ECONOMIA BRASILEIRA 1. Amaury Patrick Gremaud IGEPP agosto.2013

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1 ECONOMIA BRASILEIRA 1 Amaury Patrick Gremaud IGEPP agosto.2013

2 Período Etapas do Crescimento Econômico Brasileiro no Século XX População população aberta taxas relativamente elevadas de crescimento populacional em função do processo migratório, com fim da migração taxas caem população fechada início taxas baixas de crescimento populacional (alta natalidade mas alta mortalidade), depois acelera com queda da mortalidade Crescimento Econômico taxas elevadas mas instaveis de crescimento crescimento mais lento e mais instável (período da grande crise internacional - crescimento no Brasil maior que EUA) modelo de desenvolvimento economia agoexportadora deslocamento do centro dinâmico população fechada taxas de crescimento populacional em forte elevação (queda das taxas de mortalidade) risco de explosão demográfica forte crescimento econômico e diminuição da instabilidade (instabilidade cresce no fim do período) Processo de industrialização acelerado população fechada forte diminuição das taxas de crescimento populacional (queda da taxa de natalidade) explosão demográfica afastada desaceleração significativa do crescimento econômico com aumento da instabilidade Crise da dívida e problemas de estabilização Readaptada a partir de Thorp (2000) Atualmente: população rumo a diminuição absoluta?; retomamos o crescimento, vencemos 2 a inflação?; novo modelo de desenvolvimento, volta a velhas discussões?

3 O modelo de substituição de importações

4 (Petrobras Dist 2008) A política de substituição de importações na economia brasileira a) esgotou-se devido ao primeiro choque de petróleo da década de b) protegeu a indústria nascente brasileira da competição de produtos importados. c) se encerrou imediatamente após a Grande Depressão Mundial da década de d) barateou os produtos importados para o consumidor brasileiro. e) começou durante os governos militares da década de

5 O processo de substituição de importações pode ser entendido como um processo de desenvolvimento parcial e fechado que, respondendo às restrições do comércio exterior, procurou repetir aceleradamente, e em condições históricas distintas, a experiência de industrialização dos países desenvolvidos

6 As Características do PSI É uma industrialização fechada pois: É voltada para dentro, visa o atendimento do mercado interno. depende de medidas que protegem a industria nacional. Desvalorização cambial (1º Vargas) controles cambiais(1º Vargas, Dutra) taxas múltiplas de câmbio (2º Vargas) tarifas aduaneiras (JK)

7 Características do PSI É uma industrialização por etapas: apesar de ao final se buscar uma indústria completa, a industrialização se faz por partes (rodadas) a pauta de importações ditava a sequência dos setores objetos dos investimentos industriais bens de consumo não duráveis têxteis, calçados, alimentos bens de consumo duráveis eletrodomésticos, automóveis bens intermediários ferro, aço, cimento, petróleo, químicos bens de capital máquinas, equipamentos

8 I n d u s tr ia liz a ç ã o p o r s u b s titu iç ã o d e im p o r ta ç õ e s a in d u s tr ia liz a ç ã o p o r e ta p a s 4 ª ro d a d a 3 ª ro d a d a 2 ª ro d a d a 1 ª ro d a d a C o n su m o n ã o d u rá v e l C o n su m o d u rá v e l In te r m e d iá rio s C a p ita l

9 Características do PSI desequilíbrio externo: fornece o impulso mas se recoloca por várias razões: i. a política cambial transferia renda da agricultura para a indústria ( confisco cambial ) e desestimulava as exportações agrícolas; ii. indústria sem competitividade devido ao protecionismo; iii. elevada demanda por importações devido ao investimento industrial e ao aumento da renda.

10 As características do PSI Aumento da participação do Estado: instrumentos, planejamento e financiamento Ao Estado caberiam quatro funções principais: Adequação da política econômica e do arcabouço institucional à indústria. i. Estado condutor Estado regulador ii. Geração de infra-estrutura básica e fornecimento dos insumos básicos iii. Estado produtor Captação e distribuição de poupança. iv. Estado Financiador

11 Quatro grandes espaços de atuação do Estado Desesenvolvimentista (4) 4. Estado Financiador - captar os recursos disponíveis do Brasil e direcioná-los para os setores de interesse amplia o papel do Banco do Brasil (carteira de Crédito Agrícola e Industrial) BNDE (2º Vargas) 11 Gremaud, Vasconcllos e Toneto Jr. Parte III Capítulo 14

12 As dificuldades do PSI Escassez de fontes de financiamento: i. quase inexistência do sistema financeiro, em decorrência principalmente da Lei da Usura. ii. ausência de uma reforma tributária ampla apesar das mudanças ocorridas na economia brasileira.

13 60,0% P a r t i c i pa ção dos P r i nc i pa i s I mpost os no Tot a l da A r r e c a da ção - U ni ão: ,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% Fonte: FIBGE, 1990, p Impor tação Consumo Renda

14 Como o Estado se financiava Além dos recursos tributários, também com: poupanças compulsórias, como recursos da recém criada Previdência Social dos ganhos no mercado de câmbio (câmbio múltiplo), mas também com financiamento inflacionário (emissão) endividamento externo

15 Outra dificuldade do PSI Aumento do grau de concentração de renda O PSI era concentrador de renda em função do: i. desequilíbrio no mercado de trabalho: excesso de oferta para mão de obra pouco qualificada e baixos salários, o inverso ocorre no mercado de mão de obra qualificada ii. o protecionismo e a concentração industrial permitiam preços elevados e altas margens de lucro para as indústrias.

16 Gestor 2009 Com relação ao desenvolvimento do setor industrial no Brasil, a partir da década de 1930, marque a opção incorreta. a) Uma das características da industrialização substituidora de importações foi a adoção de um modelo de industrialização aberta. b) As principais dificuldades na implementação do PSI (Processo de Substituição de Importações) foram: a tendência ao desequilíbrio externo, o aumento do grau de concentração de renda, a escassez de fontes de financiamento e o aumento da participação do Estado. c) O processo de substituição de importação do PSI foi concentrador em termos de renda, em função do caráter capital intensivo do investimento industrial. d) O período 1940/1950 foi caracterizado pelo início da formação do setor produtivo estatal. e) Em 1931, foi introduzido o controle de câmbio, com o objetivo de racionar as divisas e cujo efeito indireto foi a proteção do setor industrial.

