3º Seminário de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI) Graduação e Pós-Graduação

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "3º Seminário de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI) Graduação e Pós-Graduação"

Transcrição

1 3º Seminário de Relações Internacionais da Associação Brasileira de Relações Internacionais (ABRI) Graduação e Pós-Graduação Repensando interesses e desafios para a inserção internacional do Brasil no século XXI Florianópolis, 29 e 30 de setembro de Área temática: História das Relações Internacionais e História da Política Externa. TÍTULO: A FACE BRASILEIRA DO ÁTOMO: UMA PROPOSTA ANALÍTICA PARA O ESTUDO DA INSERÇÃO INTERNACIONAL DO BRASIL E OS USOS DA ENERGIA NUCLEAR. Autora: Dra. Fernanda de Moura Fernandes. Instituição: Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

2 1 Resumo: O artigo tem por objetivo propor reflexão preliminar acerca do perfil de inserção internacional do Brasil e os usos da energia nuclear. A experiência brasileira se relacionou ao propósito de obter o desenvolvimento científico e tecnológico desde seus primórdios, datado da década de Por que o Brasil buscou, historicamente, a autonomia científica e tecnológica em um campo monopolizado pelas grandes potências e afeto à política do poder no plano internacional? Com base no acumulado histórico da ação externa e no debate entre os atores governamentais responsáveis pela formulação da política nuclear, propõe-se apresentar o conjunto de princípios que caracterizaram o perfil ou padrão de conduta internacional brasileiro no interregno de 1946 a A primeira seção traz à baila considerações gerais acerca da energia nuclear, importantes para a compreensão das categorias de uso ou de aplicação desse recurso. A partir dessas categorias, na segunda seção são analisados os princípios que historicamente guiaram a inserção internacional do Brasil, fundamentados nos fatos históricos que marcaram a atuação externa nos planos multilateral e bilateral. A guisa de conclusão expõe-se como a presença contínua desses princípios produziu um padrão de conduta internacional próprio e marcado pela continuidade, contribuindo para avançar o conhecimento no campo de estudos da história das relações internacionais do Brasil nessa seara. Palavras-chave: Brasil. Inserção internacional. Energia nuclear. Introdução O uso da energia nuclear para fins bélicos despontou como objetivo precípuo de aplicação desse recurso pelos Estados 1 a partir de 1940, sendo incorporado na política internacional no decurso da Segunda Guerra Mundial ( ) e na posterior corrida armamentista de armas convencionais e nucleares no contexto da nascente Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética (HALLIDAY, 2007). A configuração da ordem internacional pós-1945 ensejou o controle político da aplicação da energia nuclear como medida para evitar a proliferação 2 de novas armas nucleares, bem como os efeitos irreversíveis da radioatividade sobre o meio ambiente e a saúde humana. A experiência brasileira no tocante à aplicação da energia nuclear 3 tem como início do enredo outro propósito. A partir da década de 1930, o processo de modernização encetado pelo Estado teve seu primeiro fôlego no governo do então presidente Getúlio Vargas ( ). Por intermédio da política exterior, buscar-se-iam os insumos financeiros e 1 A exemplo de análises como BRODIE, Bernard. The absolute weapons: Atomic power and world order. New York: Harcourt Brace Jovanovich, 1946; WOHLSTETTER, Albert. The delicate balance of power. Santa Monica, CA: Rand Corporation, 1958; GALLOIS, Pierre Marie. Stratégie de l'âge nucléaire. Paris: François-Xavier de Guibert, Segundo Hak Neto (2011, apud DUARTE, 2002, p. 32), a noção de proliferação nuclear relaciona-se às ações de um Estado para obter armas nucleares, via desenvolvimento ou aquisição (compra). Há ainda a distinção entre proliferação vertical (fabricação ou desenvolvimento de novas armas pelos países nuclearmente armados) e proliferação horizontal (países que não possuem armas nucleares, mas que podem vir a fazê-lo). 3 Artigo baseado no capítulo conceitual da tese defendida pela autora, em 2015, intitulada No núcleo do átomo: os usos da energia nuclear e a inserção internacional do Brasil ( ). Instituto de Relações Internacionais, Universidade de Brasília.

3 2 tecnológicos para auxiliar o processo de desenvolvimento nacional em curso (CERVO; BUENO, 2011). O Brasil foi o caso de um país cujo propósito de utilização pacífica da energia nuclear com base no discurso oficial de sucessivos governos compreendidos entre 1946 e 1985 pautou a atuação externa nos planos bilateral e multilateral em prol do desenvolvimento autônomo nacional. Ainda no governo Vargas, o Brasil assinou o primeiro acordo de cooperação para a prospecção de recursos e minerais radioativos (areia monazítica, urânio e tório) com os Estados Unidos (MOURA, 1991). A partir de então, os acordos atômicos ensejariam as primeiras críticas em relação à colaboração com esse país, que dispunha de tecnologia para processar os minérios e produzir combustível nuclear, mas sem o interesse de transferi-la. As tentativas de implantação da política nuclear brasileira a partir de 1951 no governo de Eurico Dutra ( ), mesmo diante das divergências entre as instâncias governamentais 4 e a comunidade científica 5 quanto à própria noção de interesse nacional no setor, ensejou o estudo acerca da existência de um perfil ou padrão de conduta adotado pelo Estado brasileiro no plano externo uma vez que o tema permeou, desde então, as relações internacionais do Brasil. Nesse sentido, quais foram os traços mais marcantes da face brasileira quanto aos usos da energia nuclear e seus reflexos na inserção internacional do país no período compreendido entre 1946 e 1985? A hipótese aventada é que a conformação do referido perfil ou padrão de conduta foi caracterizado por um conjunto de princípios, de base empírica, concernentes à nuclearização pacífica, à busca pelo desenvolvimento científico e tecnológico, ao direito ao uso pleno da energia nuclear, à diversificação de colaboradores internacionais, à busca de simetria com a Argentina e ao incremento da projeção internacional como país avançado no setor. O artigo tem por objetivo geral propor reflexão preliminar acerca da inserção internacional do Brasil e os usos da energia nuclear. O estudo ampara-se nas contribuições da área de história da política exterior do Brasil 6, alicerçadas no empirismo e no método 4 Os atores governamentais se vinculam às áreas de relações exteriores, militar, de minas e energia, e de ciência e tecnologia, compondo o mosaico de forças políticas que desde 1946 influenciaram as decisões quanto à aplicação da energia nuclear no Brasil. O Conselho de Segurança Nacional (CSN), o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ministério de Minas e Energia e a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) tiveram atuação histórica relevante na definição dos propósitos e na formulação da política nuclear. 5 Quanto à comunidade científica, centros de pesquisa como o Instituto de Pesquisas Radioativas IPR (Minas Gerais), o Instituto de Energia Atômica IEA (São Paulo) e o Instituto de Energia Nuclear IEN (Rio de Janeiro) também merecem relevo, principalmente no que diz respeito a sua capacidade de influência nas escolhas das opções tecnológicas de reatores e de produção de combustível nuclear a serem utilizadas no país. Em 1977, o IPR passou a ser denominado Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN). Em 1979, o IEA passou a ser denominado Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen). Disponível em: < Acesso em: 17 ago A exemplo de BANDEIRA, Luis Alberto Moniz. Brasil-Estados Unidos: A rivalidade emergente: Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011; GARCIA, Eugênio Vargas. Questões estratégicas e de segurança internacional: a marca do tempo e a força histórica da mudança. Revista Brasileira de Política Internacional,

4 3 indutivo de interpretação de documentos históricos no subcampo de História das Relações Internacionais. No que tange à história da política exterior do Brasil, o nãoconfrontacionismo e o pacifismo, bem como a promoção do desenvolvimento como vetores da ação externa, são algumas das tendências 7 advindas do horizonte histórico da ação diplomática brasileira e que influenciaram sobremaneira o comportamento externo do país nos temas da agenda internacional. É possível observar que tais tendências estiveram presentes nos discursos oficiais e na posição defendida pelo país, por meio do Itamaraty, na defesa do interesse nacional de aplicação da energia nuclear no cenário externo ainda que o pacifismo seja passível de contestação dado o próprio uso dual da energia atômica, como será tratado mais adiante. Complementarmente, a noção de autonomia laborada nos estudos de análise da política exterior brasileira, também é um conceito chave para explicar o comportamento internacional do Brasil no que se referiu à busca histórica pela redução da dependência nacional no setor nuclear. A autonomia é entendida como a capacidade de resistir aos constrangimentos e às pressões externas advindas das grandes potências para cercear os interesses nacionais (MOURA; KRAMER; WROBEL, 1985; VIGEVANI; CEPALUNI, 2011). Nesse caso, a elite decisória 8 governamental atuou em prol da independência no setor, ora por meio da obtenção de transferência científica e tecnológica advinda da cooperação externa, ora pelo esforço próprio de dominar o ciclo do combustível nuclear desenvolvendo-se assim, tecnologia brasileira ancorada no avanço do conhecimento científico nacional. Diante do exposto, o artigo organiza-se em duas seções. A primeira seção trata de considerações gerais acerca da energia nuclear e suas categorias de uso ou de aplicação. A segunda seção, por seu turno, discute os princípios que historicamente guiaram a inserção internacional do Brasil no setor, considerando os fatos que marcaram a atuação externa nos planos multilateral e bilateral. A guisa de conclusão expõe-se como a presença contínua Brasília, vol. 41, nº Especial Comemorativo dos 40 anos da RBPI, p , 1998; BATISTA, Paulo Nogueira. O acordo nuclear Brasil-República Federal da Alemanha. In: ALBUQUERQUE, José Augusto Guilhon. (org.). Sessenta anos de política externa brasileira ( ). São Paulo: Editores Associados, 2000; GRABENDORFF, Wolf. O Brasil e a não proliferação nuclear. Revista Política e Estratégia, Brasília, v. 6, n. 2, abr./jun., p , 1988; HIRST, Mônica; BOCCO, Héctor Eduardo. Cooperação nuclear e integração Brasil- Argentina. Contexto Internacional, Rio de Janeiro, v. 9, ano 5, p , 1989; SOARES DE LIMA, Maria Regina. A economia política da política externa brasileira: uma proposta de análise. Contexto Internacional, Rio de Janeiro, n. 12, jul/dez., p. 7-28, 1990; VIZENTINI, Paulo Fagundes. A política externa do regime militar brasileiro. Porto Alegre: Ed. Universidade UFRGS, 1998; WROBEL, Paulo S. A questão nuclear nas relações Brasil- Estados Unidos. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro: IUPERJ, 1986; OLIVEIRA, Odete M. A integração bilateral Brasil-Argentina: tecnologia nuclear e Mercosul. Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília, n. 41, p. 5-23, A definição dessas grandes tendências, advindas do acumulado histórico da formulação da política exterior, foram conceituadas por Cervo (2008) e Cervo e Bueno (2011). 8 Conforme entendimento de Hermann e Hermann (1989) são os [...] atores ou conjunto de atores representados por indivíduos ou grupos de indivíduos que têm autoridade diante do Estado para empregar os recursos da sociedade em uma dada decisão externa e cujas decisões não podem ser prontamente reversíveis por outros atores governamentais (1989, p ).

