AS INOVAÇÕES QUE A PEC 10/2013 TRAZ SOBRE O INSTITUTO DO FORO PRIVILEGIADO
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1 1 AS INOVAÇÕES QUE A PEC 10/2013 TRAZ SOBRE O INSTITUTO DO FORO PRIVILEGIADO ZACARIAS VAZ DA SILVA FILHO 1 JOÃO THALES VASCONCELOS MARTINS 2 GABRIELLA CAMELO PINHEIRO 3 RESUMO: Discussão do nosso trabalho e sobre o PEC10/2003 quais mudanças vão ser realizada com a fim da prerrogativa sendo todos iguais perante a lei. As justificativas que haviam sobre o foro privilegiado por função do cargo que exercia não é nada satisfatório para a sociedade ferindo o nosso princípio da isonomia muitas vezes era devido à pessoa e no caso do Brasil a política. O Grande avanço da Proposta de Emenda à Constituição, que extingue o foro privilegiado nos casos de crimes comuns cometidos por qualquer autoridade. Acabando com mais uma desigualdade e com a corrupção no Brasil. Palavras-chave: Legitimidade. Distinção. Privilégios. Isonomia. Constituição. INTRODUÇÃO Desde o fim da Antiguidade veio a surgir um privilégio de natureza pessoal a determinados indivíduos ou classes sociais. Uma situação prática que era de comum ocorrência era a forte influência e imposição da Igreja Católica em que os ilícitos praticados por eclesiásticos deveriam ser julgados e processados por componentes da própria igreja. Outro exemplo relevante ocorria em Roma, onde os senadores é que possuíam a competência para processar e julgar os seus semelhantes. Com o passar dos anos esse privilégio foi se desenvolvendo e foi ocorrendo embates da Igreja Católica com os reis. Em prol dessa situação a legislação processual daquela época passou a instituir foros privilegiados visando à qualidade das pessoas acusadas em favor dos nobres, pessoas poderosas, juízes. No Brasil, essa realidade surge desde a fundação do país em 1824 com a nossa primeira constituição. Na Carta Constitucional estavam presentes em seus artigos 47, 99, privilégios concedidos à Família Real, ao Imperador, aos Presidentes das Províncias, entre outros. 1 Faculdade Luciano Feijão Curso de Direito 2 Faculdade Luciano Feijão Curso de Direito. joaothalesmartins@gmail.com 3 Faculdade Luciano Feijão PROIC.
2 2 Em 1891, com a primeira Constituição Republicana, no seu artigo 53 nos relata que o Presidente só seria processado e julgado, depois que fosse procedente a acusação pela Câmara perante o Supremo Tribunal Federal para matéria de crimes comuns. Já nos crimes de responsabilidade teriam que ser procedentes as acusações pelo Senado. Depois desse episódio, foi ganhando proporções cada vez maiores essa realidade nas constituições subsequentes. A constituição de 1946 trouxe um alargamento juntamente com uma estratégia organizacional a esses privilégios. Ao Senado Federal foi dada a competência de julgar o Presidente e os Ministros de Estado nos crimes de responsabilidade, assim como processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal e o Procurador Geral da República nos crimes de responsabilidade. Em matéria de crimes comuns, o Presidente seria julgado pelo Supremo Tribunal Federal. O Supremo Tribunal Federal ficou responsável por processar e julgar também os Ministros de Estado, Ministros do Tribunal de Contas, Juízes de Tribunais Superiores Federais, entre outros. No cenário estadual, o grande responsável era o Tribunal de Justiça. Finalmente chegando a Constituição de 1998, a nossa atual e vigente constituição, ampliouse bastante a gama de autoridades com esse Privilégio, devidamente chamado de Foro Privilegiado. É de suma importância para o nosso entendimento sobre a temática que esses Privilégios concedidos anteriormente a determinadas pessoas, atualmente é denominado por foro especial por prerrogativa de função, ou simplesmente foro privilegiado. O Foro Privilegiado é denominado por um instituto que se atribui o poder de processar e julgar determinadas pessoas por tribunais específicos da estrutura judiciária brasileira. Essas determinadas pessoas possuem uma especial posição política ou funcional. Diferentes de um cidadão que não esteja enquadrado nessa situação e que será julgado por juiz de direito, aquelas serão julgadas por tribunais de instância mais elevada. Atualmente fazem parte do Foro Privilegiado e com previsão legal em constituição e leis. No Supremo Tribunal Federal: Presidente e vice-presidente da república, deputados federais, senadores, ministros de estado, procurador geral da república, comandantes da marinha do exército e da aeronáutica, membros do tribunal de contas da união, membros dos tribunais superiores, chefes de missão diplomática de caráter permanente: No Superior Tribunal de Justiça: Governadores, desembargadores dos tribunais de justiça, membros dos tribunais de contas estaduais, membros dos tribunais regionais federais, dos tribunais
3 3 regionais eleitorais e do trabalho, membros dos conselhos e tribunais de contas dos municípios, membros do ministério público da união que atuem nos tribunais: No Tribunal de Justiça: Prefeito, deputado estadual. Uma curiosidade muito relevante a respeito do Tribunal de Justiça é que se, por exemplo, um prefeito venha a cometer um crime doloso contra a vida, ele não será julgado no Tribunal do Júri e sim pelo Tribunal de Justiça. Deve-se ressaltar, ainda, que a competência do tribunal do júri para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida não é absoluta, pois não abrange os crimes dolosos contra a vida praticados por detentores de foro especial por prerrogativa de função, que são julgados originariamente por certos tribunais do Poder Judiciário, conforme previsto na Constituição Federal. (ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente Direito Constitucional Descomplicado, 16ª edição, 2017, p.164) METODOLOGIA Pesquisa realizada de forma exploratória, descritiva com abordagem qualitativa, e documentos secundários disponíveis na rede mundial de computadores. RESULTADOS E DISCUSSÕES No decorrer do trabalho foram destacadas mudanças significativas que a PEC 10/2013 propõe a nova redação de alguns artigos da Constituição Federal, em suma ela vem trazer mudanças no instituto do Foro por Prerrogativa de Função, que retira de alguns o direito de serem julgados em crimes comuns com certa diferença dos demais. Por certo que o Direito Constitucional, tem o Princípio da Isonomia, que afirma: todos devem ser tratados de forma igual e tratar diferente no tamanho da sua desigualdade. Tratar pessoas como o Presidente da República, Deputados Federais, Senadores e etc., em casos de crimes comuns com certa diferença não é isonômico, visto que os crimes comuns podem ser cometidos por qualquer pessoa, e o Foro Privilegiado, é quando uma pessoa, por exemplo, o Presidente da República se vale de sua função para cometer determinado crime, deste modo como a Proposta à Emenda da Constituição dar nova redação a alguns dispositivos constitucionais retirando os crimes comuns do rol de competência do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, dos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal e etc.
