UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO ICET/FAET/FAMEV/IB/ICHS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO ICET/FAET/FAMEV/IB/ICHS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL DE QUATRO HIDRELÉTRICAS NO RIO TELES PIRES. Sandro Luiz Rostirolla Cuiabá, março 2018

2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO ICET/FAET/FAMEV/IB/ICHS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS ANÁLISE COMPARATIVA DOS ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL DE QUATRO HIDRELÉTRICAS NO RIO TELES PIRES. Sandro Luiz Rostirolla Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Recursos Hídricos da Universidade Federal de Mato Grosso para a obtenção do título de Mestre em Recursos Hídricos. Orientadora: Profª Dra. Daniela Maimoni de Figueiredo Cuiabá, março 2018

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5 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO ICET/FAET/FAMEV/IB/ICHS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS Se fosse fácil achar o caminho das pedras, tantas pedras no caminho não seria ruim. Humberto Gessinger

6 AGRADECIMENTOS Agradeço, primeiramente, a Deus pelo dom da vida e pela graça de acordar todos os dias com saúde e força para enfrentar as batalhas diárias. Agradeço pela ajuda e apoio de meus pais Maria do Carmo e Irineu e também a minha esposa Fran e minha filha Ana Carolina que me deram força e determinação para prosseguir. Agradeço, em especial, à Professora Daniela Maimoni de Figueiredo primeiro pelo aceite na orientação, pela dedicação que me possibilitou o amadurecimento científico, profissional e também pessoal o qual espero levar e utilizar ao longo de minha vida. Agradeço também pela paciência, pelas ideias sempre construtivas. Ao Programa de Pós-Graduação em Recursos Hídricos, pela oportunidade de agregar conhecimento durante todo o curso. E também a cada um dos docentes que compartilharam suas experiências. Ao Coordenador Prof. Dr. Eduardo Beraldo de Morais, que sempre tornou acessível nossas conversas. Aos colegas da Pós-Graduação pelo convívio e auxilio nas horas de aperto e aos colegas de serviço pelo o apoio e compreensão.

7 RESUMO A região hidrográfica amazônica tem um potencial hidrelétrico muito elevado e de importância econômica para o país, mas cujos impactos ambientais negativos vem sendo motivo de estudos e polêmicas no país e no mundo. No rio Teles Pires, que juntamente com o Juruena forma um dos principais afluentes da margem direita do rio Amazonas, o Tapajós, estão concentrados quatro empreendimentos hidrelétricos, sendo UHE Sinop, com capacidade de geração de energia cerca de 400MW, em fase de construção, UHE Colíder com 300MW, em fase de enchimento do reservatório (final da construção), UHE São Manuel com 750 MW, também em fase de construção, e UHE Teles Pires, em operação desde o final de 2014, com capacidade de geração de 1820 MW. Os Estudos de Impacto Ambiental (EIAs) destes empreendimentos, sendo parte da gestão dos recursos hídricos, deve adotar a bacia hidrográfica como unidade, de acordo com a Política Nacional de Recursos Hídricos e com os respectivos Termos de Referência, sempre de maneira integrada e considerando os usos múltiplos da água. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise integrada destes quatro EIAs já aprovados no rio Teles Pires. O enfoque e critérios da análise destes quatro EIAs foram: comparar seus custos-benefícios; identificar as sobreposições das áreas de influência direta e indireta; verificar a citação e o tipo de citação feita em cada EIA em relação aos demais e avaliar se todos consideraram como unidade de gestão a bacia hidrográfica, conforme estabelece a legislação. Para análise destes documentos, utilizou-se o método Check List e comparações e relação entre grandezas para classificar o custo-benefício de cada empreendimento. Na avaliação de custo-benefício entre área alagada, tempo de residência, quantidade de concreto usado e desnível, a UHE Teles Pires, seguida de São Manoel, apresentaram a melhor relação, sendo que o pior custo-benefício foi constatado em UHE Sinop, seguida da UHE Colíder. A UHE Teles Pires foi a mais citada no EIA da UHE São Manoel e vice-versa, as demais tiveram poucas citações de cada uma em seus EIAs. Palavras-chave: Análise de Custo-benefício; Gestão de Recursos Hídricos; Região Hidrográfica Amazônica.

