PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

Transcrição

1 ACÓRDÃO Registro: Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº , da Comarca de Ribeirão Preto, em que são apelantes FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA. e GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA., é apelado CONDOMÍNIO COMERCIAL DO SHOPPING CENTER SANTA ÚRSULA DE RIBEIRÃO PRETO. ACORDAM, em 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento ao recurso do Facebook e deram parcial provimento ao Google. Por maioria de votos.vencido o 3º juiz Des. Eduardo Sandeville, que dava provimento integral ao do Google e declara. Em prosseguimento, nos termos do art. 942 do CPC foram convocados o 4º juiz Des. José Roberto Cabella, que acompanha o relator e o 5º juiz Des. Vito Guglielmi, que acompanha a divergência.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores VITO GUGLIELMI (Presidente), PAULO ALCIDES, EDUARDO SÁ PINTO SANDEVILLE E JOSÉ ROBERTO FURQUIM CABELLA. São Paulo, 26 de outubro de Percival Nogueira RELATOR Assinatura Eletrônica

2 Voto nº Apelação Cível nº Comarca: Ribeirão Preto Apelantes: FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA. e GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA. Apelado: CONDOMÍNIO COMERCIAL DO SHOPPING CENTER SANTA PURSULA DE RIBEIRÃO PRETO JUIZ: Héber Mendes Batista OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZATÓRIA Retirada de mídias sociais das provedoras Facebook e Google Divulgação que culminou com criação de página nas redes sociais, com finalidade de organização de protestos em instalações de Shopping Cabimento em relação à retirada da página criada e ao vídeo veiculados na rede, o que não abrange o fornecimento de todos os dados cadastrais de todos os usuários envolvidos nos comentários e supostos endereços de URLs onde o conteúdo pode vir a ser criado ou compartilhado Recorrentes que são provedoras, meras hospedeiras fornecedoras de meios físicos, repassando mensagens e imagens transmitidas por outras pessoas, sem exercer contudo, qualquer juízo de valor Poder fiscalizador que não os transformam em órgãos censores de mensagens veiculadas nas provedoras, que apenas autorizadas a retirar aqueles que, após denúncia, se verificam ofensivos e ilícitos Sentença reformada em parte Recurso do Facebook provido e do Google provido parcialmente. Trata-se de recursos de apelação (fls. 580/613) interpostos por Facebook Serviços Online do Brasil Ltda. e Google Brasil Internet Ltda. contra a r. sentença de fls. 501/509, cujo relatório se adota, que julgou procedente a ação em face delas ajuizada pelo Condomínio Comercial do Shopping Center Santa Úrsula de Ribeirão Preto e determinar: a) seja mantida a liminar deferida e impor a ré Facebook, de

3 maneira definitiva, obrigação de fazer, consistente no bloqueio e retirada do ar da página https// bem como seus comentários, além de fornecer os dados cadastrais de todos os usuários que participaram direta e indiretamente dessa página, sob pena de multa diária de R$ ,00, limitada a dez milhões de reais; b) manter a liminar deferida e impor à ré Google Brasil Internet Ltda., obrigação de fazer, consistente no bloqueio acesso ao vídeo inserto no endereço eletrônico: esktop_uri%2fwatch%ffeature%3dplayer_embedded%26v%dzpthzzry iyo&app=desktop, além de inviabilizar o seu acesso por qualquer outro endereço, bem como remover seus comentários, além de fornecer os dados cadastrais de todos os usuários que criaram e divulgaram o referido vídeo, sob pena de multa diária limitada a R$ ,000,00 (dez milhões de reais). Em razão da sucumbência, condenou as rés ao pagamento das custas e despesas processuais (corrigidas desde o desembolso), mais honorários advocatícios dos patronos da autora, arbitrados em R$ 3.000,00. 1) Requer o apelante FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA a reforma da sentença, alegando que: a) os operadores do site Facebook procederam o envio dos dados responsáveis pela criação e administração do evento sustentado pela URL citada, mas ao determinar à quebra de sigilo de dados dos outros usuários que expressaram alguma opinião no referido evento, a decisão não se atentou aos princípios de razoabilidade e proporcionalidade; b) quanto aos usuários que criaram e administraram o evento citado, providências foram tomadas,

