Aula 129 LINDB. O parágrafo único dispõe sobre o que é considerado como orientações gerais.

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Thomaz Aragão
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Página1 Curso/Disciplina: Direito Penal Objetivo Aula: LINDB 129 Professor (a): Luiz Oliveira Jungstedt Monitor (a): Luis Renato Ribeiro Pereira de Almeida Aula 129 LINDB Art. 24.

1 Página1 Curso/Disciplina: Direito Penal Objetivo Aula: LINDB 129 Professor (a): Luiz Oliveira Jungstedt Monitor (a): Luis Renato Ribeiro Pereira de Almeida Aula 129 LINDB Art. 24. O artigo trata da revisão no direito administrativo. Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. O dispositivo leva a crer que estaria se referindo à anulação ( revisão [...] quanto à validade do ato ), que sempre teve efeito ex tunc. Contudo, dispõe o art. 24 que devem ser levadas em consideração as orientações gerais da época, não se podendo declarar inválidas situações plenamente constituídas com base em orientação posterior. Logo, não é possível o efeito ex tunc. O parágrafo único dispõe sobre o que é considerado como orientações gerais. Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. O dispositivo aplica-se em relação à esfera administrativa, judicial e de controladora.

2 Página2 Art. 26. O art. 26 trata dos termos de ajustamento de conduta, em razão da ineficiência de decisões administrativos condenatórias (não pagamento de multas administrativas). Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. 1.º. O compromisso referido no caput deste artigo: I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais; II (VETADO); III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral; IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. Entidades autárquicas que trabalham com processos administrativos punitivos, cuja principal sanção é a multa administrativa, agem com a intenção de celebrar acordos para abreviar o processo e conseguir um resultado imediato. Diversos dispositivos legais, como a Lei de Ação Civil Pública, trazem o ajustamento de conduta. O art. 26 reconhece o ajuste também na esfera administrativa. Dois casos de ajustamento de conduta são o Programa de Regularização Ambiental PRA (art. 59, Lei /12) e o Termo de Compromisso de Cessação TCC (art. 85, Lei /11). Art. 59. A União, os Estados e o Distrito Federal deverão, no prazo de 1 (um) ano, contado a partir da data da publicação desta Lei, prorrogável por uma única vez, por igual período, por ato do Chefe do Poder Executivo, implantar Programas de Regularização Ambiental - PRAs de posses e propriedades rurais, com o objetivo de adequá-las aos termos deste Capítulo.

3 Página3 Art. 85. Nos procedimentos administrativos mencionados nos incisos I, II e III do art. 48 desta Lei, o Cade poderá tomar do representado compromisso de cessação da prática sob investigação ou dos seus efeitos lesivos, sempre que, em juízo de conveniência e oportunidade, devidamente fundamentado, entender que atende aos interesses protegidos por lei. 8.º. O termo de compromisso de cessação de prática constitui título executivo extrajudicial. O ajuste de conduta é mais eficiente e operacional para o interesse público, evitando um processo administrativo longo, com uma sanção rígida, que se torna totalmente ineficiente/ineficaz, devendo o Governo ir a juízo materializar suas decisões. No caso do TCC, o texto legal expressamente menciona o fato de o ajuste servir como título executivo extrajudicial, que pode ser executado em juízo na hipótese de descumprimento da obrigação. É possível ainda que o processo administrativo seja suspenso enquanto o ajuste estiver sendo efetivado; caso descumprido, volta a correr o processo administrativo e aplica-se a sanção administrativa. Art. 27. O art. 27 versa sobre a compensação por benefícios indevidos e tratamento anormal ou injusto. Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos. 1.º. A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor. A compensação diz respeito aos benefícios indevidos; e a indenização, ao tratamento anormal (prejuízos anormais ou injustos). Celso Antônio prega a responsabilidade do Estado pela prática de ato lícito que tenha gerado um tratamento anormal para poucos em prol de todos. O ato é lícito, mas não recaiu sobre todos de igual forma. Exemplo: lei que cria um calçadão em certas ruas no centro da cidade, inviabilizando o acesso de veículos. Contudo, em uma das ruas funcionava um edifício-garagem ou um estacionamento. O proprietário

Página4 do edifício ou estacionamento teve um tratamento anormal. Essa limitação administrativa, fechando um grupo de ruas, é instituída por lei, e não recaiu sobre todos de igual forma.

Na revogação, o efeito é ex nunc, da publicação em diante, não gerando indenização pois não retroage (ou seja, nada desfaz). Na anulação, prejudicados de boa-fé deverão ser indenizados.

4 Página4 do edifício ou estacionamento teve um tratamento anormal. Essa limitação administrativa, fechando um grupo de ruas, é instituída por lei, e não recaiu sobre todos de igual forma. Não se trata de uma lei de efeito concreto, mas de uma lei geral, abstrata, que não recaiu sobre todos de igual forma. Na revogação, o efeito é ex nunc, da publicação em diante, não gerando indenização pois não retroage (ou seja, nada desfaz). Na anulação, prejudicados de boa-fé deverão ser indenizados. A novidade trazida pelo art. 27 da LINDB seria a indenização na revogação. Art. 28. De acordo com o art. 28, em regra o agente público responde regressivamente; porém, nos casos de dolo ou erro grosseiro, a responsabilidade será pessoal. Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. Em relação à Magistratura e ao Ministério Público, os arts. 143 e 181 do CPC/15 preveem a responsabilidade civil dos Magistrados e membros do MP, que respondem regressivamente quando no exercício da função procederem com dolo ou fraude. Art O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando: I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude; II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte. Art O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções. A LINDB, porém, menciona a responsabilidade pessoal dos agentes públicos no caso de conduta dolosa. Portanto, há um aparente conflito de normas.

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