-eficaz desta tecnologia; iv. A capacidade máxima de éolica onshore não é totalmente esgotada, mantendo-se a capacidade já instalada em 2025; v. Verifica-se que o contributo da componente renovável na produção de eletricidade poderá ascender a cerca de 89% do total e a produção de renováveis no consumo de energia final representará cerca de 42%. Em conclusão, parece poder afirmar-se que um aumento de procura de eletricidade para exportação poderá ser assegurado por nova capacidade de geração por solar fotovoltaico, já que esta é uma tecnologia que surge como mais custo eficaz, considerando a curva de custos e de eficiência até 2030 disponível atualmente e utilizada na modelação. Salienta-se que esta análise de sensibilidade apenas considera a procura interna de eletricidade. Os resultados parecem comprovar o potencial para exportação de renováveis e, em simultâneo, a capacidade de assegurar a resposta interna através de um misto de manutenção da capacidade de produção por gás natural e o aumento de capacidade renovável, em particular solar. 112

115 No entanto, sublinha-se fortemente que estes resultados não têm em conta aspetos que podem constituir barreiras significativas para desenvolvimento da tecnologia, como a regulação dos pontos de acesso à rede, disponibilidade de investimento, entre outros. Da análise efetuada quanto ao setor eletroprodutor tendo em consideração os cenários de política considerados ([REF], [REFaj] e [REFaj+]) pode ser retirado um conjunto de orientações para a política climática que se sistematizam de seguida: i. O elevado potencial de descarbonização do setor electroprodutor com reduções de emissões significativas até 2030; ii. iii. iv. O grande potencial custo eficaz de renováveis, tal como fica patente dos [REFaj] e [REFAj+], em particular do solar fotovoltaico e da eólica onshore, podendo atingir-se uma representatividade de produção renovável entre 62-81% em 2030 dependendo dos cenários de política considerados; O grande potencial custo eficaz em particular do solar fotovoltaico com taxas de penetração muito significativas nos cenários onde são impostas restrições mais fortes ao investimento em renováveis ([REF] e [REFaj]) e conforme demonstram os cenários onde é libertado maior potencial de solar como é o caso do [REFaj+] e em particular o [REFaj_SOL] em que a totalidade da capacidade permitida (9,3 GW) é utilizada; Não há necessidade da introdução de nova capacidade de produção fóssil mesmo num cenário de mais forte crescimento económico (CA), verificando-se mesmo em 2030 em todos os cenários o descomissionamento de parte da capacidade fóssil instalada (gás natural) face à competitividade das tecnologias renováveis disponíveis como fica patente nos [REFaj] e [REFaj+]; v. No cenário em que é explorada uma maior possibilidade de penetração de renováveis ([REFaj+]) verifica-se uma maior utilização da capacidade de produção renovável, em detrimento da capacidade de produção fóssil, que por esta via têm um tempo de utilização menor; vi. A existência de potencial para a exportação de eletricidade renovável no contexto da promoção das interconexões energéticas. 113

116 Transportes e mobilidade O setor dos transportes que integra as emissões do transporte rodoviário e ferroviário (passageiros e mercadorias), aviação e navegação entre destinos do território nacional, representou em 2012 cerca de 25% das emissões nacionais de GEE e cerca de 32% das emissões associadas à componente de energia. Apesar de em 2012 as emissões dos transportes estarem ainda 65% acima dos valores de 1990 verifica-se que o setor regista uma redução de -14% face aos níveis de Em 2020 serão expectáveis reduções de emissões no setor dos transportes da ordem dos -24% em relação a 2005 em todos os cenários considerados. Em relação a 2012 estas reduções serão da ordem dos -11%. Em 2030, os cenários analisados indiciam reduções de emissões de -26% nos CA e de -35% nos CB em relação a Em relação a 2012 as reduções são de -13% nos CA e de -24% nos CB. O perfil de consumo de energia final no setor dos transportes para o período em análise mantém-se idêntico entre os três cenários de política considerados. Consequentemente o impacto nas emissões de GEE não apresenta diferenças significativas pelo que a análise se irá focar apenas no [REFaj] que não difere, neste caso do [REFaj+]. Globalmente a procura de mobilidade de passageiros e mercadorias aumenta a partir de 2013 até 2030, sendo este aumento mais contido até 2015, refletindo a quebra sentida nos anos 2011 a 2012, e mais acentuado após Apesar deste aumento, o consumo de energia final no setor (Figura 29) diminui. De facto logo em 2020 verifica-se uma dissociação entre o consumo de energia e a procura de mobilidade que se mantém até 2030, devido à introdução massiva de tecnologias mais eficientes na utilização da energia, como sejam os veículos híbridos a gasóleo ou a gasolina. Desta forma verifica-se igualmente uma dissociação entre as emissões de GEE e a procura de mobilidade, traduzindo não apenas a utilização de tecnologias mais eficientes mas também uma maior penetração da componente renovável do combustível utilizado ainda que com uma expressão não muito significativa. De facto não se verificam grandes alterações à componente renovável dos transportes, a qual atinge de 11% a 12% em 2030 nos CA e de 10% a 11% nos CB, sendo maioritariamente 114

117 resultante do aumento da incorporação de biodiesel em 2030 (o bioetanol não ultrapassa os 2.5% de incorporação em 2030, valor que é atingido já em 2020). O consumo de eletricidade renovável assume, nas condições da modelação, uma escassa contribuição para a componente renovável verificando-se principalmente no transporte ferroviário (Figura 29). 1 Inclui biodiesel e bioetanol; 2 Inclui GNL, GPL e fuelóleo FIGURA 29: CONSUMO DE ENERGIA FINAL NOS TRANSPORTES NO [REFaj] E % DE RENOVÁVEIS NOS TRANSPORTES Verificam-se ainda algumas alterações no perfil energético do sector dos transportes (Figura 30), entre 2010 e 2030, nomeadamente a continuação da diesealização (67% do consumo total de energia em 2010 é gasóleo enquanto em 2030 atinge os 72%) e o aumento do peso do consumo de biocombustíveis (biodiesel e bioetanol) de 5% em 2010 para 9% em

118 FIGURA 30: ESTRUTURA DO CONSUMO DE ENERGIA FINAL NO SECTOR DOS TRANSPORTES EM 2010 E 2030 PARA O CENÁRIO [REFaj] A nível do transporte rodoviário ligeiro de passageiros verifica-se uma mudança clara na mobilidade, justificando a redução drástica de energia final consumida no setor (-33% nos CA e - 39% nos CB em 2030 face a 2010) resultante de um aumento significativo da eficiência dos transportes, designadamente pela introdução de veículos híbridos. Em 2030 todo o parque automóvel de passageiros já é quase totalmente renovado sendo os veículos híbridos a solução mais custo eficaz. Adicionalmente uma maior taxa de incorporação de biocombustíveis no gasóleo e gasolina conduz a uma redução nas emissões de GEE por pkm (Figura 31). Em 2030, o fator de emissão (g CO 2 /pkm) é superior no CB devido à diferente incorporação de biocombustíveis, 11% no CA e 10% no CB. A introdução de veículos elétricos encontra-se limitada pelos seus parâmetros tecnoeconómicos. Com efeito, no horizonte temporal estudado a penetração custo-eficaz da mobilidade elétrica continua a estar condicionada pelas limitações à autonomia dos veículos e pelos custos de investimento superiores aos dos veículos convencionais. O fomento da mobilidade elétrica poderá assim ser conseguido através de políticas públicas que deem resposta a estas limitações. A caixa 1 apresenta os resultados de um cenário de sensibilidade testado relativo à mobilidade elétrica. 116

119 Indice 2010= Procura de mobilidade Energia consumida Factor de emissão (g CO2/pkm) FIGURA 31: INDICADORES DE ATIVIDADE, CONSUMO DE ENERGIA E FACTOR DE EMISSÃO PARA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO LIGEIRO DE PASSAGEIROS (NÃO INCLUI MOTOS) NO CENÁRIO [REFAJ]. (LINHA A TRACEJADO: CB; LINHA A CHEIO: CA) A satisfação de mobilidade (curta e longa distância) de passageiros por veículos rodoviários ligeiros (Figura 32) em 2030 é dominada (79%) por veículos a gasóleo (ainda que com a respetiva incorporação de biodiesel) quando em 2010 o valor era de 61%. O recurso a veículos a gasolina passa de 38% em 2010 para 20% em Apesar da diferença no nível de atividade entre CA e CB em 2030, o perfil tecnológico que a satisfaz é idêntico. Nota: VCI- Veículos de combustão interna (inclui veículos híbridos convencionais); BEV Veículos electricos com bateria; Os veículos a gasóleo e gasolina incluem a componente de biocombustiveis. FIGURA 32: ATIVIDADE DOS VEICULOS RODOVIÁRIOS LIGEIROS DE PASSAGEIROS NO CENÁRIO [REFaj], PARA OS CENÁRIO BAIXO (ESQ) E ALTO (DIR). 117

