HISTÓRIA DE MATO GROSSO DO SUL

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1 MAYRA COUTINHO HISTÓRIA DE MATO GROSSO DO SUL TEORIA 39 QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS GABARITADOS Teoria e Seleção das Questões: Profª. Mayra Coutinho Organização e Diagramação: Mariane dos Reis 1ª Edição DEZ 2012 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É vedada a reprodução total ou parcial deste material, por qualquer meio ou processo. A violação de direitos autorais é punível como crime, com pena de prisão e multa (art. 184 e parágrafos do Código Penal), conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei nº 9.610, de 19/02/98 Lei dos Direitos Autorais). contato@apostilasvirtual.com.br apostilasvirtual@hotmail.com

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3 SUMÁRIO 1. A REALIDADE ATUAL E PASSADA DOS POVOS INDÍGENAS DE MATO GROSSO DO SUL Questões de Provas de Concursos e Exercícios Propostos A COLONIZAÇÃO DO TERRITÓRIO SUL-MATO-GROSSENSE POR COLONOS CASTELHANOS NOS SÉCULOS XVI E XVII Questões de Provas de Concursos e Exercícios Propostos AS INVESTIDAS DOS BANDEIRANTES PAULISTAS SOBRE O TERRITÓRIO SUL-MATO-GROSSENSE NOS SÉCULOS XVII E XVIII (CICLO DAS MONÇÕES E O CICLO MINERADOR EM CUIABÁ) Exercícios Propostos A PECUÁRIA NO PLANALTO MARACAJU-CAMPOS DE VACARIA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX Questões de Provas de Concursos e Exercícios Propostos A GUERRA DO PARAGUAI Questões de Provas de Concursos e Exercícios Propostos O COMÉRCIO NO RIO PARAGUAI E A EXPANSÃO ECONÔMICA DE CORUMBÁ Exercícios Propostos O CICLO DA ERVA MATE NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX Questões de Provas de Concursos e Exercícios Propostos OS CONFLITOS POLÍTICO-MILITARES ENTRE AS OLIGARQUIAS NO INÍCIO DO SÉCULO XX.. 21 Exercícios Propostos A FERROVIA NOROESTE E A EXPANSÃO URBANA NO SUL DE MATO GROSSO Questões de Provas de Concursos e Exercícios Propostos O MOVIMENTO DIVISIONISTA Questões de Provas de Concursos e Exercícios Propostos O QUADRO POLÍTICO DE MATO GROSSO DO SUL DA SUA CRIAÇÃO AOS DIAS DE HOJE Questões de Provas de Concursos BIBLIOGRAFIA GABARITOS... 30

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5 HISTÓRIA DE MATO GROSSO DO SUL 1 A REALIDADE ATUAL E PASSADA DOS POVOS INDÍGENAS DE MATO GROSSO DO SUL. A ocupação do continente O continente americano começou a ser povoado há milhares de anos. Estudiosos falam em datas que variam entre 12 mil ou até 60 mil anos. Existem várias explicações, mas a mais aceita é a Teoria do Estreito de Bering. Por ela os primeiros habitantes de nossa terra chegaram por aqui entre 60 e 20 mil anos atrás. Mas essa é uma data que não pode ser comprovada com exatidão, gerando mais dúvidas e teorias diversas. Acredita-se que nossos primeiros ancestrais americanos chegaram aqui caminhando pelo estreito de Bering, que na época estava congelado por culpa da última glaciação 1. Outra teoria defende que antes e depois dessa glaciação, grupos de seres humanos também se deslocaram para cá vindo pelo Oceano Pacífico, saindo da Ásia e da Oceania,a mais ou menos 60 ou 50 mil anos atrás. Podemos observar em diferentes países da América e em todos os estados brasileiros vestígios de civilizações e culturas que viveram há muitos anos atrás. Embora não de para saber com exatidão quantas sociedades indígenas existiam no Brasil à época da chegada dos europeus, existem estimativas sobre o número de habitantes nativos naquele tempo, que variam de 1 a 10 milhões de indivíduos. 2 1 Período de maior resfriamento do pólos e conseqüente congelamento das áreas localizadas entres os trópicos e os círculos polares. 2 Fonte FUNAI 5

