VIII Ciclo De Conferências em Economia Social 2018
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- Célia Aveiro
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1 VIII Ciclo De Conferências em Economia Social 2018
2 Revelador de profundas transformações sociais associadas à evolução científica, tecnológica, económica, social e cultural. Acompanha a construção de sociedades de bem-estar, favoráveis ao desenvolvimento humano sustentado na consolidação dos direitos humanos e sociais. O aumento da esperança de vida, constante e persistente, verificado sobretudo a partir da segunda metade do século XX, é sem margem de dúvida, uma conquista civilizacional.
3 Território de questionamento do próprio devir da sociedade e de cada um, sujeito do seu futuro, na procura de saber o impacto destas transformações no ciclo de vida, na gestão das idades e na própria organização social. Que futuro para o envelhecimento, enquanto destino colectivo? Que soluções inovadoras poderão encontrar as instituições?
4 A expansão do envelhecer não é um problema. É sim uma das maiores conquistas da humanidade. O que é necessário é traçarem-se políticas ajustadas para envelhecer são, autónomo, activo e plenamente integrado. A não se fazerem reformas radicais, teremos em mãos uma bomba relógio a explodir em qualquer altura. (ex, secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, 2002)
5 Uma de carácter mais positivo Pessoa idosa como detentora de conhecimento e experiência acumuladas ao longo de vários anos e que chegou a uma fase da vida em que lhe é possível organizar a sua vida de forma mais livre de acordo com as suas preferências, em pleno exercício da sua cidadania; Outra de carácter mais negativo A pessoa idosa é encarada como vulnerável física, mental e socialmente e a quem é retirada autonomia (agismo/idadismo)
6 Olhar para o fenómeno do envelhecimento como uma conquista civilizacional e para as pessoas mais velhas como: uma mais-valia um potencial de conhecimento e experiência um grupo social extraordinariamente heterogéneo, com biografias, expectativas, necessidades e interesses diferentes. Envelhecimento como um processo de desenvolvimento, de aprendizagens e de possibilidades.
7 Oportunidade de viver muitos anos com potencial qualidade de vida Realizar novos projectos ou de dar continuidade a velhos projectos De conviver com as gerações mais jovens e de conhecer os netos Libertação do stress do trabalho De usufruir de tempo livre lazer, cultura, desporto, formação
8 Os mais velhos no espaço das trocas familiares / papel dos avós Contributos para o quotidiano dos parentes mais próximos: ajudas financeiras (mais ou menos substanciais) apoio emocional cuidados aos netos provisão de alojamento prestação de serviços ajuda na realização de tarefas domésticas transmissão de valores e de saberes
9 Oportunidade de relações intergeracionais Valorizar experiências e saberes das diferentes gerações Reconhecer a diversidade de interesses e de ritmos Atenuar tensões/conflitos intergeracionais e leva ao reconhecimento/construção de afinidades Deve ser incentivada de forma consistente e regular, evitando-se iniciativas pontuais e descontextualizadas.
10 Potenciar contributos dos mais velhos - Aproveitamento de experiência e saberes Nos contextos informais (família e redes informais) Em projectos educativos intergeracionais Nas empresas (consultadoria) Através de projectos de voluntariado e do associativismo Colocando os seus recursos à disposição de outros (exemplo: coabitação intergeracional)
11 Oportunidade de proliferação de áreas de negócio inovadoras, desmistificando a ideia da pessoa idosa como peso ou custo para os sistemas, mas como cliente de serviços e que, enquanto tal, gera dinamismo na economia e gera, direta e indiretamente, riqueza. Exponencial aumento de ofertas na área dos cuidados às pessoas idosas
12 Os números expressivos, relativos à população idosa, indicam que investir num negócio direcionado para este público grisalho é uma aposta de e com futuro. No geral, este é um nicho de mercado bastante atractivo pois as pessoas idosas são e serão cada vez em maior número, mas também cada vez mais informadas e mais exigentes, dando mais importância ao bem-estar e ao lazer, à atividade física e ao autocuidado.
