GO, 1 IFGoiano Campus Morrinhos Rodovia BR - 153, Km 633, , caixa postal 92 Morrinhos

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1 Efeito do pó de rocha basáltica no rendimento da cenoura Janete Golinski 1 ; Jefferson das Neves Carvalho 1 ; Quintiliano Siqueira Schroden Nomelini 2 João Batista Rodrigues Junior 1 ; Enio Eduardo Basílio 1 ; Anselmo Afonso Golynski 1 1 IFGoiano Campus Morrinhos Rodovia BR - 153, Km 633, , caixa postal 92 Morrinhos GO, 2 Faculdade de Matemática - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia - MG, janete.golinski@ifgoiano.edu.br, jefferson.neeves@hotmail.com, kim_mati@yahoo.com.br, jotadf1983@gmail.com, enio.basilio@ifgoiano.edu.br, anselmo.golynski@ifgoiano.edu.br RESUMO Pesquisas utilizando pó de rocha tem mostrado a potencialidade de alguns desses resíduos em promover o enriquecimento mineral dos solos, prática essa conhecida como rochagem. Ela visa aumentar a fertilidade do solo, proporcionar uma boa produtividade e maior sustentabilidade agrícola. Com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes doses de pó de rocha basáltica, misturado ao esterco bovino no rendimento e produção da cenoura, foi conduzido um experimento na horta do setor de olericultura do IFGoiano Campus Morrinhos - GO. Utilizou-se o delineamento de blocos ao acaso com oito tratamentos constituídos pelas diferentes doses do pó de rocha (50, 100, 150, 200, e 300 g m - ²), misturado ao esterco bovino na dose de 4 kg m - ², sendo um tratamento constituído somente por esterco bovino (4 kg m - ²), um tratamento com adubação convencional (NPK) recomendada para a cultura e um sem adubação, todos com quatro repetições. As características avaliadas foram: peso da raiz e da parte aérea, peso da massa seca da raiz e parte aérea, comprimento da raiz e parte aérea e o diâmetro da raiz. Os resultados mostraram que houve resposta positiva para o peso, comprimento e diâmetro da raiz nos tratamentos constituídos pelas doses de 150, 200 e 300 g m - ² de pó de rocha com esterco bovino 4 kg m - ², resultando em maiores rendimentos em comparação com o tratamento convencional e o tratamento somente com o esterco. PALAVRAS-CHAVE: Daucus carota, rochagem, desempenho. ABSTRACT Effect of rock dust basaltic in carrot yield Searches using rock dust has shown the potential of some of these residues in promoting the enrichment of the mineral soil, a practice known as stonemeal. It aims to increase soil fertility, provide good productivity and greater sustainability agricultural. With the objective of evaluating the effect of different dosages of basaltic rock dust mixed with the manure on yield and carrot production, an experiment was conducted in the S1367

2 horticulture sector IFGoiano Campus Morrinhos - GO. We used the a randomized block design with eight treatments consisted of different doses of rock dust (50, 100, 150, 200, and 300 g m - ²), mixed into the cattle manure at the dose of 4 kg m - ², with a treatment consisting only of cattle manure (4 kg m - ²), a treatment with conventional fertilization (NPK) recommended for the crop and without fertilization all with four replicates. The characteristics evaluated were: root weight and aerial part, weight of the dry mass of root and aerial part, root length and aerial part and root diameter. The results showed that there was a positive answer to the weight, length root and diameter of the treatments consisted of the doses of 150, 200 and 300 g m - ² rock powder with manure 4 kg m - ², resulting in higher yields compared with conventional treatment and treatment with manure. Keywords: Daucus carota, stonemeal, performance. A cenoura (Daucus carota) é uma hortaliça de grande importância econômica no Brasil. Pode ser plantada durante todo ano, desde que a cultivar seja adequada à época de plantio (Luz et al., 2009). A cenoura apresenta alto conteúdo de vitamina A, textura macia e paladar agradável (Filgueira, 2008). Considerando o modelo de desenvolvimento agrícola adotado no Brasil, grande parte da demanda de fertilizantes para as culturas é suprida através da utilização de adubos prontamente solúveis, pelas formulações NPK, associadas ou não ao uso de macro e micronutrientes. Apesar das vantagens da solubilização rápida e do suprimento da demanda de nutrientes pelas plantas, os adubos solúveis apresentam geralmente o inconveniente de poderem ser rapidamente lixiviados e, ou de causarem desequilíbrios nutricionais para as plantas (Hensel, 2003). Por essas razões, muitos agricultores, particularmente aqueles que adotam sistemas orgânicos ou agroecológicos de produção, vem incrementando a utilização de fontes alternativas de nutrientes para a agricultura, dentre as quais se destacam as rochas naturais moídas, prática que vem sendo denominada de rochagem. A rochagem também é considerada como um tipo de remineralização, na qual o pó de rocha é utilizado para rejuvenescer solos pobres ou lixiviados. Fundamenta-se, basicamente, na busca de equilíbrio da fertilidade, na conservação dos recursos naturais e na produtividade naturalmente sustentável (Theodoro, 2000). Como a grande maioria dos solos brasileiros são altamente intemperizados, com mineralogia da fração argila composta de caulinita e óxidos de ferro e de alumínio, apresentam baixa capacidade de S1368