17 (CHESF 2012) O modelo de substituição de importações influenciou as políticas de industrialização e, mais amplamente, de desenvolvimento econômico de vários países. Esse modelo é caracterizado pelo(a) a) estrangulamento externo, com a queda do valor das exportações, junto com a manutenção parcial da demanda interna e da demanda por importações, que gerou escassez de divisas. b) contenção da demanda através da redução do déficit público, via diminuição dos gastos públicos e dos investimentos, elevação da taxa de juros e restrição de crédito e redução do salário real e do desemprego. c) ideia de construção nacional, visando ao desenvolvimento econômico e à autonomia do país em relação ao exterior, a partir de um fortalecimento da indústria nacional voltada para a exportação de produtos primários. d) política cambial favorável à indústria, para incentivar e reduzir custos do investimento industrial, mas que não gerou distorções entre os setores de atividade. e) redução da importância da agricultura na industrialização do país, com reduzida liberação de mão de obra para as indústrias e reduzida geração de divisas via exportações.

18 As reformas dos militares e o PAEG

19 Os Governos Militares e o PAEG O Golpe militar impõe de forma autoritária uma solução para a crise política. Castelo Branco lança o PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo), tendo como ministros Roberto Campos e Octavio Gouvêa de Bulhões. O governo possui duas linhas de atuação: Políticas conjunturais de combate à inflação. Reformas estruturais. O controle inflacionário e as formas de conviver com a inflação eram vistos como pré-condições para a retomada do desenvolvimento. 19

20 (ATPS MPOG 2012) O PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo) do governo Castelo Branco adotou um conjunto de medidas para conter a inflação e promover o crescimento econômico. O Plano tinha como meta: a) reduzir o déficit público via aumento de receitas e redução dos gastos. b) ampliação do crédito via redução da taxa de juros. c) aumento dos salários reais e da demanda agregada. d) ampliar a capacidade de financiamento da economia por meio do aumento da propensão marginal a consumir. e) reduzir a participação do capital estrangeiro na economia.

21 (BNDES 2008) O PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo) e as reformas implementadas em 1964 e nos anos imediatamente subseqüentes, no Brasil, a) aumentaram substancialmente os salários. b) aumentaram as restrições à entrada de capitais externos. c) diminuíram a carga fiscal dos contribuintes. d) criaram o Banco Central do Brasil. e) eliminaram a correção monetária no país. 21

22 O diagnóstico da inflação: Excesso de demanda déficit público, política salarial frouxa, falta de controle sobre a expansão do crédito. A atitude frente à inflação Os governantes do regime militar implementaram uma forma peculiar de lidar com a inflação: deve-se aprender a conviver com a inflação. Surge a noção de correção monetária e indexação. Adota-se uma atitude gradualista no combate à inflação. Deixa-se de lado os tratamentos de choque. 22

23 Medidas de combate à inflação do PAEG As principais medidas estabilizadoras do PAEG: i. Redução do déficit público novas formas de financiamento e ii. iii. aumento das tarifas públicas - inflação corretiva Restrição do crédito e aperto monetário - aumento das taxas de juros, melhora dos mecanismos de controle política salarial - Circular 10 leva ao arrocho salarial 23

24 A inflação reduziu-se Este resultado se deve em grande parte à própria retração nas taxas de crescimento econômico Ano PRODUTO E INFLAÇÃO: Crescimento do PIB (%) Crescimento da Produção Industrial (%) Taxa de Inflação (IGP-DI) (%) ,4 5,0 91, ,4-4,7 65, ,7 11,7 41, ,2 2,2 30, ,8 14,2 22,0 Fonte: Abreu (1990) * IPC-RJ 24

25 Reformas institucionais do início dos governos militares As principais reformas instituídas pelo PAEG foram: I. Reforma Fiscal (tributária / orçamentária) II. Reforma trabalhista III. Reforma monetária-financeira IV. Reforma do setor externo. reformas dos anos 60 recuperar a capacidade de intervenção do Estado sem alterar radicalmente o modelo de desenvolvimento diferente das reformas dos anos 90 liberais 25

26 A Reforma Tributária Os principais elementos desta reforma foram: i. introdução da correção monetária no sistema tributário Eliminação de tributação sobre lucros ilusórios, correção da dívida ativa ii. Transformação dos impostos em cascata em impostos sobre valor adicionado, imposto sobre consumo vira IPI Imposto sobre vendas e consignações vira ICM Também cria IOF iii. Introdução de incentivos fiscais Exportações, mercado de capitais, regional (Sudene, sudam) e outros programas específicos (pesca, reflorestamento) 26

27 Reforma tributária iv. redefinição do espaço tributário entre as diversas esferas do governo. União - IPI, IR, impostos únicos, IE/II, ITR. Estados - ICM. Municípios - ISS e IPTU. Foram criados os fundos de transferência intergovernamentais: os Fundo de Participação dos Estados e o dos Municípios (FPE e FPM) 27

28 A Reforma Tributária Principais conseqüências da reforma tributária: Aumento da arrecadação; Centralização da arrecadação e das decisões de política tributária Crítica: sistema injusto regressivo Ainda quanto à questão da arrecadação, devem-se destacar: i. a chamada inflação corretiva, uma política de realismo ii. tarifário. o surgimento de vários fundos parafiscais, como o FGTS e o PIS (importantes fontes de poupança compulsória). 28

29 Em % do PIB CARGA TRIBUTARIA BRUTA GLOBAL NO PÓS-GUERRA: 1947 a 2004(P) 37% 35% 33% 31% 29% 27% 25% 23% 21% 19% 17% 15% 13% Anos

30 A reforma trabalhista Fim da indenização / estabilidade no emprego Troca indenização por FGTS Introdução da Política salarial Substitui negociações por regras de reajuste Indexação dos salários - anualidade Circular 10 do gabinete Ciivil Media salário real medio dos ultimos 24 meses Taxa de produtividade ½ inflação programada 30