13 Sector da prestação de cuidados Turismo Informática Desporto e bem-estar Estética Vestuário, calçado Alimentação Educação Saúde Reabilitação Ajudas técnicas/produtos de apoio. ( )
14 Área da formação especializada em Gerontologia e Geriatria, enquanto campo de oportunidade de negócio em vários níveis de formação distintos: formação para pessoal auxiliar, técnicos e dirigentes; formação de nível superior (licenciaturas, pósgraduações, mestrados e doutoramentos); consultoria técnica, supervisão; investigação. Criação de novos espaços profissionais (saúde, lazer, desporto, educação, etc.)
15 Seja qual for a área a intervir, a pessoa idosa deve ser valorizada como sujeito ativo na construção do seu quotidiano e do seu projecto de vida e como tal, as suas necessidades, aspirações, interesses e expectativas devem ser valorizadas e a sua opinião ouvida e tomada em consideração.
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17 Como fazê-lo?
18 Não centrar-se sobre si próprio; Abrir-se à comunidade criando mecanismos de interacção com esta; Adoptar princípios orientadores, comuns a todos os que nela colaboram; Desmontar as respostas sociais típicas Rever legislação / normativos; Necessidade de uma revitalização ideológica e política do exercício da solidariedade; Intervenção territorializada / empoderadora e emacipatória (incentivo à participação activa); Requalificação da intervenção social não apenas ao nível dos processos, mas sobretudo ao nível da qualificação dos recursos humanos; Ter atenção ao perigo de misoneísmo e aos comportamentos profissionais herméticos. 1 8
19 Ter atenção ao risco de uma padronização excessiva da intervenção profissional; Manter uma atitude de vigilância permanente à produção desta área (atitude auto formativa, formação ao longo da vida); Posicionamento face ao voluntariado lugar e forma complementaridade e não substituição da intervenção profissional Centrar a intervenção social num sentido mais emancipatório e menos paliativo; Pensar novas respostas para novos públicos com novos perfis; Posicionamento claro em relação a todas as formas de violência institucional; Atitude pró-activa e que actue nas causas dos problemas e não (apenas) nas suas consequências. Carla Ribeirinho 1 9
20 Seja qual for a sua condição, a pessoa idosa deve ser valorizada como sujeito ativo na construção do seu quotidiano e do seu projecto de vida e como tal, as suas necessidades, aspirações, interesses e expectativas devem ser valorizadas e a sua opinião ouvida e tomada em consideração.
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28 Justiça social Qualidade Bem-estar social Democracia Intervenção social Equidade Direitos humanos Cidadania Solidarieda de Carla Ribeirinho 2 8
29 O maior desafio que se coloca às instituições e aos profissionais é efectivamente o da inovação e da qualificação do seu desempenho, alterando atitudes, comportamentos e modelos de actuação. Tudo isto. Com formação contínua Com supervisão profissional Com trabalho interdisciplinar, em parceria/rede Com humanismo! Carla Ribeirinho 2 9
30 Reconhecer o direito a um envelhecimento com dignidade é uma questão de respeito pelos direitos mais fundamentais do ser humano, e tal, passa pela criação e dinamização de respostas sociais e de saúde diversificadas, reforçando e revitalizando a ação de diversos agentes que possam satisfazer a imensa heterogeneidade da população idosa Estado, Mercado e Sociedade Civil ninguém se pode excluir deste desafio inexorável das sociedades modernas.
31 Que a longevidade não seja vista como peso e ameaça, mas como dom e riqueza para o verdadeiro progresso humano.
32 Necessidade de uma atitude de vigilância permanente e crítica face às transformações da sociedade e ao agravamento dos factores de desigualdade e exclusão para defender, de forma intransigente, os direitos que levaram séculos a conquistar e que a cada dia que passa são alvo de ataque e feroz devastação.
33 A utopia está lá no horizonte. Aproximo-me dois passos, ela afastase dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar. Eduardo Galeano (jornalista e escritor uruguaio)
34 Grata pela vossa atenção!
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