3 troca de cátions (CTC) e têm pouca ou nenhuma reserva de bases, na medida em que a maioria dos minerais primários facilmente intemperizáveis já foi destruída (Sengik, 2011). Leonardos et al. (2000) apontam para o uso de rocha moída, principalmente o basalto, como uma possível fonte de macro e micronutrientes, que pode levar ao rejuvenescimento de solos muito intemperizados. Segundo Resende et al. (2002), os basaltos são considerados rochas básicas, tidas como um importante material de origem de solos, contribuindo para sua fertilidade em função do predomínio de minerais facilmente intemperizáveis e ricos em cátions, destacando-se os feldspatos cálciosódicos e piroxênios. Assim o presente trabalho teve como objetivo avaliar o rendimento da cultura da cenoura em função de diferentes doses de pó de rocha basáltica misturada a compostos orgânicos (esterco bovino). MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Goiano (IFGoiano), Campus Morrinhos, localizado na rodovia BR 153 Km 633 Morrinhos (GO), a uma latitude de sul e a uma longitude oeste, estando a uma altitude de 701 metros, com temperatura média máxima anual de 21,8 Cº e mínima anual de 19,5 Cº; a precipitação pluvial média anual é de mm. O experimento foi conduzido de abril de 2013 a julho A classe do solo é do tipo Latossolo Vermelho, distrófico de textura argilosa, com as seguintes características químicas na camada de 0-20 cm: ph (CaCl 2 ) = 5,5; matéria orgânica = 19,0 g dm -3 ; P = 8,0 mg dm -3 ; K = 20,0 mg dm -3 ; Ca = 2,0 cmolc dm -3 ; Mg = 0,5 cmolc dm -3 ; H+Al = 2,4 cmolc dm -3 ; CTC = 5,15 cmolc dm -3 ; saturação de bases = 53,4%. O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso com 4 repetições e 8 tratamentos, estes constituídos por: T0- Testemunha, T1- adubação convencional recomendada para a cultura (NPK ), T2-4 kg m - ² esterco bovino, T3-50g m - ² de pó de basalto + 4 kg m - ² de esterco bovino, T4-100 g m - ² de pó de basalto + 4 kg m - ² de esterco bovino, T5-150g m - ² de pó de basalto + 4 kg m - ² de esterco bovino, T6-200 g m - ² de pó de basalto + 4 kg m - ² de esterco bovino, T7-300 g m - ² de pó de basalto + 4 kg m - ² de esterco bovino. A incorporação do material foi realizada manualmente a 20 cm da superfície do solo. As parcelas foram compostas de canteiros com dimensões de 1,0m de largura por 2,0m de comprimento com espaçamento entre linhas de 20 cm e espaçamento entre plantas de 3 S1369

