Direito Administrativo

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1 AULA 1 Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello

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3 Direito Administrativo AULA 01 Olá, pessoal! Meu nome é Tatiana Marcello e eu sou professora de direito administrativo aqui da Casa do Concurseiro!!! Aqui na Casa, no curso VIP do MPU, vocês têm a oportunidade de assistir a mesma disciplina ministrada por dois professores diferentes, todo direito administrativo ministrado por um professor em sala de aula e todo direito administrativo ministrado por outro professor em estúdio. As minhas aulas serão transcritas em PDF e, se você está lendo por aqui, é porque gosta da dinâmica de estudar por apostila, correto? Aqui, colocaremos todos os esquemas que vocês precisam e toda explicação bem detalhada. Iniciando a primeira aula de Direito Administrativo para o concurso de Técnico do MPU, já começo falando da importância da disciplina na prova. Só a minha parte corresponde à aproximadamente 16% da sua prova, então nada de pular algum conteúdo, ok?! Lembrem-se que direito administrativo é uma das principais disciplinas da sua prova e mantenham-se focados sempre! Já aviso pra vocês que não é todo direito administrativo que será cobrado lá no dia 21/10, é apenas uma parte bem delimitada, o que facilita o estudo. A banca não vai cobrar a lei inteira de licitações, por exemplo, ela vai deixar de forma explícita no edital aquilo que ela quer, mostrando exatamente o que ela espera que vocês saibam na hora da prova. Então vai ser bem tranquilo. Além do Direito Administrativo ser expressivo, o nosso conteúdo também foi cobrado dentro de ética, de direito constitucional e administração. Pelos meus cálculos, das 120 questões da ultima prova, em torno de 25 questões foram da parte que iremos ver juntos a partir de agora! Deu pra perceber que o conteúdo é bem importante, né? Então não vamos perder mais tempo e iniciar logo! AGENTES PÚBLICOS Inicialmente, precisamos entender alguns conceitos introdutórios antes de seguir com o conteúdo, então vamos aprender como funciona a nossa Administração Pública: concurseiro.vip 3

4 A Administração Pública é composta por Administração Direta e Indireta. A Direta são os órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. São os órgãos públicos que nós temos, como o MPU, que é um órgão público da União, por exemplo. Em determinada época, a Administração começou a ver que só os órgãos públicos não estavam dando conta de fazer tudo de uma forma eficiente, ocasião em que começou a ocorrer a descentralização das atividades dos órgãos, ou seja, foram criadas novas entidades e descentralizadas algumas funções para essas novas entidades, criando-se a Administração Indireta. Assim, a Administração Indireta desempenha funções que geralmente eram prestadas pelos órgãos públicos. Como exemplos de entidades, temos as Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Agora, prestem atenção: Tem gente trabalhando na Administração Pública, correto? Nesse caso, qual o regime jurídico desse pessoal que trabalha na Administração Pública? REGIME JURÍDICO, TATI? Isso! Qual o conjunto de normas, conjunto de regras que vai disciplinas a vida daquela pessoa que está trabalhando dentro da Administração Pública? Dentro da Administração Pública temos dois regimes jurídicos possíveis: 1. REGIME ESTATUTÁRIO 2. REGIME CELETISTA (CLT) Agora, quem é o celetista e quem é o estatutário? Muito simples! A Constituição veio dizer que os entes devem eleger um regime jurídico único para o pessoal que irá trabalhar na administração direta, autárquica e fundacional. O regime escolhido foi o REGIME ESTATUTÁRIO. Por isso vocês, que forem trabalhar no MPU, serão servidores públicos estatutários. O que irá disciplinar a vida de vocês, desde o concurso público até a aposentadoria, é o estatuto, a Lei n 8.112/90. Com relação ao pessoal das Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista, essas são do regime jurídico celetista. Recapitulando, o servidor que entra no MPU, no INSS, no IBGE; ele entra no serviço público e tem o regime jurídico que é o estatuto. Já o pessoal que faz concurso para trabalhar no Banco do Brasil, na Caixa Econômica Federal; eles também fazem concurso público, mas ao invés de serem regidos por um estatuto eles vão ter carteira assinada, já que o regime jurídico deles é a CLT. 4 concurseiro.vip