5 4 desses princípios produziu um padrão de conduta internacional próprio e marcado pela continuidade. Seção 1. Energia nuclear: considerações gerais e categorias de aplicação O Brasil é um dos principais países possuidores de reservas de urânio 9 no globo. Ademais, o território nacional possui outras jazidas de minerais de interesse para a produção de combustível nuclear, como é o caso das areias monazíticas, um composto de fosfato com terras-raras, ricas em tório e urânio. As areias monazíticas foram alvo de exportação por parte do Brasil ao longo das décadas de 1940 e 1950, sendo que na década de 1960, o tório foi objeto de pesquisas por grupos de cientistas nacionais 10 para sua utilização como combustível em reatores alternativamente ao urânio enriquecido, cuja tecnologia de produção foi monopolizada pelos Estados Unidos no contexto pós O uso da reação em cadeia de materiais físseis pode se dar de duas formas: 1) controlada, quando realizada em reatores de pesquisa, para fins de estudo dos processos de radiações, ou em reatores de potência, para fins de geração de energia elétrica ou propulsão de submarinos, por exemplo; 2) descontrolada, quando utilizada em artefatos nos quais uma vez realizada a detonação do combustível em seu interior, é liberada a energia, cuja dispersão ocasiona a contaminação da atmosfera e dos oceanos, comprometendo a saúde humana 11. A produção da energia nuclear envolve uma série de processos nem sempre dominados pelos países que possuem a matéria-prima básica: os minérios radioativos. O nível de desenvolvimento científico, tecnológico e industrial dos países influi nas etapas que envolvem a prospecção dos minérios, seu beneficiamento e sua conversão em combustível. Os Estados podem desenvolver sua capacidade de utilização da energia nuclear para diferentes aplicações ou propósitos. Tais propósitos podem ser definidos por meio de categorias que, a princípio, compreenderiam o emprego para fins bélicos (militar) e para o uso civil (pacífico). A disputa pelo desenvolvimento da tecnologia nuclear ocorreu não somente em torno da fabricação de armamentos (uso bélico) pelos Estados, mas principalmente em torno da competição no mercado internacional nuclear, que fomentou a 9 O principal elemento químico de propriedade radioativa é o urânio (número atômico 92). Esse elemento tem três tipos de isótopos: o urânio-234 (U-234), o urânio-235 (U-235) e o urânio-238 (U-238). O único isótopo que se desintegra espontaneamente é o U-235, chamado, por isso, de elemento ou material físsil. Por meio de um processo físico-químico induzido, é possível aumentar o percentual de concentração do isótopo U-235 do urânio natural, retirando-se o U-238. Esse processo denomina-se enriquecimento do urânio, necessário à produção de combustível. Outro elemento físsil utilizado para gerar uma reação em cadeia é o plutônio-239 (Pu-239), não encontrado na natureza e obtido como um resíduo do isótopo U O Grupo do Tório foi criado por engenheiros e físicos do IPR em 1965, com vistas ao desenvolvimento de uma opção tecnológica genuinamente nacional utilizando o tório como elemento combustível. Maiores detalhes em Fernandes (2015). 11 Estima-se que entre 1946 e 1962, os Estados Unidos realizaram 193 testes nucleares atmosféricos, incluindo os testes no Atol de Bikini, no oceano Pacífico, comprometendo a fauna marinha de corais. Além dos Estados Unidos, a União Soviética e outros países testaram explosivos mesmo após a criação do Tratado Parcial de Proibição de Testes Nucleares de 1963 (SAMPAIO, 2012).

6 5 compra e a venda de materiais para o uso civil da energia nuclear, como reatores, equipamentos para produção de radioisótopos (cíclotrons e síncrotons 12, por exemplo) e combustível para operar os reatores. A primeira categoria, de uso militar, pressupõe o domínio do ciclo do combustível nuclear para sua utilização em bombas e ogivas artefato mais compacto, geralmente acoplado a um míssil e estrategicamente mais fácil de ser transportado e lançado. O uso bélico das explosões 13 se deu por meio do desenvolvimento, primeiramente, da bomba como o principal dispositivo para detonar a reação em cadeia e, posteriormente, do desenvolvimento de mísseis lançados de bombardeiros, de bases terrestres, e de submarinos para fins de defesa. Os fins militares de utilização da energia nuclear se destinam à dissuasão, ou seja, à capacidade de desencorajar o uso de armas atômicas pela percepção de que haverá uma destruição mútua. Waltz (1981) chegou a defender que a posse de armas nucleares poderia contribuir para manter a segurança internacional. O que se observou, porém, foi a tentativa das grandes potências de evitar a diluição da capacidade dissuasória para todos os Estados do globo. A segunda categoria de emprego da energia nuclear se refere ao uso civil, por meio do desenvolvimento científico e tecnológico com vistas à aplicação para fins pacíficos. Isso implica no uso da reação nuclear em cadeia de maneira controlada em reatores ou em equipamentos destinados à pesquisa científica, à geração de energia elétrica (reatores de potência em centrais ou usinas nucleares) e à aplicação de radioisótopos em áreas como a medicina (radiologia e as subáreas de radioterapia, radiologia diagnóstica e medicina nuclear), a agricultura e a indústria (em áreas específicas da eletrônica e da geologia). A promoção do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo o domínio do ciclo do combustível nuclear, assegura a independência dos países quanto ao emprego dessa fonte de energia e sua incorporação nos setores produtivos. O uso civil da energia nuclear foi parte integrante da cooperação técnica internacional no pós-segunda Guerra Mundial, especialmente após a fadada tentativa de monopólio internacional proposta pelos Estados Unidos no Plano Baruch 14, em 1946, no seio das Nações Unidas. Essa cooperação envolveu uma dimensão voltada para a promoção da pesquisa, a formação de especialistas, o auxílio para o desenvolvimento tecnológico via treinamentos, montagem de 12 Aceleradores circulares de partículas (BIASI, 1979). 13 Cabe recordar o pioneirismo do projeto Manhattan Engineer District, nos Estados Unidos, para a fabricação da primeira bomba a partir de urânio-235 e plutônio-239 nos anos da Segunda Guerra. Maiores detalhes em Fernandes (2015). 14 A proposta previa a centralização da gestão de todas as atividades relacionadas ao aproveitamento da energia nuclear em uma entidade internacional, desde a soberania sobre as reservas atômicas, a prospecção de matérias-primas, a fiscalização das atividades de preparação de combustíveis nas usinas, a concessão de licenças e a realização de medidas em prol da não proliferação de novas armas atômicas. Documento disponível em: </ Acesso em: 03 jul

7 6 equipamentos e prestação de serviços especializados e, ao mesmo tempo, balizou relações comerciais entre governos e empresas privadas no campo tecnológico e industrial. O Programa Átomos para a Paz 15, lançado pelo presidente norte-americano Dwight Eisenhower ( ), e a I Conferência para os Usos Pacíficos da Energia Nuclear, realizada em 1955, marcaram a cooperação técnica internacional na área tecnológica, especialmente de reatores e na disponibilização de urânio enriquecido no mercado mundial. A partir de então, observou-se o comércio crescente de reatores de pesquisa e posteriormente de potência para a implantação de usinas nucleoelétricas. A competição, balizada por meio da cooperação entre os países mais avançados no campo da energia nuclear, alimentou o desenvolvimento tecnológico autônomo nos países europeus, como Reino Unido e França, bem como nos países ainda em desenvolvimento, como foi o caso de Brasil, Argentina e Índia. Um tema sensível dessa categoria foi o uso de explosões nucleares pacíficas (não controladas) como requisito para assegurar, mediante a realização de testes, o domínio do ciclo do combustível nuclear visando o aperfeiçoamento científico e tecnológico. A partir da década de 1950, a Comissão de Energia Atômica (CEA) dos Estados Unidos foi pioneira em conduzir o projeto conhecido como Plowshare de aplicação de explosivos nucleares em atividades pacíficas, em obras de engenharia civil como construção de canais, abertura de portos, mudança de curso de fluxos fluviais e fratura de rochas (ARARIPE, 1967). Para tanto, os países precisariam dominar o ciclo do combustível nuclear para realizar os experimentos, ainda que não houvesse diferença, do ponto de vista tecnológico, dos artefatos utilizados nas explosões para fins militares. Ademais, questões como os níveis de segurança nuclear para evitar acidentes e a contaminação radioativa (em virtude dos resíduos ou fallouts das explosões) também geraram debate importante em torno do direito dos países de realizar as explosões em prol do desenvolvimento científico e tecnológico autônomo. Como assegurar, todavia, que a tecnologia nuclear para uso civil, especialmente a produção de combustível, não se desvirtua para a fabricação de armamentos? Nesse sentido, os usos da energia nuclear também possuem uma categoria política que influenciou, no decorrer da história, ora o acesso e ora a restrição aos níveis de conhecimento científico e tecnológico para fins pacíficos em decorrência do emprego bélico. O aspecto político remete ao controle internacional promovido multilateralmente pelos Estados sobre a aplicação dessa fonte energética. A cooperação técnica e o comércio nuclear foram sistematicamente se adequando às regras e às condições necessárias para 15 O programa previa o início da colaboração internacional entre os Estados Unidos e as demais nações do globo para a utilização pacífica da energia nuclear. Com base na cooperação técnica, Washington asseguraria a manutenção do monopólio sobre a tecnologia, o incentivo ao desenvolvimento do seu mercado nuclear nacional e a reserva de mercado em outras nações.

8 7 assegurar a não proliferação, culminando na criação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em 1957, e de seu sistema de salvaguardas. O controle e a fiscalização da cooperação assegurariam o suprimento de combustível para os reatores nacionais, à revelia das alterações cíclicas na oferta e na demanda observadas no mercado de urânio, incluindo o fornecimento de combustível pelos países detentores de tecnologia (SKJOELDEBRAND, 1984). Do ponto de vista conceitual, o termo não proliferação envolve a decisão de um Estado de não desenvolver ou adquirir armas nucleares, bem como a concessão de permissão para verificar o cumprimento das obrigações contraídas no plano do direito internacional (HAK NETO, 2011). As restrições ao acesso à tecnologia de enriquecimento de urânio e ao suprimento de combustível físsil foram os temas que permearam a evolução das negociações multilaterais acerca da não proliferação nuclear 16, afetando também o direito ao desenvolvimento tecnológico para fins pacíficos. Tanto os países desenvolvidos quanto os países em desenvolvimento foram críticos ao principal tratado internacional de Não Proliferação Nuclear (TNP), assinado em 1968, pela clivagem estabelecida entre dois grupos de países: i) os que haviam desenvolvido o conhecimento científico e tecnológico e realizaram testes com artefatos nucleares até a data de 1967; ii) os que deveriam se abster do avanço científico e tecnológico autônomo, que incluía a realização de testes, em relação ao primeiro. 17 Segundo Goldschmidt (1978), apesar da euforia com o incentivo ao desenvolvimento da indústria nuclear em diversos países, o monopólio científico e tecnológico de urânio enriquecido foi mantido por um grupo restrito de países. A discussão, nesse ponto, se ampliaria para o entendimento de que as restrições impostas ao desenvolvimento tecnológico também serviram aos interesses dos países nucleares em manter, sob o prisma da economia política, a tecnologia em si como recurso de poder para diferenciação dos Estados no meio internacional. Além disso, os países não nucleares se tornariam compradores de equipamentos e combustíveis que promoveriam a indústria e o mercado nuclear nos países nucleares. A tecnologia como componente do avanço da produtividade é peça fundamental na competição que envolve os Estados e o setor privado, em que os métodos adotados no emprego da energia nuclear geram vantagens econômicas aos países que se destacam em sua produção (CARPES, 2006). 16 São exemplos: 1) os tratados de criação de Zonas Livres de Armas Nucleares (ZLAN); 2) o Tratado Parcial para a Proibição de Testes Nucleares de 1963; 3) o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) de 1968; 4) o Tratado de Limitação dos Testes Nucleares Subterrâneos de 1974; 5) a formação do Nuclear Suppliers Group ou Clube de Londres, em 1975; e 6) o Tratado sobre Explosões Nucleares Pacíficas, de 1976, adotado por Estados Unidos e União Soviética. 17 Atualmente, os cinco Estados-membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU Estados Unidos, Rússia, França, Grã-Bretanha e China são os países que possuem armas nucleares registradas na AIEA. Ademais, a Índia, o Paquistão e Israel também são possuidores de armamentos, sendo que há suspeitas em relação à Coreia do Norte. Conforme dados disponíveis em: Acesso em: 12 ago