4 e como possuem discricionariedade de convidar e excluir integrantes do evento por ele criado e têm prerrogativas concernentes à administração de todo conteúdo publicado por seus convidados, é suficiente que sejam enviados os dados apenas dos administradores para que estes tomem as medidas cabíveis; c) os danos causados foram exclusivamente causados pelos administradores do evento, veiculação de vídeo considerado ilegal e comentários; d) se assim não fosse, o Facebook teria que fornecer dados sigilosos de pessoas que não praticaram o ilícito, em prejuízo do relacionamento de confiabilidade que seus operadores mantém com seus usuários; e) a regra vigente preza pela preservação da privacidade, nos moldes do disposto no art. 5º, X e XII, da Constituição Federal; e) impor ao apelante o dever de fornecer os dados daqueles que curtiram o evento ou comentaram sobre ele, é ordem judicial ineficaz, cf. art. 461, 3º do CPC, além do que, violaria o princípio da presunção da inocência, ao tratar da mesma maneira todos aqueles que indiretamente participaram do evento sustentado, o que configuraria medida excepcional, que acabaria por colocar toda a sociedade sob suspeita; f) que ao juiz competia a indicação da URL dos perfis que pretende a quebra de sigilo de dados, cf. o que preceitua o Marco Civil da Internet, artigo 19, caput e 1º; g) que tal prática configuraria censura prévia, vedada pelo artigo 220, parágrafos 1, 2º e 6º da Constituição Federal bem como geraria ofensa a vários outros princípios constitucionais; d) que a URL, como um sistema de identificação único de endereçamento na internet, como um endereço, havia que ser indicado pelo apelado, relativamente a cada um dos usuários responsáveis, sob perigo de retirar usuários com o mesmo nome dos suspeitos. Conclui que restou demonstrada a necessidade da reforma da sentença ou incidência de multa, haja vista que a obrigação é impossível de

5 ser cumprida, cf. art. 461, 3º e 4º do CPC, se não houver a indicação das URLs específicas; g) o valor da multa imposta ao FACEBOOK BRASIL é desproporcional, causaria enriquecimento sem causa e porque há que se manter a privacidade de seus usuários. Por último: a) pleiteia que a multa arbitrada deixe de existir ou alternativamente, deverá ser revisada e diminuída; b) a r. sentença deverá ser reformada quanto ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, haja vista que o ajuizamento dessa demanda não decorre de conduta ilícita praticada pela apelante. 2) Requer o apelante GOOGLE BRASIL INTERNET: a) o vídeo em questão já foi retirado do ar, mas deve-se levar em consideração que é de manifesto interesse público e presta um serviço à sociedade, sendo que a liberdade aos usuários para fazerem críticas e denúncias, deve ser preservada; b) a real intenção do apelado parece ser a de calar vozes das pessoas que se mostram indignadas com atitudes covardes e preconceituosas de seus prepostos, o que serviria de alerta à população e demais disso, não lhes pode ser negada liberdade de expressão, livre manifestação de pensamento, criação, informação e livre divulgação, assegurados constitucionalmente; c) a r. decisão é nula na parte em que determina que a apelante inviabilize o seu acesso por qualquer outro endereço, no sentido de que, a seu ver, é determinação genérica; d) a apelante possui somente os endereços de dos usuários, seu login, bem como registros dos números do IP, por isso não pode ser compelida a fornecer qualificação de usuários que não possui em seus bancos de dados. Resumidamente, pleiteia: 1) seja dado provimento ao recurso, para afastar a condenação imposta à Apelante de remover o vídeo, tendo em vista a patente legalidade do conteúdo reclamado, protegido pela liberdade de