5 MPU VIP Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Como no edital de vocês está especificado quem são os agentes públicos e qual a classificação deles, vamos ver agora o conceito de AGENTE PÚBLICO: Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporária ou não, com ou sem remuneração. Agente Público é a expressão mais ampla para designar de forma genérica aqueles sujeitos que exercem funções públicas. Quem quer que desempenhe funções estatais é um agente público enquanto as exercita. Agente público é a denominação mais ampla que eu tenho para designar qualquer pessoa que desempenhe atividade administrativa dentro da Administração Pública Direta ou Indireta, seja ela temporária, efetiva; com ou sem remuneração. Abaixo, trouxe a classificação dos Agentes Públicos para vocês. Essa classificação é doutrinária e é a mais pedida dentro das questões de concursos. Como exemplo, AGENTE PÚBLICO é aquele que a gente chamava há um tempo atrás de funcionário público. A FULANA, por exemplo, tem um cargo público, trabalha na administração, o que que ela é? Ah, ela é funcionária pública né? Na verdade não. Para o direio administrativo, hoje em dia, não chamamos mais de funcionário público. No direito penal ainda existe, mas para nós, o nome é AGENTE PÚBLICO. A primeira grande divisão se dá em 4 categorias: AGENTES POLÍTICOS - AGENTES ADMINISTRATIVOS PARTICULARES EM COLABORAÇÃO AGENTES MILITARES Vocês, servidores estáveis do MPU, estão como SERVIDORES PÚBLICOS, uma subdivisão de Agentes Administrativos! Agora vamos analisar um por um, já que eles podem perguntar isso na prova de vocês!! concurseiro.vip 5

