Sobre a recondução, começaremos destacando o art 41 2º da CRFB:

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1 Turma e Ano: Flex B Matéria / Aula: Administrativo aula 4 Monitora : Luiza Jungstedt Professor: Luíz Oliveira Castro Jungstedt Hoje vamos fazer mais algumas considerações sobre a recondução, vamos estudar o aproveitamento do servidor e avançaremos para as vacâncias do servidor público. Sobre a recondução, começaremos destacando o art 41 2º da CRFB: Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998). Chamo atenção ao detalhe da frase, aproveitado em outro cargo que é uma exceção à regra do concurso, onde, não só o reconduzido, como o disponível, podem ser aproveitados em outro cargo, ou mais além, em outro órgão, em outra entidade, logicamente dentro do mesmo ente da federação.no entanto, este outro cargo deverá possuir atribuições e vencimento compatíveis com o cargo que o servidor estava ocupando antes de ser reconduzido. A recondução, na Lei 8112/1990 art 29 inc1º : Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de: I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; II - reintegração do anterior ocupante. O inciso 2º está correto pois tem amparo constitucional, já o inciso 1º só tem amparo no estatuto, e se pode questionar inconstitucionalidade, pois é feito através de provimento de cargo sem concurso. No entanto este dispositivo não foi sequer questionado em juízo. Logo está valendo. Vamos entrar agora em aproveitamento, começando com o art 41 3º da CRFB

2 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Percebam que o aproveitamento é o oposto da disponibilidade, já que nesta o servidor é posto em inatividade, enquanto que no aproveitamento o servidor é retirado da inatividade e posto na ativa. Ou seja, o aproveitamento é o retorno à ativa de um servidor em disponibilidade. Por isso, o aproveitamento é um provimento. Trata-se da volta a outro cargo, onde o inicial foi extinto ou declarado desnecessário. Como prova de que o aproveitamento é obrigatório temos na Lei 8112/1990 o art 30 e o art 32 Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial. O art 30 prova que o aproveitamento é obrigatório para a máquina, enquanto que o art 32 prova que este também é obrigatório para o servidor. Em certos casos não é necessária a passagem pela disponibilidade para que seja aproveitado, mas na maioria é feito dessa forma. Fechamos assim os provimentos do servidor público e veremos agora o oposto: a vacância de cargo público. A vacância encontra-se descrita pela Lei 8112/1990 art 33 inc I - IX Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: I - exoneração; II - demissão; III - promoção; IV - ascensão;

3 (Revogado pela Lei nº 9.527, de ) V - transferência (Revogado pela Lei nº 9.527, de ) VI - readaptação; VII - aposentadoria; VIII - posse em outro cargo inacumulável; IX - falecimento. Pretendo comentar quatro desses incisos: exoneração, demissão, aposentadoria e posse em outro cargo inacumulável. Começaremos pela Exoneração. Como primeiro fato podemos dizer que a exoneração não é uma punição, não é uma penalidade. Com isso ela não precisa de processo disciplinar, ampla defesa, etc. A prova que exoneração não é penalidade encontra-se nesta mesma Lei no art 127, onde estão listadas as penalidades disciplinares, e entre elas não se encontra a exoneração. Um servidor público é exonerado quando não possui aptidão para a função.essa lembrança é muito importante, pois está muito presente em concurso público, por exemplo, na famosa pergunta: um servidor em estágio probatório é exonerado e pede a anulação por falta de processo administrativo disciplinar. Certo ou errado? Errado, porque, insisto, a exoneração não é punição por isso não cabe instauração de processo disciplinar, bastando um processo administrativo. Outra pergunta pertinente: quando se exonera um servidor público? Na regra geral temos dois motivos, mas com a EC 19/98 adicionou-se um novo. Os dois primeiros encontram-se na Lei 8112/1990 art 34 Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício. Uma questão interessante é se a Administração pode negar uma exoneração a pedido.sim, pode. A exoneração por pedido não é uma certeza, já que a decisão é da máquina.um exemplo disso está na Lei 8112/1990 art 95 2º

4 Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal. 2ºAo servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento. Vale lembrar, que em regra, a exoneração deve ser concedida, em razão do princípio constitucional do livre exercício de atividade econômica (parágrafo único do art 170 da CRFB) A exoneração de ofício sempre foi a mais usada em concursos. A mais comum é a de que o servidor não tem aptidão em estágio probatório. Ela encontra-se especificada no inciso I e no inciso II do art 34 da Lei nº 8112/90. Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do servidor, ou de ofício. Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo estabelecido. O terceiro tipo de exoneração (que não é muito comentado), é realizado a partir do excesso de gasto orçamentário. Encontra-se no art 169 da CRFB. Art A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. A lei complementar em questão é a LRF (lei complementar nº 101). A idéia geral desse tipo de exoneração é, que caso seja extrapolado esse limite fiscal, o servidor deverá reconduzir tal limite pelas leis da LRF. E para reconduzir este limite deve-se seguir o 4º do art 169 da CRFB 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

5 Percebam que o 4º indica que o servidor estável seja mandado embora, por excesso de gasto orçamentário. No entanto, não especifica qual servidor será exonerado, ou seja, não há parâmetros para a escolha. Por isso, atentem para o que diz o mesmo art 169 no 7º : 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Essa Lei Federal citada acima já existe, e é ela que usa a palavra exoneração. É a Lei 9801/1999 art 1º: Art. 1º Esta Lei regula a exoneração de servidor público estável com fundamento no 4o e seguintes do art. 169 da Constituição Federal. Nesse tipo de exoneração, pede-se providências preliminares antes da exoneração do servidor estável, e estas estão redigidas no próprio art 169 3º da CRFB. 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Enfim, os parâmetros para a decisão de qual servidor estável será exonerado encontram-se na Lei 9801/199 art 2º 2º. 2º O critério geral para identificação impessoal a que se refere o inciso III do 1º será escolhido entre: I - menor tempo de serviço público; II - maior remuneração; III - menor idade. No entanto chamo sua atenção para o fato de que na exoneração por excesso de gasto orçamentário, existe um tratamento diferenciado exigido pelo art 247 da CRFB e regulamentado pelo art 3º da Lei 9801/1999.

6 Com isso fecho Exoneração, e na próxima aula falaremos de Demissão, Aposentadoria e Acumulação.