9 8 Seção 2. A energia nuclear e a inserção internacional do Brasil: panorama histórico. No que tange as possibilidades de emprego da energia nuclear, conforme discutido na seção anterior, o então embaixador brasileiro em Washington, Carlos Martins Pereira e Sousa, remeteu ao Itamaraty no final do ano de 1945 as notícias 18 que pululavam naquela cidade acerca dos desdobramentos da utilização das bombas nucleares pelo governo norteamericano sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki (agosto de 1945). O primeiro traço marcante da inserção internacional do Brasil na gestão de Eurico Dutra ( ) foi a defesa no plano multilateral do uso pacífico da energia atômica e do repúdio à fabricação de armamentos para fins de dissuasão, primando pelo princípio do não confrontacionismo e da tradição pacífica da política externa brasileira. Tal visão influenciou a posição do Brasil a favor das discussões internacionais nas Nações Unidas acerca da não proliferação de armas de destruição em massa e do desarmamento geral e completo das potências nucleares. O país imprimiu esse princípio em sua participação pioneira na United Nations Atomic Energy Commission (Unaec), criada em 1946, e posteriormente, como membro do Comitê de Desarmamento das Dezoito Nações na ONU, cujas negociações deram origem ao TNP. Além disso, a participação ativa do Brasil na criação do sistema de salvaguardas da AIEA, nos anos 1960, ao longo dos governos de Jânio Quadros e João Goulart ( ) foi pautada no apoio à fiscalização dos projetos de cooperação internacional realizados sob os auspícios da Agência. Cabe destacar que nessa época o governo de Juscelino Kubitscheck havia avançado na criação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), em 1956, com vistas a regulamentar e regular o uso da energia nuclear no Brasil. No contexto regional, o país propôs, em virtude da crise dos mísseis em Cuba, de 1962, o estabelecimento de uma zona desnuclearizada militarmente na região, em defesa do desarmamento. Nesse mesmo ano, foi estabelecida a política nuclear nacional no governo de João Goulart, reforçando o compromisso do país com os usos pacíficos da energia nuclear. As negociações em prol da desnuclearização culminaram na assinatura do Tratado de Tlatelolco, de 1967, que demonstrou o interesse nacional de evitar a disseminação de armas nucleares e, ao mesmo tempo, criar um ambiente de confiança para o pleno desenvolvimento científico e tecnológico da energia nuclear na região. O Brasil buscou assegurar o comprometimento das potências nucleares em não realizar testes atômicos na região ou de utilizar armas nucleares contra os países signatários desse tratado. Esse não comprometimento culminou na não ratificação do Tratado pelo Estado brasileiro, pela falta de reciprocidade das potências nucleares. 18 Ofício recebido nº , da embaixada brasileira em Washington, em 14/11/1945 (Livro 49/1/5). Arquivo Histórico do Itamaraty, Rio de Janeiro.

10 9 O atraso das nações em desenvolvimento em comparação com os países industrializados se reproduzia, sobretudo, no campo científico e tecnológico. Na década de 1950, com a criação do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) constatou-se que era preciso obter a tecnologia nuclear, ainda que as estratégias para consegui-la gerassem divergência entre este órgão e o Itamaraty que defendia na temporalidade a venda de minérios para os Estados Unidos sem contrapartida tecnológica. O desenvolvimento nacional por meio do uso da energia nuclear geraria os recursos necessários ao desenvolvimento econômico em setores como indústria, geração de energia elétrica especialmente, medicina e agricultura, contribuindo igualmente para o desenvolvimento industrial do país. O almirante Álvaro Alberto 19 foi o precursor no CNPq de uma política de estabelecimento do monopólio da União sobre os minérios atômicos e da exigência de contrapartidas científicas e tecnológicas nas transações comerciais dos minérios atômicos nacionais (CNPQ, 2001). Nas reuniões da Unaec defendeu a dimensão civil do átomo, ainda que sua patente militar ensejasse desconfiança quanto à defesa irrestrita à promoção da ciência. Tais contrapartidas refletiam o interesse nacional em dotar o país de tecnologia cujo desenvolvimento inicial estava atrelado à colaboração com outros países, mas que visava contribuir para alcançar a autonomia ou a independência em todas as fases do ciclo de produção da energia nuclear. O comportamento brasileiro no cenário internacional pode ser entendido a partir da motivação da busca da autonomia ou da independência científica e tecnológica, associada à perspectiva de promoção do desenvolvimento econômico. A crítica à colaboração com os Estados Unidos deu-se não somente em torno dos quatro acordos 20 de fornecimento de minérios atômicos sem contrapartida de transferência tecnológica como a posterior dependência no âmbito do Programa Átomos para a Paz, mediante acordo firmado com Washington na gestão de Café Filho ( ). A cooperação culminou na importação de reatores de pesquisa, compra de combustível e posteriormente na decisão do governo de Costa e Silva ( ) de construir a primeira usina nuclear de Angra 1, sem obter o domínio tecnológico. Paradoxalmente, a busca pela autonomia levou o Brasil a defender no mesmo governo o princípio do uso pleno da energia nuclear no plano multilateral, cuja principal discussão centrou-se no direito de realizar explosões nucleares pacíficas para fins de pesquisa. O Brasil foi um dos países que historicamente defendeu as explosões pacíficas como requisito para testar o domínio completo do ciclo do enriquecimento de urânio (WROBEL, 1993, p ). É importante observar a defesa das explosões nucleares pacíficas como medida não 19 Para a biografia de Álvaro Alberto ver GARCIA, João Carlos Vitor; ALBERTO, Álvaro. Álvaro Alberto: a ciência do Brasil. Rio de Janeiro: Petrobras, Os quatro acordos atômicos envolveram a venda de minérios radioativos, especialmente as areias monazíticas e seus compostos, e foram firmados nos anos de 1945, 1952, 1954 e Ver Fernandes (2015).

11 10 discriminatória contra os programas nucleares dos países em desenvolvimento, de forma a articular o princípio do uso pacífico ao princípio do desenvolvimento científico e tecnológico independente. Tal visão prevaleceu na posição brasileira de não ratificar o Tratado de Tlatelolco, mas encontrou resistência quanto às negociações que levaram à criação do TNP. O regime de não proliferação instituído no TNP, de acordo com palavras do diplomata João Araújo Castro (1970; 1972), um dos principais protagonistas desse discurso na ONU nos anos do governo de Garrastazu Médici ( ), foi percebido como um tratado desigual, ao privilegiar os interesses das potências nucleares e ser permissivo ao desenvolvimento científico e tecnológico dos países em desenvolvimento cuja aceitação do regime internacional implicaria a reprodução de relações de dependência e de desigualdade no longo prazo. A colaboração 21 técnica internacional serviu como princípio e instrumento para que o Brasil tivesse acesso ao conhecimento e aos avanços tecnológicos obtidos por outras nações para desenvolver as bases ou etapas iniciais do programa nuclear nacional, especialmente de países como Estados Unidos, França, Alemanha e Inglaterra, além dos contatos realizados com países como Canadá, Japão e China. Nos acordos de cooperação técnica, destaca-se que a colaboração bilateral na área educacional teve papel fulcral na formação de quadros destinados a alavancar o desenvolvimento científico a partir do intercâmbio não somente de informações, mas de cientistas e de experiências em prospecção mineral, montagem de equipamentos e operação. Nesse sentido, a busca da cooperação destinou-se aos países desenvolvidos como instrumento de promoção de desenvolvimento. A diversificação de colaboradores foi um traço marcante na ação externa de forma a ampliar as possibilidades de obtenção dos insumos necessários ao programa nuclear. A assinatura do acordo de transferência científica e tecnológica para os usos pacíficos da energia nuclear assinado com a Alemanha em 1973, no governo de Ernesto Geisel ( ), foi uma tentativa de mudar o perfil da cooperação visando à construção das usinas de Angra 2 e A colaboração com os Estados Unidos, principal fornecedor de combustível nuclear para o país, foi marcada por sucessivas suspensões da venda de urânio enriquecido para a operação de Angra 1, bem como a oposição à transferência da tecnologia das 21 Considerando a existência de diferentes modalidades de cooperação internacional, o entendimento oferecido por SILVA (2007, p. 7 e 8) é de que a Colaboração e cooperação têm conceitos diferentes, embora ambas signifiquem trabalhar em conjunto e sejam importantes. A colaboração é não equitativa e assimétrica, o que implica a existência de um ator principal, responsável pelo projeto/programa e proprietário dos resultados mais interessantes do ponto de vista de aplicação estratégica, industrial e comercial, enquanto os outros membros são apenas coadjuvantes. [...] A colaboração bem sucedida pode evoluir para cooperação. Um ponto essencial na cooperação é que ela agrega funções e age transversalmente, assim, não se limita à segmentação setorial. Reúne conhecimento tácito, know-how e financiamento próprio. Cada parceiro é corresponsável pelo sucesso do empreendimento. 22 Carlos Syllus Martins Pinto. Depoimento concedido a Tatiana Coutto e Lucas Nascimento, em 22 de julho de 2010 (PATTI, 2014, p. 57).

12 11 ultracentrífugas previstas no acordo com a Alemanha posteriormente substituídas pelo método jet-nozzle (jato-centrífugo). Como assevera o cientista argentino Oliveira 23, apesar das pressões políticas dos Estados Unidos, os acordos assinados para a compra de urânio enriquecido deste país pelos países em desenvolvimento eram firmados por meio de contratos privados que garantiam, no plano bilateral, as salvaguardas do elemento combustível por meio de obrigação contratual, e não internacional, como no caso do TNP. Nesse sentido, tanto Brasil quanto a Argentina foram alvo deste tipo de ação. No Brasil, a abertura de uma nova frente rumo à independência no domínio do ciclo do combustível nuclear foi empreendida a partir de 1977, em conjunto por centros militares e civis de pesquisa. A aprovação do programa de enriquecimento de urânio, destinado à utilização em submarino de propulsão nuclear, foi dado no âmbito do programa paralelo, simultaneamente e separadamente 24 ao programa de transferência tecnológica com a Alemanha, cuja execução do acordo estava a cargo das Empresas Nucleares Brasileiras (Nuclebrás). Um dos fundadores do programa na Marinha, em parceria com a Aeronaútica e o Ipen (USP) único instituto de pesquisa não salvaguardado, foi o Almirante Othon Pinheiro, que se dedicou ao enriquecimento de urânio pelo método de ultracentrifugação mediante aval de Geisel. O Almirante possuía experiência na área de construção naval e entendia que se o Brasil desenvolvesse um submarino para fins de defesa, teria que viabilizar o ciclo do combustível com tecnologia independente pois nenhum outro país venderia o combustível para o país 25. O Brasil também utilizou a colaboração técnica bilateral para os usos pacíficos da energia nuclear com vistas ao incremento de sua projeção na América Latina como país mais avançado no setor. Tal cooperação foi um instrumento útil na afirmação dos princípios que o Brasil defendia nos fóruns multilaterais, especialmente no tocante à posição contrária ao TNP. A partir da década de 1960, o Brasil passou a assinar acordos de cooperação técnica com os demais países em desenvolvimento na América Latina como forma de obter prestígio e reconhecimento de seu status de nação mais avançada na região, refletindo em sua posição nos fóruns multilaterais. A exceção nesse caso foi a Argentina, uma vez que a cooperação tardia por meio do acordo para os usos pacíficos da energia nuclear, assinado no governo de João Figueiredo ( ), inaugurou uma modalidade de cooperação com um país latino-americano que desenvolvia um programa nuclear autônomo e avançado 23 Antônio Abel Oliveira. Depoimento concedido a Matias Spektor, Tatiana Coutto e Lucas Nascimento, em dia 19 de abril de 2010 (PATTI, 2014, p. 32). 24 Segundo o depoimento de Martins Pinto (Idem, p. 63), apesar das iniciativas serem administradas por diferentes órgãos, não havia conflito entre os técnicos da Marinha e da Nuclebrás, sendo inclusive fabricada pela Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep) a carcaça do reator utilizado no programa paralelo. 25 Othon Luiz Pinheiro da Silva. Depoimento concedido a Marly Motta, Matias Spektor, Tatiana Coutto e Lucas Nascimento, nos dias 13 de outubro e 15 de dezembro de 2010 (Idem, p ).

13 12 em comparação com os demais países vizinhos (CASTRO, 2006, p apud MADERO; TAKACS, 1991). Isso porque ambos eram os países mais avançados em termos do aproveitamento de minérios atômicos (os dois possuíam jazidas em seus territórios) e no desenvolvimento da tecnologia nuclear, cujos programas, em termos tecnológicos, não eram concorrentes (especialmente no que tange à linha de reatores adotada e ao elemento para produção de combustível nuclear). A constatação dessa simetria, inclusive, repercutiu na participação dos dois países na Junta de Governadores da AIEA, por meio da alternância como representantes dos países mais avançados da América Latina no campo nuclear, estabelecida a partir da fórmula Bernardes 26 e da rotatividade de assentos nesse órgão. Dessa forma, Brasil e Argentina buscaram ter uma posição proeminente nas instâncias decisórias da AIEA, como símbolo de prestígio político e científico; procuraram estabelecer visão comum sobre o desarmamento nuclear na década de 1960; posicionaram-se a favor do direito ao uso pleno da energia nuclear no âmbito do Tratado de Tlatelolco, ainda que nenhum dos dois houvesse ratificado o tratado; adotaram discurso crítico em relação ao TNP; e se opuseram às restrições impostas pelos contratos bilaterais com os Estados Unidos para aceitação de full scope safeguards (as ditas salvaguardas estendidas ou ampliadas) no fornecimento de urânio enriquecido. A tônica da rivalidade em área tão sensível da política internacional fazia com que os rumores de uma corrida armamentista em busca da superioridade sub-regional por meio da fabricação da bomba, não fosse uma estratégia interessante, considerando a conjuntura internacional. A competição pela bomba poderia suscitar a ingerência das potências nucleares, principalmente dos Estados Unidos, no desenvolvimento autônomo dos programas nucleares (inclusive para a realização de testes nucleares pacíficos), gerando sua possível interrupção e o questionamento das justificativas adotadas internamente assentadas no uso da energia nuclear para fins pacíficos. Essa dimensão é interpretada pela busca do equilíbrio pragmático, uma vez que, mesmo diante da ascensão dos regimes militares em ambos os países na década de 1960, o propósito da dissuasão não esteve presente como meta prioritária dos programas nucleares além das especulações nas mídias nacional e internacional para fomentar a rivalidade ou a ambiguidade de propósitos. Ainda que a percepção de ameaças decorrente da posição de ambos os países em relação ao TNP e da resistência para a aplicação de full scope safeguards, esta seria na leitura de Oliveira (PATTI, 2014, p. 38) a visão de grupos políticos herdeiros de Estanislao Zeballos e do 26 Ofício CONFIDENCIAL nº 24, remetido pela Divisão de Organismos Internacionais de Assuntos Específicos, s/n, em 17 de fevereiro de Maço (00). Arquivo Histórico do Ministério das Relações Exteriores, Brasília.

14 13 Barão do Rio Branco fazendo alusão à rivalidade entre os dois ministros de Relações Exteriores de Brasil e Argentina nos idos do século XX. A disputa, por seu turno, se mostrava mais vantajosa no aspecto pacífico do que no político-militar. Tal qual o Brasil, a Argentina utilizou a colaboração técnica com os países vizinhos e menos avançados tecnologicamente, como no caso do Peru 27, para disseminar a tecnologia nuclear de materiais, instalações, reatores e combustíveis e, assim, gerar divisas e promover a ampliação de mercado para a indústria nacional no setor. Essa estratégia mostrava-se pragmática em relação à busca do desenvolvimento tecnológico, propósito almejado por ambos os países no que tangia à aplicação da energia nuclear. A concorrência era alimentada pela paridade do desenvolvimento tecnológico e da projeção de ambos os países como líderes na região, ainda que se destacassem em projetos e processos distintos quanto à aplicação da energia nuclear. No entanto, a concorrência comercial não excluiu a cooperação formal em 1980, via acordo internacional, e a percepção de que a integração tecnológica geraria benefícios advindos da complementaridade dos programas. Desde a década de 1950, cientistas e técnicos brasileiros e argentinos buscavam uma aproximação, encampada posteriormente pelos governos na década de 1960, ainda que sem grandes avanços no escopo político. Na década de 1970, as divergências políticas na questão energética de Itaipu retardaram a cooperação nuclear até o desfecho da disputa em Na mesma década, a solidariedade da chancelaria argentina à resistência brasileira contra as pressões norte-americanas no âmbito do acordo com a Alemanha, destinadas a suspender a transferência da tecnologia de enriquecimento de urânio, afirmou o pragmatismo na defesa do direito pleno à energia nuclear. Na colaboração com os países menos desenvolvidos, dois aspectos mostraram-se relevantes: a proposta de criação, no governo de Costa e Silva ( ) de uma Comunidade Latino-Americana do Átomo (Colatom) 28 para favorecer o desenvolvimento científico e tecnológico latino-americano na aplicação da energia nuclear e afirmar o status brasileiro de nação avançada nesses campos; e os acordos assinados com os países em desenvolvimento, como Paraguai, Peru e Bolívia, com vistas a disseminar o conhecimento adquirido pelo país e asseverar o princípio de que o desenvolvimento da energia nuclear era indissociável dos esforços de emancipação na área científica e tecnológica, conforme estratégia defendida pelo Brasil na ONU e na AIEA. Muitos desses acordos não geraram os resultados esperados ou a cooperação prevista, mas foram instrumentos políticos 27 Correspondência CONFIDENCIAL nº 158, s/n, remetida do Ministério das Relações Exteriores para o Ministério de Minas e Energia, em 22 de setembro de Maço Energia Nuclear Arquivo Histórico do Ministério das Relações Exteriores, Brasília. 28 Documento CONFIDENCIAL, redigido por Sérgio Luiz Portella de Aguiar, chefe da DOA, intitulado Grupo de Trabalho da Comunidade Latino-Americana do Átomo, datado de 20 de fevereiro de Maço temático (00). Energia nuclear. Urânio. Arquivo Histórico do Ministério das Relações Exteriores, Brasília.

15 14 importantes nos planos normativo e discursivo para firmar, em suas considerandas, os princípios defendidos pelo Brasil no plano externo. Conclusão Revelar o perfil brasileiro quanto aos usos da energia nuclear implica identificar os traços mais marcantes, ou o conjunto de características mais evidentes que, com base nos propósitos nacionais definidos na política nuclear, auxiliam no entendimento do comportamento externo brasileiro no plano bilateral, nos fóruns multilaterais e nas relações regionais em prol da autonomia nacional. A nuclearização pacífica e a defesa do desarmamento, o desenvolvimento científico e tecnológico, o direito ao uso pleno da energia nuclear como requisito ao desenvolvimento, a diversificação de colaboradores, a busca por projeção internacional e a relação simétrica e pragmática com a Argentina são apresentados como os princípios que caracterizaram o perfil de inserção internacional do Brasil quanto aos usos da energia nuclear no interregno de 1946 a O que fundamenta a afirmação da existência de um perfil é a continuidade verificada na defesa dos propósitos nacionais no exterior desde a década de 1940 até meados da década de 1980, asseverada pela presença e evolução de tais princípios nos discursos oficiais dos governos brasileiros, e seus desdobramentos no plano da ação externa. A evolução da aplicação desses princípios se deu de forma dessemelhante no período analisado, de acordo com a própria evolução da política nuclear. Desde a gênese dos propósitos nacionais de utilização da energia nuclear no período compreendido entre os governos dos presidentes Eurico Dutra e Café Filho ( ); a regulamentação do uso da energia nuclear nos governos compreendidos entre Juscelino Kubitscheck e o primeiro presidente do regime militar, Castello Branco ( ); e o ápice das ações, no plano doméstico e internacional, em prol do direito à nuclearização e ao uso efetivo da energia nuclear (1967 a 1985), é possível observar como o tema da energia nuclear ocupou lugar de destaque na agenda de inserção internacional do país. Esses princípios foram amplamente utilizados para orientar as posições assumidas nos debates multilaterais na ONU quanto a não proliferação, ao desarmamento e ao acesso à tecnologia nuclear para fins pacíficos, bem como na busca de parceiros internacionais que contribuíssem para a independência nacional na aplicação da energia nuclear. A atuação autônoma do Brasil nos debates internacionais sobre a aplicação da energia nuclear foi marcada pela sua participação pioneira nas principais instâncias decisórias multilaterais sobre a temática desde O caso do Brasil foi emblemático ao revelar como a noção de autonomia no uso da energia nuclear, tema sensível da política internacional, significou a capacidade de prover o país de uma estrutura científica e tecnológica que assegurasse o uso pleno da energia nuclear e gerasse a independência no setor frente aos