120 No transporte rodoviário pesado de passageiros, o consumo de gasóleo (com incorporação de biodiesel) mantém o seu domínio de 93% em 2010 para 86% em 2030, sendo o restante consumo alocado a gás natural liquefeito. Verifica-se a introdução de veículos mais eficientes, incluindo autocarros urbanos híbridos a gasóleo. O transporte rodoviário de mercadorias é efetuado em 2010 maioritariamente através do consumo de gasóleo. Em 2030, apesar de se manter esta preponderância (97% no [REFaj] nos CA e CB), surgem veículos a gás natural nos veículos pesados e GPL nos veículos ligeiros. No transporte pesado de mercadorias a renovação progressiva das tecnologias ao longo do período de análise permite a introdução de veículos mais eficientes, como a introdução de veículos híbridos a gasóleo em 2030 No transporte ferroviário as emissões reduzem entre 9% a 19% entre 2010 e 2030 no [REFaj] no CA e CB devido à eletrificação deste modo de transporte. A navegação e aviação apresentam um aumento do consumo de energia e emissões na mesma proporção que o aumento da procura não tendo sido neste exercício contempladas novas tecnologias para estes modos. Como consequência da redução de consumo de energia nos transportes e em particular a redução do consumo de produtos petrolíferos refinados no setor dos transportes (devido à introdução de tecnologias mais eficientes (veículos híbridos) e à incorporação de biocombustíveis de 10% 11% em 2030) é esperado um impacte na atividade da refinação ao nível da produção para consumo interno nos três cenários considerados. Salienta-se que esta redução de atividade apenas terá expressão na ausência de alternativas ao mercado nacional que possam acomodar a redução na procura de produtos petrolíferos a nível nacional, aspeto que não foi modelado no âmbito deste exercício. 118

121 Caixa 1: Análise de sensibilidade relativa à mobilidade elétrica A opção pela mobilidade elétrica enquanto tecnologia custo-eficaz está limitada, para além do seu custo, pelas caraterísticas dos veículos elétricos com bateria (BEV), nomeadamente na satisfação de procura de longa distância. Assumindo a expectativa atual sobre a mobilidade elétrica em Portugal, tem-se por objetivo avaliar em que medida aquela limitação constitui uma barreira à penetração do BEV, assumindo as expectativas de custo do veículo. Na análise de sensibilidade efetuada, concluiu-se que ultrapassadas as limitações com a autonomia de forma a possibilitar a oferta de mobilidade de longa distância, o veículo elétrico torna-se competitivo, o que introduz alterações significativas no perfil de consumo final dos transportes. Nestas condições, verifica-se uma redução muito significativa no consumo de gasóleo (-31% em 2025 e -38% em 2030 face ao [REF Aj+]) e gasolina (-76% em 2025 e -74% em 2030 face ao [REF Aj+]) e um aumento muito expressivo no consumo de eletricidade no setor (de 2 PJ para 27 PJ em 2030). Verifica-se igualmente um aumento de eficiência associado ao setor na medida em que para os mesmos serviços de mobilidade é utilizada menos 23% de energia (168 PJ vs 215 PJ em 2030). Relativamente à atividade dos veículos rodoviários esta alteração verifica-se com o aumento exponencial de prestação de serviços de mobilidade por veículos elétricos, passando a assegurar, em 2030, 80% dessa procura. Em conjunto com biocombustíveis, é alcançada nestas condições uma contribuição de renováveis no transporte de cerca de 42% (que compara com 10% em 2020). Em conclusão, e tendo como fundamental o carácter totalmente exploratório deste exercício, parece poder indicar-se que a limitação da disponibilidade do BEV para satisfazer procuras de longa distância, é um entrave tão importante como o preço. Uma vez retirada esta limitação o BEV passa a ser uma opção muito significativa podendo atingir-se um patamar de redução de emissões de GEE bastante ambicioso. 119

