Sistemas Silviculturais
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- Liliana Arruda
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1 PHD Manejo de Recursos Naturais Universidade de São Paulo Escola Politécnica Departamento de Eng. Hidráulica e Sanitária Sistemas Silviculturais Aula 6 Prof. Dr. Arisvaldo Méllo
2 Produção Sustentável de madeira Objetivo de obter colheitas contínuas por meio de um balanço entre crescimento líquido e colheita anual ou periódica Sistemas silviculturais Processo pelo qual os constituintes de uma floresta são assistidos, removidos e substituídos por nova colheita, resultando na produção de madeira de uma forma distinta Importante saber quando e como intervir na floresta de modo a conseguir um alto rendimento sem afetar o equilíbrio natural.
3 Sistemas Silviculturais Colheita ou exploração Seletiva: corte seletivo em uma área específica, adotando-se um ciclo de corte Corte raso: numa área, distribuído durante um número de anos, numa única operação Regeneração ou recobrimento das áreas de colheita Natural: mudas da regeneração natural ou rebrota Artificial: mudas de viveiro Favorecimento da regeneração Baixa intensidade Alta intensidade
4 Sistemas Silviculturais A escolha e a adaptação dependem da composição florística, da estrutura e da dinâmica da floresta Distinção das florestas a partir do inventário Florestas com possibilidade de transição direta para uma produção sustentada de madeira Florestas inadequadas para a produção natural sustentada de madeira Domesticação Transformação Substituição
5 Levantamento Florístico (Fitossociológico) Estudo quantitativo da composição, estrutura, dinâmica, história, distribuição e relações ambientais da comunidade vegetal Estudo da presença e da dominância de determinados gêneros ou espécies de plantas Estudo das inter-relações das espécies vegetais dentro da comunidade vegetal no espaço e no tempo Parâmetros imprescindíveis para a regeneração das diferentes comunidades vegetais
6 Levantamento Florístico (Fitossociológico) DA N. Ind Densidade absoluta N. Ind DR N. Ind Totais Densidade relativa Índice de valor de cobertura: expressa a contribuição da espécie na cobertura vegetal do ambiente Índice de valor de importância: expressa a importância ecológica da espécie no ambiente Índice de diversidade: expressa o número de espécies de uma comunidade A
7 Sucessão vegetal Indica o aumento da complexidade da vegetação e apresenta uma substituição de grupos de espécies vegetais Espécies pioneiras Espécies mais rústicas, tolerantes ao sol, de pequeno a médio porte, crescimento rápido e menos exigentes. Não se desenvolvem no sub-bosque e se estabelecem em clareiras ou bordas de florestas Espécies secundárias iniciais Espécies ocorrem em condições de sombreamento médio (aproveitam-se da sombra das pioneiras) ocorrem em clareiras pequenas, bordas de clareiras grandes ou de florestas ou no sub-bosque não densamente sombreado
8 Sucessão vegetal Espécies secundárias tardias (Climax) Espécies de grande porte e longevidade que dominarão a mata, reduzindo as pioneiras a um percentual muito menor se desenvolvem no sub-bosque em condições de sombra leve ou densa Clímax Dinâmico Área Aberta Comunidade Pioneira Comunidade Seres Comunidade Clímax Colonizadoras Fatores abióticos: Sol Temperatura Umidade MO Colonização: Predomínio de Pioneiras Fatores abióticos: Sol Temperatura Umidade MO Re-colonização: Pioneiras e Secundárias Iniciais Fatores abióticos: Sol Temperatura Umidade MO Estabilização: Secundárias Tardias e Clímax
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10 Formas de domesticação Transformação conversão gradual e lenta da floresta quanto à composição e/ou estrutura As operações destinam-se à criação de florestas manejadas em condições próximas às naturais Substituição permuta de florestas naturais pelas artificiais em áreas muito vastas consistem basicamente em remover toda a cobertura florestal existente (em uma única operação) e destinar a área à outra atividade utilizado quando a floresta existente está degradada, contém poucas espécies de valor econômico e as espécies remanescentes não tem crescimento em altura suficiente para atingir o dossel superior
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12 Tipos de sistemas silviculturais Monocíclicos A totalidade de estoque de madeira comercial é abatida em uma só operação Objetivo: criar florestas altas equiâneas destinadas à exploração e operações de regeneração dentro de rotações previamente estabelecidas Depende principalmente da regeneração (natural ou artificial) As espécies devem ter capacidade de produzir sementes com regularidade e em grande quantidade A manipulação do dossel superior deve facilitar a regeneração e ao mesmo tempo evitar a competição pelos recursos entre a regeneração e as espécies indesejáveis
13 Tipos de sistemas silviculturais Policíclicos São aqueles que manejam o povoamento em pé e as operações de abate do estoque de madeira se aplicam apenas a uma parte das espécies por vez Objetivo: criar uma floresta alta manejada e composta predominantemente por espécies comerciais Os cortes são realizados durante a transformação e também em intervalos regulares denominados rotações Estes sistemas requerem menos inversão inicial decorrem sem alterações substanciais nas estruturas naturais menos riscos ecológicos, financeiros e ingressos mais freqüentes
14 Sistemas Agroflorestais - SAF Sistema que une o uso de árvores ou outras espécies perenes com os cultivos agrícolas e/ou pecuária Objetivo: racionalizar e aproveitar mais adequadamente os Recursos Naturais que compõem o sistema de produção Tipos Silviagrícola: essências florestais + espécies agrícolas Silvipastoril: essências florestais + pecuária Agrossilvipastoril: essências florestais + espécies agrícolas + pecuária Medicinal: espécies medicinais + exploração agrícola e/ou pecuária (exploração de árvores florestais)
15 Critério de projeto Características da área de estudo: solo, clima, topografia, situação sócio- econômica, infraestrutura local, uso do solo, vegetação, etc. Seleção das espécies que devam integrar o SAF, sua distribuição na área, etc. Análise da viabilidade econômica Análise dos impactos ambientais e sociais decorrentes deste sistema Exploração de resíduos florestais (sobras de cortes, ramos, galhos, etc.)