16 15 colaboradores externos. O senso de autonomia refletiu à posição contrária ao TNP, ainda que no plano bilateral os acordos assinados pelo Brasil com outros países estivessem sob os auspícios da AIEA. É interessante pontuar que a partir da década de 1970 o discurso de autonomia nos fóruns multilaterais assumiu o caráter reivindicatório contra as medidas geradoras de desigualdade no plano internacional, ressaltando sua dimensão política frente à crescente pressão internacional. Isso, contudo, contribuiu para estigmatizar o país como possível proliferador internacional em virtude das suspeitas quanto aos propósitos nacionais, potencializadas posteriormente pela revelação do programa autônomo liderado pela Marinha e Ipen (USP) de desenvolvimento de tecnologia brasileira. Devido ao propósito político envolvido no controle da energia nuclear, o Itamaraty, como órgão competente para negociar os interesses nacionais diante da conjuntura internacional, teve posição proeminente nos debates domésticos e internacionais desde Ademais, a influência política que o país desejou obter nas instâncias internacionais multilaterais e na esfera regional foi percebida como uma forma de alçar o status de país mais avançado da América Latina na aplicação da energia nuclear. Por outro lado, essa busca de projeção também serviria para incrementar a cooperação internacional com os países desenvolvidos para o aprimoramento das tecnologias nacionais e posterior disseminação para os países em desenvolvimento menos avançados que o Brasil. Dessa forma, o desenvolvimento científico e tecnológico também apresentou uma faceta política no que diz respeito à busca de proeminência política regional como decorrência do domínio de tecnologia avançada. Referências ARARIPE, Alencar. Cooperação Técnica. Declaração ao Grupo dos Oito Países em Genebra, sobre o tema Explosões Nucleares para fins Pacíficos. Revista Brasileira de Política Internacional, Rio de Janeiro, ano X, n , p , mar.-jun., BIASI, Renato de. A energia nuclear no Brasil. Rio de Janeiro: Editora da Biblioteca do Exército, CARPES, Mariana Montez. A política nuclear brasileira no contexto das relações internacionais contemporâneas Dissertação de Mestrado. Programa de Pós- Graduação em Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, CASTRO, Araújo. O congelamento do poder mundial. Revista Brasileira de Estudos Políticos, Belo Horizonte, v. 33, n. 1, p. 7-30, Fundamentos da Paz Internacional: balanço de poder ou segurança coletiva? Revista Brasileira de Política Internacional, Rio de Janeiro, ano XIII, n , p. 7-23, CASTRO, Ricardo Medeiros. Reinterpretando a cooperação nuclear entre Brasil e Argentina: as diversas nuances e perspectivas deste relacionamento no contexto mundial. Dissertação, Mestrado em Relações Internacionais do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.

Nuclear: Orpet J. M. Peixoto mail: AGENCIA BRASILEIRO ARGENTINA DE CONTABILIDADE e CONTROLE DE MATERIAIS NUCLEARES ABACC

Nuclear: Orpet J. M. Peixoto mail: AGENCIA BRASILEIRO ARGENTINA DE CONTABILIDADE e CONTROLE DE MATERIAIS NUCLEARES ABACC Ciclo do Combustível Nuclear: Desenvolvimento e Proliferação Orpet J. M. Peixoto mail: orpet@abacc.org.br AGENCIA BRASILEIRO ARGENTINA DE CONTABILIDADE e CONTROLE DE MATERIAIS NUCLEARES ABACC 1 Introdução

Leia mais

AS TECNOLOGIAS E OS PROGRAMAS INTERNACIONAIS VISANDO À NÃO-PROLIFERAÇÃO DE ARMAS NUCLEARES RIO DE JANEIRO 17/06/08. Laercio Vinhas

AS TECNOLOGIAS E OS PROGRAMAS INTERNACIONAIS VISANDO À NÃO-PROLIFERAÇÃO DE ARMAS NUCLEARES RIO DE JANEIRO 17/06/08. Laercio Vinhas AS TECNOLOGIAS E OS PROGRAMAS INTERNACIONAIS VISANDO À NÃO-PROLIFERAÇÃO DE ARMAS NUCLEARES RIO DE JANEIRO 17/06/08 Laercio Vinhas PERSPECTIVA HISTÓRICA ANOS 40 EVENTOS TRANSFORMADORES - Fissão nuclear

Leia mais

SALVAGUARDAS E NÃO PROLIFERAÇÃO

SALVAGUARDAS E NÃO PROLIFERAÇÃO Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controlede Materiais Nucleares Agencia Brasileño-Argentina de Contabilidad y Control de Materiales Nucleares SALVAGUARDAS E NÃO PROLIFERAÇÃO MARCO MARZO

Leia mais

CONFLITOS E TENSÕES ATUAIS

CONFLITOS E TENSÕES ATUAIS CONFLITOS E TENSÕES ATUAIS GUERRA DA COREIA 1950/53 ANTECEDENTES DO CONFLITO Coreia do Norte Novo sócio do clube atômico Em 2002, o presidente do Estados Unidos, George W Bush, afirmou que a Coreia

Leia mais

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA Curso de Relações Internacionais Programa de Iniciação Científica

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA Curso de Relações Internacionais Programa de Iniciação Científica CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA Curso de Relações Internacionais Programa de Iniciação Científica A Sinergia Inextricável: as dificuldades de coordenação entre Diplomacia e Defesa. Projeto de Pesquisa

Leia mais

TEMA: INTRODUÇÃO À POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA. Autor: Bruno Quadros e Quadros

TEMA: INTRODUÇÃO À POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA. Autor: Bruno Quadros e Quadros POLÍTICA INTERNACIONAL TEMA: INTRODUÇÃO À POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA Autor: Bruno Quadros e Quadros (bquadrosequadros@gmail.com) BIBLIOGRAFIA: CERVO, Amado Luiz; BUENO, Clodoaldo. História da política

Leia mais

O DESENVOLVIMENTO DA ENERGIA NUCLEAR NO BRASIL

O DESENVOLVIMENTO DA ENERGIA NUCLEAR NO BRASIL O DESENVOLVIMENTO DA ENERGIA NUCLEAR NO BRASIL Lançamento do Caderno de Energia Nuclear - FGV Prof. COPPE/UFRJ Abril/2016 Apresentação FGV AS PRINCIPAIS ÁREAS DA ENGENHARIA NUCLEAR GERAÇÃO NUCLEAR APLICAÇÕES

Leia mais

1: Manutenção da Dissuasão Nuclear 2: Contexto Político 3: Deterioração nuclear no século 21 4: Garantindo eficácia na Dissuasão 5: Determinações,

1: Manutenção da Dissuasão Nuclear 2: Contexto Político 3: Deterioração nuclear no século 21 4: Garantindo eficácia na Dissuasão 5: Determinações, 1: Manutenção da Dissuasão Nuclear 2: Contexto Político 3: Deterioração nuclear no século 21 4: Garantindo eficácia na Dissuasão 5: Determinações, Soluções e Custos 6: Aspectos Industriais 7: Decisões

Leia mais

DECRETO Nº, DE DE DE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea a, da Constituição,

DECRETO Nº, DE DE DE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea a, da Constituição, DECRETO Nº, DE DE DE 2018 Consolida as diretrizes sobre a Política Nuclear Brasileira. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea a, da Constituição,

Leia mais

Vocação nuclear do Brasil, seus avanços e seus gargalos

Vocação nuclear do Brasil, seus avanços e seus gargalos Centro Internacional Celso Furtado Paulo Metri 10/08/2018 1. Primórdio nacionalista Vinda de Einstein e de Madame Curie ao Brasil; Álvaro Alberto; Plano Baruch; compensações específicas ; ultracentrífugas

Leia mais

LEI 9.765, DE 17 DE DEZEMBRO DE 1998 Institui taxa de licenciamento, controle e fiscalização de materiais nucleares e radioativos e suas instalações.

LEI 9.765, DE 17 DE DEZEMBRO DE 1998 Institui taxa de licenciamento, controle e fiscalização de materiais nucleares e radioativos e suas instalações. LEI 9.765, DE 17 DE DEZEMBRO DE 1998 Institui taxa de licenciamento, controle e fiscalização de materiais nucleares e radioativos e suas instalações. O Presidente da República: Faço saber que o Congresso

Leia mais

TREINAMENTO PREPARATÓRIO PARA A ECEME

TREINAMENTO PREPARATÓRIO PARA A ECEME 1 2001 2002 2003 2004 Transportes da Comunida Andina e interligações com o Brasil Educação justificativas Ciência e Tecnologia ações governamentais EU e NAFTA comparados ao Brasil Energia no Brasil Estágio

Leia mais

OPANAL. Declaração dos Estados-Membros da Agência para a Proscrição das Armas Nucleares na América Latina e no Caribe OPANAL

OPANAL. Declaração dos Estados-Membros da Agência para a Proscrição das Armas Nucleares na América Latina e no Caribe OPANAL OPANAL Agência para a Proscrição das Armas Nucleares na América Latina e no Caribe Original: espanhol/ inglês/ português Declaração dos Estados-Membros da Agência para a Proscrição das Armas Nucleares

Leia mais

VI Semana da Engenharia Nuclear - UFRJ

VI Semana da Engenharia Nuclear - UFRJ VI Semana da Engenharia Nuclear - UFRJ Painel 5: Salvaguardas e Não Proliferação Nuclear Orpet J. M. Peixoto mail: orpet@uol.com.br orpet.peixoto@afconsult.com Salvaguardas e não-proliferação VI Semana

Leia mais

TECNOLOGIA NACIONAL EM BENEFÍCIO DA SOCIEDADE

TECNOLOGIA NACIONAL EM BENEFÍCIO DA SOCIEDADE MOTIVAÇÃO para criação OBJETO SOCIAL ESCOPO DE ATUAÇÃO ESTRUTURA ORGANIZACIO NAL MODOS DE ATUAÇÃO EXPECTATIVAS novos negócios TECNOLOGIAS DE DEFESA SA TECNOLOGIA NACIONAL EM BENEFÍCIO DA SOCIEDADE SIMPÓSIO

Leia mais

ANEXO II. Listagens de Valores de TLC - Taxa de Licenciamento e Controle. Reatores Nucleares

ANEXO II. Listagens de Valores de TLC - Taxa de Licenciamento e Controle. Reatores Nucleares ANEXO II Listagens de Valores de - Taxa de Licenciamento e Controle Reatores Nucleares Objeto: Reator Nuclear de Potência Aprovação do local (*) 1.1.1 446.400,00 Licença de construção (*) 1.1.2 3.978.000,00

Leia mais

B. IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA MUNDIAL E DO PLANO DE AÇÃO SOBRE SAÚDE PÚBLICA, INOVAÇÃO E PROPRIEDADE INTELECTUAL

B. IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA MUNDIAL E DO PLANO DE AÇÃO SOBRE SAÚDE PÚBLICA, INOVAÇÃO E PROPRIEDADE INTELECTUAL Página 6 B. IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA MUNDIAL E DO PLANO DE AÇÃO SOBRE SAÚDE PÚBLICA, INOVAÇÃO E PROPRIEDADE INTELECTUAL 17. Neste relatório de progresso se destina a oferecer uma visão integral da maneira