4 a 5 cm. Foram desconsiderados 50 cm de cada lado do canteiro e a bordadura, a fim de eliminar interferências das parcelas vizinhas. A semeadura foi efetuada aos 30 dias após a incorporação do material orgânico (esterco bovino) e do pó de rocha, sendo utilizada a cultivar Brasília. A irrigação foi realizada por aspersão convencional da seguinte forma: duas vezes por dia, com duração de duas horas cada rega, nos primeiros trinta dias. Após este período, foi realizada duas vezes por dia, com duração de uma hora cada rega. O desbaste foi realizado aos 30 e 45 dias após a semeadura e o controle de plantas invasoras foi efetuado por meio da monda uma vez por semana. A colheita das amostras foi realizada aos 110 dias após a semeadura. Foram avaliadas as seguintes características: peso da raiz e da parte aérea, peso da massa seca da raiz e parte aérea, comprimento da raiz e parte aérea e o diâmetro da raiz. Os dados obtidos foram submetidos aos testes de normalidade dos resíduos (Shapiro-Wilk), aditividade do bloco ao modelo (Tukey para aditividade) e homogeneidade de variância (Levene) de forma a verificar o atendimento dos pressupostos da análise de variância. Quando estes foram atendidos, a análise de variância foi executada e, para as variáveis onde se observou diferenças entre os tratamentos (F, P<0,05) foi utilizado do teste de Tukey para comparação múltipla das médias entre os tratamentos ao nível de 0,05 de significância. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados mostraram que houve resposta positiva para o peso, comprimento e diâmetro da raiz, MSR e MSPA em que no peso houve acréscimo em média nas doses de 150, 200 e 300 g m² de pó de rocha com esterco bovino 4 kg m - ² quando comparadas à testemunha, semelhante ao peso, o comprimento da raiz foi em média superior à testemunha nas doses de 200 e 300, já para diâmetro da raiz foi observado maiores rendimentos para os tratamentos de esterco bovino e combinados de esterco com basalto em comparação com o tratamento convencional e testemunha (Tabela 1). Esses resultados corroboram com Knapik et al., (2005) cuja aplicação de pó de rocha basáltica proporcionou um aumento de 12,85% a mais no peso seco das sementes de soja, que em sementes de plantas colhidas em plantio de soja convencional. Para MSPA observou-se apenas diferença para a dose de 200, no MSR apenas a dose de 150 e o convencional não se diferiu da testemunha. Souza et al., (2013), testou diferentes pós de rochas e verificou que para o caráter produtivo de raízes de mandioca da variedade japonesinha sob adubação com rochas (2 t ha -1 biotita xisto e 1 t ha -1 para o fonolito e o S1370

5 termopotássio) avaliadas, foram superiores as médias do tratamento com adubação convencional, apontando para um efeito positivo das rochas na produção dessa variedade de mandioca. Também Theodoro et al., (2013) averiguou o potencial de cinco tipos de rochas (kamafugito, micaxisto carbonático, anfibolito hidrotermalizado, basalto fresco e basalto intemperizado) com ou sem adição de compostos orgânicos, para as culturas de milho, feijão, alho, quiabo e cenoura. Os resultados preliminares mostraram que os diferentes tipos de rochas de um modo geral, foram altamente positivos quando comparados as parcelas de controle. Com relação ao esterco bovino, possivelmente, os microorganismos presentes no esterco auxiliaram na degradação e solubilização dos elementos do basalto. REFERÊNCIAS FILGUEIRA FAR Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 3ªedição. Viçosa. UFV, 412 p. HENSEL J Pães de pedra. Pesquisa e tradução: LANDGRAF, H.; RIVERA, J.R.; PINHEIRO, S. São Paulo, 79 p. KNAPIK B.; KNAPIK JG.; SILVA FJP Utilização de pó de basalto como substituto a adubação química no plantio da soja. In: III Congresso Brasileiro e III Seminário Estadual de Agroecologia. Florianópolis SC. Anais... p LEONARDOS OH.; THEODORO SH.; ASSAD ML Remineralization for sustainable agriculture: A tropical perspective from a Brazilian viewpoint. Nutrient Cycling in: Agroecosystems, v.56, p LUZ JMQ.; SILVA JÚNIOR JA.; TEIXEIRA MSSC.; SILVA MAD.; SEVERINO GM.; MELO B Desempenho de cultivares de cenoura no verão e outonoinverno em Uberlândia-MG. Horticultura Brasileira 27: RESENDE, M. et al Pedologia: base para distinção de ambientes. Viçosa, 338p. SENGIK, E Os colóides do solo, Apostila da disciplina de solos, UEM. Disponível em: Acessado em: 10 de agosto de SOUZA, FP.; MARTINS, E de S.; KRAKL, LL.; VIEIRA, EA.; FIALHO, J de F.; RIBEIRO, GS Avaliação do uso de pó de rocha no desempenho de duas variedades de mandioca de mesa. In: II Congresso brasileiro de rochagem. Anais... Poços de Caldas MG. THEODORO, SH.; LEONARDOS OH.; REGO, KG.; MEDEIROS, FP.; TALINI, NL.; SANTOS, F.; OLIVEIRA, N Efeito do uso da técnica de rochagem e adubação orgânica em solos tropicais: experimentos de campo em Planaltina/DF. In: II Congresso brasileiro de rochagem. Anais... Poços de Caldas MG. THEODORO, S. de C.H A fertilização da terra pela terra: uma alternativa para a sustentabilidade do pequeno produtor rural. 225 f. Tese (Doutorado em Geologia). Universidade de Brasília. S1371