8 Abstract The Amazon hydrographic region has a very high hydroelectric potential and of economic importance for the country, but whose negative environmental impacts have been the subject of studies and controversies in the country and in the world. In the Teles Pires river, which together with the Juruena forms one of the main tributaries of the right bank of the Amazon River, the Tapajós, are concentrated four hydroelectric projects, being Sinop Dams, with capacity of about 400MW, in the construction phase, Colíder Dams with 300MW, in phase of filling the reservoir (construction end), São Manuel Dams with 750 MW, also under construction, and Teles Pires Dams, in operation since the end of 2014, with a generation capacity of 1820 MW. The Environmental Impact Studies (EIAs) of these enterprises, as part of the management of water resources, should adopt the river basin as a unit, in accordance with the National Water Resources Policy and the respective Terms of Reference, always in an integrated manner and considering the multiple uses of water. In this sense, the present work aims to make an integrated analysis of these four EIAs already approved in the river Teles Pires. The focus and criteria of the analysis of these four EIAs were: to compare their cost-benefits; identify overlaps of areas of direct and indirect influence; to verify the citation and the type of citation made in each EIA in relation to the others and to evaluate if all considered as a unit of management the river basin, as established by the legislation. For the analysis of these documents, we used the Check List method and comparisons and relationship between quantities to classify the costbenefit of each enterprise. In the evaluation of cost-benefit ratio between flooded area, residence time, amount of concrete used and difference, the Teles Pires Dams, followed by São Manoel Dams, presented the best relation, and the worst cost-benefit was found in Sinop Dams of the Colíder Dams. The Teles Pires Dams was the most cited in the EIA of the São Manoel Dams and vice versa, the others had few quotations from each in their EIAs. Keywords: Cost-benefit analysis; management of water resources; Amazonian Hydrographic Region.

9 Sumário 1-INTRODUÇÃO OBJETIVOS FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA MATERIAL E MÉTODOS Área de Estudo Métodos de análise dos EIAs Características dos Empreendimentos Potência Firme e Instalada Tipos de turbina Tipo de reservatório e altura da tomada d água Tempo de residência e área de inundação Quantidade de concreto Análise dos AAI e EIAs Análise da Avaliação Ambiental Integrada Áreas de Influência Direta e Indireta Escalas de Trabalho Métodos do Diagnóstico e do Prognóstico Adoção da bacia hidrográfica como unidade de estudo Menção aos demais empreendimentos hidrelétricos Análise comparativa do custo-benefício Menção aos demais usos da água na bacia Análise dos pareceres dos órgãos ambientais Avaliação da Evolução das Outorgas na Bacia do Teles Pires RESULTADOS E DISCUSSÃO Características construtivas dos empreendimentos Áreas de Influência... 38

10 5.3. Análise de Custo-benefício Avaliação Ambiental Integrada - AAI Menção de cada hidrelétrica nos Estudo de Impactos Ambientais - EIA EIA Sinop EIA Colíder EIA Teles Pires EIA São Manoel Análise dos pareceres dos órgãos ambientais: a abordagem da bacia hidrográfica As interfaces setoriais e a bacia hidrográfica Evolução das Outorgas na Bacia do Rio Teles Pires CONCLUSÃO REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO... 61

11 Lista de Abreviaturas AAI Avaliação Ambiental Integrada AAE Avaliação Ambiental Estratégica AIA Avaliação de Impacto Ambiental ANA Agência Nacional de Águas ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente EIA Estudo de Impacto ambiental EPE Empresa de Pesquisa Energética IBAMA Ibama Brasileiro de Meio Ambiente MMA Ministério de Meio Ambiente SEMA Secretaria de Meio Ambiente SIN Sistema integrado Nacional TR Termo de referência UHE Usina Hidroelétrica

12 Lista de Figuras Figura 1 -Regiões Hidrográficas Brasileiras Figura 2 -Diagrama das sub-bacias da Região Hidrográfica Amazônica, com a localização das atuais e futuras hidrelétricas (em planejamento) Figura 3 - Bacia Hidrográfica do rio Teles Pires, com a localização das quatro usinas hidrelétricas Figura 4 - Mapa de Influências Indireta da UHE Sinop Figura 5 - Mapa de Influências direta da UHE Sinop Figura 6 - Mapa de Influências direta da UHE Teles Pires Figura 7 - Mapa de Influências Direta e Indireta da UHE São Manoel Figura 8 - Mapa de Influências das UHE Sinop e UHE Colíder Figura 9 - Mapa de Influências das UHEs Teles Pires e São Manoel Figura 10 - Número de menções da Avaliação Ambiental Integrada em cada um dos quatro Estudos de Impactos Ambientais das hidrelétricas no rio Teles Pires Figura 11 - Número de menções de cada usina em cada um dos quatro Estudos de Impacto Ambiental Figura 12 - Modelo para uma Gestão da Bacia Hidrográfica Figura 13 - Evolução das Outorgas de uso da água na Bacia do Teles Pires... 58

13 Lista de Quadros Quadro 1 - Características construtivas das quatro hidrelétricas do Rio Teles Pires Quadro 2 - Custo-benefício das quatro hidrelétricas no rio Teles Pires Quadro 3 - Uso da Bacia Hidrográfica do rio Teles Pires

14 1-INTRODUÇÃO O conceito hidrológico de bacia hidrográfica considera que é uma área de captação natural da água de precipitação que faz convergir o escoamento para um único ponto de saída. A bacia hidrográfica compõe-se de um conjunto de superfícies vertentes e de uma rede de drenagem formada por cursos de água que confluem até resultar em um leito único no seu exutório (TUCCI, 1997). Complementar a este conceito, Schiavetti (2002) considera que a bacia hidrográfica representa a unidade mais apropriada para o estudo qualitativo e quantitativo do recurso água e dos fluxos de sedimentos e nutrientes e pode ser aplicada para a conservação de recursos naturais, podendo ainda estar relacionada à possibilidade de avaliar, em uma determinada área geográfica, o seu potencial de desenvolvimento e a sua produtividade biológica, determinando as melhores formas de aproveitamento dos mesmos, com o mínimo impacto ambiental. Neste sentido, as bacias hidrográficas são unidades fundamentais para a gestão da terra e da água, sendo identificadas como unidades de planejamento administrativo para fins de conservação dos recursos naturais (VITTALA et al., 2008). A administração de uma bacia hidrográfica é retirar dela o máximo dos seus benefícios com o mínimo dos seus danos, é uma batalha de um nível elevado de engenharia social, daí a importância e a relevância das políticas e dos sistemas de gestão integrados, destinados a promover a sustentabilidade, alocação, monitoração e compatibilização dos diferentes usos dos recursos hídricos, face a objetivos sociais, econômicos e ambientais (CAVALCANTI: MARQUES, 2016). O Brasil é um país eminentemente de rios, sendo que em seu território situamse uma das mais extensas redes fluviais do mundo, formando grandes bacias hidrográficas. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos CNRH, através da Resolução nº 32 de 15 de outubro de 2003, dividiu o país em 12 grandes regiões hidrográficas: Amazônica, Tocantins Araguaia, Paraguai, Atlântico Nordeste Ocidental, Atlântico Nordeste Oriental, Paraná, Parnaíba, São Francisco, Atlântico Leste, Atlântico Sudeste, Atlântico Sul e Uruguai (Figura 1). 14

15 Figura 1 -Regiões Hidrográficas Brasileiras Fonte: ANA, 2003 A Região Hidrográfica Amazônica representa cerca de 40% do território brasileiro e possui mais de 60% de toda a disponibilidade hídrica do país (MMA, 2006). A Bacia Amazônica, a mais extensa rede hidrográfica do globo terrestre, ocupa uma área aproximada de 6,1 milhões de km 2, o que corresponde a aproximadamente 40% do continente sul-americano, desde as nascentes nos Andes Peruanos até sua foz no Oceano Atlântico, no norte do Brasil, abrangendo territórios do Brasil, da Colômbia, da Bolívia, do Equador, da Guiana, do Peru e da Venezuela (ANA, 2013). O rio Tapajós, um importante afluente da margem direita do rio Amazonas, é formado pela confluência do rio Teles Pires com o rio Juruena, em Barra de São Manuel na fronteira entre Pará e Mato Grosso, e percorre uma extensão de aproximadamente 800 km até desaguar no Amazonas. A sua bacia está distribuída pelos estados do Mato Grosso, Pará, Rondônia e Amazonas (MMA, 2011). A Região Hidrográfica Amazônica tem um potencial hidrelétrico muito elevado e de importância econômica para o país. Porém, devido aos impactos ambientais e 15

16 sociais destes empreendimentos, como desmatamento, perda de biodiversidade aquática e terrestre, inundação da floresta, remoção de populações locais, alteração das rotas de migração dos peixes, perda do potencial pesqueiro, formação de gases do efeito estufa, entre outros, a implantação destes empreendimentos vem sendo alvo de críticas e polêmicas no Brasil e no mundo. De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia de 2024 (MME, 2015), está previsto para entrar em funcionamento cerca de 20 usinas hidrelétricas (UHE) até 2024 nesta Região Hidrográfica (Figura 2). No rio Teles Pires, objeto deste trabalho, estão concentrados quatro empreendimentos hidrelétricos, quais sejam: UHE Sinop, com capacidade de geração de energia cerca de 400MW, em fase de construção; UHE Colíder com 300MW, em fase de enchimento do reservatório (final da construção); UHE São Manuel com 750 MW, também em fase de construção; e UHE Teles Pires, em operação desde o final de 2014, com capacidade de geração de 1820 MW. Segundo Marques (2013) a geração de eletricidade a partir de usinas hidrelétricas é uma forma de produção de energia a partir de uma fonte renovável, a qual, é considerada na globalidade dos seus efeitos, a menos agressiva para o meio ambiente do que as outras formas convencionais de produção de eletricidade, no entanto, se forem consideradas as vantagens ambientais associadas à utilização desta forma de produção de energia, se não ocorrerem impactos negativos, se analisar o saldo entre os aspetos positivos e negativos, à construção do empreendimento no local pode ser favorável. Por outro lado, Faria (2012), comentam que hidrelétricas instaladas em um mesmo curso hídrico podem atuar de forma integrada e causam efeitos conjuntos em sua bacia hidrográfica. Usinas localizadas a montante podem usar seus reservatórios para regular o fluxo de água utilizado pelas usinas localizadas a jusante, porém existem poucos estudos sobre os efeitos cumulativos nas bacias hidrográficas com vários reservatórios, possivelmente pela dificuldade de medir os efeitos em na bacia hidrográfica toda, além da ausência de dados informativos (DEITCH et al. 2013). Kaunda et al. (2012) mencionam que a comparação entre projetos, de vários tamanhos, deveria ser feita de modo integrado, somando-se os impactos de todos os projetos pequenos e comparando com o de maior tamanho com a mesma capacidade de geração e em áreas semelhantes, de modo a obter uma ideia de qual é o melhor 16