6 Os índios no Mato Grosso do Sul No Mato Grosso do Sul existem vestígios que datam de quase anos, demonstrando a ocupação da região por grupos de caçadores e coletores. Esses grupos devem ter chego ao nosso território há aproximadamente 15 mil anos. Esses grupos ao passar dos anos foram se tornando sedentários 3, dando origem aos grupos étnicos que ocupavam o território do nosso estado à época dos descobrimentos. Os grupos indígenas, no momento da conquista ibérica, podem ser classificados levando em consideração a designação étnica, a área de ocupação e a filiação lingüística. Os principais povos indígenas que tradicionalmente habitavam e /ou habitam o Mato Grosso do Sul são: 4 Paiaguás, Guaikuru (Kadiwéu), Guatós, Terenas, Ofaié e Guaranis(Kaiowá e Ñandeva) Paiaguás Povo indígena hoje extinto. Nômades, dominavam os rios do Pantanal, que fazia parte de territórios espanhóis e portugueses. Eram guerreiros por excelência, sempre lutaram contra o domínio europeu e pela autonomia de seu povo. Em 1730, com 90 canoas de guerra, só deixaram escapar 17 dos 400 homens da monção portuguesa que invadiu seus domínios. Perseguidos e acuados foram progressivamente sendo exterminados não restando qualquer registro da presença de seus descendentes atualmente. Guaikuru / Kadiwéu Aliados dos Paiaguás contra um inimigo comum, os exímios cavaleiros guaicurus, sendo seus últimos remanescentes os índios Kadiwéus e Guaná, ofereceram grande resistência à povoação do Pantanal matogrossense. Os Kadiwéus são integrantes da única "horda" sobrevivente dos Mbayá, um ramo dos Guaikurú e guardam a lembrança de um glorioso passado. Os Guaikurus, conhecidos como "índios cavaleiros", por sua destreza na montaria, guardam em sua história, na arte e em seus rituais o modo de ser de uma sociedade hierarquizada entre senhores e cativos. Guerreiros, lutaram pelo Brasil na Guerra do Paraguai, razão pela qual, como contam, tiveram suas terras reconhecidas. Hoje seus traços tribais e pinturas geométricas encantam turistas e apreciadores de artesanato. 3 Que abandonou o nomadismo, ou seja, que tem habitação fixa. 4 O estado é, ainda, o segundo do Brasil em número de habitantes ameríndios, de várias etnias, entre elas, Atikum, Guarany [Kaiwá e Nhandéwa], Guató, Kadiwéu, Kamba, Kinikinawa, Ofaié, Terena, Xiquitano (FUNAI, 2008). 6