31 A Reforma Monetária Financeira (1) Objetivos: criar condições de condução independente da política monetária e estabelecer sistema de financiamento de modo a captar poupança e direcionar os recursos às atividades econômicas Esta reforma divide-se em 3 grupos de medidas 1. Introdução da correção monetária (taxas de juros positivas) e fim da Lei da Usura (1933) ORTN - mercado de títulos públicos e instrumento de financiamento não inflacionários do déficit público Garantir rentabilidade real de ativos financeiros 31

32 2. criação do CMN e do Bacen (4595/64) CMN: órgão normativo (metas) da política monetária (substitui a SUMOC) Bacen: órgão executor da política monetária e fiscalizador do sistema financeiro (substitui CARED e Carteira de Cambio do BB e Camob do TN) também Também administra dívida publica do governo federal Procurava-se criar condições de independência da política monetária, mas vários problemas permaneciam a. ingerência política na atuação do CMN - Bacen. b. Conta Movimento, permitia ao BB expandir sem limites suas operações de crédito. c. Orçamento Monetário que passou a receber vários gastos de origem fiscal, com a criação de vários fundos e programas 32

33 3. reforma do sistema financeiro e do mercado de capitais Segmentação/especialização: captação empréstimo em nichos de mercado baseado no modelo financeiro norte-americano Bancos comerciais curto prazo: capital de giro, desconto de duplicatas com base em depósitos à vista Financeiras: crédito consumidor com base em letras de cambio Bancos de investimento e desenvolvimento longo prazo depositos à prazo, underwriting APE (Associação de poupança e empréstimo) caderneta de poupança - SFH criação do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e do BNH (Banco Nacional da Habitação). objetivo: eliminar déficit habitacional atribuído à falta de financiamento 4728 mercado de capitais: mercado de títulos privados 33

34 A Reforma do Setor Externo Objetivos: estimular o desenvolvimento evitando as pressões sobre o Balanço de Pagamentos. Melhorar o comércio externo e atrair o capital estrangeiro. Comércio externo. Exportações: incentivos fiscais e modernização dos órgãos ligados ao comércio internacional (CACEX e CPA). Importações: eliminar os limites quantitativos Unificação do sistema cambial e adoção do sistema de minidesvalorizações (1968) Atração do capital estrangeiro: Renegociação da dívida externa e Acordo de Garantias para o capital estrangeiro. Lei 4131 e resolução 63 34

35 (Petrobras Dist 2008) O Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), de 1964, NÃO incluía entre as medidas que o compunham um programa de a) ajuste fiscal com base em aumentos da arrecadação tributária e das tarifas públicas. b) limitação e controle dos reajustes salariais. c) limitação e controle do crédito ao setor privado. d) redução paulatina da expansão dos meios de pagamentos. e) redução das tarifas públicas para combater a inflação. 35

36 (BNDES 2013) Em meados da década de 1960, foi implementado no Brasil o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG). O conjunto de medidas adotadas nesse Plano a) visou a mudar o padrão do desenvolvimento brasileiro, baseando-o, primordialmente, no aumento das exportações. b) extinguiu a correção monetária, causadora da inércia inflacionária. c) incluiu a emissão de títulos do governo para o financiamento não inflacionário do deficit público. d) reajustou os salários acima da taxa inflacionária para redistribuir a renda. e) congelou os preços administrados, realimentadores do processo inflacionário.

37 O milagre econômico

38 (TCU 2000) O chamado milagre Brasileiro, período que vai de 1968 a 1973, NÃO pode ser caracterizado por: a. Um crescimento elevado apesar da manutenção do controle de demanda agregada por parte do governo como forma de combater a inflação b. altas taxas de crescimento econômico sustentadas por setores como o de bens de consumo duráveis e construção civil c. aproveitar-se inicialmente de capacidade ociosa existente na economia brasileira d. um crescimento do endividamento brasileiro feito principalmente por empresas privadas e. uma diversificação da pauta de exportações brasileira 38

39 Período : maiores taxas de crescimento do produto brasileiro na história recente - taxa média acima de 10% a.a.). Esta performance foi decorrência: reformas institucionais anteriores, capacidade ociosa na indústria crescimento da economia mundial. mudança no diagnóstico da inflação: inflação de custos : afrouxam-se as políticas de contenção da demanda (monetária, fiscal e creditícia). 39

40 As principais fontes de crescimento i. retomada do investimento público em infra-estrutura e das empresas estatais; ii. demanda por bens duráveis expansão do crédito ao consumidor; iii. construção civil - aumento dos investimentos públicos e pela expansão do crédito do SFH; iv. crescimento das exportações - expansão do comércio mundial, melhora nos termos de troca e incentivos fiscais Quanto aos demais setores econômicos: i. bens de consumo e agricultura - desempenhos mais modestos. ii. setor de bens de capital duas fases: 1ª : até com menor crescimento - ocupação de capacidade ociosa 2ª : 1971/73 - a Formação Bruta de Capital Fixo supera os 20% do PIB. 40

41 Participação do setor público na economia Outro ponto que merece discussão nesse período é a participação e intervenção do setor público na economia: i. o Estado controlava os principais preços da economia câmbio, salário, juros, tarifas e uma política de preços administrados via CIP. ii. o Estado respondia pela maior parte das decisões de investimento: investimentos da administração pública, empresas estatais, captação de recursos financeiros como fundos de poupança compulsória, títulos públicos, cadernetas de poupança etc. 41

42 O início do endividamento externo Assistiu-se neste período à primeira onda de endividamento externo. A dívida externa, no período, cresceu em torno de US$ 9 bilhões, sendo que aproximadamente US$ 6,5 bilhões se transformaram em reservas sobre endividamento e endividamento interno Estímulo ao endividamento externo brasileiro: Elevada demanda por crédito, taxas de juros internas elevadas (reforma de 64/66), grande liquidez no sistema financeiro internacional (Euromercado) e ausência de mecanismos de financiamento de longo prazo na economia brasileira, exceto as linhas oficiais. Principais tomadores de recursos externos, nesta fase: setor privado especialmente estrangeiro 42

