ANDRÉ RICARDO NETO NASCIMENTO. TEORIA DA CEGUEIRA DELIBERADA: Reflexos de sua aplicação à Lei de Lavagem de Capitais (Lei 9.613/98.

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1 ANDRÉ RICARDO NETO NASCIMENTO TEORIA DA CEGUEIRA DELIBERADA: Reflexos de sua aplicação à Lei de Lavagem de Capitais (Lei 9.613/98.) Monografia apresentada como requisito para conclusão do curso de bacharelado em Direito do Centro Universitário de Brasília. Orientador: Professor Humberto Fernandes de Moura BRASÍLIA - DF 2010

2 2 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo analisar a aplicação da teoria da cegueira deliberada na lei nº 9.613/98, conhecida como lei de Lavagem de Dinheiro, no Brasil, e seu posicionamento em comparação com o Código Penal Brasileiro. Em um primeiro momento, será abordado o conceito de lavagem de dinheiro, as fases da lavagem, as condutas típicas, e uma análise do delito previsto no inciso I do parágrafo 2º do artigo 1º da lei de lavagem de dinheiro. Em seguida, será analisado o dolo e a culpa no direito penal brasileiro com seus elementos e teorias. Analisar-se-á também a origem e os pressupostos da teoria da cegueira deliberada e sua aplicação no Brasil. Por fim, analisar-se-á em especial, o conflito entre a sentença de 1º grau da 11ª Vara da Justiça Federal da 5ª região com o acórdão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, tendo como escopo a possível aplicação da teoria da cegueira deliberada no Brasil, ante o Código Penal Brasileiro. Palavras Chaves: Lavagem de dinheiro, dolo e culpa, cegueira deliberada.

3 3 Sumário INTRODUÇÃO Considerações a respeito da Lavagem de Capitais Conceito de lavagem de capitais Fases da lavagem de capitais Condutas Típicas Tipo subjetivo do crime de lavagem de capitais Análise do artigo 1º, parágrafo 2º, inciso I da lei 9.613/ O Dolo e a Culpa O Dolo Teorias do Dolo Elementos do Dolo Espécies de Dolo A Culpa Definição e elementos da Culpa Espécies de Culpa Culpa Consciente Culpa Inconsciente O Dolo Eventual e a Culpa Consciente Teorias Intelectivas Teorias Volitivas A Teoria da cegueira deliberada Origem da Teoria da cegueira deliberada Pressupsotos para aplicação da teoria da cegueira deliberada Aplicação da Teoria da cegueira deliberada no Brasil O caso do Furto ao Banco Central em Fortaleza Fundamentos da sentença de 1º grau Análise do conflito entre a sentença da 11ª Vara da Justiça Federal da 5ª Região e o Acórdão da 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região A Teoria da cegueira deliberada e o Código Penal Brasileiro CONCLUSÃO REFERÊNCIAS...56

4 4 Introdução O tema a ser abordado na monografia versa sobre a teoria da cegueira deliberada e a sua aplicação à Lei de 1998, mais especificadamente à sua aplicação ao processo de número , que versa sobre o furto ao Banco Central do Brasil, sede em Fortaleza, em 05/06 de agosto de O problema a ser tratado no presente trabalho tem como foco saber se a teoria da cegueira deliberada aplicada no julgamento do caso do furto ao Banco Central do Brasil, na cidade de Fortaleza está de acordo com o conceito de dolo previsto no Código Penal Brasileiro. Para responder a este questionamento, será necessário: 1) No capítulo 1: analisar o conceito do crime de lavagem de capitais; as fases do crime de lavagem de capitais; as condutas tipificadas como lavagem de capitais; o tipo subjetivo do crime de lavagem e, por fim, analisar o tipo previsto no artigo 1º, parágrafo 2º, inciso I da lei de lavagem de capitais. 2) No capítulo 2: analisar o elemento Dolo; as teorias a respeito do dolo; os elementos do dolo; as espécies de dolo; o elemento Culpa; as definições de culpa; as espécies de culpa; o conceito de culpa consciente e culpa inconsciente; a diferença entre dolo eventual e culpa consciente e as teorias intelectivas e volitivas sobre dolo eventual e culpa consciente. 3) No capítulo 3: analisar a teoria da cegueira deliberada; a sua origem; os pressupostos para a aplicação da teoria da cegueira deliberada e a aplicação da teoria da cegueira deliberada no Brasil. 4) Por fim, no capítulo 4 será necessário analisar o caso do furto ao Banco Central na cidade de Fortaleza CE; os fundamentos da sentença de 1º grau para a utilização da teoria da cegueira deliberada; o conflito entre a sentença da 11ª Vara da Justiça Federal da 5ª Região e o

5 5 Acórdão da 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região; e a teoria da cegueira deliberada e sua correlação com o Código Penal brasileiro.

6 6 1. Considerações a respeito da Lavagem de Capitais Este primeiro capítulo aborda os pontos mais relevantes para esta monografia acerca do crime de lavagem de capitais ressaltando o conceito de lavagem de capitais, suas fases e condutas típicas. O crime organizado evoluiu no decorrer dos tempos, projetando em diversos países, um perfil claramente econômico, cujo objetivo se volta ao à criação de métodos e técnicas para a utilização de ativos ilícitos oriundos da prática de delitos. 1 O delito de lavagem de capitais é uma constante no mundo inteiro, e é o meio mais utilizado pelas grandes organizações criminosas para que os ativos de usas atividades ilícitas possam ser utilizados como se fossem oriundos de atividades lícitas. Entretanto, hodiernamente a lavagem de capitais não é mais uma prática apenas de grandes organizações criminosas. 2 A Lei 9.613, de 03 de março de 1998, resulta do compromisso assumido pelo Brasil com a comunidade internacional ao firmar a Convenção contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e de Substâncias Psicotrópicas, conhecida como Convenção de Viena, de 20 de dezembro de 1988, referendada pelo Brasil em 1991 (D. 154, de , DOU , aprovada pelo Dec. Legislativo 162, de , DO ). Também o art. 6º da Convenção de Palermo estabelece que: 1. Cada Estado Parte adotará, em conformidade com os princípios fundamentais do seu direito interno, as medidas legislativas ou outras que sejam necessárias para caracterizar como infração penal, quando praticada intencionalmente: a) i) A conversão ou transferência de bens, quando quem o faz tem conhecimento de que esses bens são produto do crime, com o propósito de ocultar ou dissimular a origem ilícita dos bens ou ajudar qualquer pessoa envolvida na prática da infração principal a furtar-se às conseqüências jurídicas dos seus atos; 1 ALENCAR MENDES, Eunice de. Uma análise crítica da lei dos crimes de lavagem de dinheiro. RCEJ, n. 16, Brasília, jan.-mar p ALENCAR MENDES, Eunice de. Uma análise crítica da lei dos crimes de lavagem de dinheiro. RCEJ, n. 16, Brasília, jan.-mar p. 55.

