FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
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1 unesp DISCIPLINA: TEMA: PROFESSORES: UNIVERSIDADE PAULISTA Campus de Jaboticabal FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS Departamento de Produção Vegetal Silvicultura Florestas sob Regime de Alto Fuste Sérgio Valiengo Valeri Rinaldo César de Paula DESBASTES MÓDULO 16 DESBASTES, são cortes parciais feitos em povoamentos em desenvolvimento. Com eles estimulase o crescimento das árvores remanescentes, aumentando, assim, a produção de madeira utilizável. DESBASTES E DENSIDADES DE ÁRVORES REMANESCENTES Plantio 1 o Desbaste (aos 8 anos) 2 o Desbaste (aos 10 anos) 3 o Desbaste (aos 12 anos) 2000 mudas/ha 1400 árvores/ha 1000 árvores/ha 700 árvores/ha o Desbaste (aos 15 anos) 5 o Desbaste (aos 19 anos) Cote final (aos 25 anos) () () () 500 árvores/ha 300 árvores/ha 0 árvores/ha ROTAÇÃO é o período existente entre o plantio e o corte final. No caso presente é de 25 anos.
2 2 DESBASTES E PRODUÇÃO DE MADEIRA DAS ÁRVORES RETIRADAS Desbaste n o N o de Árvores/ha Produção de madeira retirada Anterior Retiradas Remanescentes (m 3 /ha) 1 o o o o o Cote final TOTAL 710 USO DO DESBASTE É ele usado na condução de florestas de coníferas (Pinus) e folhosas (Eucalipto), sob regime de alto fuste, visandose a obtenção de máximo desenvolvimento dos fustes e por consequência, maior produção de madeira. Pinus sp Corymbia citriodora pequenos fustes Celulose e papel aglomerado madeira serrada Pequenos fustes moirões lenha postes de cerca leves Grandes fustes madeira serrada laminados madeira serrada Grandes fustes postes pesados dormentes 0,45: tem menor resistência mecânica e por isso é mais facilmente trablhada para os fins acima. Densidades básicas médias (g cm 3 ) 0,80: apresenta alta resistência mecânica e ao ataque de agentes deteriorantes. A densidade básica da madeira aumenta com a idade da árvore Observação: as madeiras serradas e laminados são considerados produtos nobres.
3 3 POR QUE A ALTA DENSIDADE DE MUDAS NO PLANTIO? Porque se deseja fustes desenvolvidos com ramos finos E não, fustes desenvolvidos com ramos grossos Os ramos grossos não caem naturalmente com facilidade, exigem maor trabalho para sua retirada, além de produzir nós de grandes dimensões, reduzindo a quantidade útil de madeira e seu valor comercial. E os ramos finos? Eles caem precocemente, quando sombreados, produzem nós de pequenas dimensões e o valor comercial do fuste é maior. PORTANTO: A alta densidade no plantio proporciona sombreamento mútuo dos ramos inferiores. Por isso, eles são ramos finos que morrem precocemente, caindo de forma natural. Os superiores, recebendo luminosidade, continuam desenvolvendose. POR QUE O DESBASTE? Com alta densidade Com desbaste A medida que o tempo passa, as árvores em alta densidade competem por água, nutrientes e luminosidade. Isto ocasionaria, em determinado momento, a redução da taxa de crescimento, principalmente em relação ao DAP. Fazendose o desbaste, a competição diminue, elevando a taxa de crescimento das árvores, atingindo assim, o objetivo de se produzir máxima quantidade de madeira de boa qualidade (com poucos nós).
4 4 QUANDO FAZER O DESBASTE? O desbaste é feito, quando a redução da taxa de crescimento for significativa. Isto ocorre quando o Incremento Volumétrico Corrente Anual (I.C.A.) for menor que o Incremento Volumétrico Médido Anual (I.M.A.). TAL FATO OCORRE NA IDADE DE CORTE! A idade de corte depende da espécie, do solo, do espaçamento de plantio e remanescentes e mercado da madeira. Por que a periodicidade dos desbastes? Em rotações longas, o númer de árvores deverá ser reduzido gradativamente para forçar a competição entre elas, ter maior eficiência de seleção e maior produção de madeira. Se o desbaste for feito sem periodicidade, haveria a formação de clareiras e as árvores tombariam, pois não apresentariam copas e raízes resistentes ao vento. COMO DESBASTAR? 1. DESBASTE SELETIVO. No Brasil, geralmente, são selecionadas as árvores que deverão permanecer no povoamento. As demais, mortas, dominadas, defeituosas (tortas, bifurcadas, com foxtail e com danificações), são desbastadas ou cortadas. As árvores selecionadas ou remnescentes serão aquelas que apresentam boa forma e grandes dimensões. É importante que estas árvores fiquem uniformemente distribuídas na área, mesmo que algumas boas sejam eliminadas e outras menos desejáveis continuem a compor o povoamento, evitandose a formação de clareiras. Desbaste seletivo
5 5 2. DESBASTE MECÂNICO OU SISTEMÁTICO 2 a linha 3 a linha 1 a linha 2 a linha 3 a linha 1 a linha Neste método, linhas inteiras de plantas são desbastadas sistematicamente, sem a seleção de árvores. Geralmente, são desbastadas todas as árvores das terceiras linhas de plantio, de modo que o espaço aberto favoreça o crescimento das árvores da 2 a linha (anterior) e da 1 a linha (posterior). COMO ELE É USADO? Este método é mais eficientemente aplicado quando o povoamento é jovem, denso e uniforme, uma vez que linhas inteiras são retiradas sem haver seleção. QUAIS SÃO AS SUAS VANTAGENS? O método é simples, prático, dispensa a seleção de árvores, facilita o corte e retirada das mesmas. 3. DESBASTE MISTO OU CONJUGADO Povoamento de Pinus Linhas de plantio 4 a 5 a 6 a 1 a 2 a 3 a 4 a 5 a 6 a 1 a 2 a Consiste na associação dos métodos seletivos e o mecânico. São estabelecidas algumas linhas para serem totalmente desbastadas, enquanto que nas demais linhas é efetuado o desbaste seletivo.
6 6 EXEMPLO DE DESBASTE MISTO OU CONJUGADO Linhas de Plantio 4 a 5 a 6 a 1 a 2 a 3 a 4 a 5 a 6 a 1 a 2 a Desbaste X Método 1 o ao 5 o 1 o 1 o ao 5 o 1 o 1 o ao 5 o 1 o 1 o ao 5 o x x x x x x x Seletivo Sist. Seletivo Sist. Seletivo Sist. Seletivo Nos povoamentos de Pinus elliottii var. elliottii e P. taeda da Klabin do Paraná S.A., 1 o e 2 o desbaste são mistos e os demais são eletivos. QUANTAS VEZES DESBASTAR E EM QUAL INTENSIDADE? Espécie Desbaste Idade (ano)anterior N o de árvores/ha % Árvores retiradas Remanescente Atual Atual Acumulada Pinus sp 1 o ,00 30,00 Eucalyptus sp 2 o ,57 50,00 3 o ,00 65,00 4 o ,57 75,00 5 o ,00 85,00 C. Final ,00 100,00 1 o ,00 40,00 2 o ,00 64,00 3 o ,00 78,40 4 o ,00 87,04 5 o ,00 92,24 C. Final ,00 100,00 A intensidade de desbaste é a porcentagem de árvores retiradas. O número de desbastes varia em função da espécie, solo, espaçamento, mercado de madeira e características desejáveis do produto final. QUANTO MAIOR FOR O NÚMERO DE DESBASTES, MENOR DEVERÁ SER A INTENSIDADE DE CADA UM DELES COMO OBTER MADEIRAS PARA Fazendose desbastes mais frequentes e de intensidade moderada. FINS NOBRES? E O CUSTO X LUCRO DOS PRODUTOS NOBRESA? O custo para a obtenção de madeiras pra fins nobres é alto, devido à elevada frequência de desastes. O lucro é alto devido a elevada qualidade do produto obtido.