43 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO PERCEN TIL BRASIL: 1960 E 1970 % DA RENDA CRESC. REAL ENTRE 1960 E TOTAL 100,00 100,00 36,89% 40-11,57 10,00 18,33% 20 13,81 10,81 7,74% ,62 79,19 46,23% 10-1,17 1,11 28,00% ,66 47,79 66,87% GINI 0,4999 0,5484 EUA 0,378 0,359 43

44 Curvas de Lorenz e Índice de Gini I. Gini = Z / AÔB z Curva de Lorenz

45 Concentração da Renda Principal crítica ao Milagre: Acentuou a concentração de renda. Uma explicação que se dava era que a concentração da renda era uma tendência de um país que se desenvolvia e que demandava mão-de-obra qualificada escassa Outra justificativa pela concentração de renda que se fazia no período está baseada na famosa Teoria do Bolo (crescer para depois repartir). 45

46 Modernização agrícola i. aumento do grau de mecanização e quimificação das fazendas - aumento de produtividade no setor. ii. aumento na produção, no início, de bens exportáveis (soja e laranja), e depois também de produtos destinados ao mercado doméstico (cana-de-açúcar - álcool). iii. expansão da fronteira agrícola na direção da região Centro- Oeste. A área cultivada passou de 29 milhões de ha, em 1960, para 50 milhões em iv. crescimento da agroindústria; maior interligação entre o setor agrícola, seus fornecedores e consumidores v. aumento da concentração fundiária e da utilização de mãode-obra temporária (bóia fria): modernização dolorosa 46

47 (STN 2008) Entre 1967 e 1973 o Brasil obteve elevadas taxas de crescimento econômico, de modo que o período ficou conhecido no país como o período do milagre econômico, sobre este período podemos afirmar que: a) apesar das taxas elevadas de crescimento econômico, não se pode dizer que o bem estar tenha melhorado no período pois as taxas de crescimento populacional foram ainda superiores às do crescimento do PIB. b) O crescimento no período é explicado pelo mercado interno, especialmente pelos setores de bens de consumo durável; as exportações por sua parte apresentaram queda no período. c) A inflação no período apresentou forte aceleração, atingindo, no final do período, a taxa de 100% ao ano. d) A política monetária implementada por Delfim Netto como Ministro da Fazenda, buscava ampliar as taxas de juros da economia de modo a aumentar o rendimento dos poupadores e estimular o crescimento econômico e) O crescimento econômico do período veio acompanhado de elevação da divida externa do país, especialmente pela captação do setor privado. 47

48 E C E C (Rio Branco 2010) A combinação de extraordinário crescimento econômico com taxas relativamente baixas de inflação ficou conhecida como milagre brasileiro, no auge do regime militar, entre 1969 e A respeito desse tema, julgue C ou E. a) O crescimento econômico da época foi acompanhado por vigorosa política de recomposição dos salários, decisiva para a ampliação do mercado interno brasileiro. b) Um dos pilares do milagre foi a farta contratação de empréstimos externos, prática igualmente seguida por outros países em desenvolvimento. c) A significativa diminuição do volume do comércio exterior verificada nos anos do milagre foi compensada pela inédita expansão do consumo interno. d) Os resultados positivos do período deveram-se, em larga medida, à situação econômica mundial caracterizada pela ampla disponibilidade de capitais.

49 (AFC STN 2013) Entre 1968 e 1973, o PIB real apresentou extraordinário crescimento no Brasil. Relativamente a esse período, conhecido como o do "milagre brasileiro", é correto afirmar que: a) a taxa média de crescimento foi superior a 14%. b) o forte crescimento foi obtido apesar do fraco desempenho da economia mundial no período e da piora nos termos de troca para o Brasil. c) embora tenha havido crescimento do PIB real, a produtividade total dos fatores não cresceu no mesmo período. d) foi um importante determinante do milagre brasileiro o menor grau de abertura da economia para o exterior que resultou das reformas do Governo Castelo Branco. e) foram cruciais para o "milagre brasileiro" as reformas institucionais do Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), entre 1964 e 1966, em particular as reformas fiscais/tributárias e financeira, que criaram as condições para a aceleração subsequente do crescimento.

50 II PND

51 A situação na transição Médice - Geisel O crescimento econômico do Milagre acabou por gerar pressões inflacionárias e problemas na balança comercial Ressurgiam pressões por melhor distribuição de renda e maior abertura política. O novo presidente eleito, Geisel, é de facção diferente (castelista) da de Médice (chamada linha dura): a troca de facções impunha certos limites à condução da política econômica. 51

52 CONTEXTO EXTERNO FIM DO ACORDO DE BRETTON WOODS 71 - Nixon abre mão da conversibilidade desde 72 há um grupo (C20) que prepara novo SMI (taxas fixas de cambio) grande desvalorização do dólar 73 - países abrem mão das taxas fixas de câmbio início considerado uma medida temporária Choque do Petróleo (1º)

53 Choque do Petróleo e Estagflação Preço do petróleo - multiplicado por 4 rapidamente repassado a preços desajuste nos Balanços de Pagamentos Início: PD: Políticas restritivas Estagflação: Inflação + estagnação Euromercado reciclagem dos petrodolares Forte liquidez no mercado Taxas baixas de juros mas flutuantes

54 O restante da década: o excesso de liquidez e o dólar fraco Governo norte americano - política monetária para promover recuperação mais rápida desemprego mais baixo, porém inflação mais alta expectativa de desvalorização futura déficit conta corrente Desvalorização dólar Euromercado reciclagem dos petrodolares Forte liquidez no mercado Taxas baixas de juros mas flutuantes

55 Como enfrentar o choque do Petróleo O debate sobre o que fazer em 1974 situou-se na dicotomia ajustamento ou financiamento: Ajustamento desvalorizar o câmbio e conter a demanda interna para evitar que o choque externo (petróleo) se transformasse em inflação permanente, além de corrigir o desequilíbrio externo; Financiamento - mantendo o crescimento e fazendo um ajuste gradual dos preços relativos (alterados pela crise do petróleo), enquanto houvesse financiamento externo abundante. 55 Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. Parte III Capítulo 16

