PERFIL HEMATOLÓGICO E BIOQUÍMICO DA PARVOVIROSE CANINA
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- Leandro Pinheiro
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1 PERFIL HEMATOLÓGICO E BIOQUÍMICO DA PARVOVIROSE CANINA CHAVES, L.D.C.S.¹; LOPES, O.F.M.L.¹; SANTOS, M.S.H.¹; SANTOS, I.C. 1 ; PINTO, L.N.S. 1 ; ALVES, M.M.M.² ¹DISCENTE DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DO CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ ²DOCENTE DO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DO CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ. RESUMO Introdução: O parvovírus canino é um vírus pequeno, formado por uma única cadeia de DNA, de simetria icosaédrica, não envelopado e muito resistente a fatores ambientais e substâncias químicas. Atinge principalmente filhotes no intervalo de seis semanas e seis meses. A doença normalmente se apresenta como um episódio gastroentérico severo, altamente contagioso e às vezes hemorrágicas em filhotes, ocorre uma profunda viremia antes do aparecimento da gastroenterite, e a temperatura do animal pode estar bem alta. O presente trabalho teve como objetivo abordar os principais aspectos hematológicos e bioquímicos da parvovirose canina. Metodologia: Revisão bibliográfica realizada por base de dados relevantes à área publicados na PUBMED, SCIELO E LILACS, nos idiomas inglês e português. Resultados e Discussão: O perfil hematológico e bioquímico é realizado com o intuito da análise do animal infectado e da verificação dos achados laboratoriais mais ocorrentes. Anemia, hiperproteinemia, leucocitose, leucopenia e trombocitopenia, elevação uréia e creatinina foram observados em maior frequência nos estudos analisados. Conclusão: Pode-se afirmar que em cães enfermos apresentam alterações significativas no parâmetro bioquímico e hematológico. Palavras-chave parvovirose, características, bioquímico, hematológico, microbiológico. _ ABSTRACT Introduction: Canine parvovirus is a small virus, formed by a single strand of DNA, with icosahedral symmetry, unenveloped and very resistant to environmental factors and chemical substances. Reaches mainly puppies in the range of six weeks and six months. The disease usually presents as a severe gastroenteric episode, highly contagious and sometimes hemorrhagic in puppies, a deep viraemia occurs before the onset of gastroenteritis, and the temperature of the animal may be very high. The present work aimed to address the main hematological and biochemical aspects of canine parvovirus.
2 Methodology: Bibliographic review carried out by database relevant to the area published in PUBMED, SCIELO and LILACS, in English and Portuguese. Results and Discussion: The hematological and biochemical profile is performed with the purpose of analyzing the infected animal and verifying the most frequent laboratory findings. Anemia, hyperproteinemia, leukocytosis, leukopenia and thrombocytopenia, elevation of urea and creatinine were observed more frequently in the analyzed studies. Conclusion: It can be stated that in diseased dogs, there are significant alterations in the biochemical and hematological parameters. Keywords - parvovirus, characteristics, biochemical, hematological, microbiological. INTRODUÇÃO A família Parvoviridae é formada por duas subfamílias, a subfamília Desonvirinae e Parvovirinae. (COETZER; TUSTIN,2004) O vírus da subfamília Desonvirinae infecta inseto, já os da subfamília Parvovirinae infecta os outros animais, sendo ainda dividido em três gêneros: Parvovirus, Erythrovirus e Dependevirus, sendo esse último está associado aos adenovírus para poder replicar (JONES; HUNT; KING. 2000). O parvovírus canino (CPV, canine parvovirus) é um vírus pequeno (20-25nm), formado por uma única cadeia de DNA, de simetria icosaédrica, não envelopado e muito resistente a fatores ambientais e substâncias químicas (JONES; HUNT; KING. 2000). O vírus da parvovirose canina atinge principalmente filhotes no intervalo de seis semanas e seis meses. O diagnóstico post-mortem dos cães