7 7 ii) A ocultação ou dissimulação da verdadeira natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens ou direitos a eles relativos, sabendo o seu autor que os ditos bens são produto do crime; b) e, sob reserva dos conceitos fundamentais do seu ordenamento jurídico: i) A aquisição, posse ou utilização de bens, sabendo aquele que os adquire, possui ou utiliza, no momento da recepção, que são produto do crime; ii) A participação na prática de uma das infrações enunciadas no presente Artigo, assim como qualquer forma de associação, acordo, tentativa ou cumplicidade, pela prestação de assistência, ajuda ou aconselhamento no sentido da sua prática. O quadro que se apresenta nos dias de hoje mostra que nesta atividade criminosa organizada os integrantes são indivíduos que não transparecem nenhum tipo de suspeição. Por conta disso, a repressão a este delito se faz necessária diante do elevado prejuízo econômico que trás aos diversos países do mundo. 3 Por isso, aplica-se ao crime de lavagem de dinheiro o artigo 7º, II, a do Código Penal, de modo que, atendidas as condições do 2º do Código Penal, o delito é punível ainda que praticado no exterior, na aplicação do princípio da justiça universal ou cosmopolita. Esta preocupação internacional com relação ao problema da criminalidade organizada é crescente e ocupa um importante lugar dentro do Direito Penal moderno, contribuindo para estudos científicos, para a formulação de políticas públicas específicas e para a criação de entidades ou grupos especialistas que denunciam o enorme potencial econômico das organizações criminais, bem como as grandes dificuldades de controlar seus efeitos. A lavagem de capitais, bem como crimes correlatos, tais como narcotráfico, corrupção, seqüestro, terrorismo, dentre outros, tornaram-se delitos cujo impacto não pode mais ser medido em escala local. Há algum tempo essa prática estava restrita a determinadas regiões, 3 BALTAZAR, Junior José Paulo. CRIMES FEDERAIS: Estelionato contra a administração pública, a previdência social, a ordem tributária, o sistema finenceiro nacional, as telecomunicações e as licitações Quadrilha ou Bando Organizações Criminosas Moeda Falsa Abuso de Autoridade Interceptação Telefônica Tortura Tráfico transnacional de drogas, pessoas, crianças e armas Lavagem de dinheiro Genocídio Invasão de Terras da União Estatuto do Índio Estatuto do Estrangeiro. 4ª Edição. Ver. E ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, p. 561.

8 8 hoje seus efeitos se espalham para além das fronteiras nacionais, desestabilizando sistemas financeiros e comprometendo atividades econômicas em diversos países. 4 Por essa razão, necessário fazer a conceituação do que vem a ser a lavagem de capitais ou lavagem de dinheiro. 1.1 O conceito de Lavagem de Capitais Para melhor compreensão do caso do furto à agência do Banco Central, na cidade de Fortaleza, e como a lei de lavagem de capitais foi aplicada pelo juízo de primeira instância a este crime, faremos um breve resumo acerca do conceito de lavagem de capitais. Existem diversos autores que conceituam a lavagem de dinheiro. Gomes cita a origem da palavra lavagem: A palavra lavagem tem origem na década de 20, nos Estados Unidos, época em que as máfias norte-americanas criaram uma rede de lavanderias para esconder a procedência ilícita do dinheiro que alcançavam com suas atividades criminosas. 5 O Conselho de Controle de Atividades Financeiras COAF, também conceitua o delito de lavagem de dinheiro: O crime de lavagem de dinheiro caracteriza-se por um conjunto de operações comerciais ou financeiras que buscam a incorporação na economia de cada país, de modo transitório ou permanente, de recursos, bens e valores de origem ilícita e que se desenvolvem por meio de um processo dinâmico que envolve, teoricamente, três fases independentes que, com freqüência, ocorrem simultaneamente. 6 4 Conceito de lavagem de dinheiro, disponível em 5 GOMES, Luiz Flávio. Lei de Lavagem de Capitais (Lei n. 9613/98). in http\\: set Conceito de lavagem de dinheiro, disponível em