7 Guatós Povo de língua do tronco Macro-Jê. Foi considerado extinto por 40 anos, até que, em 1977, foi reconhecido um grupo Guató na ilha Bela Vista do Norte. Vive no Pantanal Mato-Grossense e disperso ao longo dos rios do médio e alto Paraguai, São Lourenço e Capivara, no município de Corumbá (MS). Segundo a Funai, em 1989 eram 382 índios. Terenas Ou Tereno. Povo de língua da família Aruák. Parte dele (cerca de indivíduos) vive no oeste de Mato Grosso do Sul, em oito áreas indígenas; outra parte (350 índios) ocupa terras nas áreas indígenas de Icatu, Araribá e Venuíre, no interior do Estado de São Paulo, juntamente com os Kaingang. Ofaié A primeira referência aos Ofaié data de 1617, quando foram apontados na margem direita do rio Paraná (atualmente MS), segundo levantamento do indigenista João Américo Peret. Entre os anos de 1716 e 1748 foi registrada a presença de grupos indígenas nos rios Tietê, Paraná, Pardo e Inhanduí até o rio Aquidauana pelas várias expedições realizadas durante o ciclo do ouro na América portuguesa. Os Ofaié localizavam-se então entre a Serra do Maracaju e o rio Paraná. A partir do século XIX, como aumento da criação de gado, Joaquim Francisco Lopes (encarregado da exploração das vias de comunicação entre as províncias de SP e MT), registra a ocupação dos Ofaié nas cabeceiras dos afluentes do rio Paraguai. Guaranis No tempo em que os europeus chegaram à América do Sul, no século XVI, os guarani deviam ser mais de um milhão de pessoas e ocupavam um território de dezenas de milhões de hectares, desde o litoral de São Paulo, quase toda a região Sul, até parte da Argentina e uma larga parcela do Paraguai - onde, até hoje, o guarani é língua oficial, falada por muito mais gente do que o espanhol, principalmente entre os camponeses do país. Atualmente, no Brasil, existem três grupos: os guarani mbya, no litoral do Sudeste e no Rio Grande do Sul, principalmente; os guarani nhandeva, ou simplesmente guarani, como eles se auto-denominam, no sul de Mato Grosso do Sul, interior do Paraná e de São Paulo; e os guarani kaiowá, que, em território brasileiro, são encontrados apenas no sul de Mato Grosso do Sul. No Paraguai, os kaiowá são conhecidos como pai tavyterã, e os nhandeva, por chiripá, ou ava katu eté. Em outros países, há mais grupos guarani, como os chiriguanos, na Bolívia. Grosso modo, os mbya foram os guarani que formaram as missões jesuíticas, no século XVII. Os kaiowá, por sua vez, habitavam uma região muito erma, as densas florestas da serra do Amambai, onde hoje se localiza a fronteira entre o Mato Grosso do Sul e o Paraguai, entre os rios Apa e Miranda - era a chamada província do Itatim. Por causa das dificuldades de acesso, eles permaneceram praticamente isolados até meados do século XIX. A Situação atual Desde a chegada do primeiro europeu em terras brasileiras em 1500 a vida dos índios, senhores de toda essa dimensão territorial chamada Brasil tem sido uma luta incessante contra a perante a ocupação do homem branco. Dizimados por doenças, caçados e escravizados, a história dos chamados nativos foi marcada por um processo violento em relação ao contato com a cultura civilizada do europeu. Com o processo de miscigenação, muitas das etnias indígenas desapareceram. Muitas ainda sobrevivem, na maioria das vezes, sem saber o seu lugar de fato nessa sociedade: são índios, mas não sabem caçar, não vivem da pesca; trabalham na construção civil, na agricultura, mas não são brancos. Hoje essa preocupação tem sido uma das pautas do governo e também uma das grandes indagações: civilizar ou preservar a cultura? Devido a esses fatores ao longo dos anos, um fato comum tem acontecido na maioria das aldeias indígenas do Brasil. Seus moradores têm se mudado para as cidades em busca de emprego. Quando chegam às cidades, esses indígenas se deparam com inúmeras dificuldades, como preconceito, baixa escolaridade, falta de trabalho e moradia, dentre outros. Como resultado dessas dificuldades, passam a viver em uma situação de pobreza e, ainda pior, perdem a identidade cultural. 7