Leia mais

ATUALIDADES. Atualidades Conflito s do Mundo Contemporâneo Ásia. Prof. Marcelo Saraiva

ATUALIDADES. Atualidades Conflito s do Mundo Contemporâneo Ásia. Prof. Marcelo Saraiva ATUALIDADES Atualidades 2017 Conflito s do Mundo Contemporâneo Ásia Prof. Marcelo Saraiva Ásia Afeganistão A invasão do Afeganistão pelos Estados Unidos ocorreu após os ataques de 11 de setembro no final

Leia mais

INTEGRAÇÃO REGIONAL E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO COM REFERÊNCIA A CELSO FURTADO

INTEGRAÇÃO REGIONAL E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO COM REFERÊNCIA A CELSO FURTADO INTEGRAÇÃO REGIONAL E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO COM REFERÊNCIA A CELSO FURTADO UFPE CFCH DCP CP-028 Prof. Dr. Marcelo de Almeida Medeiros Lício Lima, Pedro Fonseca, Vítor Alves Sumário Introdução Vítor

Leia mais

Marinha confirma os avanços do Programa Nuclear Brasileiro (Vídeo)

Marinha confirma os avanços do Programa Nuclear Brasileiro (Vídeo) Marinha confirma os avanços do Programa Nuclear Brasileiro (Vídeo) O Almirante de Esquadra Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Jr. iniciou a palestra afirmando "o lugar do Brasil na economia mundial

Leia mais

UMA VISÃO SUCINTA DAS ATIVIDADES DA CNEN

UMA VISÃO SUCINTA DAS ATIVIDADES DA CNEN UMA VISÃO SUCINTA DAS ATIVIDADES DA CNEN Inac 2013 Recife 25/11/2013 Angelo Fernando Padilha Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN Marcos da área nuclear no Brasil 1951: Promulgada a lei do monopólio

Leia mais

Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro explica participação da FAB nos Jogos Olímpicos*

Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro explica participação da FAB nos Jogos Olímpicos* 12 de julho de 2016. Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro explica participação da FAB nos Jogos Olímpicos* Brasil exportará urânio enriquecido pela primeira vez* Farnborough Air Show 2016: Embraer

Leia mais

Disciplina: História da Política Externa Brasileira A Diurno/A Noturno 2018.II - DAESHR024-14SB/NAESHR024-14SB

Disciplina: História da Política Externa Brasileira A Diurno/A Noturno 2018.II - DAESHR024-14SB/NAESHR024-14SB Disciplina: História da Política Externa Brasileira A Diurno/A Noturno 2018.II - DAESHR024-14SB/NAESHR024-14SB Professor: Demétrio G. C. de Toledo, Bacharelado em Relações Internacionais Turma e horários:

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 9.765, DE 17 DE DEZEMBRO DE 1998. Institui taxa de licenciamento, controle e fiscalização de materiais es e radioativos e suas

Leia mais

Ciclo do Combustível Nuclear no Brasil

Ciclo do Combustível Nuclear no Brasil Ciclo do Combustível Nuclear no Brasil Salvaguardas para a Operação de Centrais Nucleares Roberto C. A. Travassos ELETROBRAS Gerente de Planejamento e Orçamento GPO.T ETN-GPO.T / Ago-2010 / Pag. 1 Ciclo

Leia mais

ENERGIA NUCLEAR. Professora: Thamilis Aguiar Colégio Energia Barreiros

ENERGIA NUCLEAR. Professora: Thamilis Aguiar Colégio Energia Barreiros ENERGIA NUCLEAR Professora: Thamilis Aguiar Colégio Energia Barreiros O QUE É ENERGIA NUCLEAR? É a energia proveniente da fissão do núcleo de alguns átomos de elementos (geralmente urânio),que têm a capacidade

Leia mais

LICENCIAMENTO NUCLEAR NO BRASIL

LICENCIAMENTO NUCLEAR NO BRASIL LICENCIAMENTO NUCLEAR NO BRASIL Ivan Pedro Salati de Almeida, D.Sc. Diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN III Semana da Energia Nuclear - UFRJ Rio de Janeiro

Leia mais

Ministério das Relações Exteriores Instituto Rio Branco. Prova Escrita de Política Internacional

Ministério das Relações Exteriores Instituto Rio Branco. Prova Escrita de Política Internacional Ministério das Relações Exteriores Instituto Rio Branco Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata Questão 1 A configuração territorial do Brasil e, mais recentemente, o progressivo adensamento de laços

Leia mais

PROGRAMA: Educação Profissional e Tecnológica

PROGRAMA: Educação Profissional e Tecnológica PROGRAMA: 2031 - Educação Profissional e Tecnológica INDICADORES Número de matrículas em cursos de educação profissional técnica de nível médio Número de matrículas em cursos de educação profissional tecnológica

Leia mais

Comissão Nacional de Energia Nuclear Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento

Comissão Nacional de Energia Nuclear Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento Resumo Este documento apresenta o Termo de Abertura do projeto do Reator Multipropósito Brasileiro RMB, que traz reconhecimento da existência do projeto e atribui autoridade aos gerentes para que possam

Leia mais

A A s s i n a t u r a d o N o v o Tr a t a d o R u s s o a m e r i c a n o : u m A c o n t e c i m e n t o H i s t ó r i c o

A A s s i n a t u r a d o N o v o Tr a t a d o R u s s o a m e r i c a n o : u m A c o n t e c i m e n t o H i s t ó r i c o A A s s i n a t u r a d o N o v o Tr a t a d o R u s s o a m e r i c a n o : u m A c o n t e c i m e n t o H i s t ó r i c o Pavel Petrovsky Embaixador da Rússia em Portugal 2010 N.º 126 5.ª Série pp.

Leia mais

O Livro Branco de Defesa Nacional

O Livro Branco de Defesa Nacional O Livro Branco de Defesa Nacional Análise América Pedro Casas Rúbia Rodrigues 26 de Novembro de 2011 O Livro Branco de Defesa Nacional Análise América Pedro Casas Rúbia Rodrigues 26 de Novembro de 2011

Leia mais

Visão estratégica da INB a 2034

Visão estratégica da INB a 2034 Visão estratégica da INB - 2009 a 2034 Posição final do Conselho de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro Alfredo Tranjan Filho. 16/06/2009 CONVERSÃO DO U 3 O 8 EM UF 6 MINERAÇÃO E PRODUÇÃO DE

Leia mais

Política Internacional Professor Rafael Prince. Professor Rafael Prince

Política Internacional Professor Rafael Prince.   Professor Rafael Prince Política Internacional Questão 1 A oferta de cooperação internacional desponta, no presente, como importante vertente a política externa brasileira. Considerando as prioridades, os objetivos e as ações

Leia mais

Decreto No , de

Decreto No , de Decreto No. 5.517, de 23.08.2005 Promulga o Acordo de Cooperação entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Francesa para o Desenvolvimento das Utilizações Pacíficas da

Leia mais

HISTORIADA POIÍI1CA EXKRIOR DO BRASIL

HISTORIADA POIÍI1CA EXKRIOR DO BRASIL A WA SÉRIE 81 AMADO LUIZ CERVO Professor da Universidade de Brasília CLODOALDO BUENO Professor da Universidade Estadual Paulista Campus de Marília HISTORIADA POIÍI1CA EXKRIOR DO BRASIL Sumário Introdução

Leia mais

INDUSTRIALIZAÇÃO GEOGRAFIA. O que é indústria? SETORES DA ECONOMIA SETOR PRIMÁRIO SETOR SECUNDÁRIO SETOR TERCIÁRIO. Agricultura Pecuária extrativismo

INDUSTRIALIZAÇÃO GEOGRAFIA. O que é indústria? SETORES DA ECONOMIA SETOR PRIMÁRIO SETOR SECUNDÁRIO SETOR TERCIÁRIO. Agricultura Pecuária extrativismo GEOGRAFIA Professor Leandro Almeida INDUSTRIALIZAÇÃO O que é indústria? SETORES DA ECONOMIA SETOR PRIMÁRIO SETOR SECUNDÁRIO SETOR TERCIÁRIO Agricultura Pecuária extrativismo Indústria Comércio Serviços

Leia mais

Seminário Perspectivas da Energia Nuclear no Brasil

Seminário Perspectivas da Energia Nuclear no Brasil Seminário Perspectivas da Energia Nuclear no Brasil Alexandre Gromann de Araujo Góes, D.Sc. Coordenador-Geral de Reatores (CGRC) Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear Sofitel Rio de Janeiro, Rio

Leia mais

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL. Secretaria de Políticas de Desenvolvimento Regional. 3ª Convocatória

MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL. Secretaria de Políticas de Desenvolvimento Regional. 3ª Convocatória MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL Secretaria de Políticas de Desenvolvimento Regional 3ª Convocatória Ação 1 Apoio à participação do MI no evento Open Days 2010 Relatório Final 1 C1 Relatório Final da

Leia mais

Módulo 6 Setor 171. Nova Ordem Mundial Prof. Lucas Guide 3º ano EM

Módulo 6 Setor 171. Nova Ordem Mundial Prof. Lucas Guide 3º ano EM Módulo 6 Setor 171 Nova Ordem Mundial Prof. Lucas Guide 3º ano EM O que é a Nova Ordem Mundial? A Nova Ordem Mundial ou Nova Ordem Geopolítica Mundial significa o plano geopolítico internacional das correlações

Leia mais

Geração Elétrica. Prof. Dr. Eng. Paulo Cícero Fritzen

Geração Elétrica. Prof. Dr. Eng. Paulo Cícero Fritzen Geração Elétrica Prof. Dr. Eng. Paulo Cícero Fritzen 1 TRATAMENTO DE RESÍDUOS NUCLEARES Roteiro da Apresentação Energia Nuclear Consumo mundial Informações gerais Mercado Reservas, produção e consumo no

Leia mais

ESPELHO DE EMENDAS AO TEXTO DA LEI

ESPELHO DE EMENDAS AO TEXTO DA LEI Página: 1 de 5 Acrescenta 10 ao art. 5º Corpo da lei - Artigo 5 Parágrafo 9 10 As Agências Reguladoras que dispõem de receita própria e vinculada, prevista na respectiva Lei de criação, não serão objeto

Leia mais

Conselho de Segurança das Nações Unidas. A questão nuclear do Irã. O Conselho de Segurança é o órgão da ONU responsável

Conselho de Segurança das Nações Unidas. A questão nuclear do Irã. O Conselho de Segurança é o órgão da ONU responsável Conselho de Segurança das Nações Unidas A questão nuclear do Irã 1. Sobre o Comitê: O Conselho de Segurança é o órgão da ONU responsável pela manutenção da paz e da segurança internacionais. Cabe aos países

Leia mais

POLITICA INTERNACIONAL CACD Blenda Lara

POLITICA INTERNACIONAL CACD Blenda Lara POLITICA INTERNACIONAL CACD 2016 Blenda Lara A prova de Política Internacional Características da Prova O que efetivamente tem sido cobrado? ATUALIDADES TEORIA POLITICA OU DE RELAÇOES INTERNACIONAIS BANCA