122 No âmbito dos trabalhos de modelação do presente PNAC foi analisado um cenário de introdução de uma taxa de carbono em setores não abrangidos pelo CELE. No âmbito da reforma da fiscalidade verde foi entretanto analisada e adotada uma taxa de carbono. Os resultados da análise efetuada no âmbito do PNAC (caixa 2) são globalmente coerentes com os resultados estudados no âmbito da reforma da fiscalidade verde. No setor dos transportes, consideram-se os seguintes principais vetores de descarbonização: i. A definição de standards de emissões mais baixas para veículos; ii. Penetração de veículos mais eficientes e com mais baixas emissões; iii. Eficiência energética dos veículos decorrente da evolução tecnológica e da renovação da frota; iv. Veículos híbridos tanto no transporte ligeiro como pesado de passageiros; v. No transporte de mercadorias os veículos a gás natural nos pesados e GPL nos ligeiros; vi. Aumento da procura do transporte público de passageiros; vii. Aumento da penetração de biocombustíveis; viii. No que diz respeito aos veículos elétricos, atuar em simultâneo ao nível do custo e ao nível da autonomia dos veículos (e.g. promoção da rede; desenvolvimento tecnológico das baterias (carga e substituição); promoção de medidas inovadoras de substituição de veículos). 120

123 Caixa 2: Análise de sensibilidade relativa a uma taxa de carbono em setores não-cele Muitas das atividades económicas nacionais têm já um preço de carbono por estarem incluídas no Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE). O preço de carbono nas atividades fora do CELE (e.g. transportes, serviços e sector doméstico) é uma opção de política de mitigação climática, entendida por muitos como uma exigência de equidade. Assim, tem-se por objetivo avaliar o impacto da aplicação de um preço sobre as emissões de CO 2 geradas no consumo de energia em atividades fora do CELE, a partir de 2017 até 2030, na adoção de opções tecnológicas de baixo carbono. Consideraram-se os seguintes passos metodológicos, recorrendo ao modelo TIMES_PT: i. Estimativa das emissões esperadas pelas políticas em vigor, incluindo o preço de CO 2 nas atividades em CELE [REFaj]; ii. iii. iv. Identificação do potencial de redução custo-eficaz do sistema energético Português, sem qualquer quadro de política imposto, e assumindo um mercado perfeito, resultando no Cenário [FREE]; Apuramento do potencial de redução custo-eficaz de emissões de GEE do sistema energético nacional através da diferença de emissões de GEE resultantes do cenário [FREE] e do cenário com políticas em vigor [REFaj]; Sobre o [FREE], aplicaram-se dois valores de preço ( /tco 2 ) para as atividades fora do CELE assumindo os preços de carbono do cenário de referência da Comissão Europeia de 2013: a. [TAXA15]: 15/tCO 2 (Pereira e Pereira, 2011) igual em todo o período. b. [TAXA35]: andamento do preço equivalente ao do CELE ou seja 5/tCO 2 em 2015, 10/tCO 2 em 2020, e 35/tCO 2 em v. Apuramento do potencial de redução de emissões de GEE induzidas pelo preço do CO 2 nas atividades fora do CELE através da diferença de emissões de GEE resultantes dos cenários [TAXA15] e [TAXA35] do cenário com políticas em vigor [REFaj]. Nos cenários de taxas, assume-se que os sectores de consumo final serão impactados pelo sobrecusto do carbono gerado nas atividades produtoras de energia final, e que é gerado 121

