Destaque Setorial - Bradesco Telecomunicações

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1 Telecomunicações 04 de abril de 2013 Potencial de expansão de serviços de telecomunicação deve manter setor aquecido nos próximos anos Priscila Pacheco Trigo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Os serviços de telecomunicação apresentaram forte expansão nos últimos anos, sustentada pelo mercado de trabalho aquecido, pela mobilidade social, pelas novas tecnologias e pelo barateamento dos serviços (e aparelhos). Do lado da demanda das empresas, o aumento do volume de negócios e a necessidade de informação rápida fomentaram o mercado. À frente, vislumbramos potencial para os serviços de TV por assinatura e banda larga, ainda ausentes na maioria dos lares brasileiros. Esperamos que as regiões menos atendidas por esses serviços, Norte, Nordeste e Centro-Oeste, tenham crescimento mais expressivo. As condições favoráveis do mercado de trabalho e a ampliação da mobilidade social, observadas nos últimos anos, refletiram no consumo das famílias. A inserção de mais de 40 milhões de pessoas na classe média em dez anos facilitou a aquisição de veículos e eletrodomésticos, produtos de maior valor agregado. Assim, as famílias brasileiras se equiparam de bens duráveis e abriram espaço para a contratação de serviços complementares a esses bens, com é o caso de seguros, banda larga e TV por assinatura, que começaram a fazer parte da cesta de consumo , ,88 116,31 151,95 173,96 191,47 210,51 205,15 227,35 Nesse contexto, o setor de telecomunicações vem se destacando, com a inserção de novas tecnologias e com a mudança de hábito da população. De fato, 38 milhões de domicílios no País tinham acesso à telefonia (móvel e fixa) e/ou aos serviços de internet e TV por assinatura em 2009, segundo levantamento da última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), chegando a 66% dos domicílios brasileiros. No mercado de telefonia 1, 89 milhões de novos acessos foram acrescentados nos últimos três anos, somando 305 milhões de linhas telefônicas ativas em 2012, considerando telefonia fixa e móvel. O avanço foi impulsionado pelo segmento móvel, que contribuiu com 97% desses novos acessos, resultado da redução dos preços de aparelhos celulares e dos serviços oferecidos. Com isso, os serviços pós-pagos vêm ganhando participação, atingindo 19% no final de Independente do tipo de serviço contratado, a telefonia móvel mudou de patamar: em fevereiro deste ano havia aproximadamente 135 linhas móveis para cada 100 habitantes, sendo que em dezembro de 2009 essa relação era de 90 para 100 habitantes. 252,98 261,17 out/06 dez/06 fev/07 abr/07 jun/07 ago/07 out/07 dez/07 fev/08 abr/08 jun/08 ago/08 out/08 dez/08 fev/09 abr/09 jun/09 ago/09 out/09 dez/09 fev/10 abr/10 jun/10 ago/10 out/10 dez/10 fev/11 abr/11 jun/11 ago/11 out/11 dez/11 fev/12 abr/12 jun/12 ago/12 out/12 dez/12 fev/13 Base de acessos móveis em milhões Fonte: Anatel 1 Os dados de telefonia se referem ao mercado residencial e de negócios. 1

2 Densidade da telefonia móvel número de celulares por 100 habitantes ,87 132,79 133, ,68 90, ,17 62 Fonte: IBGE 42 dez/08 dez/09 dez/10 dez/11 dez/12 fev/13 18,0% 16,0% 14,0% 13,3% 12,0% 10,0% 15,4% IPCA telefonia móvel acumulado em 12 meses 8,0% 6,9% 6,0% 4,0% 2,0% 5,1% 2,2% 2,5% 5,1% 4,9% 4,3% 0,0% -2,0% -4,0% fev/04 mai/04 ago/04 nov/04 fev/05 mai/05 ago/05 nov/05 fev/06 mai/06 ago/06 nov/06 fev/07 mai/07 ago/07 nov/07 fev/08 mai/08 ago/08 nov/08 fev/09 mai/09 ago/09 nov/09 fev/10 mai/10 ago/10 nov/10 fev/11 mai/11 ago/11 nov/11 fev/12 mai/12 ago/12 nov/12 fev/13-2,7% Fonte: IBGE A telefonia fixa, por sua vez, expandiu de forma mais moderada nos últimos anos, em linha com o crescimento de novos domicílios 2. Esse segmento sofre concorrência direta com a telefonia móvel, especialmente nas classes de renda mais baixas, que muitas vezes optam entre um dos serviços. Cabe também lembrar que a grande expansão desse segmento ocorreu após a privatização, em razão do barateamento dos serviços naquele momento, perdendo ímpeto nos anos subsequentes devido ao aumento da concorrência com os celulares ,4 38,8 39,2 39,6 39,8 38,8 39,4 41,2 41,5 42,0 43,0 44,3 Base de acessos fixos em milhões , ,3 14, , , , , Os destaques nos três últimos anos foram, sem dúvida, os serviços de banda larga e TV por assinatura. O número de acessos de banda larga fixa totalizou 19 milhões em 2012, lembrando que o serviço começou a ser oferecido a partir de Com isso, a densidade ultrapassou Fonte: Teleco acessos para cada 100 habitantes em Nos serviços de TV paga, as assinaturas atingiram 16,2 milhões ao final de 2012, enquanto esse número era de 7,5 milhões em Dessa forma, a sua densidade atingiu 8,5 acessos para cada 100 habitantes. 2 O número de domicílios cresceu a taxa média de 2% ao ano nos últimos anos. 2

