9602/16 pbp/hrl/jc 1 DG G 2B
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- Luca Alexandre Lacerda Santiago
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1 Conselho da União Europeia Bruxelas, 3 de junho de 2016 (OR. en) Dossiê interinstitucional: 2013/0045 (CNS) 9602/16 FISC 90 ECOFIN 522 NOTA de: para: Assunto: Secretariado-Geral do Conselho Comité de Representantes Permanentes/Conselho Cooperação reforçada no domínio do imposto sobre as transações financeiras - Proposta de diretiva do Conselho que aplica uma cooperação reforçada no domínio do imposto sobre as transações financeiras = Ponto da situação I. INTRODUÇÃO 1. Em 28 de setembro de 2011, a Comissão apresentou uma proposta de diretiva do Conselho sobre um sistema comum de imposto sobre as transações financeiras (ITF) e que altera a Diretiva 2008/7/CE. O objetivo da proposta era garantir uma justa contribuição do setor financeiro para custear a crise financeira, evitar a fragmentação do mercado único e criar desincentivos adequados às transações que não aumentassem a eficiência dos mercados financeiros. Nas reuniões do Conselho de 22 de junho e 10 de julho de 2012 e na reunião do Conselho Europeu de 28 e 29 de junho de 2012, reconheceu-se que subsistiam diferenças de opinião de fundo quanto à necessidade de estabelecer um sistema comum de ITF a nível da UE e que a proposta não conseguiria obter um apoio unânime no Conselho num futuro previsível. 9602/16 pbp/hrl/jc 1
2 2. Com base no pedido efetuado por onze Estados-Membros (Áustria, Bélgica, Estónia, França, Alemanha, Grécia, Itália, Portugal, Eslováquia, Eslovénia e Espanha a seguir designados por "Estados-Membros participantes") e em conformidade com a autorização do Conselho de 22 de janeiro de , que foi adotada na sequência da aprovação dada pelo Parlamento Europeu em 12 de dezembro de 2012, a Comissão apresentou, em 14 de fevereiro de 2013, uma proposta de diretiva do Conselho que aplica uma cooperação reforçada no domínio do imposto sobre as transações financeiras (a seguir designada por "proposta da Comissão"). No essencial, esta proposta da Comissão reflete o âmbito de aplicação e os objetivos da proposta ITF inicial apresentada pela Comissão em II. PONTO DA SITUAÇÃO 3. Na sequência dos trabalhos preparatórios efetuados pelo Grupo das Questões Fiscais (Grupo), e, sendo o caso, pelo Grupo de Alto Nível para as Questões Fiscais, a situação deste dossier foi analisada nas seguintes reuniões do Conselho ECOFIN: 6 de maio de 2014, onde os ministros de dez Estados-Membros participantes emitiram uma declaração conjunta 2 ; 7 de novembro de e 9 de dezembro de , com base nos relatórios da Presidência; 8 de dezembro de , em que, com base no relatório da Presidência, o Conselho tomou nota dos progressos realizados pelos Estados-Membros participantes e das posições dos Estados-Membros não participantes. Nessa reunião ECOFIN, com base numa apresentação pela Áustria, dez Estados-Membros participantes (sem a Estónia) aprovaram a declaração que foi inserida na ata dessa reunião do Conselho 6 (reproduzida no anexo à presente nota) JO L 22 de , p. 11. Ver doc. 9399/14 FISC 79 ECOFIN 445 e doc. 9576/14 PV/CONS 22 ECOFIN 460. Ver doc /14 FISC 181 ECOFIN Ver doc /14 FISC 222 ECOFIN 1159 e doc /14 FISC 230 ECOFIN 1188 CO EUR-PREP 50, pontos 36 a 46. Ver doc /15 FISC 181 ECOFIN 947. Ver doc /15 PV/CONS 72 ECOFIN 961 ADD /16 pbp/hrl/jc 2