124 GgCO2e endogenamente pelo modelo TIMES_PT. A redução de GEE devida ao efeito preço de CO 2, por sector de atividade pode ser observada na (Figura 33) salientando-se o efeito no setor dos transportes (sendo nas condições estabelecidas a opção mais custo eficaz o recurso a biocombustíveis, no horizonte ) ELEC REF IND TRANS COM DOM AGR FIGURA 33: REDUÇÃO DE EMISSÕES DE GEE INDUZIDAS PELO PREÇO DE CO2 NAS EMISSÕES GERADAS PELAS ATIVIDADES FORA DO CELE As conclusões a retirar deste exercício exploratório resumem-se da seguinte forma: i. O preço de carbono tem um impacto sobretudo nos transportes e, indiretamente, na refinação, e em alguma indústria. O potencial de cerca de 1,9 MtCO 2 e em 2030, ilustrado na Figura 33, pode ser atingido com recurso a uma taxa de CO 2. ii. Foram apurados impactos equivalentes decorrentes de um preço de carbono de 15/tCO 2 constante ao longo do período, e de um preço crescente de 10 a 35. Importa ter presente que o exercício efetuado considera a manutenção do quadro de fiscalidade vigente em 2014, aquando da elaboração do cenário. No entanto, a atribuição de um preço sobre as emissões de carbono dos setores não CELE, através da aplicação de uma taxa, deve ser enquadrada num contexto de reflexão mais lato, que considera, entre outros aspetos, (i) a subsidiação perversa aos combustíveis fósseis (e.g. tributação com taxas reduzidas do gasóleo colorido em sede de ISP, ou tarifas subsidiadas à co-geração com base em combustíveis fósseis) e (ii) o potencial de atuação em matéria de tributação sobre veículos (e.g. Imposto sobre veículos e Tributação autónoma sobre encargos relativos a viaturas ligeiras) como instrumento para contornar atuais barreiras de mercado à penetração de tecnologia de baixo carbono. A reflexão sobre o valor da taxa de carbono deve considerar os efeitos multiplicadores nos setores não CELE resultantes da expectável subida do preço das licenças de emissão (nos setores CELE), a partir da fase 4 ( e seguintes). 122

125 Serviços O setor dos serviços, dominado por edifícios, representou 2% das emissões nacionais de GEE em 2012 (valor que compara com 4% em 2005). Em 2012 as emissões deste sector situavam-se -65% abaixo dos valores registados em 2005 e 48% acima dos valores de O máximo de emissões do sector foi registado em 2004 (375% acima dos níveis de 1990), denotando o crescimento do setor neste período, e registando-se desde essa data uma assinalável descarbonização do setor devido sobretudo à substituição de produtos petrolíferos por gás natural. Em 2020 estima-se que possam ser atingidas reduções de -70% em relação a 2005 no [REF] e de -69% nos [REFaj] e [REFaj+], não se registando entre estes diferenças significativas. Em relação a 2012 estas reduções são da ordem dos -15% no [REF] e de -13% nos [REFaj] e [REFaj+]. Em 2030 os cenários analisados indiciam potencial para atingir reduções de emissões entre - 68% e -73% nos CA e de -70% a -75% nos CB em relação a 2005, apesar do aumento da procura por serviços de energia no sector. Em relação a 2012 perspetivam-se reduções de emissões entre -8% e -22% nos CA e de -16% a -30% nos CB. Este comportamento indica a existência de um potencial custo-eficaz para uma descarbonização significativa para os edifícios de serviços que importa analisar. Em 2020 verifica-se uma redução do consumo total de energia final, face a 2010, de -4% no [REF] e de -2% nos [REFaj] e [REFaj+]. Em 2030 verifica-se um aumento do consumo face a 2010 entre 8% e 11% nos CA e um aumento entre 1% e 2% nos CB do [REF] e [REFaj] e uma redução de -2% no CB do [REFaj+]. Globalmente verifica-se em 2030, em todos os cenários de política considerados, uma alteração na estrutura de consumo de energia final com a redução do consumo de produtos petrolíferos (que passam a representar cerca de 1% do consumo final do setor, valor que compara com 11% em 2010) e o aumento muito significativo do consumo de gás natural (que passa a representar entre 17% e 19% do consumo do setor, valor que compara com 10% em 2010) e solar térmico (que passa a representar entre 5% e 7% do consumo do setor, valor que compara com 1% em 2010). 123