3 Número de acessos de TV por assinatura - em mil Fonte: Anatel Número de acessos d e b a n d a l a r g a fi x a - em mil Fonte: Teleco Apesar de não termos uma abertura maior dos dados, é importante ressaltar que o avanço da telefonia celular e de banda larga nos últimos anos também está atrelado à demanda empresarial. A facilidade na comunicação e o acesso rápido à informação são os principais fatores para impulsionar a demanda das empresas a tais serviços. Em termos regionais, Sudeste e Sul possuem a maior densidade dos serviços de telecomunicações entre as regiões, favorecidas pela renda mais elevada das famílias e pela concentração da atividade econômica. Atualmente, a densidade de telefonia fixa no Sudeste e no Sul é de 22 e 16, respectivamente. O Centro- Oeste, por conta do Distrito Federal, também merece destaque, com densidade de 14,6. O mesmo ocorre com telefonia móvel, banda larga e TV por assinatura, conforme tabela a seguir. Densidade Telefonia fixa* Telefonia móvel Banda larga fixa TV por assinatura Sudeste 22,7 145,5 15,3 12,8 Sul 16,4 140,3 12,8 9,1 Centro-Oeste 14,6 164,3 10,9 8,0 Nordeste 7,5 122,4 4,2 3,8 Norte 6,9 123,6 3,5 4,6 Brasil 15,7 137,9 10,5 8,7 A demanda por serviços de telecomunicações deve se manter positiva nos próximos anos, considerando um cenário favorável para o mercado de trabalho e a mobilidade social, ainda que em menor velocidade. Apesar do avanço recente, a baixa densidade Densidade - número de acessos/ assinatura a cada 100 habitantes (*) Somente de concessionárias Fonte: Anatel, Teleco dos serviços de banda larga e TV por assinatura permite que esses segmentos sejam destaque de crescimento. Para este ano, esperamos aumento de 13,5% nos serviços de banda larga e de 24% nos de TV paga. Com expansão mais modesta, os 3

4 serviços de telefonia fixa e móvel deverão avançar 2% e 6%, respectivamente. Regionalmente, o crescimento será mais expressivo no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, já que essas regiões apresentam densidade abaixo da média brasileira e também apresentarão incremento significativo de renda neste e nos próximos anos. Por fim, vale considerar que, no longo prazo, o desafio será manter crescimento expressivo conforme aumente a parcela da população que possui acesso a esses serviços, de modo que esperamos alguma moderação mais adiante. Telefonia fixa Telefonia móvel Bada larga fixa TV por assinatura Projeções para o setor de telecomunicações em mil acessos * Variação % ,7% 15,5% 14,6% 18,2% ,2% 16,7% 20,0% 30,7% ,4% 19,4% 18,2% 30,5% ,0% 7,7% 16,1% 27,0% 2013* 2,0% 6,5% 13,5% 25,0% Fonte: Anatel, Teleco Elaboração e projeção (*): BRADESCO Retrato do setor O número de acessos de telefonia no Brasil somou 305,2 milhões em Telefonia fixa respondeu por 15% dos acesso, com 44,3 milhões, enquanto telefonia celular representou 85% dos acessos, 260,9 milhões. Dentro do acesso móvel, 81,8% utilizam serviço pré-pago, enquanto 18,2% são pós-pago. As vendas apresentam maior sazonalidade em maio (Dia das Mãe), em agosto (Dia dos Pais) e dezembro (Natal). A densidade média brasileira para telefonia celular é de 137,9 acessos para cada 100 habitantes. Centro- Oeste (164,3), Sudeste (145,5) e Sul (140,3) se destacam. Em TV por assinatura, foram 16,2 milhões de acessos em A densidade de TV por assinatura atingiu 8,7 acessos para cada 100 habitantes, com as regiões Sudeste (12,8) e Sul (9,1) superando a média nacional. A banda larga encerrou 2012 com 18,976 milhões de acessos, densidade de 10,5 acessos para cada 100 habitantes. Regionalmente, Sudeste, Sul e Centro-Oeste possuem densidade acima da média brasileira: 15,3, 12,8 e 10,9 respectivamente. 4

5 Equipe Técnica Octavio de Barros - Diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos Marcelo Cirne de Toledo - Superintendente executivo Economia Internacional: Fabiana D Atri / Leandro de Oliveira Almeida/ Felipe Wajskop França/ Andrea Marcos Angelo Economia Doméstica: Robson Rodrigues Pereira / Andréa Bastos Damico / Igor Velecico / Ellen Regina Steter / Priscila Pereira Deliberalli Análise Setorial: Regina Helena Couto Silva / Priscila Pacheco Trigo / Rita de Cassia Milani Pesquisa Proprietária: Fernando Freitas / Ana Maria Bonomi Barufi / Leandro Câmara Negrão Estagiários: Ana Beatriz Ract Pousada / Andre Kengi Alves Hirata / Henrique Araújo da Silva / Elias Celestino Cavalcante / Alex Panoni Furtado / Laura Marsiaj Ribeiro / Klaus Heinz Troetschel O BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO). 5