56 O Financiamento com ajuste na estrutura de oferta Início Simonsen sinaliza ajustamento, mas com crise financeira e questões políticas governo opta por manter crescimento. É lançado o II PND em fins de 1974 com o objetivo de promover um ajuste na estrutura de oferta de longo prazo, simultaneamente à manutenção do crescimento valendo-se do endividamento externo ajuste na estrutura de oferta significava alterar a estrutura produtiva brasileira de modo que, a longo prazo, diminuísse a sua necessidade de importações e fortalecesse a sua capacidade de exportar 56

57 O II PND A meta do II PND: manter o crescimento em 10% a.a., com crescimento industrial em 12% a.a. Estas metas não conseguiram ser cumpridas, porém manteve-se elevado o crescimento econômico. Brasil : Vulnerabilidade externa dada por estrutura produtiva incompleta Ajuste na estrutura de oferta Completar a estrutura industrial brasileira Alteraram-se as prioridades da industrialização: setor de bens de consumo duráveis setor de bens de capital e insumos básicos 57

58 Exemplos de Projetos do II PND redução na participação das importações no setor de bens de capital de 52% para 40%, além de gerar excedente exportável em torno de US$ 200 milhões. aumentar a produção de aço de 7 para 8 milhões de ton. triplicar a produção de alumínio; aumentar a produção de zinco de 15 mil ton. para 100 mil Projeto Carajás (minério de ferro); aumentar da capacidade hidroelétrica (Projeto Itaipu); energia nuclear (NUCLEBRAS); ampliar a prospecção de petróleo; maiores incentivos para ferrovias e hidrovias; 58

59 59 Descentralização espacial e implicações políticas Estratégia do II PND implicou na modernização de regiões não industrializadas Houve uma descentralização espacial dos projetos de investimento. Exemplos: a maior siderúrgica em Itaqui (MA); a prospecção de petróleo na plataforma litorânea do NE; cloro em Alagoas; petroquímica na Bahia e no Rio Grande do Sul; fertilizantes potássicos em Sergipe; fosfato em Minas Gerais; carvão em Santa Catarina etc. Implicações políticas da estratégia de desenvolvimento Pacote de abril (77)

60 O II PND: setor público e privado O agente principal das transformações foram as estatais e os seus investimentos Setor privado. as estatais realizando seus investimento geram demanda que faz o setor privado investir incentivos foram dados ao setor privado através do CDE: crédito do IPI sobre a compra de equipamentos, depreciação acelerada, isenção do imposto de importação, reserva de mercado para novos empreendimentos (ex. Lei da Informática) Garantias de demandas (preços) Empréstimos do BNDE Funding PIS (sai Caixa) Subsidiarias:IBRASA, EMBRAMEC, FIBASE 60

61 Política comercial Substituição de importações Depósito compulsório Impostos de importação Controles administrativos Se possível abrir novas frentes de exportação Ampliação do crédito subsidiado Política cambial Manutenção das minidesvalorizações

62 U$ milhões IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES 20000, , , , , , , , , ,00 0, Importações 12641, , , , , ,10 Exportações 7951, , , , , ,40

63 A questão do financiamento: a estatização da divida externa O setor privado: créditos subsidiados de agências oficiais - BNDE As empresas estatais sofreram restrição ao crédito interno e contenção tarifária forçando-as ao endividamento externo o endividamento externo das estatais cobria o hiato de divisas 63 novidade: taxas de juros flutuantes. A dívida externa cresceu rapidamente no período diferença pública. US$ 15 bilhões entre 74/77 e mais US$ 17 bilhões em 78/79. Dados os níveis extremamente baixos das taxas de juros internacionais, o Estado era capaz de pagar os juros. Mas qualquer alteração nas taxas de juros poderia inviabilizar as condições de pagamento.

64 II PND Resultados Durante o II PND manteve-se o crescimento industrial Inferior ao previsto A indústria em sua totalidade cresceu 35% entre 1974/79. Os principais setores foram: o metalúrgico, que cresceu 45%, de material elétrico, 49%, de papel e papelão, 50%, e químico, 48%. O setor têxtil cresceu 26% e o de alimentos 18%. O setor de material de transportes cresceu 28%.

65

66 R$ Bilhões PIB TOTAL Evolução PIB

67 Var % VAR % PIB TOTAL 20,0 15,0 10,0 5,0 0, Var % do PIB 9,0 5,2 9,8 4,6 4,8 7,2

68 INFLAÇÃO 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0, Evolução da Inflação 34,56 29,33 46,27 38,79 40,81 77,24

69 II PND RESULTADOS GERAIS ESGOTAMENTO DA CAPACIDADE FINANCEIRA DO ESTADO AUMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA ESTATIZAÇÃO DA DÍVIDA EXTERNA TOMADA DE EMPRÉSTIMOS (ESTATAIS) RESOLUÇÃO 432

70 A Ciranda Financeira Sistema Financeiro Nacional: coexistência de diferentes moedas: setor real (operações com correção monetária a posteriori); setor nominal (operações prefixadas, contratos em cruzeiro); e as operações com moeda estrangeira, Quando inflação se instabilizava: aplicadores buscam o setor real, enquanto os demandantes procuram o nominal. Para viabilizar o sistema: governo empresta a taxas subsidiadas (prefixadas) e, do outro lado, amplia a liquidez primária para evitar a insolvência do setor nominal. Conseqüências: a elevação do déficit público (pelo spread negativo). perda do controle monetário. aumento o passivo do setor público. 70

71 (Petrobras 2012) No Brasil, na década de 1970, a escolha de política econômica de aprofundar o processo de substituição de importações, para superar o choque de alta dos preços do petróleo, resultou no(a) a) aumento da dívida externa b) aumento do superavit fiscal do orçamento público c) desconcentração da distribuição de renda d) desestatização da economia e) desaceleração da inflação Resp: a