126 A adoção do solar térmico, sobretudo para aquecimento de águas, contribui para um aumento significativo da componente renovável (incluindo a componente renovável na eletricidade) que neste setor atinge valores muito significativos em 2030, superando os 50%. Projeta-se ainda uma eletrificação crescente, sobretudo nos CA, o que significa a substituição de tecnologias de uso final para equipamentos elétricos (sobretudo para aquecimento espaço, e cozinha), usualmente bastante mais eficientes, como é o caso das bombas de calor. Importa salientar que foram impostos na modelação limites superiores de adoção de novas tecnologias de uso final de energia (e.g. iluminação, equipamentos elétricos) no período de 2020 a 2030, igual ao andamento anual registado na década de 2010 a 2020 (recorde-se que em 2020, muitas estão enquadradas pelos objetivos do PNAEE). Em particular no que diz respeito à adoção de bombas de calor foi estabelecido um máximo de 6% para os serviços de energia fornecidos por esta tecnologia em 2030 para os cenários [REF] e [REFaj]. Esta tecnologia foi identificada na modelação como sendo extremamente custo-eficaz pelo que, na ausência de outros constrangimentos, assumiria taxas de penetração bastante elevadas. Na ausência de um historial desta tecnologia em Portugal optou-se por limitar a sua penetração para efeito da modelação. O [REFaj+] merece ser referido em dois aspetos em particular que derivam dos pressupostos assumidos e que têm impacto no sector dos serviços: i. as bombas de calor passam a representar 10% da satisfação da procura total de aquecimento ambiente, e ii. o solar térmico nos serviços com um potencial equivalente ao dobro do que se verifica em 2020 (acompanhando a tendência do que acontece no doméstico), relembrando-se que o potencial de solar térmico pode ir até 6,3 PJ em O impacto destas assunções, que se alicerçam no custo-eficácia observado destas tecnologias para o sistema português, num reforço das tendências de alteração da estrutura do consumo de energia referidas anteriormente, traduzidas em particular num menor nível de consumo de energia final e num maior recurso ao solar térmico. Como consequência estima-se uma redução adicional de cerca de -16% nas emissões do setor em 2030 face aos [REF] e [REFaj] no mesmo ano. 124

127 FIGURA 34: CONSUMO DE ENERGIA FINAL NOS SERVIÇOS NO [REFaj] ALTO. A COMPONENTE RES INCLUI A ELETRICIDADE DE FONTE RENOVÁVEL. FIGURA 35: EVOLUÇÃO ESPERADA DA ESTRUTURA DA ENERGIA FINAL NOS SERVIÇOS EM 2010 E 2030 PARA O CENÁRIO [REFaj] (ALTO) FIGURA 36: ESTRUTURA DA ENERGIA FINAL NOS SERVIÇOS EM 2030 PARA O CENÁRIO [REFaj+] (ALTO) No setor dos serviços destacam-se os seguintes vetores de descarbonização: 125

128 i. Eficiência energética que conduz a uma redução de consumos significativa; ii. Eletricidade mantém-se como o principal vetor energético em todos os usos (cozinha, equipamentos, aquecimento de águas, iluminação, aquecimento/arrefecimento ambiente); iii. A adoção do solar térmico, sobretudo para aquecimento de águas, substituindo completamente os produtos petrolíferos e o GPL e levando a um menor consumo de gás natural num cenário mais ambicioso; iv. Gás Natural é o segundo vetor com particular peso no aquecimento de águas e espaços (no cenário REFAj+ começa a ser reduzido no aquecimento de águas pela penetração do solar e do espaço por maior penetração de bombas de calor); v. Adoção de bombas de calor para aquecimento ambiente Residencial O setor residencial, dominado por edifícios, representou 3% das emissões nacionais de GEE em 2012, não tendo esta representatividade sido objeto de alterações significativas desde Em 2012, as emissões deste sector situavam-se -14% abaixo dos valores registados em 2005 e 9% acima dos valores de O máximo de emissões do sector foi registado em 2000 (34% acima dos níveis de 1990). Em 2020 estima-se que seja mantido o mesmo nível de redução já alcançado em 2012, da ordem dos -14% em relação a 2005, nos três cenários de política considerados. Em 2030 os cenários analisados indiciam reduções de emissões entre -14% a -16% nos CA e de -22% a -26% nos CB em relação a Em relação a 2012 as reduções de emissões variam entre -3% e 0% nos CA e entre -10% a -14% nos CB. O potencial de descarbonização do setor deve-se à existência de opções custo-eficazes como medidas de eficiência energética e recurso a energias renováveis, não obstante registar-se, no horizonte 2030, um aumento de procura de serviços de energia face a Importa salientar que foram impostos na modelação limites superiores de adoção de novas tecnologias de uso final de energia (e.g. iluminação, equipamentos elétricos) no período de 2020 a 2030, igual ao andamento anual registado na década de 2010 a 2020 (recorde-se que em 2020, muitas estão enquadradas pelos objetivos do PNAEE). Em particular no que diz respeito à adoção de bombas de calor foi estabelecido um máximo de 6% para os serviços de energia 126