6 GOLYNSKI AA; Efeito do pó de rocha basáltica no rendimento da cenoura. Horticultura Tabela 1. Média das variáveis para diferentes doses de pó de rocha misturado ao esterco bovino em um delineamento em blocos casualizados. (Average variable for different doses of rock powder mixed with cattle manure in a randomized block design). Morrinhos, IFGoiano, Tratamentos MR MPA Comprimento Comprimento Diâmetro Raiz Parte Aérea da raiz MSR MSPA 0 adubação 48,65b 11,04a 13,55b 38,52a 2,45b 5,28b 1,79b convencional 85,85ab 20,12a 15,76ab 44,46a 3,17ab 9,05ab 3,06ab esterco bovino 98,56ab 21,57a 16,75ab 47,22a 3,40a 11,73a 3,70ab esterco + 50 basalto 99,09ab 21,35a 15,89ab 48,67a 3,50a 11,61a 4,02ab esterco basalto 103,93ab 21,98a 16,46ab 46,48a 3,55a 11,53a 3,09ab esterco basalto 123,35a 19,91a 16,99ab 46,15a 3,46a 10,80ab 3,23ab esterco basalto 122,81a 25,99a 17,95a 47,35a 3,69a 13,24a 4,27a esterco basalto 113,82a 23,69a 17,30a 45,32a 3,64a 13,01a 3,93ab CV (%) 24,40 30,27 9,57 10,13 9,81 22,46 29,37 Pressuposições F=2,11; W=0,97; χ 2 =5,65 F=0,10; W=0,96; χ 2 =2,33 F=1,17; W=0,99; χ 2 =5,50 F=2,13; W=0,97; χ 2 =5,05 F=0,71; W=0,95; χ 2 =4,16 F=1,51; W=0,96; χ 2 =2,15 F=2,15; W=0,97; χ 2 =3,85 *Médias seguidas por letras distintas na coluna, diferem entre si pelo Teste de Tukey a 0,05; CV: coeficiente de variação; F, W e χ 2 : estatísticas dos testes de Tukey para aditividade, Shapiro-Wilk para normalidade e Bartlett para homogeneidade das variâncias, respectivamente; valores em negrito indicam normalidade dos resíduos, homogeneidade das variâncias e aditividade do modelo ao nível de 0,05 de significância (Means followed by different letters in the column, differ by Tukey test at 0.05; CV: coefficient of variation; F, W and χ2 Statistics of Tukey test for additivity, Shapiro-Wilk test for normality and Bartlett for homogeneity of variances, respectively; Bold values indicate normality of residuals, homogeneity of variances and additivity of the model at the 0.05 level of signific S1372

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