INOVAÇÕES NA AGRICULTURA FAMILIAR: ESTUDO DE CASO EM PROPRIEDADES RURAIS LEITEIRAS NO PARANÁ
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- Giovanna Gomes Bugalho
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1 INOVAÇÕES NA AGRICULTURA FAMILIAR: ESTUDO DE CASO EM PROPRIEDADES RURAIS LEITEIRAS NO PARANÁ Fernanda Mattioda (UTFPR) Juliana Vitoria Messias Bittencourt (UTFPR) Guatacara dos Santos Junior (UTFPR) O presente trabalho tem como principal objetivo apresentar a implantação de Unidades de Referencia no meio rural para promover a transferência de informação e conseqüentemente a inovação do setor lácteo. Esta metodologia de Unidade de Referrência proporciona a aproximação de pesquisadores, extensionistas e agricultores, e o desenvolvimento de uma série de ações e capacitação em torno de uma propriedade. Portanto, foram selecionadas cinco propriedades rurais leiteiras nos municípios de Fernandes Pinheiro e Teixeira Soares - PR, trabalhadas como Unidades de Referencia. O estudo e a coleta de dados foram realizados no período setembro de 2009 a julho de Aplicação de questionários e coletas de amostras de leite para análises de Contagem de Células Somáticas e Contagem Bacteriana Total, foram feitas a fim de determinar o nível de conhecimento dos agricultores e a qualidade do leite produzido, respectivamente. A transmissão de informações aos produtores foi feita através de visitas técnicas e treinamento higiênico-sanitário. Por meio desta pesquisa conclui-se que a implantação de URs, pode ser capaz de melhorar a qualidade destas propriedades através das inovações propostas no treinamento. Palavras-chaves: Qualidade do leite, Treinamento higiênico-sanitário, Unidades de Referência
2 1. Introdução A agricultura exerce importância nacional como fonte geradora de alimentos. Zylbersztajn e Neves (2000) definem a agricultura como produção rural ou produção primária, considerados agentes atuantes na geração de matéria prima para indústria de alimentos. No setor primário da economia brasileira, a agricultura familiar é um setor que com o passar do tempo foi rompendo conceitos e se consolidando. Schneider (2003) relata que a agricultura familiar passa a ser utilizada com mais freqüência em discursos de movimentos sociais rurais, por órgãos do governo ou segmentos acadêmicos. A Agricultura Familiar é definida segundo a Lei número de julho de 2006, a qual considera o agricultor familiar aquele que pratica atividades no meio rural e que não detenha área maior do que 4 (quatro) módulos fiscais; utilize mão-de-obra da própria família nas atividades do seu estabelecimento; tenha renda familiar originada de atividades econômicas do próprio estabelecimento. Este Sistema de Agricultura Familiar exerce papel importante em pequenas cidades, e a melhoria de renda deste segmento por meio de sua maior inserção no mercado tem impacto importante no interior do país e por conseqüência nas grandes metrópoles. Diante da relevância da agricultura familiar, deve-se assegurar que a produção de alimentos por parte destes agricultores seja de acordo com as exigências do mercado e inovações do setor, resultando em um processo produtivo de qualidade. Entretanto, a falta de recursos dos agricultores familiares é um fator que dificulta a introdução de novos métodos ou tecnologias na propriedade rural, além da insegurança em correr riscos e o emprego de mão de obra menos qualificada nesse segmento, dificultando a melhoria da produção (FRANÇA, 2006). No que diz respeito à Inovação Tecnológica, segundo Barbieri (2004), é o processo realizado por uma organização para implementar produtos ou processos, visando novas soluções técnicas, funcionais ou estéticas, e com o objetivo de alcançar resultados positivos. O autor comenta ainda que tais soluções podem se apresentar das seguintes formas: novo processo produtivo ou alterações em processos existentes; modificação ou substituição de produto; fabricação de produtos a partir de um processo produtivo comum; e ainda novos produtos que exijam novas tecnologias. Com base nesta definição de Inovação Tecnológica, o presente artigo justifica-se pela necessidade de promover a inovação no setor primário, principalmente no que diz respeito ao Sistema de Agricultura Familiar, o qual é formado por pequenos produtores que, na maioria das vezes, não possuem acesso as informações técnicas ou inovações do setor a que pertencem. Portanto, este trabalho tem como principal objetivo apresentar a implantação de Unidades de Referencia no meio rural para promover a transferência de conhecimento e conseqüentemente a inovação do setor Lácteo. Dessa forma, o conceito de Unidade de Referência (UR) é definido na Secretaria da Agricultura Familiar, do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), como assistência técnica e extensão rural direta ao agricultor familiar, realizando visitas em que são coletadas informações sobre as atividades da propriedade rural. 2
