Estimativas Contábeis e Continuidade Operacional
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1 Estimativas Contábeis e Continuidade Operacional Prof. Marcelo Aragão Alguns itens das demonstrações contábeis não podem ser mensurados com precisão, mas podem ser apenas estimados. Para fins desta Norma, essa forma de mensuração desses itens das demonstrações contábeis é denominada estimativa contábil. Estimativas contábeis podem estar associadas à previsão do desfecho de uma transação ou à mensuração do valor de uma transação corrente nas condições existentes na data da mensuração. A administração é responsável pelas estimativas contábeis. Os objetivos do auditor são obter evidência de auditoria suficiente e apropriada: a) se as estimativas contábeis registradas ou divulgadas nas DC são razoáveis; e b) se as respectivas divulgações nas demonstrações contábeis são adequadas, no contexto da estrutura de relatório financeiro aplicável. O auditor deve: -avaliaroriscodedistorçãoeograudeincertezanas estimativas - revisar e testar o processo de uma estimativa contábil - usar estimativa independente e comparar com a estimativa feita pela administração - revisar eventos subsequentes que confirmem o desfecho das estimativas 1
2 O auditor deve revisar o desfecho das estimativas contábeis incluídas nas demonstrações contábeis do período anterior ou, quando aplicável, seus recálculos posteriores para o período corrente. Uma diferença entre o desfecho da estimativa contábil e o valor originalmente reconhecido ou divulgado nas demonstrações contábeis não representa necessariamente uma distorção nas demonstrações contábeis. De natureza simples: menor risco e grau de incerteza Exemplos: estimativas frequentes ou rotineiras; derivadas de dados prontamente disponíveis; modelo de mensuração bem conhecido e aceito. De natureza complexa: maior risco e grau de incerteza Exemplos: estimativa em desfecho de litígios; estimativas com modelo altamente especializado. (ANALISTA/SUSEP/ESAF/2010) As estimativas contábeis reconhecidas nas demonstrações contábeis da empresa são de responsabilidade: a) dos auditores externos. b) dos advogados. c) da auditoria interna. d) do conselho de administração. e) da administração da empresa. (AFRFB/ESAF/2009) O auditor, ao avaliar as provisões para processos trabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos três anos, os valores provisionados ficaram distantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor: a) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no período. b) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálculos que garantam os valores registrados. 2
3 c) ressalvar o parecer, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os reflexos nas demonstrações contábeis. d) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos, para estabelecer o valor da provisão. e) avaliar se houve o ajuste dos procedimentos, para permitir estimativas mais apropriadas no período. De acordo com o pressuposto de continuidade operacional, a entidade é vista como continuando em operação em futuro previsível. Quando o uso do pressuposto de continuidade operacional é apropriado, ativos e passivos são registrados considerando que a entidade será capaz de realizar seus ativos e liquidar seus passivos no curso normal dos negócios. A responsabilidade do auditor é obter evidência de auditoria suficiente sobre a adequação do uso, pela administração, do pressuposto de continuidade operacional na elaboração e apresentação das demonstrações contábeis e expressar uma conclusão sobre se existe incerteza significativa sobre a capacidade de continuidade operacional. Financeiros: passivo a descoberto; indicações de retirada de suporte financeiro por credores; fluxos de caixa operacionais negativos, etc. Operacionais: intenções da administração de liquidar a entidade ou interromper as operações; perda de pessoal chave da administração sem reposição; perda de mercado importante, clientes importantes, etc. 3
4 Outros: descumprimento de exigências de capital, incluindo outras exigências legais; processos legais ou regulatórios pendentes contra a entidade; mudança de legislação; catástrofe não segurada ou segurada por valor inferior, quando de sua ocorrência. O auditor deve revisar a avaliação da administração sobre a capacidade de continuidade operacional. Seaavaliação elaborada pela administração, i sobre a capacidade de continuidade, cobrir menos de doze meses, a partir da data das demonstrações contábeis, o auditor deve solicitar que a administração estenda o período de avaliação para pelo menos doze meses, a partir daquela data. A evidência de normalidade pelo prazo de um ano após a data das Demonstrações Contábeis é suficiente i para a caracterização dessa continuidade. Se forem identificados eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional, o auditor deve obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para determinar se existe ou não incerteza significativa, por meio de procedimentos adicionais de auditoria, incluindo a consideração de fatores atenuantes, como, por exemplo, avaliar os planos da administração para ações futuras em relação à avaliação da continuidade operacional. 4
5 - Se for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis: opinião sem ressalvas e incluir um parágrafo de ênfase. - Se não for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis: opinião com ressalva ou adversa. Nesse caso, o auditor deve expressar uma opinião adversa independentemente das demonstrações contábeis incluírem ou não a divulgação da inadequação do uso, pela administração, do pressuposto de continuidade operacional. (ANALISTA/SUSEP/ESAF/2010) O auditor externo, ao avaliar as demonstrações contábeis da empresa Evolution S.A., identificou que a empresa está discutindo a similaridade de seus produtos com produtos de concorrentes que possuem isenção de tributação. A empresa não vem recolhendo o referido tributo há mais de 5 anos e o valor relativo a essa contingência é significativo. Caso a decisão vier a ser contrária à empresa, a mesma entrará em processo de descontinuidade. A decisão deve ter seu mérito julgado em quatro anos. Dessa forma deve o auditor emitir parecer: a) negativa de opinião, por não poder firmar opinião sobre as demonstrações contábeis. b) com ressalva, evidenciando o fato como restritivo às demonstrações contábeis. c) adverso, por não permitir avaliar as demonstrações contábeis. d) sem ressalva, visto que há incerteza no desdobramento da causa. e) sem ressalva, com introdução de parágrafo de ênfase fazendo referência à nota explicativa que deve descrever detalhadamente o evento. 5
6 (AFRFB/ESAF/2009) No processo de análise da continuidade dos negócios da empresa Extensão S.A., o auditor constatou que a empresa estava com passivo a descoberto. Os diretores financeiro e de produção pediram demissão, estando a empresa com dificuldades para substituí-los. A entidade foi autuada por impostos não recolhidos, sem grandes chances de sucesso em sua defesa. Esses fatos representam respectivamente indicadores: a) de operação, de operação e financeiro. b) financeiro, financeiro e financeiro. c) de outras indicações, de operação e financeiro. d) financeiro, financeiro e de operação. e) financeiro, de operação e de outras indicações. (AFRFB/ESAF/2009) O auditor da empresa Encerramento S.A. obteve evidências da incapacidade de continuidade da entidade, nos próximos 6 meses. Dessa forma, deve o auditor: a) informar, em parágrafo de ênfase no parecer, os efeitos da situação na continuidade operacional da empresa de forma que os usuários tenham adequada informação sobre a situação. b) emitir parecer com ressalva, limitando o escopo dos trabalhos pelas restrições financeiras apresentadas pela atividade. c) emitir parecer com abstenção de opinião por não conseguir determinar a posição econômica e financeira da empresa. d) emitir parecer sem ressalva, mas estabelecendo que a empresa apresente as demonstrações contábeis, de forma a divulgar os valores dos ativos e passivos por valor de realização. e) relatar em parecer adverso os efeitos no patrimônio que o processo de descontinuidade i d l d i 6
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