acometidos pela parvovirose canina é realizado com base nos achados macroscópicos observados na necropsia e lesões histológicas características (HOSKINS, 1998). O presente trabalho teve como objetivo abordar os principais aspectos hematológicos e bioquímicos da parvovirose canina. METODOLOGIA Revisão bibliográfica realizada durante o mês de junho de 2018, por base de dados publicados na PUBMED, SCIELO E LILACS, nos idiomas inglês e português. RESULTADOS E DISCUSSÃO Anormalidades hematológicas graves são encontradas em animais infectados com a Parvovirose, sendo a leucopenia associada a uma grave linfopenia o achado mais característico. (OLIVEIRA, 2007) Podem haver alterações nos testes de coagulação, o que inclui prolongamento do tempo de
3 tromboplastina parcial ativada, aumento de amplitude de tromboelastograma e redução da atividade de antitrombina III. (PEREIRA, 2011). Segundo Oliveira (2007), leucocitose e neutrofilia são achados laboratoriais encontrados principalmente em animais infectados pelo Parvovírus somente nos primeiros dias de infecção, até os 5 dias após a inoculação. Diante disso, com base no estudo do leucograma feita por Hirschmann (2012), mais de 70% dos animais com parvovirose possui desenvolvimento de leucopenia, sobretudo devido a neutropenia e a linfopenia, sendo possível registrar também baixas contagens de eosinófilos e monócitos. Cães com Parvovirose, segundo Rallyson et.al. (2017), apresentam o nível de leucócitos como um fator de preditor de prognóstico, constatando que o aumento de leucócitos ao longo do tempo de internamento aumenta a sobrevida dos pacientes. Através de um estudo feito por Ferreira et. al. (2004), com 18 animais infectados pela Parvovirose Canina, constatou-se a partir de exames hematológicos estados de anemia, devido a predileção do vírus em atacar a medula óssea e o trato gastrointestinal, o hemograma apresentou valores diminuídos de eritrócitros em 94,5% dos casos, hematócrito e hemoglobina em 72% dos casos, a leucopenia foi maior nos cães acometidos apenas por coronavírus e a presença de linfócitos reativos em esfregaços sanguíneos. A leucopenia apresenta-se no curso clínico da doença como o período de maior intensidade e gravidade dos sinais clínicos, já a leucocitose transitória pode estar associada a fase de recuperação. A leucopenia é decorrente da neutropenia e da linfopenia, ocasionada pela perda de neutrófilos devido a lesão intestinal e ao comprometimento da lesão medular. (LEITE, 2013) Segundo Alves (2013) em uma nova avaliação laboratorial foram identificadas a presença de hiperbilirrubinemia, hipoalbuminemia e queda do valor do hematócrito, sendo que diante disso a hipoalbuminemia pode ser decorrente do déficit nutricional e tanto da disfunção hepática, devido aos diversos casos de vômito e à má absorção causada pela infecção. Já a queda no valor do hematócrito deve-se provavelmente à grande perda de sangue nas fezes, decorrente também do processo infeccioso. As análises bioquímicas em animais com a parvovirose são pouco específicas, podendo revelar hipoalbuminemia, causando hipoproteinemia, havendo hipoglobulinemia, devido à perda intestinal, catabolismo proteico e anorexia. (SANTANA, 2016) Segundo Ferreira et. al. (2004), em uma pesquisa realizada em 18 cães com até 8 meses de idade que eram positivos para a parvovirose, observaramse em 89% dos casos, baixos teores plasmáticos de globulinas e proteínas totais, sendo atribuídos à perda proteica de intestino juntamente com hipoalbuminemia em 61,1% dos casos, havendo hipocalcemia em 50% dos
4 casos em decorrência da hipoalbuminemia e hipocolesterolemia em 72% dos cães, refletindo uma lipomobilização decorrente da anorexia. Segundo, Ferreira et. al. (2004), a hiperalbuminemia pode estar relacionada a uma resposta compensatória do organismo em manter a osmolaridade sanguínea, a perda de intestinal de proteína pode ocorrer após a inflamação de origem viral. Os níveis de cálcio nos animais com parvovirose estiveram diminuídos em 50% dos casos de cães infectados em decorrência da hipoalbuminemia. A anorexia pode levar a perda de potássio, vômito e diarréia pode contribuir para a depressão e fraqueza. A elevação da uréia e creatinina pode ser causada pela desidratação e pode também registar-se um aumento da fosfatase alcalina sérica e da alanina transaminase como consequência de hipóxia hepática secundária à grave hipovolemia. Podem haver outras anomalias eletrolíticas devido ao vômito e diarréia graves, as quais devem ser monitorizadas. (PEREIRA, 2011) Os valores baixos para cálcio podem ser explicados pela absorção reduzida no trato gastrointestinal em virtude da doença e posteriormente a hipomagnesemia e hipoalbuminemia, já as médias de sódio apresentaram menores, sendo atribuídas às perdas de fluidos gastrintestinal em consequências da gastroenterite. Os valores baixos para Mg++ podem estar relacionados com a anorexia e a restrição alimentar devido a presença de vômito, causando hipocloremia, desencadeando um desequilíbrio eletrolítico. Leite et. al. (2014). CONCLUSÕES A maioria dos animais que possuem Parvovirose Canina possuem em seus parâmetros hematológicos a leucopenia em maior destaque, sendo mais acentuada no período de maior gravidade da doença no animal. Mais da metade dos animais possuem perda de proteínas totais devido à perda protéica no intestino causada pela lesão hemorrágica, havendo consequentemente hipoalbuminemia. Há aumento da uréia e creatinina, podendo ocorrer diante da desidratação e acima de 50% dos animais enfermos, possuem hipocalcemia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COETZER, J.A.W, TUSTIN, R.C. Infeciones diseases of livestock. 2th. vol. 2. New York. Oxford, p JONES T.C., HUNT R.D. & KING N.W. Moléstias causadas por agentes virais.patologia Veterinária, 6ª ed, p manole, São Paulo, HOSKINS, J.D. Canine viral enteritis. In: Greene, C.E. (Ed.) Infectious diseases of the dog and cat. 2th. Philadelphia: Saunders, p
5 OLIVEIRA, Eduardo Conceição. Achados patológicos e avaliação imunoistoquímica em cães com Parvovirose Canina. Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária - Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007, 68p. PEREIRA, Vera Santos. Cinética Leucocitária na Evolução Clínica da Parvovirose Canina. Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária, Universidade Técnica de Lisboa. Lisboa, HIRSCHMANN, Lourdes Caruccio. Padrões Hematológicos de cães errantes provenientes de seis municípios do Rio Grande do Sul. Monografia em Medicina Veterinária- Universidade Federal do Semi-Árido, Porto Alegre, 2012, 34p. RALLYSON, R.F.B.L.; QUESSADA, A.M.; FREIRE, L.D.S.; LIMA, W.C.; LIMA, D.A.S.D.; RODRIGUES, M.C.; SALA, P.L.; LANDI, U.N.; ZANIOLO, M.M. Leucócitos totais em cães com gastroenterite hemorrágica tratados por autohemoterapia. Jornal Interdisciplinar de Biociências, v.2, n.1,2017. FERREIRA, R.; BARBOSA, P. R.; GODINHO, E.; COSTA, U. M.; GONZÁLEZ, F. H. D.; FERREIRO, L. Alterações hemato-bioquímicas em cães jovens com gastroenterite viral: relato de 18 casos. Revista Científica de Medicina Veterinária. Pequenos Animais e Animais de Estimação, v. 2, p , ALVES, Amanda Ribeiro. Relato de Caso: Cuidados Intensivos na Gastroenterite Hemorrágica em Cão. Trabalho de Conclusão de Curso- Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília, Brasília, SANTANA, Rosália Bezerra. Estudo restrospectivo de casos de gastrenterite hemorrágica em cães filhotes atendidos no Hvet - UnB. Trabalho de Conclusão de Curso, Brasília, LEITE, Angélica Ramalho de Araújo. Parvovirose Canina no Semiárido Paraibano: Caracterização molecular, clínico-patológico e cardiovascular. Dissertação de PósGraduação em Medicina Veterinária da Universidade Federal de Campina, Patos-PB,2013. LEITE, A.R.A.; RODRIGUES, M.S.; MENDES, R.S.; ALFIERI, A.F.; SOUZA, P.M.; DANTAS, A.K.F.P.; TORRES, L.M.; SOUZA, A.M. Avaliação do Perfil Eletrolítico de Cães Acometidos pelo Parvovirus Canino. Patos-PB, Disponível em: Acesso em: 12/06/2018
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