129 fornecidos por esta tecnologia em 2030 para os cenários [REF] e [REFaj]. Esta tecnologia foi identificada na modelação como sendo extremamente custo-eficaz pelo que, na ausência de outros constrangimentos, assumiria taxas de penetração bastante elevadas. Na ausência de um historial desta tecnologia em Portugal optou-se por limitar a sua penetração para efeito da modelação. Em 2020 verifica-se uma redução do consumo total de energia final, face a 2010, de -13% em todos os cenários de política considerados. Em 2030 verifica-se uma diminuição do consumo face a 2010 entre -15% e -16% nos CA e de - 6% nos CB. Globalmente verifica-se em 2030, em todos os cenários de política considerados, uma alteração na estrutura de consumo de energia final com a redução do consumo de produtos petrolíferos (que passam a representar cerca de 1% do consumo final do setor, valor que compara com 4% em 2010) e o aumento muito significativo do consumo de gás natural (que passa a representar entre 26% e 27% do consumo do setor, valor que compara com 9% em 2010) e solar térmico (que passa a representar entre 5% e 6% do consumo do setor, valor que compara com 1% em 2010). A adoção do solar térmico, sobretudo para aquecimento de águas, contribui para um aumento significativo da componente renovável (incluindo a componente renovável na eletricidade) que neste setor atinge em 2030 valores muito significativos, superando os 50%. O consumo de eletricidade tem uma ligeira redução mantendo-se no entanto como o principal vetor energético. O GPL (utilizado sobretudo em cozinha e aquecimento de águas) e outros produtos petrolíferos (utilizado sobretudo em aquecimento de águas e de espaços) são vestigiais em De salientar que a adoção de tecnologias de isolamento não é visível pela escala dos valores, embora em 2030 atinja 0,36 PJ (máximo assumido como potencial disponível) que compara com 0,03PJ em No setor residencial, à semelhança dos outros setores analisados, verifica-se um efeito resultante de uma maior eficiência energética. Acresce que se verificam alterações significativas na estrutura de consumos com uma redução significativa do uso de biomassa, GPL e de produtos petrolíferos que passam a ser substituídos pelo solar, no caso do aquecimento de águas, e por gás natural, na cozinha e no aquecimento de águas, mantendo-se a biomassa como principal vetor no aquecimento de espaços. 127

130 FIGURA 37: CONSUMO DE ENERGIA FINAL NO SECTOR RESIDENCIAL NO [REFaj] ALTO. A COMPONENTE RES INCLUI A ELETRICIDADE DE FONTE RENOVÁVEL FIGURA 38: EVOLUÇÃO ESPERADA DA ESTRUTURA DA ENERGIA FINAL NO RESIDENCIAL EM 2010 E 2030 PARA O CENÁRIO [REFaj] (ALTO) O comportamento global da estrutura de consumo de energia final é essencialmente o mesmo nos três cenários de política considerados sendo no entanto de destacar no [REFaj+] o facto de se ter considerado um acréscimo de potencial de penetração de bombas de calor face aos [REF] e [REFaj] tendo sido estabelecido um máximo de 10% para os serviços de energia fornecidos por esta tecnologia em Esta alteração teve como resultado a adoção até ao máximo permitido, embora não tenha havido um impacto significativo no setor. Essencialmente regista-se uma ligeira indução do consumo de eletricidade em detrimento de biomassa, que praticamente não tem impacto nas emissões do setor. Os principais vetores tecnológicos para este setor que resultaram do exercício de modelação, são os seguintes: 128

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