O fornecimento de senhas e caracteres de acesso à terceiros, causa negativa em indenização
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- Maria de Fátima de Santarém Teixeira
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1 O fornecimento de senhas e caracteres de acesso à terceiros, causa negativa em indenização Contribuição de Dr. Rodrigo Vieira 17 de dezembro de 2008 Advocacia Bueno e Costanze O fornecimento de senhas e caracteres de acesso à terceiros, causa negativa em indenização Atualmente em função dos grandes números transações financeiras ocorridas junto as instituições financeiras e pelas facilidades eletrônicas, hoje é muito grande as demanda em face dessas instituições. Essas inúmeras demandas dizem respeitos: à fraudes internas e externas de clientes, de funcionários, roubos e furtos, entre muitos outros fatos. Sem dúvida, a tecnologia utilizadas por essas instituições, tem muitos pontos positivos, contrariados pelos negativos. Recentemente, diante de um desses problemas, entendeu o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catariana, em Apelação Cível nº : "Diante de pedido formulado, de cancelamento de empréstimo esse adquirido por outra pessoa em seu nome, como também pleito indenizatório por danos morais, por cliente de conta bancaria, em face de instituição bancaria. Ocorre que consta dos autos que ao dar pela falta do cartão de crédito, o autor, solicitou seu cancelamento. Após consulta realizada no sistema bancário, entretanto, descobriu a realização de dois empréstimos e tentou resolver o problema com seu gerente. Na oportunidade, constatou-se que a transação foi realizada pelo seu irmão, que havia furtado o cartão um mês antes do efetivo cancelamento. Nessa toada a instituição financeira, salientou que para efetuar empréstimos, além do cartão, são necessárias duas
2 senhas de acesso ao sistema - informações que estavam em poder do familiar da cliente. Diante desses fatos e das provas apresentadas, o relator Marcus Tulio Sartorato, afastou qualquer conduta ilícita da instituição bancária, uma vez que todos os documentos e senhas para a transação foram apresentados. Como também, ressaltou que os códigos de acesso, em momento algum, poderiam ser transferidos a terceiro. A decisão foi unânime." Não resta dúvida que essa decisão irá abrir precedentes, para fundamentar e pautar futuras argumentações jurídicas em teses de defesa, junto a instituições financeiras. Muito tem-se falado, sobre as responsabilidades imputadas perante o Código de Defesa do Consumidor, onde está elencado o direito do consumidor em serem reparados, diante das violações, assim para tanto citamos o artigo 4º desse diploma: "Art. 4º - A Política Nacional de Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria de sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: a) por iniciativa direta; b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas; c) pela presença do Estado no mercado de consumo; d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho;
3 III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (artigo 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo; V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo; VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores; VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos; VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo." No mesmo sentido citamos o art. 14 do referido diploma, assim como segue: "Art O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 1º - O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - o modo de seu fornecimento; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi fornecido. 2º - O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.
4 3º - O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 4º - A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa." Em face dos dispositivos elencados acima, o que verificamos é a responsabilização pelo fornecedor quando relacionada a segurança do consumidor, seja, essa patrimonial ou pessoal. Em face do caso em tela, o que verificamos foi cumprimento do artigo 14, 3, II, onde a responsabilidade do fornecedor foi afastada, pelo fato da culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. Nessa oportunidade, forneceu senha pessoa, caracterizando a tipificação de culpa exclusiva do consumidor. Portanto, conforme debatido, o entendimento do relator, como mencionado anteriormente irá polemizar a ceara jurídica relativa a responsabilidade junto ao direito e deveres dos fornecedor e consumidores. Dessa forma, inicialmente, cabe aqui realizamos um ponto de atenção ao consumidor; "quanto ao fornecimento de senhas e códigos pessoais, evitar a divulgação para outras pessoas ou familiares, com isso evitar futuros aborrecimentos e problemas judiciais". Dados do Artigo Autor : Bueno e Costanze Advogados Contato franmarta@terra.com.br Texto inserido no site em Informações Bibliográficas :
5 Conforme a NBR 6023:2002 da Associação Brasileira de Normas Técnicas ( ABNT ), este texto científico publicado em periódico eletrônico deve ser citado da seguinte forma : Costanze, Bueno Advogados. (O fornecimento de senhas e caracteres de acesso à terceiros, causa negativa em indenização). Bueno e Costanze Advogados, Guarulhos, Disponível em : <
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