Leia mais

Empreendimento Reator Multipropósito. Brasileiro (RMB) Desafios e Perspectivas

Empreendimento Reator Multipropósito. Brasileiro (RMB) Desafios e Perspectivas Comissão Nacional de Energia Nuclear Empreendimento Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) Desafios e Perspectivas VI Semana de Engenharia Nuclear da UFRJ 19 de Outubro de 2018 Rio de Janeiro Isaac José

Leia mais

Proposta de Programa Latino-americano e Caribenho de Educação Ambiental no marco do Desenvolvimento Sustentável. Resumo Executivo

Proposta de Programa Latino-americano e Caribenho de Educação Ambiental no marco do Desenvolvimento Sustentável. Resumo Executivo Proposta de Programa Latino-americano e Caribenho de Educação Ambiental no marco do Desenvolvimento Sustentável Resumo Executivo I. Antecedentes 1. O presente documento foi elaborado para o Ponto 6.2 do

Leia mais

Figura Localização do ipen dentro da Universidade de São Paulo

Figura Localização do ipen dentro da Universidade de São Paulo 2.1 Identidade Legal O Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares - ipen é uma autarquia estadual vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo do Governo do Estado

Leia mais

VII Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana - Um diálogo Europa - América do Sul

VII Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana - Um diálogo Europa - América do Sul RELATÓRIO VII Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana - Um diálogo Europa - América do Sul Desafios Atuais para o Desarmamento e as Missões de Paz na Agenda Política Em 2010, a Conferência

Leia mais

Jungmann apresenta ao presidente Temer a revisão dos documentos da Defesa

Jungmann apresenta ao presidente Temer a revisão dos documentos da Defesa Jungmann apresenta ao presidente Temer a revisão dos documentos da Defesa Por Alexandre Gonzaga O ministro da Defesa, Raul Jungmann, apresentou nesta quinta-feira (29) ao presidente da República Michel

Leia mais

História das Relações Internacionais BH1335 (4-0-4)

História das Relações Internacionais BH1335 (4-0-4) História das Relações Internacionais BH1335 (4-0-4) Professor Dr. Demétrio G. C. de Toledo BRI demetrio.toledo@ufabc.edu.br UFABC 2016.I Aula 17 2ª-feira, 11 de abril Módulo III: Sistema internacional

Leia mais

Desarmamento e Não- Proliferação

Desarmamento e Não- Proliferação Desarmamento e Não- Proliferação Profº Marcelo Câmara Prof. Marcelo Câmara Introdução Jus in bello ( direito na guerra /direito internacional humanitário) e jus ad bellum (direito à guerra, regulação do

Leia mais

NOÇÕES BÁSICAS DAS NORMAS E REGULAMENTOS

NOÇÕES BÁSICAS DAS NORMAS E REGULAMENTOS O PAPEL DA LEGISLAÇÃO Imposição de Regras - Benefício referente à prática de determinada atividade. ORGANISMOS INTERNACIONAIS Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) - Elaborar recomendações

Leia mais

PROVA ESCRITA DE POLÍTICA INTERNACIONAL

PROVA ESCRITA DE POLÍTICA INTERNACIONAL PROVA ESCRITA DE POLÍTICA INTERNACIONAL CESPE CEBRASPE IRBr Aplicação: 2017 Nesta prova, faça o que se pede, utilizando, caso deseje, os espaços indicados para rascunho. Em seguida, escreva os textos definitivos

Leia mais

Sumário. P a r t e I. Amado Luiz Cervo

Sumário. P a r t e I. Amado Luiz Cervo Sumário I n t r o d u ç ã o, 11 P a r t e I A CONQUISTA E O EXERCÍCIO DA SOBERANIA (1822-1889) Amado Luiz Cervo A POLÍTICA EXTERNA À ÉPOCA DA IN D EPENDÊN CIA, 17 Um novo ator em um mundo dinâmico, 17

Leia mais

Regulação Estatal e Desenvolvimento

Regulação Estatal e Desenvolvimento Federal University of Minas Gerais From the SelectedWorks of Eduardo Meira Zauli 1998 Regulação Estatal e Desenvolvimento Eduardo Meira Zauli, Dr., Federal University of Minas Gerais Available at: http://works.bepress.com/eduardo_zauli/10/

Leia mais

Avaliação da unidade II Pontuação: 7,5 pontos

Avaliação da unidade II Pontuação: 7,5 pontos Avaliação da unidade II Pontuação: 7,5 pontos QUESTÃO 01 Descreva as principais características do populismo no Brasil: (valor 1,0) QUESTÃO 02 Após a Segunda Guerra Mundial, consolidou-se uma ordem político-econômica

Leia mais

Aná lise políticá internácionál párá deciso es estráte gicás

Aná lise políticá internácionál párá deciso es estráte gicás Aná lise políticá internácionál párá deciso es estráte gicás Como a política internacional constitui os riscos geopolíticos e regulatórios APRESENTAÇÃO Frequentemente, firmas tomam decisões ou estabelecem

Leia mais

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DIPLOMÁTICO REPERTÓRIO DE POLÍTICA EXTERNA: POSIÇÕES DO BRASIL

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DIPLOMÁTICO REPERTÓRIO DE POLÍTICA EXTERNA: POSIÇÕES DO BRASIL MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES SECRETARIA DE PLANEJAMENTO DIPLOMÁTICO REPERTÓRIO DE POLÍTICA EXTERNA: POSIÇÕES DO BRASIL BRASÍLIA, 2007 Copyright Ministério das Relações Exteriores Brasil. Ministério

Leia mais

XXXVI Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul Cúpula Extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) 16 Dezembro 2008 Itamaraty

XXXVI Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul Cúpula Extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) 16 Dezembro 2008 Itamaraty XXXVI Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul Cúpula Extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) 16 Dezembro 2008 Itamaraty Cúpula Extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL)-Costa

Leia mais

Agência Nacional de Transportes Aquaviários

Agência Nacional de Transportes Aquaviários COSIPLAN Presidencia Pro Tempore Uruguai 2014-2016 Agência Nacional de Transportes Aquaviários ESTUDO DA PRÁTICA REGULATÓRIA, VANTAGENS COMPETITIVAS E OFERTA E DEMANDA DE CARGA ENTRE OS PAÍSES SIGNATÁRIOS

Leia mais

Relatório da. Comissão de Acompanhamento do Programa Nuclear Brasileiro. da Sociedade Brasileira de Física

Relatório da. Comissão de Acompanhamento do Programa Nuclear Brasileiro. da Sociedade Brasileira de Física Relatório da Comissão de Acompanhamento do Programa Nuclear Brasileiro da Sociedade Brasileira de Física Atendendo a demanda da Diretoria e do Conselho da Sociedade Brasileira de Física, e em preparação

Leia mais

TECNOLOGIA NACIONAL EM BENEFÍCIO DA SOCIEDADE

TECNOLOGIA NACIONAL EM BENEFÍCIO DA SOCIEDADE MOTIVAÇÃO para criação OBJETO SOCIAL ESCOPO DE ATUAÇÃO ESTRUTURA ORGANIZACIONAL MODOS DE ATUAÇÃO EXPECTATIVAS novos negócios TECNOLOGIAS DE DEFESA SA TECNOLOGIA NACIONAL EM BENEFÍCIO DA SOCIEDADE Workshop

Leia mais

DISCURSO DO ALMIRANTE CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA ARMADA POR OCASIÃO DA CERIMÓNIA DE ENTREGA DO ESTANDARTE NACIONAL À FFZ LTU19

DISCURSO DO ALMIRANTE CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA ARMADA POR OCASIÃO DA CERIMÓNIA DE ENTREGA DO ESTANDARTE NACIONAL À FFZ LTU19 DISCURSO DO ALMIRANTE CHEFE DO ESTADO-MAIOR DA ARMADA POR OCASIÃO DA CERIMÓNIA DE ENTREGA DO ESTANDARTE NACIONAL À FFZ LTU19 Alfeite, Corpo de Fuzileiros, 3 de junho de 2019 Senhores Embaixadores e representantes

Leia mais

OBSERVATÓRIO DE INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE IEA/USP

OBSERVATÓRIO DE INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE IEA/USP OBSERVATÓRIO DE INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE IEA/USP 19 de setembro de 2011 Programa Nacional de Integração Estado-Empresa na Área de Bens Sensíveis O Papel da Inteligência de Estado Of. Int. Helton Miranda

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Mercosul 1ª parte Prof.ª Raquel Perrota 1. Noções preliminares - Surgido no contexto de redemocratização e reaproximação dos países da América Latina ao final da década de

Leia mais

Produção e Fornecimento de Radiofármacos pela CNEN: Contexto Geral e Desafios. INAC 2015 São Paulo

Produção e Fornecimento de Radiofármacos pela CNEN: Contexto Geral e Desafios. INAC 2015 São Paulo Produção e Fornecimento de Radiofármacos pela CNEN: Contexto Geral e Desafios INAC 2015 São Paulo Isaac José Obadia Diretor de P&D/CNEN Tópicos da Apresentação 1. Organograma CNEN e Unidades Produtoras

Leia mais

ESTRATÉGIAS DE ACEITAÇÃO PÚBLICA DA GERAÇÃO ELÉTRICA NUCLEAR

ESTRATÉGIAS DE ACEITAÇÃO PÚBLICA DA GERAÇÃO ELÉTRICA NUCLEAR ESTRATÉGIAS DE ACEITAÇÃO PÚBLICA DA GERAÇÃO ELÉTRICA NUCLEAR autor: Leonam dos Santos Guimarães setembro.2016 SOBRE A FGV ENERGIA A FGV Energia é o centro de estudos dedicado à área de energia da Fundação

Leia mais

CENTRO DE ESTUDOS PSICOPEDAGÓGICOS DE MACEIÓ PROFA. MÔNICA GUIMARÃES GEOGRAFIA - 9º ANO

CENTRO DE ESTUDOS PSICOPEDAGÓGICOS DE MACEIÓ PROFA. MÔNICA GUIMARÃES GEOGRAFIA - 9º ANO CENTRO DE ESTUDOS PSICOPEDAGÓGICOS DE MACEIÓ PROFA. MÔNICA GUIMARÃES GEOGRAFIA - 9º ANO DIVISÃO REGIONAL (REGIONALIZAÇÃO) *Europa Ocidental *Europa Centro Oriental *Europa Setentrional *Europa Mediterrânea

Leia mais

No núcleo do átomo: os usos da energia nuclear e a inserção internacional do Brasil ( )

No núcleo do átomo: os usos da energia nuclear e a inserção internacional do Brasil ( ) Universidade de Brasília Instituto de Relações Internacionais Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais No núcleo do átomo: os usos da energia nuclear e a inserção internacional do Brasil (1946-1985)

Leia mais

Política Externa do Brasil

Política Externa do Brasil Política Externa do Brasil A política externa é o conjunto de objetivos políticos que um determinado Estado almeja alcançar nas suas relações com os demais países do mundo. Definição planejada e objetiva

Leia mais

PERCURSO 1 Do mundo multipolar para o bipolar da Guerra Fria. Prof. Gabriel Rocha 9º ano - EBS

PERCURSO 1 Do mundo multipolar para o bipolar da Guerra Fria. Prof. Gabriel Rocha 9º ano - EBS PERCURSO 1 Do mundo multipolar para o bipolar da Guerra Fria. Prof. Gabriel Rocha 9º ano - EBS 1 O mundo multipolar e as guerras mundiais do século XX Entre meados do século XIX e o final da Segunda Guerra