16 Produtos florestais não madereiros Produtos vegetais e correlatos obtidos da floresta excluídos os lignocelulósicos Alimentos, fármacos, gomas e colas, cosméticos, corantes, aromatizantes, artesanatos, acessórios domésticos, etc. Mais de 1300 espécies medicinais, porém menos que 100 espécies são utilizadas atualmente pela indústria de fármacos Comércio mundial de óleos e essências (1 bilhão US$/ano) Corantes naturais apresentam um mercado mundial de 100 milhões US$/ano, o látex de 1 bilhão US$/ano O óleo de eucalipto gera 10 mil empregos e gira 4 milhões US$/ano A resina de Pinus gera 15 mil empregos e gira 25 milhões US$/ano Frutos como a Castanha do Pará que gera 20 milhões US$/ano para o Brasil
17 Inventário de recursos não madereiros Produtos existentes Produtos economicamente viáveis Características biológicas e ecológicas Abundância Período de coleta Vantagens sociais correlacionadas a este tipo de exploração
18 Escolha das espécies Satisfazer a necessidade dos produtores Procurar utilizar espécies de multiuso As espécies devem ter adaptabilidade às características locais As espécies devem apresentar ciclos de vida diferenciados (safras diferenciadas) As espécies escolhidas não devem ser alelopáticas umas às outras As espécies utilizadas para comércio deverão apresentar um mercado adequado para o consumo (fácil comercialização e escoamento da produção) Não devem ser muito exigentes em águas e nutriente, nem a tratos culturais (quando se tratar de sistema tradicional)
19 Exemplos de SAF
20 Propriedade bem manejada RESERVA LEGAL 1 RPPN 2 Reserva Legal 3 Apicultura 4 Micro Corredor 5 Sistema Agroflorestal 6 Agricultura orgânica e pecuária 7 Agricultura e plantio de exóticas e nativas 8- Piscicultura e plantio de exóticas e nativas RPPN
21 Espécies vegetais nobres do Brasil CEDRO AROEIRA Cedrela fissilis Vell. Família Miliacea - Altura de 20 a 30 m - Diâmetro do tronco: 60 a 90 cm - Leve (densidade média de 0,55 g/cm 3 ) - Macia ao corte e durável em ambiente seco. - Alburno branco ou rosado distinto do cerne - Floresce nos meses de agosto-setembro Myracroduon urundeuva Fr. All Família Anacardiaceae - Altura de 6 a 14 m (cerrado e caatinga); 20 a 25 m (solo férteis) - Diâmetro do tronco: 50 a 80 cm - Muito pesada (densidade 1,19 g/cm 3 ) - grande resistência mecânica e praticamente imputrescível; - Floresce nos meses de junho a julho -Bioma natural: cerrado
22 CEREJEIRA JACARANDÁ Eugenia involucrata DC. Família Myrtaceae - Altura de 5-8m (10-15m na mata) - Diâmetro do tronco de cm - Densidade: 0,6 g/cm 3 - Floresce nos meses de setembro a novembro junto com o surgimento da nova folhagem - Moderadamente pesada, compacta, elástica, muito resistente e de boa durabilidade natural Jacaranda cuspidifolia Mart. Família Bignoniaceae - Altura de 5 a10 m -Diâmetro tronco de 30 a 40 cm - Densidade: 0,87 g/cm 3 - Moderadamente pesada, decorativa, muito resistente, macia, durabilidade longa quando em ambientes secos - Floresce a partir de setembro com a planta parcialmente despida de sua folhagem - Bioma natural: Mata Atlântica e Cerrado
23 MAÇARANDUBA PAU-BRASIL Persea pyrifolia Nees et Mart. ex Nees Família Lauraceae - Altura de 30-50m - Diâmetro tronco de cm - Moderadamente pesada (densidade 0,68 g/cm 3 ) - Medianamente dura, fácil de trabalhar - Floresce a partir do final de outubro Caesalpinia echinata Lam. Família Leguminosae-Caesalpinoidae - Altura de 8-12m - Diâmetro tronco: 40-70cm - Densidade: 1,01 g/cm 3 - Planta espinhenta, Madeira muito pesada, dura, compacta, muito resistente, de textura fina - Floresce a partir do final de setembro até outubro
24 Matança - Xangai
25 Novo Código Florestal Brasileiro
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