9 9 São inúmeras as definições de lavagem de dinheiro, todavia, todas estão ligadas ao propósito de ocultar a origem ilegal dos recursos e sua posterior vinculação à economia de um território. A lavagem de dinheiro é o processo pelo qual o criminoso transforma recursos ganhos em atividades ilícitas em ativos com uma origem aparentemente legal. Trata-se de um processo no qual um indivíduo esconde a existência, a fonte ilegítima ou a aplicação ilegal de renda e daí disfarça ou transforma essa renda para fazer com que ela pareça legítima, ou seja, converterá a renda originária de uma atividade criminosa, em fundos de origem aparentemente lícitos 7. Como ensina Peter Lilley: A lavagem é o método por meio do qual os recursos provenientes do crime são integrados aos sistemas bancários e ao ambiente de negócios do mundo todo: o dinheiro 'negro' é lavado até ficar mais branco que branco (de onde decorre a esclarecedora denominação francesa blanchiment d'argent - alvejamento do dinheiro). É através deste processo que a identidade do dinheiro sujo - ou seja, a procedência criminosa e a verdadeira identidade dos proprietários desses ativos - é transformada de tal forma que os recursos parecem ter origem em uma fonte legítima (...) Dessa forma, as origens dos recursos desaparecem para sempre e os criminosos envolvidos podem colher os frutos de seu (des)honrado esforço. O dinheiro é o sangue vital de todas as atividades criminosas; o processo de lavagem pode ser encarado como o coração e os pulmões de todo o sistema, já que permitem que o dinheiro seja depurado e colocado em circulação pelo organismo todo, garantindo assim sua saúde e sobrevivência. 8 Com isso, pode ser verificado que o crime de lavagem de dinheiro é um processo de aplicação dos lucros obtidos nas diversas modalidades do crime organizado, em atividades legais e seu retorno ao financiamento de ações criminosas. 7 JUNIOR, José Paulo Baltazar e MORO, Sérgio Fernando (Org), in Lavagem de Dinheiro -comentários à lei pelos juízes das varas especializadas em homenagem ao Ministro Gilson Dipp, Gerson Godinho Costa, O Tipo Objetivo da Lavagem de Dinheiro. Livraria do Advogado, Porto Alegre/RS, 2007, p.17 e LILLEY, Peter, in Lavagem de Dinheiro - negócios ilícitos transformados em atividades legais, título original Dirty dealing, tradução de Eduardo Lasserre, Editora Futura, São Paulo - SP, 2001, p.17.

10 10 Conceitualmente, a lavagem de dinheiro merece relevante consideração sob dois aspectos principais, quais sejam: primeiro, vai permitir a traficantes, contrabandistas de armas, terroristas ou funcionários corruptos, dentre outros, o acesso aos lucros ilícitos; segundo, o crime de lavagem de dinheiro mancha as instituições financeiras e se não controlado, pode minar a confiança pública em sua integridade. 9 Gomes leciona que objetivando disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de dinheiro é realizada por meio de um processo dinâmico que requer o distanciamento dos fundos de sua origem, evitando uma associação direta dos mesmos com o crime, além de disfarçar suas várias movimentações. dinheiro. Assim ele cita: Gomes esclarece também com se dá a conduta básica do crime de Lavagem de Percebe-se pela descrição da conduta básica do crime de lavagem contida no art. 1º da Lei 9.613/98 que a conduta ilícita consiste em ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, dentre outras hipóteses, de crime contra a Administração Pública e praticado por organização criminosa (incisos V e VII), podendo a ocultação ocorrer omissiva ou comissivamente e a dissimulação (que vem a ser a ocultação com fraude ou garantia da ocultação) apenas comissivamente 10. Corrobora com esta afirmação de Gomes, o posicionamento de Godinho: Tendo o agente ocultando ou dissimulado ou estando a ocultar ou a dissimular a natureza (diz respeito às características próprias do produto, sejam elas essenciais sejam circunstanciais), a origem (concernente à sua licitude ou ilicitude), a localização (onde se encontra o produto), a movimentação (relacionada à circulação do produto) ou propriedade (referente à legitimidade ou ilegitimidade do domínio) de bens, direitos ou valores provenientes direta ou indiretamente (neste caso se está a pressupor a circulação anterior do produto, sem que se possa vinculá-lo á prática do ilícito) de crime, terá esse agente 9 Conceito de lavagem de dinheiro, disponível em 10 Abel Fernandes Gomes, in JUNIOR, José Paulo Baltazar e MORO, Sérgio Fernando (Org), in Lavagem de Dinheiro -comentários à lei pelos juízes das varas especializadas em homenagem ao Ministro Gilson Dipp. Livraria do Advogado, Porto Alegre/RS, 2007, p.79.

11 11 incorrido ou estará incorrendo nas sanções previstas no art. 1º da Lei 9.613/ Percebe-se que vários são os delitos praticados que o sujeito ativo pode praticar para ser incurso nas penas da lei de lavagem de dinheiro. A referida lei, em seu artigo 1º, parágrafos 1º e 2º, listou as condutas equiparadas, ressaltando que o sujeito ativo do crime de lavagem de dinheiro não precisa ser necessariamente, o sujeito ativo do crime antecedente. Assim, conforme Barros incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos no art. 1º da lei de Lavagem de dinheiro Fases da Lavagem de Capitais O presente trabalho tem como seu cerne a condenação de dois empresários do ramo de compra e venda de automóveis, como incursos nas penas previstas no artigo 1º, 2º, inciso I da lei de 1998, Lei de Lavagem de Capitais, e a aplicação da teoria da cegueira deliberada a esta sentença. Para melhor entendermos os fundamentos da sentença devemos entender também como se dá o delito de lavagem de capitais. Baltazar leciona que a lavagem de capitais tanto pode dar-se mediante utilização do sistema financeiro, ou por outros meios, como o mercado imobiliário, de jóias ou obras de arte, automóveis, ou, ainda jogos legais e ilegais JUNIOR, José Paulo Baltazar e MORO, Sérgio Fernando (Org), in Lavagem de Dinheiro -comentários à lei pelos juízes das varas especializadas em homenagem ao Ministro Gilson Dipp, Gerson Godinho Costa, O Tipo Objetivo da Lavagem de Dinheiro. Livraria do Advogado, Porto Alegre/RS, 2007, p.17 e DISTRITO FEDERAL. LEI Nº 9.613, de 04/03/1998. Dispõe sobre os crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores [...]. DOU de p BALTAZAR, Junior José Paulo. CRIMES FEDERAIS: Estelionato contra a administração pública, a previdência social, a ordem tributária, o sistema finenceiro nacional, as telecomunicações e as licitações Quadrilha ou Bando Organizações Criminosas Moeda Falsa Abuso de Autoridade Interceptação Telefônica Tortura