6 expressão; 2) que seja declarada a nulidade da sentença no que se refere à determinação: além de inviabilizar o seu acesso por qualquer outro endereço, bem como remover seus comentários. Recebido o apelo em ambos os efeitos (fls. 641), e a apresentação das contrarrazões recursais ( 727/742). Oportunizada manifestação sobre julgamento virtual, houve oposição (fls.753). É o relatório. O autor, Condomínio Comercial do Shopping Santa Úrsula de Ribeirão Preto, ajuizou a presente ação contra FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA e GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA., sob alegação de que foi divulgado um vídeo, atráves de perfil anônimo, hospedado pelo segundo réu, inverídico, que culminou com uma página criada no Facebook contra a parte autora, com a finalidade de organização de protestos em suas instalações. O autor alegou que existiram comentários tendenciosos abaixo do vídeo veiculado pela segunda ré e postagens nas redes sociais, onde havia insinuação de conduta ilegal por parte dos prepostos do autor. Assim, sua idoneidade bem como integridade física dos seus funcionários e clientes foi ameaçada. Postulou em liminar a condenação das rés, como bem disse a r. sentença: ao cumprimento de obrigação de fazer, consistente no bloqueio e exclusão das páginas do Facebook e vídeo postado no Youtube, bem como a identificação das pessoas que criaram ou, por qualquer meio, utilizaram aquela página e vídeo (fls. 502).

7 Pois bem. Passando-se a análise do recurso interposto pela FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA. A recorrente insurge-se quanto à determinação do juízo singular no sentido de que não pode ser responsabilizada pelos usuários da sua rede social, que curtiram ou comentaram na página citada, pois teria que fornecer dados sigilosos de pessoas que indiretamente praticaram o ilícito, e dessa forma, poderia incorrer em engano devido à grande quantidade de homônimos existentes na rede social, já que suas URLs não foram fornecidas pelo autor e nem pelo juízo. Alega ainda ser ordem ineficaz, cf. art. 461, 3º do CPC, além de violar o princípio da presunção da inocência. Diz que a obrigação é impossível de ser cumprida, cf. art. 461, 3º e 4º do CPC. E tem razão. Com efeito, a empresa não pode ser responsabilizada pela quebra de sigilo de dados dos outros usuários que expressaram alguma opinião no referido evento, através de posts ou curtidas. Trata-se de obrigação impossível de ser cumprida, cf. art. 461, 3º e 4º do CPC. Nesse sentido, a decisão não se atentou aos princípios de razoabilidade e proporcionalidade devidos, ao impor uma multa vultosa. Verifica-se que a empresa FACEBOOK forneceu o que lhe competia, ou seja, os endereços de IP dos administradores da página relacionada ao evento citado, armazenados em seu provedor (fls. 521/576).

8 Conforme já se pronunciou esta Câmara, com posicionamento adotado pelo Exmo. Des. Fortes Barbosa, na Apelação Cível n , j. em 15/05/2014, provimento, em parte, por v.u.), onde fui 3º juiz, lê-se: "O Facebook adota conduta lícita, disponibilizando um serviço de hospedagem de perfis na Internet, de maneira que pessoas dispostas ao preenchimento das regras previamente fixadas, encontram um meio para divulgar conteúdos diversificados e sem que a ré possa saber, por antecipação, se direitos subjetivos de terceiros serão, potencialmente, lesados pela veiculação feita. A situação, equivale àquela de uma biblioteca pública, pois seu mantenedor não pode ser responsabilizado pelo conteúdo dos livros, que não escreveu (TJPR, Ap , Rel. Des. Antônio Gomes da. Silva, j ). Na lição de Rui Stoco, o provedor da Internet age como mero fornecedor de meios físicos, repassando mensagens e imagens transmitidas por outras pessoas e, portanto, não as produziu nem exerceu juízo de valor. O fato de ter o poder de fiscalização não o transforma em órgão censor das mensagens veiculadas nos sites, mas apenas o autoriza a retirar aqueles que, após denúncia, se verificam ofensivos e ilícitos (Tratado de Responsabilidade Civil, 6ª edição, pág. 901).