3 Esta metodologia de Unidade de Referência foi desenvolvida a partir de 1981 pelo Institut de L Élevage, na França, a qual proporcionou a aproximação de pesquisadores, extensionistas e agricultores (PERERA, 2009). Portanto, a Unidade de Referência é considerada uma idéia ampla, a qual permite o desenvolvimento de uma série de ações e capacitação em torno de uma propriedade. E deve proporcionar espaço para a potencialização das experiências de agricultores, assim como validar novos métodos de produção, ou até mesmo construir soluções a partir de elementos observados nas unidades e agricultores participantes. 2. Metodologia O presente estudo está inserido em um Projeto de Extensão da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) em parceria com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A pesquisa e a coleta de dados foram do período de setembro de 2009 a julho de 2010, totalizando 11 meses de estudo. O estudo foi realizado nos municípios de Fernandes Pinheiro e Teixeira Soares, pertencentes à Região Sudeste do Paraná. A escolha dos municípios foi feita com base em informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2000), baseando-se em questões de IDH e economia do município. Portanto, estes municípios atendiam aos requisitos definidos pela pesquisa, sendo municípios de IDH reduzido se comparado aos demais municípios, e com economia voltada para a agricultura familiar e produção leiteira. Finalizada a etapa de seleção dos municípios, a escolha das Unidades de Referência (UR) foi a partir de uma avaliação inicial dos produtores leiteiros dos municípios em estudo. Esta avaliação contou com o apoio de técnicos das Instituições locais, em especial o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER dos municípios, a qual disponibilizou os dados referentes ás comunidades rurais e os produtores da região. Nesta avaliação inicial foram levados em consideração os aspectos sociais e técnicos dos produtores, bem como a observação das condições das propriedades que poderiam se tornar UR s, através de visitas. Portanto, o quadro 1 apresenta os aspectos analisados. Aspectos Sociais Aspectos técnicos Agricultores familiares Mão - de obra Propriedade Sanitário Produtivo Fonte: Adaptado de França (2006) Sexo, idade, escolaridade, motivação, participação da atividade na renda total da família. Familiar ou contratada Atividades exploradas, área de produção, tipos de pastagens e manejo, instalações, maquinário e equipamentos, rebanho Problemas mais freqüentes, controle de doenças, vacinação e exames realizados, técnicas para prevenção de mastite Número e método de ordenha, higienização, médias de produção Quadro 1: Aspectos considerados na seleção de URs Após a verificação destes aspectos, foram estabelecidas as URs por pesquisa participativa, em comum acordo com as comunidades rurais e com os parceiros. 3
4 O fator decisivo na escolha das UR s foi acessibilidade á família de produtores, onde foi possível observar quais produtores realmente possuíam interesse em adquirir informações a respeito da produção leiteira e qualidade da matéria-prima, além das inovações do setor. Dessa forma, foram selecionadas cinco propriedades rurais leiteiras, as quais foram trabalhadas como Unidades de Referência. Das UR s escolhidas, duas pertencem ao município de Fernandes Pinheiro em assentamentos distintos, e três localizam-se em Teixeira Soares, duas em assentamento e uma em comunidade rural. Para a caracterização das UR s, um dos métodos utilizados foi aplicação de questionários aos produtores, ao iniciar os trabalhos de acompanhamento, em setembro de A aplicação deste questionário teve como objetivo determinar o grau de conhecimento higiênico-sanitário de cada produtor, assim como as condições da propriedade e de produção leiteira. O questionário aplicado é composto de perguntas abertas e fechadas, o qual buscou diagnosticar os fatores relacionados à produção leiteira, como características do rebanho, manejo de ordenha, higiene nas atividades, refrigeração e armazenamento do leite. O questionário foi adaptado de França (2006). No que diz respeito à caracterização das UR quanto á qualidade do leite, mensalmente foram realizadas coletas de amostras de leite e encaminhadas para o Laboratório da Associação Paranaense de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa (APCBRH). A coleta de leite seguiu as instruções descritas no Manual de Operações de Campo Coleta de Amostras, da APCBRH. As análises consideradas no presente trabalho foram Contagem Bacteriana Total (CBT), Contagem de Células Somáticas (CCS). No que diz respeito à transferência de informações e tecnologias as URs, a mesma foi realizada através de visitas técnicas, feitas ao menos uma vez na semana em cada UR. Estas visitas técnicas tinham como finalidade repassar informações aos produtores com relação aos parâmetros higiênicos sanitários da produção leiteira. Dessa forma, com base nas bibliografias e exigências impostas pela IN 51, foi elaborado e repassado um treinamento higiênico-sanitário aos produtores, realizado a cada visita. Para verificar o quanto os produtores das URs assimilaram as informações e as técnicas repassadas no treinamento higiênico-sanitário, fez-se necessário a avaliação por meio das análises de qualidade do leite, coletadas mensalmente neste estudo. São as análises de CBT, CCS. A análise dos dados foi por meio de comparação entre a primeira e última análise, para verificar se houve melhoria nos fatores analisados. 3. Resultados e Discussão 3.1 Caracterização das Unidades de Referência A partir do questionário aplicado as UR s, foi possível verificar que se caracterizam como Agricultura Familiar, as quais possuem a diversificação das atividades agropecuárias e além da bovinocultura de leite trabalham com culturas de milho e feijão. A diversificação da produção representa para os agricultores familiares uma estratégia de redução de riscos e incertezas, surgindo como uma resposta a uma situação de crise (GRISA, GAZOLLA, SCHNEIDER, 2010). 4
5 A área das UR s varia de 12 a 35 hectares, e no que diz respeito à produção de leite, a média diária varia de período para período, com base na alimentação do animal. Dessa forma, a produção leiteira das propriedades varia de 5 a 14 litros por vaca. A ordenha é realizada pelos produtores duas vezes ao dia, geralmente às 6 da manhã e às 17 da tarde. Os produtores C e D realizam a ordenha manual, e o restante trabalha com ordenha mecânica, entretanto, de acordo com Scalco et al (2007) a utilização de ordenha mecânica não contribui para a melhoria da qualidade do leite. Ou seja, pode até contribuir para a falta de segurança do leite entregue aos laticínios, caso não sejam tomados os cuidados necessários de higienização do equipamento. Com relação ao armazenamento do leite cru, a Instrução Normativa n 51 exige que seja feito logo após a ordenha, em tanque refrigerador a granel. Apenas a propriedade E possui este equipamento, o restante das propriedades possui latões e freezer para armazenar o leite. E a propriedade D envia o leite a um resfriador comunitário. Os produtores A e B entregam leite a um laticínio que paga por qualidade, o qual considera parâmetros de Contagem Bacteriana Total (CBT), Contagem de Células Somáticas (CCS) e a gordura presente o leite, e quinzenalmente o laticínio repassa os resultados das análises aos produtores. O restante dos produtores entrega leite a um laticínio que não possui pagamento diferenciado por qualidade. Com relação ao quanto os agricultores familiares conhecem a Instrução Normativa n 51, pode-se concluir que apenas três tinham recebido informações contidas na legislação, porém, por meio das observações feitas no local de trabalho, nota-se que os mesmos não possuíam conhecimento amplo e suficiente da aplicação dos parâmetros exigidos. No que diz respeito às técnicas utilizadas no rebanho para prevenção de mastite, definida como a infecção no úbere que pode afetar a qualidade do leite, apenas um produtor utilizava a técnica de pré e pós-dipping. Segundo Pedrini e Margatho (2003), é indispensável um úbere saudável para garantir a elevada qualidade de produção. Os autores comentam que pré e pós-dipping consiste em mergulhar os tetos em soluções antissépticas adequadas, considerado uma etapa relevante na produção de leite, e capaz de garantir a redução de mastite contagiosa e ambiental. Um dos instrumentos utilizados para verificar a qualidade do leite, é o teste da caneca de fundo preto, o qual segundo Scalco et al (2007) é capaz de detectar a presença de mastite clínica no animal. Porém, os mesmos autores relatam que o produtor somente percebe que a vaca está com infecção em um estágio muito avançado da doença, quando ocorre mudança de comportamento da vaca e a redução da produção de leite, não se prevenindo de maneira correta. Anormalidades no leite, como a presença de grumos, também são observadas pelos produtores. Portanto, tal procedimento