72 (BACEN 2009) A crise econômica decorrente do grande aumento dos preços do petróleo, em 1973, teve como resposta, no Brasil, a adoção do II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND). A execução de tal plano a) freou o crescimento da economia brasileira para reduzir as importações de petróleo. b) aumentou a demanda interna por bens de consumo, ao redistribuir a renda para as classes mais pobres. c) reduziu o endividamento externo do Brasil por meio de uma política de diminuição das importações. d) causou um impacto deflacionário sobre a economia brasileira, provocado pela forte recessão doméstica. e) buscou superar a dependência externa, investindo na ampliação da produção doméstica de bens de capital e de petróleo. Resp: e

73 A crise da divida

74 A Crise da dívida externa A partir de agosto 1979, o FED adotou uma política monetária mais restritiva, visando conter a tendência de desvalorização do dólar. Depois quando Reagan assumiu, elevou ainda mais as taxas de juros e transformou os EUA no grande absorvedor da liquidez mundial. Dificuldades para renovação dos empréstimos externos leva ao controle da absorção interna: Os países foram obrigados a entrar em uma política de geração de superávits externos. 74

75 A situação brasileira no final da década de 70 e início dos 80 Transformações no cenário internacional e vulnerabilidade. Choque do petróleo (1979) e elevação da taxa de juros internacional 1979 ano do início da crise cambial: déficit em transações correntes de US$ 10,8 bilhões e entrada de capitais de US$ 7,7 bilhões: queima de reservas de US$ 2,2 bilhões.; Deterioração da situação fiscal do Estado, com: pressões inflacionárias: 77% a.a.. Mudança de governo (Geisel por Figueiredo) e abertura política. 75

76 Crise da divida 5 fases 1979 inicio do ajuste com Simonsen 1979/80 heterodoxia delfiniana 1980/82 ajuste voluntario 1982/83 ajuste com FMI 1984 crescimento com superavit

77 Inicio da gestão Figueiredo Simonsen (Planejamento) 6 meses (Delfim) Puxa controles principais Rischbiter (Fazenda) 9 meses (Galveas) Simonsen: austeridade fiscal x continuidade desenvolvimentismo (Delfim, Andreaza) Diminui investimentos públicos não prioritários Controle monetário (enfrentar descontrole anterior)

78 A heterodoxia delfiniana Meados 79 Simonsen ajuste interno para ajuste externo Forte resistência Delfim inicio ajuste sem contenção de DA Questão não é excesso de DA dist, setorial da DA Necessário crescer X e diminuir M, G Desvalorização cambial e Controle deficit publico Aceleração da inflação (corretiva: desv e tarifas) Heterodoxias: prefixação da CM perda de confiança Não grandes efeitos BP Crise externa agrava

79 Ajustamento voluntário : a piora na situação cambial levou o governo, já em 1980, a reverter a política econômica e a adotar uma política ortodoxa. Diminui DA Controle monetario, subida juros Contenção salarios Não cambio Recessão inflação não cai

80 Ajuste com FMI Países em desenvolvimento: problemas com a dívida: insolvência polonesa e argentina e moratória mexicana, no chamado setembro negro (1982), o que provocou o rompimento completo do fluxo de recursos voluntários aos países em desenvolvimento. A política adotada baseava-se em acordos com o FMI: a. na contenção da demanda agregada - (i) redução do déficit público; (ii) aumento da taxa de juros interna e restrição do crédito; (iii) redução do salário real e desemprego; b. em tornar a estrutura de preços relativos favorável ao setor externo - (i) desvalorização real do cruzeiro; (ii) elevação do preço dos derivados de petróleo; (iii) contenção de alguns preços 80 públicos, subsídios e incentivos à exportação.

81 TRANSAÇÕES CORRENTES: US$ MILHÕES ANO EXP. IMP. BC SERVI- ÇOS CONTA CORRENTE ,8 81

82 Conta Capital Divida externa Conta Capital e Dívida externa Brasil ( ) Conta Capital Divida externa 82

83 INDICADORES MACROECONÔMICOS: ANO PIB INFLA ÇÃO M1 DÍVIDA EXTERNA DÍVIDA INTERNA FEDERAL (% PIB) ,3 110,2 70, , ,2 95,2 87, , ,8 99,7 65, , ,9 211,0 95, , ,4 224,7 201, ,3

84 Resultados do Ajuste profunda recessão em 1981 e 1983 e baixo crescimento em Aceleração da inflação em 82, estabilizada em 100% nos anos de 1981 e A política de comércio exterior foi bem sucedida: a balança comercial sai deficitária em 1980 para superávits de US$ 6,5 bilhões em 1983 e um recorde de US$ 13 bilhões em superávit e recuperação do produto, explicado em parte pelo sucesso do II PND que permitiu processo de substituição de importações e criou setores com competitividade externa, mas também desvalorização 84

85 Problema interno do ajuste externo (1) 80% da dívida era pública, enquanto a maior parte da geração do superávit era privado. Alternativas para o governo adquirir divisas: gerar superávit fiscal inviável. emitir moeda incompatível com a política de controle da absorção interna. endividar-se internamente foi o que aconteceu em condições cada vez piores (transformação da dívida externa em dívida interna). Este processo acelerou a deterioração das contas públicas e ampliou o grau de indexação da economia. 85

86 Problema interno do ajuste externo (2) A situação fiscal do setor público se deteriora por várias razões: i. as maxidesvalorizações aumentavam o custo interno do serviço da dívida externa. ii. a recessão diminuía a base tributável; iii.a transferência de recursos produtivos para as atividades de exportação significava uma renúncia fiscal; iv.as taxas de juros interna elevadas encareciam a rolagem da dívida v. a aceleração inflacionária diminuía a arrecadação (Efeito Olivera- Tanzi). A inflação mostrava-se renitente a políticas ortodoxas e o peso do ajustamento era cada vez mais criticada por causa do desemprego 86

87 Brasil: Inflação ( ) Taxas anuais (%) Tendências Choques

88 (AFC STN 2013) O período foi especialmente difícil para a economia brasileira. Sobre esse período, pode-se dizer que: a) a crise da dívida que se configurou foi impulsionada pela segunda crise do petróleo de 1979 e por forte elevação das taxas de juros internacionais. Estas foram as únicas causas da forte deterioração da situação externa do País. b) as políticas de restrição da demanda agregada do período contribuíram significativamente para corrigir o desequilíbrio do setor externo. c) a crise deste período foi amenizada pela estratégia expansionista executada por Delfim Netto em d) as necessidades de financiamento do balanço de pagamentos levaram o governo, já em 1983, a recorrer ao FMI. e) as políticas de restrição da demanda agregada foram bem-sucedidas em atenuar a inflação do período. Resp: d

