ART. 41. Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso públ

Transcrição

1 DIREITO ADMINISTRATIVO AULA 2: DEVERES E RESPONSABILIDADES DOS AGENTES PÚBLICOS. TÓPICO 02: REGIMES JURÍDICOS FUNCIONAIS Antes de adentrarmos a questão dos Regimes Jurídicos Funcionais, faz-se necessário fazermos a distinção entre os termos: CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO, haja vista que a Constituição os emprega em vários dispositivos e no decorrer das próximas aulas teremos oportunidade de também fazermos referência aos mesmos. Segundo Di Pietro (2005, p. 450), na Administração Pública todas as competências são definidas na lei e distribuídas em três níveis diversos: pessoas jurídicas (União, Estados e Municípios), órgãos (Ministérios, Secretarias e suas subdivisões) e servidores públicos; estes ocupam cargos ou empregos ou exercem função. Na definição de Carvalho Filho (2007, p. 528), cargo público é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias e fundações públicas que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remuneração fixadas em lei ou diploma a ela equivalente. No Art. 3º da Lei nº 8.112/90 (Estatuto dos Servidores da União), encontrase a definição de cargo público: ART. 3º DA LEI Nº 8.112/90 Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Parágrafo Único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo ou em comissão. Assim, do conceito da lei e dos ensinamentos dos doutrinadores, podemos inferir que cargo é um lugar dentro da organização, cujas atribuições são cometidas ao titular do respectivo cargo.sob o prisma das garantias e características dos cargos, eles podem ser agrupados em: Os cargos vitalícios são os que oferecem maior garantia de permanência a seus ocupantes. Como regra, só podem perder o cargo mediante processo judicial, como é o caso dos juízes (Art. 95, I, da Constituição/1988), os membros do Ministério Público (Art. 128, 5º, Inciso I, a da Constituição/1988) e os membros dos Tribunais de Contas (Art. 73, 3º, CF/88) sendo assim, por processo administrativo é inviável a extinção do vínculo, salvo no período inicial de três anos em virtude do que define o Art. 41 da Constituição, com redação determinada pela Emenda Constitucional nº 19/1998.

2 ART. 41. Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. Cargos efetivos, são os que se revestem de caráter de permanência, constituindo a maioria absoluta dos cargos integrantes dos diversos quadros funcionais. Sendo assim, se o cargo não for vitalício ou em comissão, terá que ser necessariamente efetivo. Cargos em comissão, ao contrário dos anteriores, os cargos em comissão ou também denominados de cargos de confiança, são de ocupação transitória, não gerando estabilidade de seus ocupantes. Para esse tipo de cargo, não é exigido o concurso público, como nos demais casos, porém, da mesma forma que são nomeados os seus ocupantes podem ser exonerados, sem qualquer formalidade especial, ficando a exclusivo critério da autoridade que o nomeou. O inciso V do Art. 37, da Constituição/88, faz uma separação entre os os cargos em comissão e os cargos de confiança da seguinte forma: Art. 37, V. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento; Assim, pode-se inferir que as funções de confiança serão exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo e os cargos em comissão por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei. Essa limitação imposta pela Constituição, tem a finalidade de evitar a ocorrência do nepotismo, contudo, para corroborar com a limitação constitucional, pode-se dar o exemplo da Constituição Estadual do Estado do Rio de Janeiro, que proíbe a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau civil inclusive, para cargo em comissão ou de confiança, outro exemplo, é a Resolução nº 7 de 18/10/2005 do Conselho Nacional de Justiça no que tange à nomeação para cargos em comissão ou funções gratificadas de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, de membros de Tribunais, de juízes e de servidores investidos em cargo de direção ou assessoramento, ficando fora da vedação apenas aqueles que já sejam titulares de cargos de provimento efetivo, ou seja, que já pertençam ao quadro funcional; ser -lhes-á vedado, no entanto, atuar em subordinação ao magistrado ou servidor determinante da incompatibilidade. (CARVALHO FILHO, 2007, p. 531). REGIMES JURÍDICOS FUNCIONAIS