8 No Mato Grosso do Sul a situação atual dos indígenas não é muito diferente, o maior problema que as etnias enfrentam está relacionada com a demarcação de terras e o confronto direto com os produtores rurais. Em nosso estado a FUNAI tem sido omissa em relação aos direitos indígenas que deveriam ser respeitados por lei. Em parte por causa da pressão do próprio governo e produtores rurais. Atualmente, cerca de 30 mil índios guaranis e caiuás de Mato Grosso do Sul vivem em área de 40 mil hectares, em um ambiente de miséria. Neste local, é muito comum encontrar casos de desnutrição infantil, alcoolismo, prostituição, filhas grávidas do pai, violência, suicídios e conflitos pela posse de terras. QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS E EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1. (Sargento da PM-MS/2008-Fund. Escola Gov.).(Q.38) Conhecidos como índios cavaleiros, habitavam o planalto de Maracaju no século XVII e dominavam a margem oriental do Rio Paraguai, criando, com isso, um sério entrave para os colonizadores portugueses e paulistas que chegavam à região de Mato Grosso, pois viviam em conflito. Tratase dos índios. a) Ofaiés. b) Paiaguás. c) Bororos. d) Guaicurus. e) Terenas. 2. [Soldado da PM-MS/2008-Fund. Escola Gov.].(Q.36) O território sul-mato-grossense, no início do século XVI, era habitado por várias e numerosas nações indígenas; na atualidade restam alguns descendentes dessas nações. Marque a alternativa que indica as tribos que viviam, hoje, em Mato Grosso do Sul.' a) Tupias, Carijós, Cários, Payaguá. b) Tupí, Pelicanos, Parentis, Korado. c) Quichuas. Incas, Astecas, Maias d) Terena, Kadiweu, Kaiowa e Nhandeva. e) Tocantis, Xanxere, Patacho, Tupiniquim. 3. Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu, com visão de mundo calcada em preconceitos, menosprezou o indígena e sua cultura. A acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o citado decréscimo foram: a) a captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosi. b) as guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos. c) o canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo dos naturais. d) as missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração da borracha. e) as epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios. 4. A espada, a cruz e a fome iam dizimando a família selvagem. (NERUDA, Pablo. In: ROMANO, Ruggiero. MECANISMOS DA CONQUISTA COLONIAL. São Paulo, Perspectiva, 1973, p.13) O autor traduz os mecanismos da conquista colonial como: a) a superioridade tecnológica do homem branco, a eficácia do ideal missionário e a desestruturação das comunidades indígenas. b) a violência do homem branco, o obstáculo oferecido pelo projeto de catequização e a degeneração das comunidades indígenas. c) a superioridade numérica do europeu sobre os indígenas, a proximidade das crenças indígenas com a mensagem católica e a fome que assolava as aldeias indígenas. d) o domínio da pólvora e utilização do cavalo, a ação do Frei Bartolomeu de Las Casas em prol da escravização indígena e o impacto das doenças. e) o uso de armas de fogo pelos indígenas, a união Igreja-Estado facilitando a conversão e a decadência da civilização asteca no momento de conquista. 5. Com relação aos indígenas brasileiros, pode-se afirmar que: a) os primitivos habitantes do Brasil viviam na etapa paleolítica do desenvolvimento humano; b) os índios brasileiros não aceitaram trabalhar para os colonizadores portugueses na agricultura não por preguiça, e sim porque não conheciam a agricultura; c) os índios brasileiros falavam todos a chamada "língua geral" tupi-guarani; d) os tupis do litoral não precisavam conhecer a agricultura porque tinham pesca abundante e muitos frutos do mar de conchas, que formaram os "sambaquis"; e) os índios brasileiros, como um todo, não tinham homogeneidade nas suas variadas culturas e nações. 6. Sobre os povos indígenas do Mato Grosso do Sul, analise as assertivas a que fazem referência aos Paiaguás. a) Habitavam uma região muito despovoada, as densas florestas da serra do Amambai, onde hoje se localiza a fronteira entre o Mato Grosso do Sul e o Paraguai, entre os rios Apa e Miranda - era a chamada província do Itatim. b) Considerado extinto por 40 anos, mas um grupo foi encontrado em Vive no Pantanal Mato-Grossense e disperso ao longo dos rios do médio e alto Paraguai, São Lourenço e Capivara, no município de Corumbá (MS). c) Conhecidos como "índios cavaleiros, lutaram pelo Brasil na Guerra do Paraguai, razão pela qual, como contam, tiveram suas terras reconhecidas. d) Nômades, dominavam os rios do Pantanal, que fazia parte de territórios espanhóis e portugueses. Eram guerreiros por excelência, sempre lutaram contra o domínio europeu e pela autonomia de seu povo. e) Viviam na margem direita do rio Paraná, sua presença foi registrada entre os rios Tietê, Paraná, Pardo e Inhanduí até o rio Aquidauana pelas várias expedições realizadas durante o ciclo do ouro na América portuguesa. Estão entre a Serra do Maracaju e o rio Paraná. 8

9 GABARITOS (39 QUESTÕES) 1 A REALIDADE ATUAL E PASSADA DOS POVOS INDÍGENAS DE MATO GROSSO DO SUL D D E A E D 2 A COLONIZAÇÃO DO TERRITÓRIO SUL-MATO-GROSSENSE POR COLONOS CASTELHANOS NOS SÉCULOS XVI E XVII E A E A D 3 AS INVESTIDAS DOS BANDEIRANTES PAULISTAS SOBRE O TERRITÓRIO SUL- MATO-GROSSENSE NOS SÉCULOS XVII E XVIII (CICLO DAS MONÇÕES E O CICLO MINERADOR EM CUIABÁ) C C E E B 4 A PECUÁRIA NO PLANALTO MARACAJU-CAMPOS DE VACARIA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XIX B B D 5 A GUERRA DO PARAGUAI A A B A A C 6 O COMÉRCIO NO RIO PARAGUAI E A EXPANSÃO ECONÔMICA DE CORUMBÁ. 1 2 C B 7 O CICLO DA ERVA MATE NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX D C

10 8 OS CONFLITOS POLÍTICO-MILITARES ENTRE AS OLIGARQUIAS NO INÍCIO DO SÉCULO XX D 9 A FERROVIA NOROESTE E A EXPANSÃO URBANA NO SUL DE MATO GROSSO A A O MOVIMENTO DIVISIONISTA B B I, III, IV, V 11 O QUADRO POLÍTICO DE MATO GROSSO DO SUL DA SUA CRIAÇÃO AOS DIAS DE HOJE. 1 E 31