3 4. Em 16 de março de 2016, a República da Estónia concluiu as formalidades necessárias para sair da cooperação reforçada em matéria de ITF Sob a Presidência neerlandesa, que facilitou a continuação das discussões sobre este dossier entre todos os Estados-Membros, durante o primeiro semestre de 2016 teve lugar uma reunião do Grupo, na qual, por iniciativa de alguns dos Estados-Membros participantes, o debate prosseguiu sobre determinadas questões que já tinham sido abordadas na troca de opiniões no Conselho ECOFIN de dezembro de 2015, a saber: a) aplicação dos princípios da "emissão" e da "residência" e âmbito de aplicação territorial do ITF 8 ; b) isenção do ITF para as atividades de criação do mercado 9 ; c) âmbito das transações em contratos de derivados sujeitas ao ITF 10. III. QUESTÕES RECENTEMENTE DEBATIDAS a) Aplicação dos princípios da "emissão" e da "residência" e âmbito de aplicação territorial do ITF 6. O ponto 1, alínea d), da declaração de 8 de dezembro de 2015 de 10 Estados-Membros participantes é do seguinte teor: O âmbito de aplicação territorial do imposto deverá seguir a proposta da Comissão. Está a ser analisado neste momento se será mais sensato dar início à tributação apenas com ações emitidas nos Estados-Membros que participam na cooperação reforçada. Os elementos importantes a ter em conta nesta análise são, nomeadamente, os riscos de relocalização e os custos administrativos Ver doc. 7808/16 FISC 47 LIMITE. Ver doc /15 FISC 181 ECOFIN 947, pontos 7 a 11. Ver doc /15 FISC 181 ECOFIN 947, pontos 15 a 17. Ver doc /15 FISC 181 ECOFIN 947, pontos 18 a /16 pbp/hrl/jc 3
4 7. Para atender aos objetivos da declaração de dezembro de 2015 sobre esta questão, que é uma das mais amplamente debatidas no Conselho 11, alguns dos Estados-Membros participantes sugeriram que a solução de compromisso poderia incluir os seguintes elementos: i) poderiam ser integradas no projeto de diretiva relativa ao ITF listas dos produtos abrangidos pelas definições de "instrumentos financeiros" e de "contratos de derivados"; ii) iii) poderia ser prevista uma isenção que excluiria de ITF as transações de ações emitidas em Estados-Membros não participantes. Ficaria por decidir se tal isenção deverá ser temporária e quais poderiam ser as modalidades para a sua eventual revisão ou alteração. A nível do Grupo, foram trocados pontos de vista sobre a questão de saber se, como eventual solução de compromisso, esta isenção poderia expirar, a menos que os Estados-Membros participantes tomassem a decisão de prorrogar a sua vigência. Neste contexto, seria necessário trabalho adicional, a fim de determinar quais as regras de votação permitidas ao abrigo do TFUE que poderão ser usadas para tomar essa decisão, uma vez que a cooperação reforçada neste caso está a ser prosseguida no domínio da legislação fiscal da UE, e os interesses de todos os Estados-Membros da UE têm de ser acautelados; como um elemento adicional, os Estados-Membros participantes que o desejassem poderiam, não obstante, aplicar as suas próprias regras relativas à tributação das transações nessas ações, na condição de que a legislação da UE fosse respeitada (por exemplo, o artigo 63.º do TFUE e a Diretiva Entradas de Capitais) No entanto, a nível do Grupo, alguns Estados-Membros participantes mantiveram reservas sobre essa solução. Vários Estados-Membros não participantes chamaram a atenção para o facto de, no que diz respeito à eventual extraterritorialidade de um futuro ITF no âmbito da cooperação reforçada, a arquitetura do ITF dever corresponder ao atual quadro jurídico da UE e respeitar as competências, direitos e obrigações dos Estados-Membros não participantes Ver doc /14 FISC 181 ECOFIN 1001, pontos 18 a 23, e doc /16 FISC 181 ECOFIN 947, pontos 7 a 9. Diretiva 2008/7/CE do Conselho, de 12 de fevereiro de 2008, relativa aos impostos indiretos que incidem sobre as reuniões de capitais (JO L 46 de , p. 11). 9602/16 pbp/hrl/jc 4
