UNIVERSIDADE PAULISTA Campus de Jaboticabal FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS. Departamento de Produção Vegetal
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1 unesp UNIVERSIDADE PAULISTA Campus de Jaboticabal FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS Departamento de Produção Vegetal MÓDULO 14 DISCIPLINA: TEMA: ROFESSORES: Silvicultura Condução, manejo e regeneração florestal: idade de corte e regimes florestais Sérgio Valiengo Valeri Rinaldo César de Paula CONDUÇÃO, EXPLORAÇÃO E REGENERAÇÃO FLORESTAL INTRODUÇÃO Floresta Implantada Benefícios e produtos Condução Custo Qualidade Uma vez implantada, a floresta deve ser conduzida adequadamente para que os benefícios e os produtos inicialmente pretendidos sejam obtidos a baixo custo e com a qualidade desejada. A condução da floresta está intimamente relacionada com a sua exploração e regeneração. A regeneração pode ser feita por meio do plantio de mudas ou por meio da brotação das touças, após o corte das árvores efetuado durante a exploração. Considerando que a grande maioria das florestas implantadas visam a produção de madeira a ser usada para vários fins, serão abordados principalmente os aspectos relativos aos povoamentos conduzidos para a obtenção desse produto florestal.
2 2 2. IDADE DE CORTE Uma floresta deve ser explorada quando as árvores que a constituem atingirem o máximo crescimento e produzirem a quantidade máxima de madeira. O tempo necessário para que isto ocorra é chamado de idade de corte ou rotação e pode variar principalmente em função da espécie, do espaçamento entre as árvores e da finalidade da produção. A idade de corte pode ser determinada com o acompanhamento do crescimento da floresta. Para tanto, anualmente são medidos o diâmetro, a altura e o volume das árvores em parcelas permanentes representativas do povoamento. Com estes elementos, determina-se o incremento volumétrico médio anual (I.M.A.) e o incremento volumétrico corrente anual (I.C.A.) da floresta. A idade de corte deverá corresponder ao ano no qual o incremento corrente se iguala ao incremento médio, estando assim a floresta na época de exploração.
3 VOLUME (st/ha/ano) IDADE (anos) IMA (st/ha/ano) ICA(st/ha/ano) FIGURA 1. Variação do incremento corrente anual e incremento médio anual para Eucalyptus spp. nas regiões de cerrado do Estado de São Paulo. QUADRO 1. Evolução do provável crescimento volumétrico para Eucalyptus spp. nas regiões de cerrado do Estado de São Paulo Idade em anos Volume provável Estéreos/ha I.M.A. Estéreos/ha/ano I.C.A. Estéreos/ha/ano ,5 25, ,9 38, ,5 41, ,6 33, ,5 26, ,0 21,0 Verifica-se pelos dados do Quadro 01 que o incremento corrente anual atinge o valor máximo no 4 o ano, decrescendo acentuadamente nos anos subsequentes. Consequentemente, inicia-se a partir do 5 o ano um sensível decréscimo do incremento médio anual. Como se observa pela Figura 1 e pelo Quadro 1, o corte deverá ser efetuado entre o 5 o e 6 o ano. Este resultado é válido para os povoamentos de Eucalyptus grandis, E. saligna e E. urophylla crescendo com a produtividade média de 30 estéreos/ha/ano, nas condições de cerrado do Estado de São Paulo (FERREIRA & TIMONI, 1979). Até a idade de corte, as plantas aproveitam totalmente os fatores de crescimento (água, luz, nutrientes, etc.) colocados à sua disposição. A partir deste momento, o crescimento das árvores começa a diminuir, em função da competição entre elas. A manutenção da floresta com o crescimento estagnado
4 4 não é interessante e para se manter o povoamento no máximo de seu potencial de crescimento volumétrico, deverão ser efetuados cortes totais ou parciais. Houve uma tendência para a diminuição dos ciclos de corte, em função principalmente da implantação de florestas energéticas destinadas à produção de madeira para energia (lenha, carvão vegetal e álcool), com o uso de espaçamentos mais reduzidos. Entretanto, a necessidade dos cortes em fases muito jovens de crescimento, provoca a exportação excessiva de nutrientes do solo, diminuindo a sua fertilidade e comprometendo a produtividade das rotações futuras. A idade de corte poderá ser determinada também em função do crescimento da floresta em diâmetro, área basal e massa de matéria seca. 3. REGIMES FLORESTAIS A maneira através da qual ocorre a regeneração das florestas é denominada de regime florestal. Fundamentalmente, existem dois regimes florestais: o de Talhadia e o de Alto Fuste. No regime de talhadia, a regeneração ocorre por brotação das touças, havendo duas modalidades deste regime: talhadia simples regular e talhadia esquadrinhada. A primeira modalidade é amplamente usada no Brasil para espécies de eucalipto principalmente para obtenção de madeira de pequenas dimensões. Na talhadia esquadrilhada as árvores dominantes de um povoamento florestal são cortadas, ocorrendo a brotação sob a proteção das árvores remanescentes. Pode ser aplicada apenas para as espécies de sombra com capacidade de brotação da touça, sendo adequada para a condução de florestas de proteção de encostas e de florestas constituídas por árvores de diferentes idades. No regime de alto fuste a regeneração pode ser natural, por sementes, ou artificialmente com o plantio de mudas obtidas por sementes ou clones, e a condução de florestas é realizada com a aplicação de desbastes periódicos, e é usada para obtenção de toras de grandes dimensões para construção civil e moveis. As espécies mais usadas no Brasil são do gênero Pinus. Corymbia citriodora (Eucalyptus citriodora) é usado em regime de talhadia sob alto fuste que será tratado em módulo específico.