7 7 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA AGUIAR, I.B. Condução, exploração e regeneração florestal. Jaboticabal: Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias UNESP, p. (Boletim Didático, 4). CUNHA, N.T.S., NAGY, J.L. Silvicultura. In: Manual técnico florestal; apostila do Colégio Florestal de Irati. Campo Largo: Ingra S.A., p VALE, A.B., OLIVEIRA, A.D., FELFILI, J.M., QUINTAES, P.C.G. Desbastes florestais. Brasil Florestal, Brasília, n. 59, p. 4557, Testes de Asserção e Razão Responda as questões abaixo, preenchendo os espaços entre parênteses do quadro final de respostas com as letras: (A) Se as duas proposições (P1 e P2) forem corretas e a segunda for justificativa da primeira. Orientação: coloque a palavra porque entre as proposições P1 e P2 para confirmar se P2 é justificativa de P1; (B) Se proposições (P1 e P2) forem corretas e a segunda não for justificativa da primeira; (C) Se a primeira proposição (P1) for correta e a segunda (P2) incorreta; (D) Se a primeira proposição (P1) for incorreta e a segunda (P2) correta; (E) Se a primeira (P1) e a segunda (P2) proposições forem incorretas. 1. (P1) Desbastes são cortes totais feitos em povoamentos em desenvolvimento. (P2) O desbaste estimula o crescimento das árvores remanescentes, aumentado a produção de madeira utilizável. 2. (P1) A partir do plantio até o corte final, a densidade de árvores cresce. (P2) Durante a rotação, são feitos desbastes periódicos. 3. (P1) A produção de madeira de 300 árvores do corte final é maior do que as retiradas em 5 desbastes. (P2) No corte final, a densidade delas é menor, portanto são mais desenvolvidas. 4. (P1) Podese obter máximo desenvolvimento dos fustes. (P2) O máximo desenvolvimento dos fustes também se obtém através do desbaste. 5. (P1) Corymbia citriodora (Eucalyptus citriodora) é usado para produção de laminados. (P2) Tem densidade menor que 0,5 g/cm (P1) Dormentes são feitos com madeira de Pinus sp. (P2) Madeira de Pinus sp tem elevada resistência mecânica. 7. (P1) A alta densidade de plantio visa fustes com ramos finos. (P2) Os ramos grossos caem naturalmente com facilidade. 8. (P1) A baixa densidade no plantio proporciona sombreamento mútuo dos ramos inferiores. (P2) Por isso, na condição de baixa densidade, esses são ramos finos e morrem precocemente. 9. (P1) A medida que o tempo passa, as árvores em baixa densidade competem pelos elementos do meio físico. (P2) Essa condição ocasionaria, em determinado momento, a redução da taxa de crescimento, principalmente em altura. 10. (P1) O desbaste é feito quando a redução da taxa de crescimento for significativa. (P2) Os desbastes periódicos favorecem a competição entre as árvores, com maior eficiência de seleção e maior produção de madeira. 11. (P1) Em rotações longas, o número de desbastes deverá ser reduzido rapidamente, quando o povoamento ainda é jovem. (P2) Na idade de desbaste, o incremento volumétrico médio anual é menor que o incremento volumétrico corrente anual.
8 8 12. (P1) No Brasil, geralmente, são selecionadas as melhores árvores que deverão ser retiradas do povoamento. (P2) As árvores remanescentes serão aquelas que apresentam boa forma e grandes dimensões. 13. (P1) Desbaste mecânico é aquele em que linhas inteiras de árvores são desbastadas sistematicamente. (P2) Esse método é mais eficientemente aplicado quando o povoamento é jovem, denso e uniforme. 14. (P1) O desbaste misto consiste na associação dos métodos seletivo e o mecânico. (P2) São estabelecidas algumas linhas para serem totalmente desbastadas, enquanto que nas demais linhas é efetuado o desbaste seletivo. 15. (P1) Quanto menor for o número de árvores retiradas, maior será a intensidade de desbaste. (P2) A intensidade de desbaste é a porcentagem do número de árvores remanescentes em relação ao total existente antes do desbaste. 16. (P1) Para se obter madeiras para fins nobres, devem ser feitos desbastes mais frequentes e de intensidade moderada. (P2) Quanto menor for o número de desbastes, maior deverá ser a intensidade de cada um deles. 17. (P1) O custo para a obtenção de madeiras para fins nobres é alto. (P2) A frequência de desbastes para a obtenção de madeiras para fins nobres é alta. Quadro de Respostas 1. ( ) 2. ( ) 3. ( ) 4. ( ) 5. ( ) 6. ( ) 7. ( ) 8. ( ) 9. ( ) 10. ( ) 11. ( ) 12. ( ) 13. ( ) 14. ( ) 15. ( ) 16. ( ) 17. ( ) O Gabarito é apresentado na página 9.
9 9 Gabarito do Módulos Florestas sob Regime de Alto Fuste 1. ( D ) 2. ( D ) 3. ( A ) 4. ( A ) 5. ( E ) 6. ( E ) 7. ( C ) 8. ( E ) 9. ( E ) 10. ( B ) 11. ( E ) 12. ( D ) 13. ( B ) 14. ( A ) 15. ( E ) 16. ( B ) 17. ( A )
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