4 4 Assim, permanecendo no dispositivo constitucional os crimes de responsabilidade, que estão integralmente ligados a função exercida pelo agente infrator. O repórter Leandro Melito, da Agência Brasil, EBC, traz em sua reportagem uma informação importante à cerca das mudanças propostas na PEC 10/2013: O texto aprovado em primeiro turno no Senado mantém o foro especial apenas para o presidente da República e para os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Nesse sentido, a PEC acaba com o foro especial para ministros de estado, governadores, prefeitos, presidentes de câmaras municipais e assembleias legislativas, presidentes de tribunais superiores e de justiça dos estados, ministros dos tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União (TCU), procurador-geral da República, embaixadores, membros de tribunais de contas estaduais e municipais, integrantes de tribunais regionais, juízes federais e integrantes do Ministério Público. Destaca-se também que este instituto que estamos estudando tem um nome muito ambíguo, pois deixa margem para alguns pensarem que os membros da sociedade que possuem esse direito são privilegiados somente por conta da função que exercem. Para uma pessoa leiga do direito é muito difícil entender o porquê que seu representante, votado por ele, possui regalia em caso de cometimento de um crime não ser julgado da mesma maneira que o cidadão comum é julgado. Contudo, sabendo que vivemos em um Estado Democrático de Direito, a vinda da PEC 10/2013, é uma luz para reestabelecer o que nunca deveria ter feito parte do nosso ordenamento jurídico, visto que é um instituto que dá privilégios a uns em detrimentos de outros. Os direitos e garantias fundamentais trazidos na Constituição Federal é direito de todos, e o Foro Privilegiado não está elencado no rol desses direitos, então algo que traga direitos e benefícios a uma pessoa só por conta da sua função seria claramente uma retrocessão de tudo que já vivemos. A PEC 10/2013, se aprovada, vai iniciar um novo ciclo no judiciário brasileiro que dará aos cidadãos certa conformidade de que os crimes cometidos por pessoas que ocupam alto escalão não são punidos ou acabam tendo punições mais brandas se comparadas com as penas dadas aos cidadãos comuns. Com isso, a Presidente do STF, a Ministra Cármen Lúcia, afirma: É preciso acabar com o foro privilegiado, temos que garantir um julgamento digno, sem qualquer prerrogativa, todos nós somos iguais perante a lei, os cidadãos de bem querem ver o mais rápido possível o fim da corrupção e com o foro privilegiado a impunidade está sendo protegida.
5 5 CONCLUSÃO Acreditamos que podemos mudar conforme o tempo passa, crescendo e mudando, temos a melhor Constituição, segundo a análise do jurista italiano Luigi Ferrajoli (grande estudioso do Direito Constitucional): "Se as constituições do século XIX, dos Estados liberais eram um freio ao poder do Estado, as constituições atuais são um passo à frente. São textos que criam, além de limites para ao poder estatal, obrigações políticas em relação aos cidadãos". O princípio exposto na justificativa da PEC10/2013 é o princípio da isonomia, representa o símbolo da democracia, igualando e tratando todos por igual quando as diferenças encontradas possam ser revisadas e criadas políticas públicas para igualar as diferenças. Não em razão de uma função ser beneficiado um categoria que além de dispor de poder maior na sociedade exatamente por sua função também tem influência política muito grande no sistema brasileiro em diversas áreas como exemplo o Presidente da República. Prerrogativa era dada devida o cargo que o indivíduo ocupava, porém a sociedade não concorda com os privilégios devido a um cargo. Proposta de Emenda à Constituição, que extingue o foro privilegiado nos casos de crimes comuns cometidos por qualquer autoridade. Crescimento e avanço assim como a Operação Lava Jato, Lei da Ficha Limpa e além para evitar pressão política indevida a um juiz ou promotor que estivesse julgando autoridades e para proteger autoridades de eventuais ações políticas por parte de juízes ou promotores. Por fim a PEC acaba com mais problema no combate a corrupção.
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