5 b) Isenção do ITF para as atividades de criação do mercado 9. O ponto 1, alínea c) da declaração de 8 de dezembro de 2015 contém a seguinte frase: A fim de sustentar a liquidez nos casos de mercados ilíquidos, poderá ser exigida uma isenção limitada para a criação de mercado, já que a necessidade de incluir uma isenção na diretiva sobre o ITF foi levantada por alguns Estados-Membros e debatida exaustivamente De salientar que, para efeitos da supervisão financeira, existem diversas definições expressamente concebidas para criador de mercado ou criação de mercado, por exemplo: o artigo 4.º, n.º 1, ponto 7, da Diretiva 2014/65/UE (DMIF), o artigo 2.º, alínea k), do Regulamento n.º 236/2012 (Regulamento Vendas a Descoberto), etc. Contudo, a nível técnico, algumas delegações observaram que é difícil chegar a critérios objetivos para uma definição de criação de mercado que a distinga das atividades de negociação por conta própria para efeitos do ITF. 11. No Grupo, muitos Estados-Membros participantes partilharam a opinião de que uma solução viável poderia ser a definição de criação de mercado com base nos artigos 17.º e 48.º da DMIF. Como um aspeto adicional do compromisso, poderia também prever-se que os Estados-Membros participantes, em certas condições, aplicassem uma taxa inferior à taxa normal de ITF a determinadas operações financeiras realizadas pelos criadores de mercado. A decisão de aplicar a taxa reduzida competiria ao Estado-Membro participante da presunção de estabelecimento da instituição financeira (criador de mercado) em causa, e seria limitada ao ITF devido pelo criador de mercado apenas sobre a sua parte na operação. 12. Não foi possível aos Estados-Membros participantes alcançarem a unanimidade sobre esta orientação de isenção das atividades de criação de mercado, já que a nível do Grupo um Estado-Membro participante manteve uma reserva sobre este ponto. Alguns Estados- -Membros não participantes manifestaram preocupação pelo facto de essa definição poder ser demasiado restritiva. 13 Ver doc /16 FISC 181 ECOFIN 947, pontos 15 a /16 pbp/hrl/jc 5
6 c) Âmbito de aplicação das transações em contratos de derivados sujeitas ao ITF 13. O ponto 2, alínea b) da declaração de 8 de dezembro de 2015 de dez Estados-Membros participantes contém a seguinte frase: A tributação deverá basear-se no princípio da maior base tributável possível e em taxas baixas, e não deverá ter impacto no custo dos empréstimos soberanos. 14. Segundo uma das opções, que foi debatida no Grupo, o projeto de diretiva poderia incluir uma lista dos tipos de contratos de derivados (possivelmente, com caráter temporário) isentos de ITF, em que os ativos subjacentes são instrumentos de dívida soberana. Para um contrato de derivados beneficiar de uma isenção, o ativo soberano subjacente teria de ser emitido por entidades soberanas, que também seriam enumeradas na diretiva. Segundo os mesmos princípios, tal como explicado no ponto 7. iii) da presente nota, os Estados-Membros participantes poderiam, em todo o caso, aplicar as suas próprias regras de tributação às transações desses derivados, desde que respeitassem o direito da UE. 15. No entanto, a troca de pontos de vista a nível do Grupo revelou que continua a não existir acordo sobre a necessidade de se estabelecer uma tal lista (possivelmente temporária) de derivados isentos de ITF. Além disso, tal como para a questão abordada no ponto 7.ii) da presente nota, teria ainda que ser encontrado um compromisso sobre um mecanismo para a eventual revisão ou alteração do conteúdo ou duração dessa isenção, que também teria de ser concebido de uma forma que respeitasse as competências, direitos e obrigações dos Estados- -Membros não participantes. 9602/16 pbp/hrl/jc 6
7 IV. PERSPETIVAS FUTURAS 16. Uma vez que o ponto 4 da declaração de 8 de dezembro de 2015 dos Estados-Membros participantes implica que deverá ser tomada até ao final de junho de 2016 uma decisão sobre as questões em aberto relativas ao ITF no âmbito da cooperação reforçada, considera-se oportuno que o ponto da situação sobre este dossier legislativo seja debatido a nível do ECOFIN. 17. À luz do que foi exposto, e conforme já referido no relatório de dezembro de 2015 do ECOFIN ao Conselho Europeu sobre questões fiscais 14, será necessário prosseguir os trabalhos no Conselho e nas suas instâncias preparatórias. Caso os Estados-Membros participantes cheguem a um acordo final sobre este dossier, tal acordo deverá respeitar as competências, direitos e obrigações dos Estados-Membros não participantes. 18. Neste contexto, convida-se o Comité de Representantes Permanentes a recomendar ao Conselho que: a) tome nota dos progressos registados até à data; e b) troque opiniões sobre o ponto da situação deste dossier. 14 Ver doc /15 FISC 187 ECOFIN 968 CO EUR-PREP 50, ponto /16 pbp/hrl/jc 7
8 EXTRATO DA ATA DA REUNIÃO DO ECOFIN DE 8 DE DEZEMBRO DE 2015 (DOC /15 ADD 1) ANEXO Declaração da Alemanha, Áustria, Bélgica, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Itália, Portugal Imposto sobre as transações financeiras Alcançámos hoje um acordo sobre o imposto que deverá ter as seguintes características: 1. No que respeita a ações: a) Todas as transações, incluindo as realizadas no próprio dia, deverão ser tributadas. b) Todas as transações da cadeia deverão ser tributadas, à exceção dos agentes e dos membros compensadores (quando atuam como facilitadores). c) A fim de sustentar a liquidez nos casos de mercados ilíquidos, poderá ser exigida uma isenção limitada para a criação de mercado. d) O âmbito de aplicação territorial do imposto deverá seguir a proposta da Comissão. Está a ser analisado neste momento se será mais sensato dar início à tributação apenas com ações emitidas nos Estados-Membros que participam na cooperação reforçada. Os elementos importantes a ter em conta nesta análise são, nomeadamente, os riscos de relocalização e os custos administrativos. 2. No que diz respeito aos derivados: a) O âmbito de aplicação territorial do imposto deverá seguir a proposta da Comissão (cumulação dos princípios de residência e de emissão, com aplicação do princípio da contraparte). b) A tributação deverá basear-se no princípio da maior base tributável possível e em taxas baixas, e não deverá ter impacto no custo dos empréstimos soberanos. 9602/16 pbp/hrl/jc 8 ANEXO
9 c) A determinação da base tributável para os derivados deverá cumprir os seguintes princípios: i) Para derivados do tipo opção, a base tributável deverá basear-se, de preferência, no prémio da opção. ii) iii) iv) Para os produtos que não são derivados do tipo opção e com maturidade, poder- -se-á considerar uma espécie de montante nocional ajustado ao prazo/ valor de mercado (quando disponível) como base tributável apropriada. Para os produtos que não são derivados do tipo opção e sem maturidade, poder-se- -á considerar o montante nocional ajustado ao prazo/ valor de mercado (quando disponível) como base tributável apropriada. Em alguns casos, poderá ser necessário ajustar as taxas de imposto ou a definição da base tributável a fim de evitar distorções. d) Não deve ser concedida isenção às atividades de criação de mercado. 3. Outros elementos: Os Estados-Membros concordaram que é necessário continuar a analisar a economia real e os regimes de pensão. Deverá minimizar-se o impacto negativo na economia real e nos regimes de pensão. É também necessário que o imposto tenha viabilidade financeira em cada país. 4. Com base nestes características, e em preparação do passo seguinte, os peritos deverão, em estreita coordenação com a Comissão, elaborar taxas de imposto adequadas para as diferentes variantes. Deverá ser tomada uma decisão sobre estas questões pendentes até ao final de junho de /16 pbp/hrl/jc 9 ANEXO
Conclusões do Conselho sobre a fraude e a evasão fiscais Adoção
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