6 AGENTES POLÍTICOS: Quem são os agentes políticos? Vamos começar pensando no Deputado, no Presidente da República, no Vereador.. Todos eles trabalham pela Administração, correto? Todos eles atuam dentro da Administração. Eles são AGENTES PÚBLICOS da categoria AGENTES POLÍTICOS. Aqui, fica o pessoal detentor de mandados eletivos, políticos; além do alto escalão do poder (juízes, membros do MP, ministros de estado, da saúde, etc). AGENTES MILITARES: Podem ser forças armadas ou militares do estado. Aqui no Rio Grande do Sul temos a Brigada Militar, os bombeiros militares, todos eles são agentes militares. Os militares, antigamente, eram considerados servidores públicos junto com vocês, inclusive o estatuto de vocês também era aplicado aos militares; e, hoje em dia, o nosso estatuto se aplica somente ao servidor público civil e não para o servidor público militar. Isso porque a própria constituição federal, com uma emenda constitucional, separou os militares dos servidores públicos civis, formando, assim, uma nova categoria de agente público. Eles possuem um estatuto próprio, exclusivo para os agentes militares. PARTICULARES EM COLABORAÇÃO: É aquela pessoa que não tem um vinculo com a adm, mas que em determinado momento ela está prestando uma atividade, prestando algum serviço para a administração pública e, naquele exato momento ela vai ser considerada um agente publico. O principal exemplo do particular em colaboração é o mesário. Por exemplo eu, tatiana, quenao tenho cargo publico nenhum sou convocada para ser mesária. Naquele momento em que eu estou sendo mesária, prestando serviço público, eu sou considerada uma AGENTE PÚBLICO! Depois, quando vou pra casa, não serei mais. Mas enquanto eu estiver prestando serviço para a administração, sereei agente público na classificação PARTICULAR EM COLABORAÇÃO. Podem observar que a pessoa não precisa nem ser remunerada para ser considerada um agente pública né?! Basta estar exercendo a função! Os particulares em colaboração também são conhecidos como agentes honoríficos. Outro exemplo bem conhecidonas doutrinas é quando acontece algum incêndio e, antes dos bombeiros chegarem, nós, pessoas civis, ajudamos a salvar algumas pessoas do prédio que está pegando fogo. No momento em que estou ali, prestando esse serviço, sou considerada um agente publico, um particular em colaboração com a administração. AGENTES ADMINISTRATIVOS: Essa é a principal classificação! Podem ser chamados de Servidores Estatais ou Servidores Públicos em sentido amplo (LEMBREM-SE DISSO, OK? ALGUMAS BANCAS ADORAM TROCAR ESSES NOMES). Temos 3 categorias de agentes administrativos: Servidores Públicos (Estatutários), os Empregados Públicos (Celetistas) e os Servidores Temporários (contrato prazo determinado). Quem são os servidores públicos estatutarios? São aqueles servidores que trabalham na Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional (lembra do esqueminha lá do início?). São regidos pelo regime estatutário e ocupam um CARGO PÚBLICO. É bem fácil de lembrar. Quem é SERVIDOR PÚBLICO? Aquele que ocupa CARGO PÚBLICO. Além disso, temos os empregados públicos, que são aqueles que trabalham dentro do Banco do Brasil, da CEF. São aqueles agentes celetistas, que trabalham em empresas públicas e sociedades de economia mista. Lá, eu tenho EMPREGADOS PÚBLICOS. Eles não ocupam cargo, ocupam EMPREGO PÚBLICO. Com relação ao último caso, a Constituição Federal autoriza que, em determinadas situações de interesse público, se contrate servidores por um período determinado. Como exemplo, podemos usar um professor da rede pública. Caso seja necessário substituir um professor de matemática no meio de um ano letivo. Não faz sentido nenhum abrir um concurso, fazer uma prova pra isso. Outro exemplo muito utilizado em provas é o de recenseador do IBGE. Sabe aquela época que o IBGE faz o senso, a pesquisa de porta em porta? Apesar do órgão ter seu quadro de servidores permanentes, quando ele faz essa pesquisa de casa em casa, ele precisa de muita gente. Como não faz sentido realizar um concurso público para contratar essas pessoas, dar estabilidade pra toda essa gente, contratam-se servidores temporários para ocuparem essas vagas. O 6 concurseiro.vip

7 MPU VIP Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello IBGE normalmente realiza um processo seletivo simplificado para escolher esses servidores temporários. Eles não vão ter estabilidade, como um servidor público, muito menos realizarão um concurso público, eles apenas EXERCEM UMA FUNÇÃO PÚBLICA durante aquele período. RECAPITULANDO SERVIDOR PÚBLICO É REGIDO PELO ESTATUTO E OCUPA CARGO PÚBLICO EMPREGADO PÚBLICO É CELETISTA E OCUPA EMPREGO PÚBLICO SERVIDOR TEMPORÁRIO OCUPA UMA FUNÇÃO PÚBLICA E, EM REGRA, POSSUEM UM CONTRA- TO POR PRAZO DETERMINADO CARGO PÚBLICO é o exercido pelo servidor público estatutário EMPREGO PÚBLICO é o exercido pelo empregado público celetista FUNÇÃO PÚBLICA é a exercida pelo servidor temporári Camos de aprender que servidor público é apenas aquele que exerce um cargo público correto? Mas as bancas adoram complicar e é importante vocês saberem que existe uma variação disso, o chamado: SERVIDOR PÚBLICO EM SENTIDO AMPLO. O servidor público em sentido amplo nada mais é do que a junção de servidor público + empregado público + servidor temporário. Ou seja, se a sua prova perguntar alguma coisa relacionada ao SERVIDOR PÚBLICO EM SENTIDO AMPLO, já esteja preparado para procurar essas 3 opções que acabamos de estudar! Em sentido estrito é somente aquele servidor que ocupa cargo público, somente quando especificar na questão que é em sentido amplo é que vocês deverão pensar nos 3 tipos de classificação. Agora, vamos entender um pouco melhor as 3 classificações de agentes administrativos (servidores públicos em sentido amplo): concurseiro.vip 7