12 12 Para disfarçar os lucros ilícitos sem comprometer os envolvidos, a lavagem de dinheiro realiza-se por meio de um processo dinâmico que requer: primeiro, o distanciamento dos fundos de sua origem, evitando uma associação direta deles com o crime; segundo, o disfarce de suas várias movimentações para dificultar o rastreamento desses recursos; e terceiro, a disponibilização do dinheiro novamente para os criminosos depois de ter sido suficientemente movimentado no ciclo de lavagem e poder ser considerado "limpo". Esta lavagem se dá em três fases, de acordo com o modelo do GAFI 14, a saber: a) Colocação (placement), ocultação ou conversão é a separação física do dinheiro dos autores do crime, sem ocultação da identidade dos titulares antecedida pela captação e concentração do dinheiro, podendo ser citados como exemplos a aplicação no mercado formal, mediante depósito em banco, troca por moeda estrangeira, remessa ao exterior através de mulas, Tráfico transnacional de drogas, pessoas, crianças e armas Lavagem de dinheiro Genocídio Invasão de Terras da União Estatuto do Índio Estatuto do Estrangeiro. 4ª Edição. Ver. E ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, O GAFI Grupo de Ação Financeira sobre Lavagem de Dinheiro (ou FATF - Financial Action Task Force on Money Laundering) foi criado em 1989 pelo G7, no âmbito da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico OCDE, com a finalidade de examinar medidas, desenvolver políticas e promover ações para combater a lavagem de dinheiro. Esse organismo internacional publicou, em 1990, um documento denominado Quarenta Recomendações, cujos objetivos principais são o desenvolvimento de um plano de ação completo para combater a lavagem de dinheiro e a discussão de ações ligadas à cooperação internacional com vistas a esse propósito. O GAFI/FATF, autoridade mundial no combate àquela modalidade criminosa, marcou o seu décimo aniversário no mês de junho de 1999 como o anúncio de convite de adesão ao Grupo de três países da América Latina, entre eles o Brasil. Para tanto esses países teriam de assumir o compromisso de seguir as Quarenta Recomendações, desempenhar ativamente um papel de liderança regional e se submeter a um processo de avaliação mútua. Num primeiro momento, os países têm um status de membros observadores, tornando-se membros efetivos após a aprovação na primeira avaliação. O processo de avaliação do Brasil envolveu, inicialmente, o preenchimento de um questionário detalhado sobre a atuação do país no combate à lavagem de dinheiro. A segunda etapa consistiu na visita de peritos do GAFI/FATF às cidades de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Nesta visita, ocorrida entre os dias 21 e 24 de fevereiro de 2000, os peritos examinaram minuciosamente as medidas e políticas anti-lavagem de dinheiro efetivamente implementadas no país. Em 21 de junho de 2000, foi apresentado o relatório final sobre a avaliação do Brasil e divulgada oficialmente, na sede do GAFI/FATF, em Paris, a aprovação do país. Esse fato demonstra a concordância e o reconhecimento daquele organismo com os progressos alcançados pelo país, certificando sua boa imagem internacionalmente. Atualmente o Brasil participa ativamente do Grupo de trabalho sobre Financiamento do Terrorismo, Grupos de Revisão da Europa e das Américas para países e territórios não cooperantes (NCCT), Grupo de Revisão das Quarenta Recomendações e preside o Grupo Ad Hoc das Américas do GAFI/FATF. O trabalho desenvolvido pelo Brasil é amplamente reconhecido, tendo o GAFI/FATF constatado, em seus Relatórios Anuais de 2001 e 2002, o cumprimento pelo Brasil de suas Quarenta Recomendações, que certifica a boa imagem do país perante a comunidade internacional.

13 13 transferência eletrônica para paraísos fiscais, importação subfaturada, aquisição de imóveis, obras de arte, jóias, automóveis, etc. b) Dissimulação (layering), nesta fase, multiplicam-se as transações anteriores, com várias transferências por cabo (wire transfer), através de muitas empresas e contas, de modo a que se perca a trilha do dinheiro (paper trail), constituindo-se na lavagem propriamente dita, que tem por objetivo fazer com que não se possa identificar a origem ilícita dos valores ou bens; c) Integração (integration ou recycling), que se dá quando o dinheiro é empregado em negócios lícitos ou compra de bens, dificultando ainda mais a investigação, já que o criminoso assume ares de respeitável investidor, atuando conforme as regras do sistema. Portanto, no delito de lavagem de dinheiro existem três tipos penais básicos: a) o tipo penal de intenção, que consiste na conversão ou transferência dos objetos patrimoniais produzidos ilegalmente (property) com uma determinada finalidade; b) o tipo penal de ocultação, que se caracteriza pela ocultação da verdadeira natureza, origem ou disposição do objeto patrimonial; e c) o tipo penal de aquisição ou posse de tais objetos. Assim a lavagem de dinheiro é definida como o conjunto de operações, integrado pelas etapas de conversão, dissimulação e integração de bens, direitos e valores, que tem por finalidade tornar legítimos ativos oriundos da prática de delitos, mascarando esta origem para que os responsáveis possam escapar dos mecanismos fiscalizatórios da justiça Condutas Típicas 15 BALTAZAR, Junior José Paulo. CRIMES FEDERAIS: Estelionato contra a administração pública, a previdência social, a ordem tributária, o sistema finenceiro nacional, as telecomunicações e as licitações Quadrilha ou Bando Organizações Criminosas Moeda Falsa Abuso de Autoridade Interceptação Telefônica Tortura Tráfico transnacional de drogas, pessoas, crianças e armas Lavagem de dinheiro Genocídio Invasão de Terras da União Estatuto do Índio Estatuto do Estrangeiro. 4ª Edição. Ver. E ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2009

14 14 De acordo com Júnior, as condutas típicas do delito de lavagem de dinheiro consistem em ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente de algum dos crimes antecedentes acima referidos. 16 Assim, leciona Júnior: Tendo o agente ocultando ou dissimulado ou estando a ocultar ou a dissimular a natureza (diz respeito às características próprias do produto, sejam elas essenciais sejam circunstanciais), a origem (concernente à sua licitude ou ilicitude), a localização (onde se encontra o produto), a movimentação (relacionada à circulação do produto) ou propriedade (referente à legitimidade ou ilegitimidade do domínio) de bens, direitos ou valores provenientes direta ou indiretamente (neste caso se está a pressupor a circulação anterior do produto, sem que se possa vinculá-lo á prática do ilícito) de crime, terá esse agente incorrido ou estará incorrendo nas sanções previstas no art. 1º da Lei 9.613/ Além de ser um tipo penal comum, o crime de lavagem é alternativo, diferido e de mera atividade. 18 Alternativo porque o caput e os parágrafos do art. 1.º da Lei n.º 9.613/98 enumeram várias condutas penalmente relevantes, de forma que tal alternatividade é importante para a determinação da responsabilidade do agente, embora a pena seja a mesma ainda que praticada mais de uma conduta. Diferido em razão da necessidade de configuração de algum dos tipos penais antecedentes, fator que é fundamental à adequação típica do delito de lavagem. Por fim, o crime de lavagem é considerado de mera atividade pelo fato de a narrativa da norma se 16 JUNIOR, José Paulo Baltazar e MORO, Sérgio Fernando (Org), in Lavagem de Dinheiro -comentários à lei pelos juízes das varas especializadas em homenagem ao Ministro Gilson Dipp, Livraria do Advogado, Porto Alegre/RS, p JUNIOR, José Paulo Baltazar e MORO, Sérgio Fernando (Org), in Lavagem de Dinheiro -comentários à lei pelos juízes das varas especializadas em homenagem ao Ministro Gilson Dipp, Livraria do Advogado, Porto Alegre/RS, 2007, p BALTAZAR, Junior José Paulo. CRIMES FEDERAIS: Estelionato contra a administração pública, a previdência social, a ordem tributária, o sistema finenceiro nacional, as telecomunicações e as licitações Quadrilha ou Bando Organizações Criminosas Moeda Falsa Abuso de Autoridade Interceptação Telefônica Tortura Tráfico transnacional de drogas, pessoas, crianças e armas Lavagem de dinheiro Genocídio Invasão de Terras da União Estatuto do Índio Estatuto do Estrangeiro. 4ª Edição. Ver. E ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, p. 570.

15 15 aperfeiçoar a partir mesmo do comportamento do sujeito, sendo despiciendo o resultado pretendido Salienta-se, ainda, que o crime de reciclagem pode ser cometido tanto através de uma ação positiva como de uma ação negativa (omissão). 19 Os verbos nucleares do tipo de lavagem de dinheiro são ocultar, que significa esconder, encobrir, não revelar 20, e dissimular, que significa encobrir com astúcia, não dar a perceber, calando ou simulando. 21 A ocultação ou dissimulação pode ser configurada quando o agente se utiliza de laranjas para ocultar dinheiro proveniente de crime; na ocultação de quantia superior a cinco milhões de reais em valores provenientes de atuação criminosa em parede falsa de um apartamento. 22 Júnior colaciona ainda outros exemplos de ocultação e dissimulação da movimentação de valores: A ocultação e dissimulação da movimentação e da localização dão-se, ainda, comumente, pela transferência do dinheiro ou através de transporte físico sem declaração na saída e na entrada, ou declarando apenas o ingresso dos valores, cheques, ou cheques de viagem. São comuns ainda a utilização de transportadores como FedEx ou assemelhados, ou sistemas alternativos de remessa. Cita-se ainda a manutenção de dinheiro no exterior, sem declaração às autoridades nacionais. Um exemplo de dissimulação da origem é o caso dos sorteios de loteria, em que o agente compra o bilhete premiado do ganhador, entrega o real valor do prêmio, 19 BALTAZAR, Junior José Paulo. CRIMES FEDERAIS: Estelionato contra a administração pública, a previdência social, a ordem tributária, o sistema finenceiro nacional, as telecomunicações e as licitações Quadrilha ou Bando Organizações Criminosas Moeda Falsa Abuso de Autoridade Interceptação Telefônica Tortura Tráfico transnacional de drogas, pessoas, crianças e armas Lavagem de dinheiro Genocídio Invasão de Terras da União Estatuto do Índio Estatuto do Estrangeiro. 4ª Edição. Ver. E ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, p FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. Edição Especial. Curitiba: Positivo, p FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. Edição Especial. Curitiba: Positivo, p BALTAZAR, Junior José Paulo. CRIMES FEDERAIS: Estelionato contra a administração pública, a previdência social, a ordem tributária, o sistema finenceiro nacional, as telecomunicações e as licitações Quadrilha ou Bando Organizações Criminosas Moeda Falsa Abuso de Autoridade Interceptação Telefônica Tortura Tráfico transnacional de drogas, pessoas, crianças e armas Lavagem de dinheiro Genocídio Invasão de Terras da União Estatuto do Índio Estatuto do Estrangeiro. 4ª Edição. Ver. E ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, p. 570.

16 16 com ágio, e declara que ganhou na loteria, prática utilizada no caso conhecido como dos anões do orçamento. 23 Sem ocultação ou dissimulação, devidamente tipificada, não há o delito de lavagem de dinheiro. 24 Importante também esclarecer qual o tipo subjetivo do crime de lavagem de dinheiro para melhor compreensão do tema do presente trabalho. 1.4 Tipo Subjetivo do Crime de Lavagem de Capitais O elemento subjetivo do crime de lavagem de dinheiro é o dolo. Não é possível a forma culposa. O Superior Tribunal de Justiça possui posicionamento similar ao afirmar que, embora não se exija que o autor da lavagem tenha participado do crime antecedente, somente haverá dolo se possuir ele: conhecimento quanto à origem criminosa dos bens ou valores (STJ, HC , Paulo Medina, 6ª T., u., ). Com este precedente o Superior Tribunal de Justiça afirmou a exigência do dolo direto para a ocorrência do delito de lavagem de dinheiro. Barros corrobora com este posicionamento ao afirmar: O elemento subjetivo destes crimes é o dolo. Não se pune a lavagem culposa. E o dolo é direto (quando o agente quer o resultado), pois não convence o argumento contrário de que possa haver espaço para o dolo eventual (quando o agente assume o risco de produzi-lo), já que as várias condutas estão ligadas à intencionalidade de ocultar ou dissimular o patrimônio ilícito originário de crime antecedente, ou então, referem-se às condutas paralelas de colaboração que indicam a prévia ciência da origem ilícita dos bens, direitos ou valores, 23 BALTAZAR, Junior José Paulo. CRIMES FEDERAIS: Estelionato contra a administração pública, a previdência social, a ordem tributária, o sistema finenceiro nacional, as telecomunicações e as licitações Quadrilha ou Bando Organizações Criminosas Moeda Falsa Abuso de Autoridade Interceptação Telefônica Tortura Tráfico transnacional de drogas, pessoas, crianças e armas Lavagem de dinheiro Genocídio Invasão de Terras da União Estatuto do Índio Estatuto do Estrangeiro. 4ª Edição. Ver. E ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, p BALTAZAR, Junior José Paulo. CRIMES FEDERAIS: Estelionato contra a administração pública, a previdência social, a ordem tributária, o sistema finenceiro nacional, as telecomunicações e as licitações Quadrilha ou Bando Organizações Criminosas Moeda Falsa Abuso de Autoridade Interceptação Telefônica Tortura Tráfico transnacional de drogas, pessoas, crianças e armas Lavagem de dinheiro Genocídio Invasão de Terras da União Estatuto do Índio Estatuto do Estrangeiro. 4ª Edição. Ver. E ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, p. 570.