5 5 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ANÔNIMO. Desbastes. (Apostila de ENF Técnicas Silviculturais). Universidade Federal de Viçosa. 6p. s.d. BALLONI, E.A. Manejo de florestas de Eucalyptus. In: CURSO DE TREINAMENTO PARA ELABORAÇÃO DE PLANO DE CORTE, São Paulo, SBS, p. (Datilografado). BALLONI, E.A., SIMÕES, J.W., SILVA, A.P. Condução de touças de Eucalyptus., Silvicultura, São Paulo, n.14, p.87-89, FERREIRA, C.A., TIMONI, J.L. Contribuição ao estudo da determinação da época de corte em povoamentos de Eucalyptus spp. (E. urophylla, E. grandis, E. saligna). Silvicultura, São Paulo, n.14, p.85-86, FONSECA, A.G. et al. Influência da época de corte sobre o vigor das brotações de povoamentos de E. saligna Sm. Viçosa, SIF, p (Boletim Técnico, 1). FREITAS, M., SILVA, A.P., GUTIERREZ NETO, F. Manejo de eucaliptais para rotações sucessivas. Boletim Informativo IPEF, Piracicaba, v.6, n.19, p.3-13, FREITAS, M., SILVA, A.P., GUTIERREZ NETO, F., CAVENA, R.A O interplantio como alternativa para rotações sucessivas em Eucalyptus. IPEF, Piracicaba, n.19, p.1-16, GUTIÉRREZ, G.L. Lignotuberulos o protuberancias de la raiz. In: ATLAS DEL EUCALIPTO, Sevilla, ICONA, p. (Tomo 1).
6 6 MORAES, M.L. Relatório de estágio realizado na Companhia Agro-Florestal Monte Alegre. Agudos, CAFMA, p. (Datilografado). NASCIMENTO FILHO, M.B., MAGALHÃES J.G.R., FERNANDES, J.C., PEREIRA, J.R. Influência da altura de corte sobre a sobrevivência das touças de Eucalyptus. Silvicultura, São Paulo, n.28, p , NICOLIELO, N. Aspectos gerais sobre manejo florestal em florestas homogêneas de Pinus spp. In: CURSO DE TREINAMENTO PARA ELABORAÇÃO DE PLANO DE CORTE, São Paulo, SBS, p. (Datilografado). PEREIRA, A.R., BRANDI, R.M. Condução da brotação em povoamentos de eucalipto. Viçosa, SIF, p (Boletim Técnico, 6). PEREIRA, A.R., LADEIRA, H.P. Custos de desbrota em povoamentos de eucaliptos. Silvicultura, São Paulo, n.28, p , SIMÕES, J.W., BRANDI, R.M., LEITE, N.B., BALLONI, E.A. Formação, manejo e exploração de florestas com espécies de rápido crescimento. Brasília, IBDF, p. SPELTZ, R.M., MOREIRA, M.F. Arraste de desbastes de Pinus spp. Com animais uma opção no sistema de exploração. Silvicultura, São Paulo, n.28, p , VALE, A.B., OLIVEIRA, A.D., FELFILI, J.M., QUINTAES, P.C.G. Desbastes florestais. Brasil Florestal, Brasília, n.59, p.45-57, VEIGA, A.A. Desbastes em função da área basal. Silvicultura em São Paulo, São Paulo, v.1. n.1, p.61-69, Testes de Asserção e Razão Responda as questões abaixo, preenchendo os espaços entre parênteses do quadro final de respostas com as letras: (A) Se as duas proposições (P1 e P2) forem corretas e a segunda for justificativa da primeira. Orientação: coloque a palavra porque entre as proposições P1 e P2 para confirmar se P2 é justificativa de P1; (B) Se proposições (P1 e P2) forem corretas e a segunda não for justificativa da primeira; (C) Se a primeira proposição (P1) for correta e a segunda (P2) incorreta; (D) Se a primeira proposição (P1) for incorreta e a segunda (P2) correta; (E) Se a primeira (P1) e a segunda (P2) proposições forem incorretas.
7 7 1. (P1) A condução florestal envolve técnicas que são aplicadas à floresta implantada e visa a produção de madeira de pequenas e/ou grandes dimensões. (P2) A condução envolve técnicas de manejo e exploração florestal ao longo da rotação da cultura, visando a máxima produção e para isso são adotados regimes de talhadia, alto fuste com desbastes periódicos ou talhadia sob alto fuste. 2. (P1) A regeneração florestal ocorre apenas por sementes. (P2) A regeneração por meio de brotação de touças não é natural e é designada de talhadia. 3. (P1) A idade de corte deverá corresponder ao ano no qual o incremento corrente se iguala ao incremento médio. (P2) Essa época corresponde ao período de rotação da floresta, quando atinge o máximo crescimento e produz a quantidade máxima de madeira. 4. (P1) Povoamentos florestais implantados em espaçamentos menores atinge a idade de corte antes do que aqueles implantados em espaçamentos maiores. (P2) No espaçamento menor, ou seja, em condições de alta densidade de árvores, a competição entre árvores por luz, água e nutrientes é maior, o que antecipa a paralisação do crescimento das árvores. 5. (P1) O incremento médio anual e corrente anual de massa de matéria seca podem ser usados para determinar idade de corte. (P2) A idade de corte pode ser determinada em função do crescimento da floresta em diâmetro, área basal, volume de madeira e massa de matéria seca de madeira. Quadro de Respostas 1. ( ) 2. ( ) 3. ( ) 4. ( ) 5. ( ) O gabarito se encontra na página 8.
8 8 Gabarito do Módulo Condução, manejo e regeneração florestal: idade de corte e regimes florestais 1. ( A ) 2. ( E ) 3. ( A ) 4. ( A ) 5. ( A )
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