8 O servidor público é aquele que ocupa cargo público. Isso nós já sabemos, correto?! Depois vamos que o cargo pode ser efetivo, em comissão, etc. Esses servidores públicos ocupantes de cargos públicos trabalham sob o regime estatutário. No caso de ser um servidor público federal, vai ser um estatuto federal, mas nós temos estatutos estaduais, municipais, no distrito federal. No caso de vocês, futuros servidores do MPU, o estatuto é o Federal, a Lei nº 8.112/90. Servidor público estatutário trabalha na administração direta, autárquica e fundacional. Os empregados públicos são aqueles que ocupam emprego público. Eles ocupam o regime celetista, trabalhista e se encontram nas empresas públicas (CEF) e sociedades de economia mista (BB). DICA CESPE CESPE considera quem trabalha dentro das empresas púbicas e sociedades de economia mista como empregados públicos, com exceção dos DIRIGENTES. Esses não são celetistas. O diretor da Caixa, do BB, por exemplo, eles não são empregados, possuem um regime próprio. O servidor temporário é aquele que a Constituição Federal autoriza. Eles não têm cargo nem emprego, eles ocupam uma função pública e não tem CLT nem estatuto, tem um contrato que vai dizer as regras o período contratado. Agora, vamos iniciar o estudo do Estatuto do Servidor Público Federal, o estatuto que vai reger todos vocês! LEI Nº 8.112/1990 ESTATUTO DO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL A Lei nº 8.112/1990 é chamada de Estatuto do Servidor Público Federal e regula o regime jurídico único dos servidores Federais (União, Autarquias e Fundações Públicas Federais), sendo que cada ente federativo (Estados, Municípios, Distrito Federal) terá um Estatuto próprio. Não se esqueça, o estatuto pode vir como REGIME JURÍDICO ÚNICO na sua prova. Cada ente político tem autonomia para fazer o seu próprio estatuto dos servidores. Aqui no Rio Grande do Sul, por exemplo, eu tenho a Lei nº , que é o estatuto do servidor público civil do estado do RS. Cada ente vai ter um estatuto para os seus próprios servidores. Apesar dos estatutos terem uma estrutura parecida, eles são bem diferentes. Então é importante sempre se atentar aos detalhes! 8 concurseiro.vip

9 MPU VIP Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello CUIDADO Caso você já tenha estudado algum estatuto estadual, reveja todas as regras do estatuto federal e atente-se cuidadosamente aos prazos e detalhes importantes para a sua prova do MPU! Apesar de parecerem o mesmo, eles são bem diferentes e podem fazer você cair em pegadinhas! Os estatutos não seguem uma hierarquia entre si, eles não precisa obedecer um ao outro. Cada ente faz o seu estatuto do jeito que quiser. Todos eles devem apenas obedecer a Constituição Federal. Então lembre-se: O Estatuto Federal é aplicável aos entes da União, das Autarquias e Fundações Públicas. Ele não é aplicável aos entes dos Estados, Municípios, DF, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mistas. Agora, iniciando o estudo da Lei, é importante realizarmos a leitura dos artigos que integram as disposições preliminares e trazem alguns conceitos importantes e que sempre são cobrados nas provas de concursos. Art. 2º Servidor - pessoa legalmente investida em cargo público. Art. 3º Cargo público - é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Esses dois artigos são bem simples mas muito importantes para a hora da prova. Agora vamos aprofundar um pouco mais sobre o CARGO PÚBLICO. concurseiro.vip 9