Leia mais

Painel 3 MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA: DESAFIOS E ALTERNATIVAS. Nivalde de Castro Coordenador do GESEL Instituto de Economia da UFRJ

Painel 3 MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA: DESAFIOS E ALTERNATIVAS. Nivalde de Castro Coordenador do GESEL Instituto de Economia da UFRJ Painel 3 MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA: DESAFIOS E ALTERNATIVAS Nivalde de Castro Coordenador do GESEL Instituto de Economia da UFRJ Rio de Janerio 23 de junho de 2015 Sumário Energia Elétrica e seus desafios

Leia mais

Departamento de Negociações Internacionais Secretaria de Comércio Exterior Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior

Departamento de Negociações Internacionais Secretaria de Comércio Exterior Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Departamento de Negociações Internacionais Secretaria de Comércio Exterior Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Márcio Luiz de Freitas Naves de Lima Diretor do Departamento de Negociações

Leia mais

Mercado incomum do sul

Mercado incomum do sul Mercado INcomum do Sul Rebeca Nepomuceno, Thiago Nascimento PET - Economia - UnB 06 de Setembro de 2013 Vantagem absoluta Marco teórico Vantagem comparativa Modelo de fatores específicos Modelo de Hecksher-Ohlin

Leia mais

Guerra Fria ( )

Guerra Fria ( ) Guerra Fria (1946-1991) Guerra improvável, paz impossível Conflito político, Ideológico (cultural), Militar Indireto entre EUA e URSS Início Churchill, Truman e Stalin (1945) - A Conferência de Potsdam

Leia mais

(Folha de S.Paulo, Disponível em: <https://goo.gl/uuyp62>. Adaptado)

(Folha de S.Paulo, Disponível em: <https://goo.gl/uuyp62>. Adaptado) 65. Leia a notícia a seguir. Marine Le Pen e Emmanuel Macron venceram o primeiro turno das eleições francesas neste domingo [23 de abril], classificando-se para o embate final em 7 de maio. O resultado

Leia mais

Conselho da União Europeia Bruxelas, 24 de maio de 2019 (OR. en)

Conselho da União Europeia Bruxelas, 24 de maio de 2019 (OR. en) Conselho da União Europeia Bruxelas, 24 de maio de 2019 (OR. en) 9437/19 ATO 56 RECH 271 SAN 256 NOTA PONTO "I/A" de: Secretariado-Geral do Conselho para: Comité de Representantes Permanentes (2.ª Parte)/Conselho

Leia mais

QUÍMICA. Transformações Químicas e Energia. Radioatividade: Reações de Fissão e Fusão Nuclear, Desintegração Radioativa e Radioisótopos - Parte 13

QUÍMICA. Transformações Químicas e Energia. Radioatividade: Reações de Fissão e Fusão Nuclear, Desintegração Radioativa e Radioisótopos - Parte 13 QUÍMICA Transformações Químicas e Energia - Parte 13 Prof ª. Giselle Blois FISSÃO NUCLEAR A fissão nuclear é a divisão do núcleo (quebra ou desintegração) de um átomo em dois núcleos menores, com a liberação

Leia mais

Tendo em vista essa informação e considerando as questões comerciais da chamada globalização, pode ser dito que:

Tendo em vista essa informação e considerando as questões comerciais da chamada globalização, pode ser dito que: Exercícios sobre blocos econômicos Exercícios 1. Se algum acordo de comércio tinha tudo para dar certo foi aquele firmado entre México, Estados Unidos e Canadá. Sancionado em 1994, o Acordo de Livre Comércio

Leia mais

Por que Kim Jong-un decidiu agora suspender os testes nucleares da Coreia do Norte?

Por que Kim Jong-un decidiu agora suspender os testes nucleares da Coreia do Norte? Por que Kim Jong-un decidiu agora suspender os testes nucleares da Coreia do Norte? Por Ankit Panda* O anúncio feito pelo líder norte-coreano Kim Jongun de que vai suspender os testes nucleares pode, à

Leia mais

CADERNO OPINIÃO MARÇO 2016 ENERGIA NUCLEAR

CADERNO OPINIÃO MARÇO 2016 ENERGIA NUCLEAR CADERNO OPINIÃO MARÇO 2016 ENERGIA NUCLEAR autor: Leonam dos Santos Guimarães março.2016 2 3 SOBRE A FGV ENERGIA A FGV Energia é o centro de estudos dedicado à área de energia da Fundação Getúlio Vargas,

Leia mais

O AMBIENTE ECONÔMICO GLOBAL

O AMBIENTE ECONÔMICO GLOBAL O AMBIENTE ECONÔMICO GLOBAL Prof : Cálidon Costa calidoncosta@gmail.com calidontur@hotmail.com O AMBIENTE ECONÔMICO GLOBAL Em 31 de dezembro de 1991, com a dissolução da União Soviética, nasceu um nova

Leia mais

9º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR Tecnologia Nuclear a Serviço da Sociedade

9º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR Tecnologia Nuclear a Serviço da Sociedade 9º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR Tecnologia Nuclear a Serviço da Sociedade 25, 26 e 27 de julho de 2018 Rio de Janeiro - RJ APRESENTAÇÃO O salto tecnológico que o mundo experimentou nas últimas

Leia mais

1a. Semana de Engenharia Nuclear da UFRJ. Empreendimento Reator Multipropósito Brasileiro

1a. Semana de Engenharia Nuclear da UFRJ. Empreendimento Reator Multipropósito Brasileiro Comissão Nacional de Energia Nuclear 1a. Semana de Engenharia Nuclear da UFRJ Empreendimento Reator Multipropósito Brasileiro Isaac José Obadia e José Augusto Perrotta Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2011

Leia mais

10º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR

10º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR 10º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR 03, 04 e 05 de julho de 2019 Rio de Janeiro - BRASIL APRESENTAÇÃO A decisão do governo de aprovar um novo preço de referência para a energia gerada pela Central

Leia mais

O Brasil frente à emergência da África: comércio e política comercial

O Brasil frente à emergência da África: comércio e política comercial O Brasil frente à emergência da África: comércio e política comercial Pedro da Motta Veiga Katarina P. da Costa Novembro 2011 1 A África se integra ao mundo Primeira década do século XXI: aprofundamento

Leia mais

02. ORDEM OU DESORDEM MUNDIAL?

02. ORDEM OU DESORDEM MUNDIAL? 02. ORDEM OU DESORDEM MUNDIAL? O que foi a Guerra Fria Disputa pelo poder em escala global Estados Unidos (capitalista) x União Soviética (socialista) Sem conflito armado direto guerra econômica, diplomática

Leia mais

Cobertura de, aproximadamente, 7% do PIB mundial

Cobertura de, aproximadamente, 7% do PIB mundial São Paulo Brasil I Outubro 2015 Comércio e Investimento Comércio e Investimento Acordos comerciais em vigor Acordos comerciais assinados, que ainda não entraram em vigor Acordos de Cooperação em Investimento

Leia mais

O PROGRAMA NUCLEAR DA MARINHA - DESAFIOS E PROPOSTAS -

O PROGRAMA NUCLEAR DA MARINHA - DESAFIOS E PROPOSTAS - - B-1 - Anexo B(9), do OfExt n 30-39/2010, da SecCTM ao Centro de Gestão e Estudos Estratégicos MARINHA DO BRASIL CENTRO TECNOLÓGICO DA MARINHA EM SÃO PAULO A MARINHA DO BRASIL NA 4ª CONFERÊNCIA NACIONAL

Leia mais

Cinema, Soft Power e os BRICS

Cinema, Soft Power e os BRICS Seminário Cinema, Soft Power e os BRICS Mostra Internacional de Cinema de São Paulo Debora Ivanov 27/10/2016 Diretrizes Diretrizes das ações internacionais realizadas pela ANCINE 1. Estímulo à realização

Leia mais

Mercado de Trabalho para Engenheiro Nuclear : AMAZUL

Mercado de Trabalho para Engenheiro Nuclear : AMAZUL MOTIVAÇÃO para criação OBJETO SOCIAL ESCOPO DE ATUAÇÃO ESTRUTURA ORGANIZACIONAL MODOS DE ATUAÇÃO Mercado de Trabalho para Engenheiro Nuclear : AMAZUL EXPECTATIVAS novos negócios AMAZÔNIA AZUL TECNOLOGIAS

Leia mais

Sociedade Civil Organizada Global. Prof. Diego Araujo Azzi BRI/CECS

Sociedade Civil Organizada Global. Prof. Diego Araujo Azzi BRI/CECS Sociedade Civil Organizada Global Prof. Diego Araujo Azzi BRI/CECS 2018.3 Aula 20 (26/11) Participação social nas instâncias da ONU Leitura base: VIEIRA, Liszt. Os argonautas da cidadania. A sociedade

Leia mais

Perspectivas para a economia brasileira nos próximos anos

Perspectivas para a economia brasileira nos próximos anos Perspectivas para a economia brasileira nos próximos anos Perspectivas para a indústria e para as exportações Ministro Marcos Pereira Ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços Brasília, 19 de

Leia mais

A ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO

A ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO A ESTRUTURA DO COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO Este post é um pouco maior do que o habitual, mas o assunto é de interesse geral, principalmente para aqueles que estão iniciando no comércio exterior. ****

Leia mais

IMPERIALISMO E NEOCOLONIALISMO

IMPERIALISMO E NEOCOLONIALISMO IMPERIALISMO E NEOCOLONIALISMO Resultado da 2ª Revolução Industrial CONTEXTO: 2ª Revolução Industrial; Necessidade de novos mercados; Nacionalismo; Produção de armas; O CAPITALISMO MONOPOLISTA Setor industrial

Leia mais

O que é uma Ordem Geopolítica?

O que é uma Ordem Geopolítica? Regionalizações do Espaço Mundial O que é uma Ordem Geopolítica? Potência Mundial: país com capacidade de intervir no espaço mundial devido à força política, econômica, militar e tecnológica Equilíbrio

Leia mais

Aspectos Reguladores de um Projeto de Descomissionamento no Brasil - Ex. Laboratório de Caracterização Isotópica

Aspectos Reguladores de um Projeto de Descomissionamento no Brasil - Ex. Laboratório de Caracterização Isotópica Reunión Regional sobre Clausura de Instalaciones que Utilizan Material Radiactivo Proyeto de Cooperación Técnica del OIEA RLA/9/055 Buenos Aires, Argentina 27-31 Octubre 2008 Aspectos Reguladores de um

Leia mais

PLANO BIENAL DE TRABALHO DA DIRETORIA (2014/2015) (Art. 15, inciso II do Estatuto da ANPEd)

PLANO BIENAL DE TRABALHO DA DIRETORIA (2014/2015) (Art. 15, inciso II do Estatuto da ANPEd) PLANO BIENAL DE TRABALHO DA DIRETORIA (2014/2015) (Art. 15, inciso II do Estatuto da ANPEd) APRESENTAÇÃO A ANPEd, uma das principais associações científicas brasileira no campo da educação, ao longo de

Leia mais