89 (STN 2008) Se observarmos a economia brasileira entre 1980 e 1984 poderemos notar que: a) Entre os elementos que explicam a geração de superávits comerciais para fazer frente aos pagamentos da divida externa no período está a diminuição da absorção doméstica b) Neste período houve o encarecimento da divida externa, tendo sido necessária a geração de superávits comercias para o pagamento dos juros correspondentes a tal dívida, a partir da crise do México em 1982 porém o acesso a novas fontes privadas de financiamento externo possibilitou que parte destes pagamentos fosse feito com novos empréstimos externos c) A inflação durante estes anos se manteve em patamares bastante elevados, porém estabilizada d) As empresas estatais foram fundamentais no período já que por meio delas o país obteve acesso a empréstimos internacionais que puderam ser usados para financiar o déficit no Balanço de pagamentos e) A alta inflação brasileira é caracterizada como sendo de custos, causado pelos choques do petróleo e dos juros internacionais e no seu combate foi utilizado, durante o período, o regime de cambio fixo. Resp: a

90 Inflação inercial: choque x tendência Em processos inflacionários crônicos a inflação possui dois componentes: Tendência: componente que se reproduz em função de si mesmo (inércia) Choque responsável pela alteração do patamar inflacionário Inflação puramente inercial: inflação estável 90

91 Distribuição de renda e inércia Natureza dos choque: demanda, custo busca de alteração da posição distributiva relativa Com inflação inercial Conflito distributivo passivo Com inflação inercial perfil da distribuição só pode ser captado ao longo de um dado período de tempo Em um dado momento situação distorcida Mecanismos de indexação O que fazer? 91

92 Choque Ortodoxo Visão da Ortodoxia clássica Problema emissões e déficit público Necessário: Congelamento de crédito Corte de gastos Reforma tributária Ajuste com o FMI parcial (só externo) Não ataca cerne do problema fiscal brasileiro Aprofundar ajuste e reverter expectativas 92

93 Pacto Social Se problema principal conflito distributivo Necessário estabilizar o conflito para isto necessário estabelecer uma coalizão pacto social Proposto por economistas da Unicamp e do PMDB Vem junto com processo de redemocratização e promoção de um acordo arbitrado pelo governo Se todos concordassem em não aumentar seus preços inflação viria abaixo 93 Diminuição da incerteza, ampliação horizonte de cálculo, renegociação da dívida externa e ajuste patrimonial do Estado

94 Desindexação Problemas mecanismos formais e informais de indexação Pacto social difícil de se construir Desindexação pacto de adesão não voluntaria Duas opções de combate: a) Choque heterodoxo (congelamento) Francisco Lopes a) Proposta Larida (desindexação por indexação total) Persio Arida e A. L. Resende 94

95 A Economia na Nova República Ambiente de redemocratização Brasil excluído do fluxo de capitais internacional Combate à inflação meta principal Diferentes planos de estabilização Cruzado (1986) Funaro/Sarney Bresser(1987) Bresser/Sarney 1988 Feijão com Arroz Mailson/Sarney Verão (1989) Mailson/Sarney Collor I (1990) Zélia/Collor Collor II (1991) Zélia/Collor Plano Nada M.M. Moreira e outros Real (1994) 95

96 PLANO CRUZADO PLANO BRESSER PLANO VERÃO PLANO REAL 80 ÍNDICE GERAL DE PREÇOS - DI: PLANO COLLOR TAXA MENSAL

97 Taxa de crescimento real do PIB ( )

98 Governo Sarney: Quadro Inicial Economia voltando a crescer depois da recessão do início da década Balança de Transações Correntes:relativo equilíbrio Inflação acelerando Finanças públicas deteriorando Incertezas políticas Início: indefinições na condução política econômica Dornelles - gradualismo ortodoxo (predomina inicialmente) João Sayad heterodoxia 98

99 (IPEA 2004) 56. Podem ser considerados fatores que explicam o insucesso do Plano Cruzado, exceto: a) forte desvalorização do dólar em relação ao cruzado, tendo em vista a elevação dos juros na Economia Norte-Americana. b) eliminação, com o congelamento, do funcionamento do mecanismo de preços como alocador de recursos. c) forte elevação da demanda, o que gerou pressões inflacionárias particularmente em setores que estavam, na época, próximos do nível máximo de utilização da capacidade instalada. d) piora no desempenho das contas externas, contribuindo para a reversão de expectativas quanto ao desempenho macroeconômico da economia brasileira. e) elevação das expectativas de inflação, tendo em vista a percepção da sociedade de que o congelamento não seria bem sucedido. 99

100 Plano Cruzado ( ): medidas Congelamento preços Energia elétrica realinhamento justo antes Lista SUNAB fiscais do Sarney Conversão salários: poder de compra últimos 6 meses + abono 8% + gatilho Salário mínimo abono de 16% Fixação da taxa de câmbio sem desvalorização prévia Aluguéis recomposição pelo valor real médio Diferentes regras para ativos financeiros ORTN transformada em OTN Proibida indexação para contratos inferior a 1 ano Tablita para contratos prefixados Caderneta de poupança rendimento trimestral Deslocamento do índice de preços Substituição da moeda: cruzeiro (1000) por cruzado (1) Não existência de metas monetárias e fiscais: política expansionista 100

101 Plano Cruzado: evolução e dificuldades Grande sucesso inicial: Congelamento: queda imediata da inflação Crescimento econômico em função Crescimento já vinha antes (demanda já aquecida) Aumento da renda real Ilusão monetária taxas de juros baixas Expansão monetária excesso na remonetização Não problemas fiscais (debate) Crescimento: pressão sobre vários mercados: Pressiona alguns setores de bens de consumo Problema do congelamento com preços variando assincronicamente Escassez, filas, ágios e maquiagens Diminuição das margens de comercialização e perda de margens onde custo se elevaram Fuga de ativos financeiros para ativos reais e dolar (agio do paralelo) Problemas na Balança Comercial e nas contas externas Outubro pequena desvalorização e introdução de minidesvalorizações 101