10 Conforme vocês podem perceber pelo esquema que fiz para vocês acima, o CARGO PÚBLICO (ocupado por um servidor público), pode ser dividido em CARGO EFETIVO e em CARGO EM COMISSÃO (o famoso CC). O cargo efetivo é aquele cargo que vocês estão buscando hoje em dia, o cargo tão sonhado no MPU! Para ingressar nele, é preciso atravessar apenas uma porta: a porta do CONCURSO PÚ- BLICO. Através de concurso público de provas ou de provas e títulos é que é possível ingressar em um cargo efetivo. A estabilidade só existe em cargo efetivo. O cargo em comissão é de livre nomeação e exoneração, ou seja, não tem estabilidade. Assim como posso nomear alguém para um cargo em comissão, posso exonerar essa pessoa. O cargo em comissão é APENAS para exercer atribuições de DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO. O cargo em comissão pode ser ocupado por qualquer pessoa, Tati?! DEPENDE! Ele pode tanto ser ocupado por pessoas de fora da Administração Pública quanto por servidores efetivos da Administração Pública. IMPORTANTE: O cargo em comissão vai ser sempre de livre nomeação e exoneração, mesmo o ocupante sendo servidor efetivo. Se o ocupante do cargo for um servidor efetivo e ele for exonerado do cargo em comissão, ele volta a exercer as atribuições regulares do cargo efetivo. Existe, além do cargo em comissão, a FUNÇÃO DE CONFIANÇA (Função Gratificada). Ela é bem parecida com o cargo em comissão, pois também serve para exercer as atribuições de DIRE- ÇÃO, CHEFIA e ASSESSORAMENTO; também é de livre nomeação e exoneração, MAS é EXCLU- SIVAMENTE ocupada por um SERVIDOR EFETIVO. Essa é a principal diferença entre CC e FC! Não confunda isso, ok?! IMPORTANTE: O ocupante do Cargo em Comissão é considerado um servidor público estatutário. Mesmo ele não ocupando um cargo público efetivo, Tati? Isso mesmo, a lei diz que o servidor é aquele que ocupa cargo púbico, seja ele efetivo ou em comissão! Lembre-se disso e você nunca mais errará questões sobre esse assunto na prova! O nosso estatuto é bem claro ao dizer quais os direitos que o ocupante de cargo em comissão têm em relação ao servidor público de cargo efetivo e todos esses detalhes estão explícitos na Lei. Um dos exemplos de direito exclusivo ao servidor público efetivo do nosso estatuto é o direito ao regime próprio de previdência. Ao ingressar no cargo público efetivo, o servidor terá um regime próprio de previdência. Esse regime só se aplica ao servidor efetivo e não ao servidor em comissão, que terá direito ao regime geral de previdência. 10 concurseiro.vip

11 MPU VIP Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Os cargos públicos são: acessíveis a todos os brasileiros (a Constituição Federal diz que são os brasileiros natos, naturalizados, inclusive estrangeiros, na forma da lei ainda não há essa lei, mas o Estatuto já prevê que as universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros); criados por lei; (sempre, sem exceção) com denominação própria (ex.: Escrivão da Polícia Federal); vencimento pago pelos cofres públicos; para provimento em caráter efetivo ou em comissão. É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei. Quais são essas exceções? O mesário é um exemplo de serviço gratuito. Requisitos básicos para investidura em cargo público (posse): Mas Tati, o que é INVESTIDURA? A investidura em cargo público é a posse no cargo. Eu gosto muito de comparar a investidura no cargo com vestir uma roupa bonita. Todo mundo vai vestir a melhor roupa na hora da posse, correto? Ninguém se veste bem no dia do concurso, todo mundo usa um tênis, uma roupa bem confortável na hora da prova. No dia da NOMEAÇÃO tá todo mundo em casa, de pijama, lendo o diário oficial. E lá adiante, quando for assumir o cargo, quando for tomar POSSE é que se arruma para tirar a tão esperada fotinho assinando o termo de posse! Então vai ser fácil de memorizar que essa investidura vai se dar com a posse. Quero ver todo mundo bonitão no dia da posse, investidos na melhor roupa! Voltando, os requisitos para a investidura em cargo público são: I - a nacionalidade brasileira (lembra que tem o estrangeiro); II - o gozo dos direitos políticos (direito de votar e ser votado); III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de 18 anos; VI - aptidão física e mental (comprovado por perícias médicas a aptidão deve ser compatível com as atribuições do cargo). Obs.: pode haver outros requisitos, desde que haja Lei prevendo e que seja razoável. Como exemplo, gosto sempre de usar o cargo de Inspetor de Polícia, que exige carteira de habilitação B. Quem define esse requisito é apenas a LEI. concurseiro.vip 11