17 17 ocorrendo a imputação nesta ultima hipótese pela incidência do instituto de concurso de pessoas (art. 29, CP). 25 SILVA possui o mesmo posicionamento: Não pode haver culpa strictu sensu, pelo que se infere das figuras delitivas previstas na legislação brasileira sobre lavagem de dinheiro. E é difícil de se crer que em outros países poderá também existir, porque não se pode conceber lavagem de dinheiro sem que haja na conduta delitiva a omissão de atenção, cautela ou diligência normalmente empregadas para prever ou evitar o resultado antijurídico. Quanto ao dolo eventual, é difícil, se não impossível, de acontecer, porque, para que seja admitido, há que também admitir-se que o agente assuma o risco de produzir o resultado mesmo não o querendo. E em crime de lavagem de dinheiro, o resultado se verifica quando o agente quer e assume o risco de produzir o resultado. O resultado é esperado. 26 Portanto, para que ocorra a perfeita tipificação do crime de lavagem de dinheiro, há que ocorrer o dolo direto, não existindo espaço para a ocorrência do dolo eventual, tendo em vista, a vontade do agente em produzir o resultado de se ocultar ou dissimular a origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade dos bens, direitos ou valores provenientes direta ou indiretamente dos crimes antecedentes. 1.5 Análise do artigo 1º 2º, inciso I da Lei 9.613/98 O estudo específico deste artigo se faz presente, pois ele é de suma importância para o problema do presente trabalho. Foi a este artigo que o juízo de 1º grau da Justiça Federal da 5ª região aplicou a teoria da cegueira deliberada para justificar a condenação dos empresários do ramo de compra e venda de automóveis como incursos nas penas da lei de lavagem de capitais, após a ocorrência do furto ao Banco Central, na cidade de Fortaleza, no estado do Ceará, em 05/06 de agosto de BARROS, Marco Antônio de. Lavagem de capitais e obrigações civis correlatas: comentários, artigo por artigo, à Lei 9.613/98. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004, p SILVA, Cesar Antônio da. Lavagem de dinheiro: Uma nova perspectiva penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001, p. 51.

18 18 O inciso I do parágrafo 2º do artigo 1º da lei 9.613/98 colaciona as pessoas que também podem ser condenadas pelo crime de lavagem de dinheiro se vierem a realizar as seguintes condutas: utilizar, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo. 27 A análise que se faz necessária diz respeito ao elemento subjetivo do tipo previsto no inciso I do parágrafo 2º do artigo 1º da lei 9.613/98. O dolo que é exigido neste dispositivo é o direto, ou seja, é necessário que o agente tenha o conhecimento de que os ativos que serão utilizados na prática do delito são de origem ilícita. É o que versa o dispositivo legal citado: 2º: incorre, ainda, na mesma pena quem: I utiliza na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou valores que sabe serem provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo [grifo nosso] Baltazar corrobora para o alegado ao afirmar: O delito em comento corresponde ao que a doutrina chama de fase de integração, ou seja, quando o sujeito usa numa atividade lícita bens, valores ou direitos que sabe serem de origem criminosa, solapando, assim, o princípio da livre concorrência. 28 [grifo nosso] Pitombo possui o mesmo posicionamento: Cumpre ressaltar que a Lei 9.613/98, contém, tão somente, tipos dolosos, posto que inexiste descrição de modalidade culposa (art. 1º, combinado com o art. 18, único, do Código Penal). A prática de lavagem de dinheiro depende, portanto, de o sujeito ativo saber da origem ilícita dos bens para concretizar-se o tipo doloso. 29 [grifo nosso] 27 Lei 9.613/98, art. 1º, parágrafo 1º, inciso II: Incorre na mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos ou valores provenientes de qualquer dos crimes antecedentes referidos neste artigo: os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere. 28 BALTAZAR, Junior José Paulo. CRIMES FEDERAIS: Estelionato contra a administração pública, a previdência social, a ordem tributária, o sistema finenceiro nacional, as telecomunicações e as licitações Quadrilha ou Bando Organizações Criminosas Moeda Falsa Abuso de Autoridade Interceptação Telefônica Tortura Tráfico transnacional de drogas, pessoas, crianças e armas Lavagem de dinheiro Genocídio Invasão de Terras da União Estatuto do Índio Estatuto do Estrangeiro. 4ª Edição. Ver. E ampl. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, p PITOMBO, Antônio Sérgio A. de Moraes. Lavagem de dinehiro: a atipicidade do crime antecedente. São Paulo. Editora Revista dos Tribunais, p