102 3.500,0 Exportações e Importações, em US$ milhões, 1986 e , , , , ,0 500,0 0,0 jan/86 mar/86 mai/86 jul/86 set/86 nov/86 jan/87 mar/87 mai/87 jul/87 set/87 nov/87 Exportações Importações 102

103 Do Cruzado à Moratória Problemas como descongelar? Técnica e politicamente Cruzadinho (julho): Primeira tentativa tímida de conter a demanda Pacote fiscal Fundo de Desenvolvimento Expurgado perda de apoio político Imobilismo Questões Políticas eleições Cruzado II (novembro) depois das eleições (oportunismo) Novo pacote fiscal aumentar a arrecadação - conter déficit público Realinhamento de preços 5 bens finais e preços públicos 103 Impostos indiretos sobre automóveis, bebidas e cigarros Aumento de tarifas de energia elétrica, telefones, correios Saída descoordenada do congelamento Preços se elevam (16% jan 87) dispara gatilho Fim Cruzado fevereiro (fim do congelamento) Moratória dos juros da dívida externa Elevação da taxa de juros real Reintrodução de mecanismos de indexação

104 Problemas do Cruzado Inflação não puramente inercial Debate em torno da política salarial Ensinamentos: Problemas de desequilíbrio com congelamento cuidado com problemas distributivos Nem tudo é congelável Tempo de congelamento (processo de descongelamento) necessidade controlar demanda agregada atenção com as contas externas, Heranças Políticas monetárias e fiscais não podem ser passivas Expectativa de congelamento, Ampliação dos processo de fuga de ativos perda de apoio político 104

105 Plano Bresser H e t er e d o x o O r t od. Plano hibrido e de emergência Conter aceleração inflacionária inflação inercial e de demanda) Combinação de políticas heterodoxas e ortodoxas medidas: Congelamento salários e preços por 3 meses Realinhamento anterior de Preços públicos (EE, gasolina, telefone, aço) Seguido de uma fase de flexibilização e depois descongelamento Fim do gatilho e cria URP para reajuste de salários pós congelamento URP media de três últimos meses da inflação Repassado para os três meses seguintes (reajuste mensal com defaseagem ) Tablita (sem troca de moeda) Desvalorização cambial (não congelamento não fixa) Política monetária ortodoxa Juros positivos controle de demanda e especulação com estoques tentativa de controle fiscal Aumento de tarifas, eliminação de subsídios, corte de gastos (investimentos públicos)

106 Do Plano Bresser ao Feijão com Arroz Início do Bresser queda da inflação 26 para 3 (julho) depois 6,5 (agosto) Congelamento não respeitado (remarcações preventivas e não fiscalização Inflação volta a subir pouco a pouco: dezembro 14% Contas externas menos problemas Exportações e agricultura mantém crescimento Funcionalismo não contenção do déficit Não aprovação reforma fiscal (tributária) pede para Sair Problemas do Plano Bresser no descongelamento: reposições salariais, reindexação Fragilidade da contenção monetária e fiscal Fragilidade política: passagem de 4 para 5 anos de mandato 106

107 Plano Verão Novamente plano hibrido Ortodoxia: controle DA Juros altos e queda no déficit público Redução de custeio, reforma administrativa Limitação na emissão de títulos Restrição de crédito Desvalorização e fixação da taxa de cambio Heterodoxia: congelamento preços e salários Indeterminado Reajuste prévio de preços públicos Salários: Media 12 meses e aplicação URP janeiro Nova troca de indice Radicalização da desindexação Reforma monetária Cruzado Novo (1000 cruzados) Paridade com dolar Fim URP, OTN, gatilho etc.

108 O Fim do Governo Sarney Verão: curta duração Não houve ajuste fiscal e ocorreu descontrole monetário Inflação cai em fevereiro e volta a acelerar Reaceleração inflacionária: Rumo à Hiperinflação Não coordenação (fim OTN s e indexadores) Governo Sarney Crescimento medio 4%, inflação 470% Exportação na médio principal setor Aumento do Déficit Público (operacional) Endividamento interno crescente, prazos mais curtos, taxas de juros e liquidez crescentes Sub-indexação de contratos para reduzir valor real da dívida pública Política monetária: necessidade de sustentação de juros elevados, descontrole da política monetária NBTC equilibrada não acesso a poupança externa

109 Francisco Dornelles Dílson Funaro Bresser Pereira Maílson da Nóbrega 03/ / / / / / /1989 Cruzado I Cruzadinho Cruzado II Plano Verão Congelamento preços de Modificação nas fórmulas de cálculo da correção monetária e das desvalorizações cambiais (correção trimestral) Choque (negativo) agrícola Retoma as correções monetárias e cambiais vigentes antes de Dornelles (correção mensal) Choque (negativo) agrícola Reforma monetária (Cruzado) Congelamento dos preços. Os salários não foram congelados. Taxa de câmbio é fixada. Tímido pacote fiscal para desaquecer consumo (véspera das eleições) Pacote fiscal visando elevar a arrecadação do governo através do ajuste de alguns preços públicos e de impostos indiretos Congelamento de salários e preços por, no máximo, três meses. Programa híbrido, contendo elementos ortodoxos e heterodoxos para combater a inflação. Taxa de câmbio não é congelada (mantém a regra de minidesvalorizaçõ es). O governo procura praticar taxas de juros reais. Reforma monetária (Cruzado Novo) Congelamento de preços Programa híbrido: do lado ortodoxo, contração da demanda; do lado heterodoxo, extinguir os mecanismos de realimentação da inflação. Taxa de câmbio é fixada em 1US$ = 1NCz$. 109 Índice oficial de inflação deixar de ser o IGP-DI e passa a ser o Deslocamento da base do IPCA para 28/06/1986. O novo índice Os aumentos dos preços dos automóveis, cigarros e bebidas Governo institui a URP, uma nova base de indexação salarial para

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