9 O provedor hospedeiro, no caso o Facebook, não pode ser responsabilizado por cada uma das milhares de inserções que são feitas a cada minuto pelos internautas, pois apenas disponibiliza o espaço para a inserção. Verifica-se, da mesma forma, a impossibilidade de monitoramento prévio, contínuo e ininterrupto sobre cada inserção. Falta, aqui, a causalidade adequada, pois coube a terceiros desconhecidos e não à recorrente (Facebook), elaborar o conteúdo contestado e o promover sua disponibilidade pública. Os serviços mantidos, cuja natureza lícita é inquestionável, só serviram de meio, do que decorre a ausência do dever de indenizar. Quanto ao recurso interposto pela GOOGLE BRASIL INTERNET, improcede a alegação quanto à manutenção ou não do vídeo no ar. Nesse sentido, concordo com o entendimento do Juízo a quo ao afirmar que (...) as publicações (fls. 24/25) e o vídeo (assistido na íntegra por este julgador) eram capazes de denegrir a imagem do autor, especialmente porque a ele era imputada a pecha de empresa homofóbica. Por conseguinte, as publicações e o vídeo devem mesmo ser excluídos da rede, especialmente em razão de sua inconteste idoneidade ofensiva (fls. 508).

10 No mais, os outros argumentos da apelante, quanto aos comentários feitos em relação ao vídeo, baseiam-se na mesma fundamentação acima esposada quanto à primeira apelante, em relação à determinação no sentido de inviabilizar o acesso ao vídeo por qualquer outro endereço, bem como remover os seus comentários. A r. decisão não se atentou aos princípios de razoabilidade e proporcionalidade devidos. A empresa GOOGLE BRASIL INTERNET, alegou possuir somente o endereço de dos usuários, seu login e registros de números de IP, por isso, não há como fornecer qualificação de usuários que não possui em seus bancos de dados. Afora isso, não se deve perder de vista que o cidadão comum, que está habituado a acessar a internet, ou pelo menos aqueles que frequentam os shoppings e marcam encontros através das redes, como das apelantes, têm conhecimento de que se o vídeo fica indisponibilizado em sua fonte, ou seja, no seu provedor, não há como compartilhá-lo em outros lugares da internet, a não ser que o usuário tenha salvado o respectivo vídeo e republicado e caso isso ocorra e venha a conhecimento público, deverá ser penalizado oportunamente, o que foge a esse âmbito recursal. Conclui-se ser impossível controlar a veiculação do vídeo em outros sítios, além do provedor. Trata-se de ordem ineficaz e impossível de cumprir, conforme já acima explicitado e cf. art. 461, 3º e 4º do CPC. Tendo em vista que as apelantes não são

11 responsáveis por nenhuma conduta ilícita, haja vista que atuam como provedores da internet, e agem como fornecedoras de meios físicos, permitindo as postagem de seus usuários, seja de qualquer conteúdo, sem todavia exercer nenhum juízo de valor e já cumpriram a determinação de retirarem as mídias do ar, as multas impostas deverão deixar de existir, já que não há mais qualquer conteúdo disponível que possa gerar danos comprovados ao autor, advindo da conduta das rés, ora apelantes. Até porque, responsabilizá-las pelo dever de vigilância eterna quanto à veiculação desses conteúdos, seria como imputar-lhes multas que jamais cessariam, o que foge aos critérios de proporcionalidade e razoabilidade. reformada, nesse sentido. Conclui-se que a r. sentença deverá ser Portanto, a ação deve ser julgada procedente somente para manter definitiva a obrigação de fazer concernente à retirada do ar da página da primeira apelante e a retirada do ar do vídeo da segunda apelante. Em razão disso, as multas arbitradas deverão deixar de existir, já que não possuem nenhuma finalidade. Sucumbência recíproca. Portanto, pelo exposto, meu voto dá provimento ao apelo do Facebook e dá parcial provimento ao apelo do Google, para os fins indicados no parágrafo acima.