não é executado por dois produtores, C e D, os quais desconheciam os benefícios de se executar o teste de caneca de fundo preto. Ribeiro et al (2003) afirmam que o California Matitis Test (CMT) é um dos testes mais utilizados e eficientes para a detecção de mastite subclínica, pois ele detecta a presença da mastite, mesmo não apresentando anormalidades no leite, além de ser um indicador indireto de contagem de células somáticas no leite. O teste consiste na coleta individual de leite dos quartos mamários, em uma bandeja apropriada, adicionando um detergente aniônico neutro. Ambos os testes, caneca de fundo preto e CMT podem ser realizados pelo próprio produtor, porém apenas um produtor realizava o CMT, o restante desconhecia o teste. 5
6 3.2 Treinamento higiênico sanitário XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO O objetivo do treinamento foi garantir a adequação dos parâmetros de produção e qualidade do leite, através da transmissão de informações e técnicas, até então inutilizadas ou até mesmo desconhecidas por estes produtores. O treinamento abordou seguintes aspectos relacionados à produção leiteira: utensílios e equipamentos, higiene dos operadores/ordenhadores, ambiente de trabalho e manejo dos animais, de acordo com o Quadro 2. Temas do Treinamento Higiênico-sanitário Utensílios e Equipamentos Higiene dos Operadores/ordenhadores Ambiente de Trabalho Manejo do Rebanho Fonte: Autoria Própria (2011) Descrição dos aspectos abordados no treinamento - Higienização dos equipamentos: recomendou-se o uso de água quente a 72 C, para facilitar a retirada da gordura do leite no equipamento; detergente básico diariamente após a ordenha, para retirada da gordura, proteína e lactose; e detergente ácido semanalmente, para a retirada dos minerais do leite. - Higiene pessoal: práticas de higiene lavando-se as mãos e braços com sabão, além de manter hábitos limpos no momento da ordenha, a fim de evitar a contaminação do leite pelo próprio ordenhador. - Local de permanência do rebanho: local limpo e seco para evitar a contaminação de microrganismos responsáveis pela mastite, devido ao contato do teto dos animais com o solo úmido e infectado por microrganismos. -Sala de ordenha: lavagem diária do piso, assim como a manutenção da higiene do ambiente onde se refrigera o leite, sem outros objetos desnecessários a atividade. - ordem de ordenha dos animais: animais sadios são ordenhados primeiramente, seguidos dos animais infectados; - desinfecção dos tetos: antes e após a ordenha e a secagem com papel toalha descartável. - Prevenção de mastite no rebanho: recomendou-se a realização do Teste de California Matitis Test CMT e o teste da caneca de fundo preto Quadro 2 Aspectos abordados no Treinamento Higiênico-sanitário aplicado as UR s. 3.3 Análise da melhoria da qualidade do leite das UR s A verificação da absorção das informações repassados no treinamento, por parte dos Agricultores Familiares, foi feita através dos resultados das análises de Contagem de Células Somáticas (CCS) e Contagem Bacteriana Total (CBT), os quais foram comparados com os limites estabelecidos na Instrução Normativa n 51, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A escolha destes parâmetros foi pelo fato de que estas análises de CCS e CBT refletem o estado higiênico-sanitário da atividade leiteira desenvolvida por cada agricultor familiar, trabalhado como Unidade de Referência. Portanto, a figura 1 apresenta os valores de CCS das amostras de leite de cada UR, do primeiro e último mês de análise. Dessa forma, observa-se que as Unidades de referência B, C, D e E tiveram reduções significativas nos seus valores. 6
7 Figura 1 Primeiro e último mês de análise de Contagem de Células Somáticas No caso na UR A, este aumento no valor de CCS pode ter sido devido a diversos fatores, como disponibilidade de alimentação do rebanho, baixa produção de leite por animal em lactação, perído com muita chuva e falta de conhecimento das normas estabelecidas na Instrução Normativa n 51. Fatores esses que interferem diretamente no nível de CCS. Portanto, de acordo com estes resultados obtidos das análises laboratoriais e comparados a IN51, a qual estabelece máximo de 750X10 3 CS/mL para CCS, nota-se que os valores permaneceram abaixo do item estabelecido. Segundo Gimenes e Ponchio (2004), o leite com alta CCS pode afetar negativamente a indústria, como a produção de leite em pó, manteiga e leite UHT, reduzindo a vida de prateleira, e produzindo sabores indesejáveis. E com relação à saúde pública, à medida que há aumento de CCS do rebanho, maior é a probabilidade de serem encontrados resíduos de antibióticos no leite. Portanto, deve-se ter o controle deste parâmetro a fim de garantir um leite de qualidade e um processo rentável, tanto para o produtor rural como para a indústria. Com relação à CBT, a figura 2 apresenta seus valores e observa-se que todas as Unidades de Referência tiveram seus valores reduzidos. 7
8 Figura 2 Primeiro e último mês de análise de Contagem Bacteriana Total Merece destaque a UR B, pois possuía um valor extremamente elevado na primeira análise, porém, no decorrer dos meses o valor reduziu e permaneceu constante e abaixo dos limites descritos na IN51, a qual estabelece 750X10 3 UFC/mL. Fato ocorrido devido a mudanças na higienização da ordenhadeira. A UR B desconhecia a importância da correta higienização dos utensílios e não possuía nenhum procedimento estabelecido para esta tarefa, apenas utilizava água fria para a limpeza do equipamento. Porém, a partir das informações repassadas no treinamento, deu início nos novos procedimentos, e passou a seguir corretamente as etapas de sanitização dos eqeuipamento, utilizando água quente, detergente básico diariamente e detergente ácido uma vez na semana, e dessa forma foi possível reduzir significativamente o valor. 4. Considerações Finais Diante das características do Sistema da Agricultura Familiar, e dos dados coletados durante a pesquisa, ressalta-se a relevância deste trabalho, a fim de transmitir conhecimento e informação ao segmento rural. E no que diz respeito aos produtores de leite, os quais necessitam de informações técnicas para produzir um leite de qualidade, esta alternativa de informá-los por Unidades de Referência teve resultado positivo, pois com base nos resultados de CCS e CBT, percebe-se a redução destes parâmetros e conseqüentemente a melhoria na qualidade do leite produzido Portanto, conclui-se através deste estudo que a implantação de Unidade de Referencia em propriedades rurais leiteiras, considerada inovação no meio rural, foi capaz de transmitir melhorias na produção leiteira. Referências BARBIERI, José Carlos. Produção e Transferência de Tecnologia. Editora Ática S.A: São Paulo, SP,1990. BRASIL. Lei nº , de 24 de julho de Estabelece as diretrizes para a formulação da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. 8
9 BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n 51, de 20 de setembro de Aprova os Regulamentos Técnicos de produção, identidade e qualidade do leite tipo... Diário Oficial da União, Brasília, 18 de Setembro de Seção 1. FRANÇA, Silvia R. de A.Perfil dos produtores, características da propriedades, e qualidade do leite bovino nos Municípios de Esmeraldas e Sete Lagoas MG f. Tese (Doutorado em Ciência Animal) - Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, GIMENES, Raquel M.; PONCHIO, Leandro A. Elaboração de sistema de pagamento de leite pela qualidade para fornecedores da empresa A. In: Congresso Brasileiro de Qualidade do Leite, 2, 2006, Goiânia. Anais eletrônicos... Disponível em< Acesso em 20 mar GRISA, Catia; GAZOLLA, Marcio; SCHNEIDER, Sergio. A produção invisível na agricultura familiar: autoconsumo, segurança alimentar e políticas públicas de desenvolvimento rural. Agroalimentaria. Vol. 16, Nº 31; jul-dez PEDRINI, S. C. B.; MARGATHO, L. F. F. Sensibilidade de microrganismos patogênicos isolados de casos de mastite clínica em bovinos frente a diferentes tipos de desinfetantes. Arquivos do Instituto Biológico, v. 70, n. 4, p , PERERA, Apes F. P. Avaliação da Rede de Referência como estratégia de transferência de tecnologia na perspectiva dos agricultores, f. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Sistemas de Produção Agrícola Familiar. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. RIBEIRO, Maria E. R.; PETRINI, Lelis A. ; AITA, Marta F.; BALBINOTTI, Maira; STUMPF JR, Waldyr; GOMES,Jorge F.; SCHRAMM, Renata C. ; MARTINS, Paulo R.; BARBOSA, Rosângela S. Relação entre mastite clínica, subclínica infecciosa e não infecciosa em Unidades de Produção Leiteiras na Região Sul do Rio Grande do Sul. Revista Brasileira de Agrociência, v. 9, n. 3, p , jul-set, SCALCO, Andréa R.; MACHADO, João G. de C. F.; QUEIRÓZ, Timótio R. Gestão da qualidade em propriedades leiteiras. In: Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, 45, 2007, Tupã. Anais eletrônicos... Disponível em< > Acesso em 14 de mai SCHENEIDER, Sérgio. Teoria social, agricultura familiar e pluriatividade. Revista Brasileira de Ciências Sociais. vol.18 no.51, São Paulo, Fev ZYLBERSZTAJN, Decio, NEVES, Marcos F. Economia e gestão dos negócios agroalimentares. São Paulo: Pioneira,
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