3 Regime jurídico funcional é o conjunto de regras que regulam determinada categoria funcional. Como no tópico anterior estudamos as diversas categorias funcionais. No presente, vamos analisar os regimes jurídicos pertinentes a cada um. O regime estatutário é o conjunto de normas que regulam a categoria de servidor público. O regime estatutário pode ocorrer nos três níveis, União Federal, Estados e Distrito Federal e Municípios. No caso da União Federal, o estatuto do servidor público federal é a Lei nº de 11/12/1990. Nesta lei, estão estatuídas as regras que indicam os direitos, deveres e obrigações dos servidores públicos e da própria União. Segundo Carvalho Filho (2007, p. 519), duas são as características do regime estatutário. A primeira é a da pluralidade normativa, indicando que os estatutos funcionais são múltiplos. Querendo dizer que ocorrerão estatutos da União Federal, dos Estados e Distrito Federal e dos Municípios, mas cada um determinado por lei e em caso de um município adotar a lei Estadual, deverá ter uma lei municipal determinando essa adoção. A segunda característica, concerne à natureza da relação jurídica estatutária. Essa relação não tem natureza contratual ou seja, inexiste contrato entre o Poder Público e o servidor estatutário. Caso ocorre litígio entre o servidor e o poder público, para os servidores estatutários é competente a justiça comum, no caso dos servidores federais a justiça federal e no caso dos servidores dos Estados e dos Municípios a Justiça Estadual. O regime trabalhista, caracteriza-se pela unicidade normativa, haja vista que o conjunto integral de normas que regulam esse regime, se encontra em um único diploma legal, no caso a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Outra característica desse regime, é que a natureza da relação jurídica entre o Estado e o servidor trabalhista é contratual, pois o servidor trabalhista e o Estado celebram efetivamente contrato de trabalho nos mesmos moldes adotados nas relações trabalhistas vigentes entre empregado e empregador, nos termos da CLT. Neste caso, em ocorrendo litígio na relação de trabalho, o foro competente para dirimir a questão é a Justiça do Trabalho, pois neste caso, tem-se uma relação contratual, já que efetivamente a administração pública celebra contrato de trabalho com o servidor trabalhista, inclusive com a assinatura da Carteira de Trabalho e Previdência Social. Essa denominação de regime de emprego público, foi estabelecida pela Lei nº de 22 de fevereiro de 2000, que no seu artigo 1º Estabelece o seguinte: Art. 1º O pessoal admitido para emprego público na Administração federal direta, autárquica e fundacional terá sua relação de trabalho regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-

4 lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e legislação trabalhista correlata, naquilo que a lei não dispuser em contrário. Portanto, o regime de emprego público nada mais é do que a aplicação do regime trabalhista que ocorre nas relações contratuais de emprego entre empregador e empregado na iniciativa privada e regido pela CLT. Algumas limitações são impostas pela citada Lei. Tal como: a contratação somente pode se verificar a partir da aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, o que está em perfeita sintonia com o preceito constitucional do Art. 37, inciso II da Constituição de Como indicado acima, o vínculo laboral é contratual, pois ao admitir o empregado público, a Administração deverá formalizar por meio de contrato que somente poderá ser rescindido em caso de falta grave, como indicado no Art. 482 da CLT, ou por acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, por necessidade de redução de quadro de pessoal quando ocorre excesso de despesa, incompatível com o determinado no Art. 169 da Carta Magna de 1988 ou ainda a insuficiência de desempenho, após a apuração em processo administrativo permitida a ampla defesa. Assim, a lei desautoriza a demissão sem justa causa, como ocorre na iniciativa privada nos casos de contrato sem termo pré-fixado (contrato de trabalho por prazo indeterminado) bem como veda a aplicação do Art. 479 da CLT, que prevê indenização no caso de despedida se o contrato for por prazo determinado e a demissão se verificar antes do termo do contrato. O regime especial tem a finalidade de disciplinar, a contratação de servidores, considerados de necessidade temporária, de excepcional interesse público, nos seguintes casos: por ocasião de calamidade pública, de surtos endêmicos, recenseamentos, admissão de professor estrangeiro e algumas funções específicas das Forças Armadas. A lei que regulamenta o regime especial é a Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de O comando constitucional que autoriza a contratação neste regime é o do Art. 37, Inciso IX, o qual remete à lei o estabelecimento dos casos de contratação por prazo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Como atividade desse tópico 2 da aula 2, elabore um texto sobre as funções e os regimes Jurídicos Funcionais, tal como o desenvolvimento do seu próprio estudo desse tópico e remeta para seu portfólio. Qualquer dúvida, envie suas perguntas, teremos muita satisfação em responde-las. ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Como atividade desse tópico 2 da aula 2, elabore um texto, comentando sobre as funções e os regimes Jurídicos Funcionais, tal como o seu próprio estudo desse tópico. (1 página). Após, remeta para seu portfólio.

5 Responsável: Prof. Msc. Eduardo Ellery Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual