ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA EBRAMEC CURSO DE FORMAÇÃO INTERNACIONAL EM ACUPUNTURA

Transcrição

1 ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA EBRAMEC CURSO DE FORMAÇÃO INTERNACIONAL EM ACUPUNTURA CLEITON MARQUES MONTEIRO TRATAMENTO DE PÓLIPO NA VESÍCULA BILIAR PELA MEDICINA CHINESA SÃO PAULO 2016

2 CLEITON MARQUES MONTEIRO TRATAMENTO DE PÓLIPO NA VESÍCULA BILIAR PELA MEDICINA CHINESA Trabalho de Conclusão de Curso de formação em Acupuntura apresentado à EBRAMEC - Escola Brasileira de Medicina Chinesa, sob orientação do (a) Prof. Fabio Fonseca e Co-Orientação Dr. Reginaldo De Carvalho Silva Filho. SÃO PAULO 2016

3 CLEITON MARQUES MONTEIRO TRATAMENTO DE PÓLIPO NA VESÍCULA BILIAR PELA MEDICINA CHINESA BANCA EXAMINADORA Fabio Fonseca ORIENTADOR Dr. Reginaldo De Carvalho Silva Filho Co-Orientador Cleiton Marques Monteiro São Paulo, de de

4 RESUMO INTRODUÇÃO É denominado pólipo vesicular quando uma lesão projeta-se da parede vesicular para o interior da Vesícula Biliar (Dan). O diagnóstico de pólipo vesicular aumentou muito devido ao elevado uso da ultrassonografia abdominal. São diagnosticados em cerca de 5% da população em geral. Na medicina ocidental é tratado na maioria dos casos com cirurgia, na Medicina Chinesa (MC) não encontra- se literatura a respeito. OBJETIVO O presente estudo de caso visa iniciar uma discussão no âmbito da Medicina Chinesa (MC) de como essa patologia ocidental pode ser tratada com os seus conceitos, especialmente por se tratar de uma patologia assintomática. MÉTODO Acupuntura sistêmica da Medicina Chinesa (MC) durante 14 semanas uma vez por semana seção de 40 minutos. RESULTADO Por se tratar de uma patologia assintomática para obter-se o resultado foi necessário a paciente fazer exame de ultrassonografia abdominal, no qual foi constatado que não houve alteração no quadro da patologia com o tratamento efetuado. CONCLUSÃO O tratamento usado com Acupuntura com esta seleção de pontos escolhidas para o caso em questão não se mostrou eficaz para tratar a patologia ocidental de Pólipo na Vesícula Biliar(Dan). Palavras Chaves: Assintomática, Medicina Chinesa, Pólipo, Vesícula Biliar(Dan).

5 SUMMARY INTRODUCTION Is called when an injury vesicular polyp protrudes vesicular wall into the gallbladder. The diagnosis of vesicular polyp greatly increased due to the high use of abdominal ultrasound. Are diagnosed in about 5% of the general population. Western medicine is treated in most cases with surgery, in Chinese medicine (CM) is not about literature. GOAL This case study aims to start a discussion in the context of Chinese medicine (CM) as this Western pathology can be treated with their concepts, especially because it is a pathology asymptomatic. METHOD Systemic Acupuncture of Chinese medicine (CM). RESULT Because it is a pathology asymptomatic to obtain the result was necessary the patient take abdominal ultrasound, in which it was found that there was no change in the context of the disease with the treatment. CONCLUSION The treatment used with Acupuncture with this selection of points chosen for the case in question was not effective for treating Western pathology of Polyp on Gallbladder. Keywords: asymptomatic, traditional Chinese medicine, polyp, gallbladder.

6 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO...PAG MATERIAIS E MÉTODO...PAG APRESENTAÇÃO DO CASO...PAG ANALISE DO CASO...PAG BASE DE TRATAMENTO...PAG SELEÇÃO DE PONTOS...PAG CONCLUSÃO...PAG REFERÊNIAS BIBLIOGRÁFICAS...PAG.- 17

7 7 1-INTRODUÇÃO É denominado pólipo vesicular quando uma lesão projeta-se da parede vesicular para o interior da Vesícula Biliar (Dan). O diagnóstico de pólipo vesicular aumentou muito devido ao elevado uso da ultrassonografia abdominal. Os pólipos vesiculares são denominados de benignos ou malignos. Os benignos são classificados em: pseudotumores (pólipos de colesterol, pólipos inflamatórios; colesterolose e hiperplasia); tumores epiteliais (adenomas) e tumores mesenquimatosos (fibroma, lipoma, Hemangioma). Os malignos são os carcinomas da Vesícula Biliar(Dan). Os pólipos inflamatórios são pouco frequentes. Consistem numa reação inflamatória local de proliferação epitelial, com infiltrado de células inflamatórias, estando associada muitas vezes a colecistite crônica. O adenoma, apesar de ser um pólipo benigno, pode ter um comportamento pré-maligno. Esta é uma lesão habitualmente solitária, pediculada e pode estar associada à litíase vesicular. Devido ao mau prognóstico do carcinoma da vesícula biliar (Dan), é importante diferenciar entre um pólipo benigno e um pólipo maligno ou pré-maligno, de forma a proporcionar um tratamento adequado. O significado das lesões polipóides da vesicular biliar não é muito entendido pela maioria dos médicos e por isso a conduta nessas lesões é controversa. Habitualmente, os pólipos com mais de um cm de diâmetro são removidos cirurgicamente devido ao risco de malignização, sendo que os pacientes com pólipos menores necessitam de seguimento e diversas ultrassonografias de controle. Distinguir entre lesões não-neoplásicas, neoplásicas e lesões potencialmente malignas tem sido o grande desafio diagnóstico. Geralmente, pólipos menores que um cm e assintomáticos são seguidos por 6 a 12 meses com ultrassonografias de controle para estudar um possível crescimento rápido dessas lesões. Alguns estudos, no entanto, demonstraram que somente o diâmetro do pólipo não é um critério seguro de exclusão neoplásica. Um estudo demonstrou que 52,6% dos pólipos vesiculares menores que um cm eram lesões pediculadas neoplásicas.sugiyama et al reportaram que aproximadamente 30% dos pólipos entre 11 e 15 mm eram de colesterol. A colecistectomiavideolaparoscópica é o tratamento considerado padrão-ouro no tratamento dos pólipos não-neoplasicos. (Elias JirjossIlias) Na Medicina Chinesa (MC) não foi encontrada literatura desta mesma patologia ou uma síndrome que possa ser feita a relação. No estudo de caso em questão foram usados pontos de harmonização da Víscera Vesícula Biliar (Dan) e do órgão relacionado Fígado (Gan), os Acupontos foram agulhados com estimulo somente para harmonização e movimentação do Qi em seus canais principais e unitário, optou-se por este procedimento por falta de sintomas mais característicos de deficiência ou excesso.

8 8 2- MATERIAIS E MÉTODO Para a realização do estudo foram utilizados os materiais abaixo: Agulhas descartáveis de aço de 0,25 x 40 mm Algodão Álcool 70% para fazer a assepsia e o mesmo tipo de Algodão Seco para limpeza de sangramento do ponto caso necessário. Fita Hipoalergênica Maca Fita hipoalergênica para imobilizar as agulhas aplicadas nos pontos B 19 (Danshu), para que a paciente pudesse deitar-se com maior conforto e segurança, todos os materiais foram transportados em bandeja de inox. A paciente foi posicionada em Maca recoberta por lençol, deitando-se em decúbito dorsal Foram utilizados para a pesquisa livros, artigos, sites e materiais de apoio relacionados com a Medicina Chinesa.

9 9 3- APRESENTAÇÃO DO CASO Mulher 48 anos Diagnostico medico ocidental : Pólipo na vesícula biliar Paciente descobriu a patologia fazendo exames de checkup, onde numa ultrassonografia abdominal foi constatado a presença de Pólipo na vesícula biliar (Dan), pelo tamanho do pólipo ser de 0,42mm (exame 1) foi orientada a fazer novo exame depois de quatro messes para acompanhamento, no segundo exame o mesmo aparece com o tamanho de 0,3mm (exame 2), o que não caracteriza uma redução pois temos que considerar que este tipo de exame não é tão preciso em se tratando de medidas pequenas, podendo haver uma diferença principalmente por causa de sombras e da posição do paciente na hora do exame. A paciente não apresentava nenhuma queixa de dor ou outro sintoma especifico e só soube mesmo por ter ido fazer checkup, não porque tinha alguma suspeita de qualquer patologia.paciente não relata dores, nem sintomas específicos na vesícula biliar (Dan). Apresenta dor lombar somente no período de TPM e durante a menstruação, distensão das mamas, e mudança de humor, irritação, menstruação regular com duração de seis dias, sem coágulos. LINGUA: cor rosada, úmida com pouca saburra branca na raiz, inchada aumentada, fissura central e vasos sublinguais arroxeados com leve estagnação (figuras 1e2). PULSO: forte, rápido, medial e longo. Apresenta olheiras bem marcantes, mas dorme bem. Fumante, anda de bicicleta uma vez por semana aproximadamente 2 horas. HISTÓRICO CLÍNICO Possui hipotireoidismo (síndrome de Hashimoto) tireoidite autoimune Deficiência de vitamina D

10 10 Mioma uterino Dos 43 anos aos 45 teve quatro abortos espontâneos seguidos FATOS PESSOAIS Pessoa indecisa planeja e não executa, pensa muito nos outros, deixando de fazer algo para si mesma para fazer para outras pessoas, não se expressa guardando magoas, mas depois de um tempo longo esquece. Figura 1 Figura 2 A seguir teremos os exames realizados de acordo com a medicina ocidental e apresentados pela paciente, após estes exames foram feitos os atendimentos com acupuntura durante 14 semanas uma vez por semana por 30 minutos.

11 Exame 1 realizado em : 17/12/

12 Exame 2 realizado em:18/04/

13 13 4-ANÁLISE DO CASO A paciente apresenta poucas características relevantes, com algumas alterações somente no período menstrual essas alterações, irritação, distensão das mamas, vasos sub linguais roxeados, nos leva a uma estagnação do Qi do fígado (Gan), que pode influenciar na vesícula biliar (Dan). Pulso forte e rápido nos mostra calor, a língua úmida e aumentada demonstra umidade 5- BASE DE TRATAMENTO Nutrir a víscera vesícula biliar (Dan), retirar calor e umidade e movimentar o Qi do órgão fígado (Gan) 6- SELEÇÃO DE PONTOS Os pontos selecionados para o tratamento foram. M-MI-23 (Dannangxue) VB 40 (Qiuxu) direito VB 24 (Riyue) direito VB 34 (Yanglingquan) esquerdo B 19 (Danshu) bilateral F 3 (Taichong) bilateral BA6 (Sanyinjiao) esquerdo O ponto M-MI-23 (Dannangxue) foi escolhido por se tratar do ponto da vesícula biliar (Dan), responsável pelo tratamento de varias doenças que acometem essa Víscera e tem como uma de suas funções Dispersar Calor e Drenar Umidade Os pontos VB40 (Qiuxu), B19 (Danshu), VB24 (Riyue), são respectivamente ponte fonte, Beishu e ponto MU da Vesícula Biliar (Dan), tratando de forma a harmonizar o Yin Yang da Vesícula Biliar (Dan) e ainda a dispersar o QI do Fígado (Gan) e regular o canal Shaoyang. O ponto VB34 (Yanglingquan) foi selecionado por ser o ponto Mar e ponto Terra do canal, melhor ponto para ativar o canal e dispersar Calor e Umidade do Fígado (Gan) e Vesícula Biliar (Dan) e por fim os pontos BA6 (Sanyinjiao) e F3(Taichong) entram para ajudarem de uma forma mais abrangente os órgãos relacionados harmonizando o Aquecedor (Jiao) inferior. Em se tratando de um caso assintomático, estes pontos e essas combinações foram escolhidas de forma a expelir Calor e Umidade, nutrir e harmonizar fazendo fluir o QI na Víscera e em seu órgão correspondente, canais principal e Shaoyang.

14 14 A paciente foi tratada com uma seção por semana num período de 30 minutos durante quatorze semanas, iniciando-se em 01/07/2015 e a ultima em 30/09/2015, todas as seções transcorreram tranquilas e sem sintomatologia nenhuma. Após esse período de tratamento a paciente voltou a fazer exame de ultrassonografia para verificação dos resultados, exame realizado em 05/10/2015 (exame 3).

15 15 Exame 3 realizado após tratamento com Acupuntura.05/10/2015

16 16 7- CONCLUSÃO O caso em questão nos levou a concluir que o uso de acupuntura Sistêmica com os pontos que foram selecionados e posteriormente utilizados não tornou o tratamento eficaz, pois pode-se analisar pelos três exames de imagens realizados pela paciente que não houve alterações expressivas nas dimensões do pólipo em questão 4,2mm em 17/12/2014; 3mm em 18/04/2015 e após as sessões de Acupuntura com 3,6mm em 05/10/2015 as diferenças entre um exame e outro são de centésimo de milímetros o que não caracteriza diferenças reais pois há de ser levado em conta a posição do paciente no momento do exame e possíveis sombras.

17 17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APOSTILA ESCOLA BRASILEIRA DE MEDICINA CHINESA EBRAMEC AL-KHAFAJI, Mazin; DEADMAN, Peter; Manual de Acupuntura Brasil- ROCA 2011 JINGYI, Zhao; XUEMEI, Li; Acupuntura Padrões e Praticas Brasil ROCA ASSOC.MED.BRAS. VOL:56 Nº3 SÃO PAULO 2010 ELIAS JIRJOSS ILIAS