12 JOSÉ PERCIVAL ALBANO NOGUEIRA JÚNIOR Relator (assinatura eletrônica)

13 Voto nº Apelação nº Comarca: Ribeirão Preto Apelantes: Facebook Serviços Online do Brasil Ltda. e Google Brasil Internet Ltda. Apelado: Condomínio Comercial do Shopping Center Santa Úrsula de Ribeirão Preto DECLARAÇÃO DE VOTO Ação cominatória julgada procedente pela r. sentença de fls. 501/509, de relatório adotado, para determinar, sob pena de multa, o bloqueio e a retirada da página hospedada pelo réu Facebook, com o fornecimento dos dados cadastrais de todos os usuários que nela participaram, bem como determinar o bloqueio do acesso ao vídeo mantido pelo corréu Google e a remoção de seus comentários, com o fornecimento dos dados cadastrais de todos os usuários que criaram e divulgaram o referido vídeo. Recorre o vencido Facebook, forte na alegação de que apenas os dados referentes aos administradores da página em questão comportam fornecimento, de forma que o monitoramento de todos os usuários que curtiram ou comentaram sobre o evento constitui medida desproporcional e inconstitucional, não fornecidas, ademais, as url's referentes a tais usuários. Busca ainda o afastamento ou a redução da multa. Recorre também o corréu Google, argumentado pela licitude do conteúdo do vídeo; pela preservação da liberdade de expressão e da livre manifestação de pensamento; pela nulidade da decisão quanto ao impedimento de acesso ao vídeo por outros endereços; e pela suficiência dos dados já fornecidos acerca dos usuários responsáveis pelo vídeo. Recursos processados e respondidos. É o relatório. O d. relator entendeu pelo provimento do recurso do Facebook e parcial provimento quanto ao recurso do Google, afastando apenas a alegação quanto ao conteúdo do vídeo, ponto em relação ao qual, respeitado seu entendimento, ouso divergir. Isso porque, embora atribuam ao estabelecimento comercial a característica de homofobia, em verdade tanto a página quanto o vídeo não desbordam do exercício da liberdade de expressão e defendem bandeira de relevante interesse público. De outro lado, o autor é grande centro de compras, voltado à intensa circulação pública, sendo inerente à sua natureza a exposição a reclamações e

14 críticas, especialmente na atual era da integração informática entre todos os cidadãos, facilitadas as trocas de experiências entre seus consumidores. Nesse sentido, tanto no relato do vídeo quanto na organização do protesto não se nota abuso no exercício das garantias constitucionais e fundamentais da livre manifestação do pensamento e expressão. Não há palavras de baixo calão, expressões chulas ou desproporcionais que desbordem da complexidade da questão abordada ou da importância do trato dado aos clientes por um estabelecimento comercial que tem por função possibilitar o convívio de grande número de pessoas a fim de facilitar e estimular as vendas de suas diversas lojas. Nesses termos, meu voto manteria o provimento ao recurso do Facebook e daria provimento ao do Google, para afastar a determinação de exclusão do vídeo. EDUARDO SÁ PINTO SANDEVILLE 3º JUIZ

15 assinaturas digitais: Este documento é cópia do original que recebeu as seguintes Pg. Pg. Categoria Nome do assinante Confirmação inicial final 1 12 Acórdãos JOSE PERCIVAL ALBANO NOGUEIRA 6C7650C Eletrônicos JUNIOR Declarações de Votos EDUARDO SA PINTO SANDEVILLE 72DAB8D Para conferir o original acesse o site: informando o processo e o código de confirmação da tabela acima.