12 Todos esses requisitos devem ser comprovados no momento da POSSE. Ou seja, Posso prestar uma prova de concurso com 17 anos, mas só vou poder tomar POSSE se eu já tiver completado 18 anos. O mesmo vale para a escolaridade. Eu posso prestar um concurso sem ter concluído o ensino médio, desde que no momento da posse eu já tenha o certificado de conclusão, para assim poder me tornar um servidor público. Reserva de vagas para pessoas portadoras de deficiência Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% das vagas oferecidas no concurso. PROVIMENTO Provimento é o ato administrativo pelo qual a pessoa física vincula-se à Administração Pública ou a um novo cargo, para prestação de um serviço. Provimento é como eu preencho o cargo. Uma das formas de provimento é a nomeação. Importante: A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. Formas de provimento de cargo público: existe um macete chamado PANR4. Além dele, no final veremos um ouro macete para vocês nunca mais esquecerem as formas de provimento. 12 concurseiro.vip

13 MPU VIP Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello Obs.: ascensão (ex.: trocar o cargo de técnico para analista foi promovida) e transferência (ex.: trocar de técnico do TRT para técnico do TRE) não existem mais (revogadas me 1997) É muito importante saber todas as formas de provimento pois muitas questões cobradas pela banca de vocês fala sobre esse assunto. Nomeação Nomeação é a forma originária de provimento de cargo público por pessoa física e pode ser: Nomeação em comissão quando se tratar de cargo de confiança, inclusive na condição de interino (de livre nomeação e exoneração). Nomeação em caráter efetivo quando se tratar de cargo de provimento efetivo ou de carreira (depende de prévia aprovação em concurso público); A parte da nomeação vai percorrer todo caminho acima, começando pelo concurso público, depois da aprovação em concurso vem a nomeação, depois vai ter a data da posse, logo após vai entrar em exercício, já começando o estágio probatório e, após esse período, adquire-se a estabilidade. O primeiro passo é o CONCURSO PÚBLICO, que será de provas ou de provas e títulos. A nomeação obedecerá a ordem de classificação e o prazo de validade. Validade de até 2 anos, prorrogáveis uma única vez, por igual período. Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado. Ou seja, a administração só poderá realizar um novo concurso público dentro do prazo de validade do concurso caso todos os aprovados já tenham sido nomeados. Se atentem aos detalhes: O concurso será de provas OU de provas E títulos! Não poderá ser apenas de títulos, só se for os dois. Outro detalhe importante é o prazo de validade que é de ATÉ dois anos (NÃO É DE DOIS, É ATÉ DOIS ANOS), podendo ser prorrogado uma única vez (apenas), pelo mesmo período. É um ato discricionário, caso seja oportuno, a administração poderá prorrogar o prazo. concurseiro.vip 13

14 Existem algumas previsões no estatuto que estão um pouco diferentes da Constituição Federal e isso não significa que seja inconstitucional, até porque a Constituição traz um modelo básico de direitos a serem assegurados e as Leis vão trazer detalhes para complementar e melhorar esses direitos. Como por exemplo, temos a licença gestante, que na CF o prazo é de 120 dias e, no estatuto do Rio Grande do Sul o prazo de validade da licença gestante é de 180 dias. Mas esse prazo é somente para a estadual, ok?! Foi só um exemplo para mostrar como podem ter informações diferentes das encontradas na Carta Magna. Posse A posse é quando se dá a INVESTIDURA em um cargo público. Aprovada em concurso público e nomeada, a pessoa terá direito subjetivo à posse, que dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, direitos, deveres e responsabilidades do cargo. A posse deve ocorrer no prazo de 30 dias contados do da publicação do ato de provimento (nomeação), sob pena desta se tornar sem efeito. NÃO TEM PRORROGAÇÃO! A posse poderá dar-se mediante procuração específica. Caso eu não possa ir, não tem problema! Posso mandar qualquer pessoa, desde que tenha uma procuração específica para isso. A posse depende de prévia inspeção médica oficial, pois só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo. Exercício É o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de confiança. O servidor deverá entrar em exercício em 15 dias contados da posse, sob pena de ser exonerado do cargo (de ofício) ou tornado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança. NÃO TEM PRORROGAÇÃO! Se eu não apareço, eu sou exonerada do meu cargo! Procuração??? Estágio Probatório Segundo expresso no Estatuto, ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 meses (2 anos) CUIDADO COM ISSO abaixo explico -, sendo avaliado na RAPID 14 concurseiro.vip

15 MPU VIP Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello ATENÇÃO, o prazo de 2 anos é inconstitucional, já que após a EC 19/98, o prazo de estágio probatório seria equivalente aos 3 anos da estabilidade da CF. (CF Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público). Então, na sua prova, PODE MARCAR 3 ANOS para adquirir a estabilidade! O próprio STF diz que o período do estágio probatório tem que corresponder ao mesmo período necessário para a aquisição da estabilidade. Não é a mesma coisa, mas deve corresponder ao mesmo período, deve correr ao mesmo tempo. Ou seja, TRÊS ANOS! A sua banca (CESPE) já sabe muito bem desse prazo e não vai fazer pegadinha sobre isso, pode ter certeza! Lembre-se: DURANTE O PERÍODO DO ESTÁGIO PROBATÓRIO VOCÊ PRECISA SER RÁPID! RESPONSÁVEL ASSÍDUO PRODUTIVO TER CAPACIDADE DE INICIATIVA E DISCIPLINA A inabilitação no estágio dependerá de processo administrativo prévio (não é disciplinar PAD) O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado (de ofício) ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado (portanto, para sair do cargo anterior, pede- -se vacância para tomar posse em cargo inacumulável). EXEMPLO: Eu, Tatiana Marcello, servidora efetiva e estável do TRE, sou nomeada no MPU. Para assumir no MPU, eu devo solicitar vacância no Tribunal para assumir um novo cargo inacumulável. Durante o período de estágio probatório do MPU, sou reprovada na avaliação de desempenho. E agora? Posso voltar ao meu cargo de origem do TRE? Sim! Como eu era uma servidora estável no cargo anterior, eu posso ser reconduzida de volta ao cargo anteriormente ocupado, sem ser prejudicada. Observações: 1. É admitido que a pessoa opte pelo retorno ao cargo de origem. Não preciso necessariamente ser reprovada na avaliação de desempenho do estágio probatório. Caso eu não me adapte no novo cargo, posso pedir para retornar ao cargo anterior, desde que estável nele. 2. Em regra, se fizer concurso para novo cargo, haverá novo estágio probatório. concurseiro.vip 15

16 3. Pode exercer cargo em comissão ou função de confiança. Mesmo durante o período de estágio probatório o servidor poderá exercer um CC ou uma FC. Pessoal, finalizamos com sucesso nossa primeira aula! Vimos no início os conceitos introdutórios de AGENTES PÚBLICOS, falamos um pouco sobre os cargos públicos e iniciamos o estudo sobre o nosso Regime Jurídico Único, a Lei nº 8.112/90! Temos muito o que estudar pela frente, então se preparem! Até logo! 16 concurseiro.vip