Palavras-chave: Hepatite viral humana; Vigilância epidemiológica; Sistemas de informação; Saúde pública.

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1 PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DAS HEPATITES VIRAIS NO ESTADO DO MARANHÃO ENTRE 2013 E 2017 HIGINALICE DA SILVA PEREIRA 1 ; MANOEL DA PAIXÃO BRITO 2 ; FRANCISCO EDMAR MOREIRA DE LIMA NETO 3 ¹ALUNA DO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ (UFPI) 2 ACADÊMICO DO CURSO DE BIOMEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ (UFPI) 3 ACADÊMICO DO CURSO BACHARELADO EM ENGENHARIA DE PESCA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ (UFPI) RESUMO Introdução: Hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário pelo tecido hepático, que apresentam características semelhantes em alguns aspectos, porém com importantes particularidades justificando-se a importância de estudos epidemiológicos. Neste trabalho objetivou realizar um estudo clínico-epidemiológico de casos de hepatites virais no estado do Maranhão, Brasil, nos anos de 2013 a Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal utilizando fonte secundária de dados, obtidos através do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN). As variáveis estudadas foram: idade, sexo, classificação de forma clínica, classificação etiológica. Resultados e Discussão: No período estudado observouse uma incidência crescente dos casos notificados de hepatites virais. Quanto ao sexo observou-se uma distribuição equilibrada entre homens e mulheres, e quanto ao agente etiológico foi possível observar que o mais prevalente foram os casos por HBV. Quanto à forma clínica das hepatites virais dos casos notificados foi observado que ocorreu cronicidade na maior parte dos casos. E relacionado à idade observouse que acometem mais adultos entre 40 e 59 anos. Conclusões: Nesse cenário fazse necessário a adoção de estratégias que melhorem a cobertura vacinal e a realização de campanhas de conscientização. Além disso, é perceptível que a prática da notificação de doenças constitui uma atitude importante para a melhoria da prestação da assistência à saúde. Palavras-chave: Hepatite viral humana; Vigilância epidemiológica; Sistemas de informação; Saúde pública. _ ABSTRACT Introduction: Viral hepatitis diseases are caused by various etiological agents with tropism for primary liver tissue which have similar characteristics in some respects, but with important characteristics explaining the importance of epidemiological studies. Neste trabalho objetivou realizar um estudo clínico-epidemiológico de casos de hepatites virais no estado do Maranhão, Brasil, nos anos de 2013 a Methodology: This is an epidemiological cross-sectional study using a secondary source of data obtained through the Aging and Notification Information System (SINAN). The studied variables were: age, sex, clinical classification, etiological

2 classification. Results and Discussion: During the study period, there was an increasing incidence of reported cases of viral hepatitis. Regarding sex, a balanced distribution was observed between men and women, and the etiological agent showed that the most prevalent cases were HBV. Regarding the clinical form of viral hepatitis in the reported cases, it was observed that chronicity occurred in most cases. And related to age it was observed that they affect more adults between 40 and 59 years Conclusions: In this scenario it is necessary to adopt strategies that improve vaccination coverage and the realization of awareness campaigns. In addition, it is noticeable that the practice of disease reporting is an important step towards improving the delivery of health care. Keywords - Human viral hepatitis; Epidemiological surveillance; Information systems; Public health. INTRODUÇÃO As hepatites virais são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário pelo tecido hepático, que apresentam características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes, porém com importantes particularidades. Os principais vírus reconhecidos como agentes etiológicos das hepatites virais humanas, são os vírus das hepatites A (VHA), B (VHB), C (VHC), D (VHD) e E (VHE) (BRASIL, 2008). Os casos de hepatites A e E estão relacionados com as condições sanitárias, pois a principal via de transmissão é fecal-oral. Quanto aos casos de hepatites B, C e D alguns grupos de riscos são identificados a depender do comportamento individual e social, tais como: os profissionais da área da saúde, homossexuais masculinos, usuários de drogas intravenosas, profissionais do sexo e pacientes em hemodiálise, pois a via transmissão parenteral é a mais prevalente (FERREIRA; GONÇALVES; GONZAGA, 2017). Essa patologia possui uma distribuição universal. No Brasil ocorre uma grande variação regional, justificando-se a importância de estudos epidemiológicos, pois ainda são escassos e geralmente são realizados em grupos populacionais específicos, resultando na dificuldade de comparação com dados nacionais (SANTOS, OLIVEIRA, BRITO, 2018). Diante do exposto o presente trabalho objetivou realizar um estudo clínico-epidemiológico de casos de hepatites virais no estado do Maranhão, Brasil, nos anos de 2013 a METODOLOGIA Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo dos casos notificados de hepatites virais no estado do Maranhão, no período de 2013 a Foram avaliadas informações presentes no banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/MS).

3 As variáveis analisadas foram idade, sexo, classificação de forma clínica, classificação etiológica. As análises exploratórias dos dados foram realizadas a partir da apuração de frequências absolutas e percentuais para as variáveis categóricas e organização dos resultados em tabelas e gráficos, utilizando o Software Microsoft Excel RESULTADOS E DISCUSSÃO No período estudado observou-se uma incidência crescente dos casos notificados de hepatites virais. Em 2013 foram registrados 5 casos, 8 casos em 2014,18 casos em 2015, 102 casos em 2016 chegando a 163 casos em Ao analisar o sexo acometido nos anos de 2013 a 2017, observou uma distribuição equilibrada entre homens e mulheres, com valores ligeiramente maiores no sexo masculino, nos anos 2017, 2016 e 2013 (Figura 1). Figura 1 - Distribuição por sexo dos casos de hepatites virais no Maranhão entre 2013 e 2017 Outra variável analisada foi a classificação etiológica dos casos de hepatites virais registrados, onde foi possível observar que o mais prevalente foram os casos por HBV em todos os anos analisados, seguidos pelos casos de HCV e HAV (Figura 2). Figura 2- Classificação etiológica dos casos de hepatites no Maranhão entre 2013 e 2017 Quanto à forma clínica das hepatites virais dos casos notificados foi observado que ocorreu cronicidade na maior parte dos casos em todos os anos estudado, seguida

4 da forma aguda e fulminante (Figura 3). De acordo Silva et al. (2012) as hepatites causadas pelos vírus da hepatite B (VHB), vírus da hepatite C (VHC) e vírus da hepatite (VHD) têm como aspecto comum a transmissão por via parenteral e a possibilidade de cronificação, esse dados corroboram com resultados encontrados neste estudo onde os agentes etiológicos prevalentes foram VHB, VHC levando a cronicidade. Para Gusmão et al. (2017) a cronicidade da doença impacta negativamente na qualidade de vida dos indivíduos infectados, podendo gerar estresse,interferir nas relações sociais e na realização de tarefas diárias. Além disso, existe o maior risco de descompensação hepática, cirrose, carcinoma hepatocelular. Figura 3 - Forma clínica das hepatites virais no Maranhão entre 2013 e 2017 Ao analisar a distribuição da faixa etária dos indivíduos diagnosticados com a doença observou-se que maior parte da população estudada recebeu diagnóstico entre 40 e 59 anos, seguidas pelos adultos jovens (20 a 39 anos). Os menores valores foram encontrados na população pediátrica e em idoso maiores de 80 anos, observando-se uma tendência decrescente do número de notificações em direção aos extremos de idade (Figura 4). Figura 4 - Distribuição dos casos de hepatites virais por faixa etária no Maranhão entre 2013 e 2017

5 CONCLUSÕES Os resultados apontaram um aumento crescente na notificação dos casos de hepatites no estado do Maranhão e que estas acometem mais adultos entre 40 e 59 anos, observando-se uma tendência decrescente do número de notificações em direção aos extremos de idade, sem muita variação entre os sexos. No que diz respeito os aspectos clínicos a forma clínica prevalente foi a da hepatite crônica e a principal classe etiológica identificada foi o vírus da hepatite B. Sendo a hepatite B uma doença imunoprevinivel é importante a adoção de estratégias que melhorem a cobertura vacinal e a realização de campanhas sobre as formas de transmissão dessa doença a fim de conscientizar a população. Além disso, devem ser consideradas as possíveis inconsistências nas notificações. Portanto, a prática da notificação de doenças constitui uma atitude importante para a melhoria da prestação da assistência à saúde, ficando perceptível a necessidade de utilização destes dados epidemiológicos entre os gestores e profissionais de saúde, sendo relevante para auxiliar no acompanhamento de indicadores específicos de saúde e de educação e na definição de preferências de intervenção. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Hepatites virais: o Brasil está atento / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica.3. ed. Brasília: Ministério da Saúde, FERREIRA, V, M; GONÇALVES, E; GONZAGA, L, M, O. Hepatites virais: epidemiologia dos casos notificados no estado de Minas Gerais entre 2005 e Unimontes Científica, v. 19, n. 1, p , GUSMÃO, B, M et al. Análise do perfil sociodemográfico de notificados para hepatite B e imunização contra a doença. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, v. 9, n. 3, p , SANTOS, G, M; OLIVEIRA, C, R, S; BRITO, M, M. Levantamento de casos de Hepatite B notificados no estado do Piauí, Brasil, nos anos de 2010 a ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, v. 7, n. 2, SILVA, A, L et al. Hepatites virais: B, C e D: atualização. Rev Bras Clin Med, v. 10, n. 3, p , 2012.