19 19 Netto ao lecionar sobre lavagem de dinheiro possui idêntica doutrina: O legislador não previu a forma culposa nos crimes de lavagem de dinheiro. Assim é imprescindível que a vontade do autor abranja todos os elementos objetivos do tipo, ou seja, é preciso que saiba que ele está convertendo em ativos lícitos, adquirindo, recebendo, dando, trocando, negociando, recebendo em garantia, guardando, tendo em depósito, movimentando, transferindo, importando ou exportando bens com valores não correspondentes aos verdadeiros. Na exegese do dispositivo constata-se a exigência da vontade específica de ocultar ou dissimular sua origem ilícita. É elemento subjetivo para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos e valores, sendo necessário que o autor tenha agido com dolo direto. 30 [grifo nosso] Portanto, para que ocorra a tipificação do delito de lavagem de dinheiro prevista no inciso I do parágrafo 2º do artigo 1º da lei 9.613/98, deve estar presente a consciência por parte do agente de que os bens, direitos e valores que serão utilizados na sua atividade econômica ou financeira são de origem ilícita. 30 NETTO, José Laurindo de Souza. Lavagem de dinheiro: Comentários à Lei 9.613/98. Curitiba. Editora Juruá p

20 20 2. O Dolo e a Culpa Neste capítulo será realizada uma abordagem acerca do Dolo e da Culpa, seus conceitos e espécies para um melhor entendimento do delito de lavagem de dinheiro e da teoria da cegueira deliberada. 2.1 O Dolo Teorias do Dolo Diversos são os autores que estudam e conceituam o dolo. E diversas também são as teorias sobre o dolo. Para Teles 31, existem 3 (três) teorias sobre o dolo consideradas as mais importantes, a teoria da vontade, a teoria da representação, e a teoria do assentimento ou consentimento. Afirma Teles que a teoria da vontade, que é a teoria clássica elaborada por Carrara, entende o dolo como a intenção mais ou menos perfeita de praticar um fato que se conhece contrário à lei, ou seja, age com dolo quem tem, como objetivo, a prática de um fato definido como crime. É doloso o comportamento de quem tem consciência do fato, de seu significado e, ao mesmo tempo, a vontade de realizá-lo. Dolo aqui é entendido como consciência (previsão) e vontade. Já na teoria da representação afirma Teles que o dolo seria a representação do resultado, ou seja, se o agente antevê o resultado e não se detêm, realizando uma conduta que dá causa ao resultado, mesmo não tendo desejado alcançá-lo, terá agido dolosamente, por tê-lo representado, porque o previu. 31 TELES, Ney Moura. Direito Penal: parte geral: arts. 1º a 120, volume 1. Segunda Edição SãoPaulo: Atlas, 2006.

21 21 Por outro lado, Teles afirma que a teoria do assentimento ou do consentimento versa que é dolosa a conduta de quem, prevendo o resultado, não o deseja, mas dá seu assentimento, se o resultado, eventualmente, acontecer. Esta teoria, assemelhando-se com a teoria da vontade, exige que o agente tenha consciência do fato, tenha previsão do resultado, mas não exige que ele queira alcançar o resultado, bastando que o aceite, consinta, caso ele aconteça. (Damásio et al). Prado colaciona mais 5 (cinco) teorias, além das teorias já citadas. A teoria da probabilidade ou cognição, onde para a existência do dolo, o autor deve entender o fato como provável e não somente como possível para a lesão do bem jurídico; teoria da evitabilidade, onde há dolo eventual quando a vontade do agente estiver orientada no sentido de evitar o resultado; teoria do risco, onde a existência do dolo depende do conhecimento pelo agente do risco indevido (tipificado) na realização de um comportamento ilícito; teoria do perigo a descoberto, que fundamente-se apenas no tipo objetivo. Entende-se como perigo a descoberto a situação na qual a ocorrência do resultado lesivo subordina-se à sorte ou ao acaso; e a teoria da indiferença ou do sentimento, que estabelece a distinção entre dolo eventual e culpa consciente por meio da disposição de ânimo ou da atitude subjetiva do agente ante a representação do resultado. 32 O Código Penal Brasileiro adotou duas teorias: a teoria da vontade, em relação ao dolo direto, e a teoria do consentimento, em relação ao dolo eventual Elementos do Dolo 32 PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro, parte geral: arts. 1º a ª Ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte especial, volume 2. 3ª Ed. ver. E ampl. São Paulo: Saraiva, p. 212.

22 22 O dolo possui dois elementos. Um compreende o elemento cognitivo (ou intelectivo) e um volitivo, é dizer, o agente deve conhecer os elementos do tipo (elemento cognitivo) e querer realizá-lo (elemento volitivo). 34 Bitencourt 35 corrobora com Queiroz ao lecionar que o dolo possui dois elementos: o elemento cognitivo ou intelectual (a consciência) e o elemento volitivo (a vontade). Quanto ao elemento cognitivo ou intelectual, para a configuração do dolo exige-se a consciência daquilo que se pretende praticar. Essa consciência deve ser atual, isto é, deve estar presente no momento da ação, quando ela está sendo realizada. Quanto ao elemento volitivo (vontade), ela deve abranger a ação ou omissão (conduta), o resultado e o nexo causal. A vontade, segundo Bitencourt, pressupõe a previsão, isto é, a representação, na medida em que é impossível querer algo conscientemente senão aquilo que se previu ou representou na mente, pelo menos, parcialmente. A previsão sem vontade é algo sem expressão, sem importância para o Direito Penal, e a vontade sem representação, isto é, sem previsão, é absolutamente impossível. 36 Damásio leciona que, uma vez presentes os requisitos da consciência e da vontade, o dolo possui os seguintes elementos: a) consciência da conduta e do resultado; b) consciência da relação causal objetiva entre a conduta e o resultado; c) vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. Assim explica Damásio: É necessário que o agente tenha consciência do comportamento positivo ou negativo que está realizando e do resultado típico. Em segundo lugar, é preciso que sua mente perceba que da conduta pode derivar o resultado, que há ligação de causa e efeito entre eles. Por último, o dolo requer vontade de concretizar o comportamento e causar o resultado. Isso nos crimes materiais e formais. Nos 34 QUEIROZ, Paulo. Direito Penal: parte geral. 4ª edição. Revista e ampliada. Rio de Janeiro. Editora Lúmen Júris p BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte especial, volume 2. 3ª Ed. rev. e ampl. São Paulo: Saraiva, p BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte especial, volume 2. 3ª Ed. rev. e ampl. São Paulo: Saraiva, p. 212.

23 23 de mera conduta é suficiente que o sujeito tenha a representação e a vontade de realizá-la. 37 Assim, conclui Damásio afirmando que em face desses requisitos, o dolo possui dois momentos: a) momento intelectual consciência da conduta e do resultado e consciência da relação causal objetiva; b) momento volitivo vontade que impulsiona a conduta positiva ou negativa. Wezel, apud Damásio ensina que o dolo abrange: 1) o objetivo que o sujeito deseja alcançar; 2) os meios que emprega para isso; e 3) as conseqüências secundárias que estão necessariamente vinculadas com o emprego dos meios. 38 Corrobora com a posição dos autores acima citados a posição de Prado: A ciência do Direito Penal moderno, após anos de estudo e sob o impulso do pensamento finalista, explica ser o dolo elemento subjetivo geral do injusto -, consciência e vontade de realizar os elementos objetivos do tipo (tipo objetivo). Compõe-se de um momento intelectual (conhecimento do que se quer) e de um momento volitivo (decisão no sentido de sua realização). Esses elementos ou fatores que configuram a ação típica real formam o dolo. 39 Mirabete colaciona três espécies de elementos do dolo. No seu magistério, a primeira espécie de elemento do dolo relaciona-se com a finalidade última do agente, ou seja, o objetivo que o agente deseja alcançar com a prática da conduta típica. É o fim especial da conduta que está inscrito no próprio tipo 40. A segunda espécie de elemento do dolo é aquela que se refere a uma tendência específica de uma ação também específica, é a que se refere a uma tendência especial da ação, própria de certos crimes contra os costumes, como, por exemplo, o ginecologista que, a pretexto 37 JESUS, Damásio E. de, Direito Penal, volume 1: parte geral. 28ª edição. São Paulo: Saraiva, P WELZEL, Hans. Direito Penal. Campinas: Romana, ª edição, p PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro, parte geral: arts. 1º a ª Ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. Parte Geral. Art. 1º ao 120 do CP. 21ª edição, São Paulo. Editora Atlas, P. 143.

24 24 de efetuar um exame na mulher, com os toques procura satisfazer sua lascívia, está praticando o crime de atentado ao pudor mediante fraude (art. 216) 41. Só a tendência de sua ação é que diferencia esse fato típico de um mero exame ginecológico 42. A terceira espécie de elemento subjetivo do dolo trata do estado de consciência do agente a respeito de determinada circunstância inscrita em certas descrições legais. Mirabete leciona: só existe o crime de receptação dolosa se, além da vontade do agente em adquirir a coisa, sabe que ela é produto de crime (art. 180, caput); de propalação ou divulgação de calúnia quando o agente, sabendo falsa a imputação a propala ou divulga (art. 138, 1º); de denunciação caluniosa quando o autor imputa à vítima crime de que o sabe inocente (art. 339) Espécies de Dolo Bitencourt afirma que o surgimento de diferentes espécies de dolo é ocasionado pela necessidade de a vontade abranger o objetivo pretendido pelo agente, o meio utilizado, a relação de causalidade, bem como o resultado. 44 Segundo Queiroz, atualmente a doutrina brasileira distingue duas espécies de dolo: o dolo direto (quando o autor quer o resultado e age no sentido de realizá-lo) e o dolo eventual (quando o agente considera seriamente possível a realização do tipo e se conforma com a 41 Com o advento da Lei nº de 2009, o artigo 216 do Código Penal foi revogado. Portanto, a conduta típica aqui descrita vem prevista no artigo 215 do Código Penal, com redação determinada pela mesma lei, e trás a seguinte inteligência: Violação sexual mediante fraude. art Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: Pena reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 42 MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. Parte Geral. Art. 1º ao 120 do CP. 21ª edição, São Paulo. Editora Atlas, P MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. Parte Geral. Art. 1º ao 120 do CP. 21ª edição, São Paulo. Editora Atlas, P BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte especial, volume 2. 3ª Ed. ver. E ampl. São Paulo: Saraiva, p. 214.

25 25 realização do resultado), restando superadas outras classificações, como alternativo, dolo genérico ou dolo específico. 45 Tavares corrobora com Queiroz ao afirmar: Não há mesmo razão científica alguma na apreciação da terminologia de dolo de ímpeto, dolo alternativo, dolo determinado, dolo indireto, dolo específico ou dolo genérico, que podem somente trazer confusão à matéria e que se enquadram ou entre os elementos subjetivos do tipo ou nas duas espécies mencionadas. 46 Prado também colaciona uma classificação similar às supracitadas: A partir da relação entre a vontade e os elementos objetivos do tipop, têm-se as principais espécies de dolo: a) dolo direto o agente quer o resultado como fim de sua ação e o considera unido a esta última, isto é, o resultado produz-se como conseqüência de sua ação. A vontade se dirige ao perfazimento do fato típico principal querido pelo autor. b) dolo eventual: significa que o autor considera seriamente como possível a realização do tipo legal e se conforma com ela. O agente não quer diretamente a realização do tipo, mas a aceita como possível ou provável assume o risco da produção do resultado (art. 18, I, in fine, CP). Vale dizer: o agente consente ou se conforma, se resigna ou simplesmente assume a realização do tipo penal. 47 Para Bitencourt também há o dolo direto e o dolo eventual. No primeiro o agente quer o resultado representado como fim de sua ação. A vontade do agente é dirigida à realização do fato típico. Aqui o dolo se divide em três aspectos: 1) a representação do resultado, dos meios necessários e das conseqüências secundárias; 2)o querer o resultado, bem como os meios escolhidos para a sua consecução; 3) o anuir na realização das conseqüências previstas como certas, necessárias ou possíveis. Já a segunda espécie de dolo se configurará quando o agente não 45 QUEIROZ, Paulo. Direito Penal: parte geral. 4ª edição. Revista e ampliada. Rio de Janeiro. Editora Lúmen Júris p TAVARES, Juarez. Revista de Direito Penal, Rio de Janeiro: Borsoi, n. 6, p. 22, PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro, parte geral: arts. 1º a ª Ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, p

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