17 aproveitamento. A integração deve ser feita, neste sentido, adotando-se a bacia hidrográfica como unidade, conforme a Lei nº 9.433/1997, conhecida como Política Nacional de Recursos Hídricos. A adoção da bacia deve ser realizada de maneira integrada e utilizada de forma racional, devendo sempre considerar os usos múltiplos da água, princípios que devem ser aplicados à geração hidráulica de energia elétrica, nos quais os estudos ambientais devem estar embasados. A gestão integrada de bacia hidrográfica é um dos princípios mais importantes do gerenciamento das águas, devendo levar em consideração as interações sistêmicas do meio ambiente, buscando resposta e soluções para problemas específicos (MAGALHÃES JÚNIOR, 2014). No entanto, este autor menciona que sua operacionalização é um desafio político e institucional, que ainda não foi solucionado por nenhuma realidade nacional. Para gerenciar uma bacia é necessário primeiramente conhecer a mesma, para isso, é previsto a elaboração de um documento denominado Avaliação Ambiental Integrada (AAI), que consiste na identificação das principais características ambientais, econômicas e sociais da bacia, no intuito de classificar os indicadores e características dos efeitos ambientais, por subdivisão da bacia, com a intenção de identificação dos potenciais conflitos locais e os que podem ocorrer devido a mais de um empreendimento na bacia (TUCCI; MENDES, 2006). Este estudo possibilita avaliar efeitos sinérgicos e cumulativos, resultantes dos impactos ambientais ocasionados pelo conjunto dos aproveitamentos hidrelétricos em planejamento, construção e em operação, apresentando ainda diretrizes para subsidiar futuros estudos e a implementação de empreendimentos dentro da bacia a ser modificada (TUCCI; MENDES, 2006). Neste sentido, a AAI deve ser elaborada anteriormente aos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) dos vários empreendimentos previstos numa mesma bacia hidrográfica, a exemplo do que ocorreu na bacia do rio Teles Pires, onde a previsão de várias hidrelétricas, especialmente das quatro citadas anteriormente (UHEs Sinop, Colíder, Teles Pires e São Manoel) levou à necessidade de elaboração deste documento. 17

18 Figura 2 -Diagrama das sub-bacias da Região Hidrográfica Amazônica, com a localização das atuais e futuras hidrelétricas (em planejamento). Fonte: Modificado MME,

19 Por sua vez, o EIA é um documento legal que tem por objetivo apontar informações sobre o projeto a ser construído, especificando suas áreas de influências, alternativas tecnológicas e locacionais, matérias primas, empregos gerados direta e indiretamente, caracterização ambiental, descrição de efeitos esperados e suas medidas mitigatórias (CONAMA 001/86). Tanto a AAI quanto o EIA devem, portanto, considerar a bacia hidrográfica como unidade de estudo e gestão, apresentando análises integradas na área de drenagem e considerando os outros usos múltiplos da água e as interfaces setoriais entre a gestão dos recursos hídricos e áreas correlatas, vindo ao encontro de uma das prioridades mencionadas pelo Plano Nacional de Recursos Hídricos: "integrar a política de recursos hídricos com a política ambiental e demais políticas setoriais (saneamento, irrigação, energia, turismo, etc.)" (MMA, 2017). 19

20 2-OBJETIVOS Realizar uma análise comparativa dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) de quatro empreendimentos hidrelétricos no rio Teles Pires, UHE Sinop, UHE Colíder, UHE Teles Pires e UHE São Manuel, bem como da Avaliação Ambiental Integrada (AAI), com ênfase à adoção da bacia hidrográfica como unidade de estudo e gestão OBJETIVOS ESPECÍFICOS Analisar o documento de Avaliação Ambiental Integrada elaborado para a bacia e sua abordagem e correlação com os EIAs das quatro hidrelétricas; Verificar a adoção da bacia hidrográfica como unidade de estudo e gestão nos EIAs; Analisar as intersecções entre as diferentes Áreas de Influência Direta e Indireta das quatro usinas hidrelétricas e suas relações com os limites da bacia hidrográfica; Avaliar e comparar os custos-benefícios de cada empreendimento hidrelétrico; Realizar uma análise da evolução e tipos de pedidos de outorga de uso da água na bacia do rio Teles Pires nos últimos dez anos e correlacionar estes pedidos com os usos da água para a geração de energia elétrica; Apontar novas abordagens e estudos para o licenciamento de hidrelétricas em sequência num mesmo rio, tendo sempre como unidade de estudo e gestão a bacia hidrográfica. 20

21 3-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O desenvolvimento econômico e social está muito ligado com a geração e o consumo de energia elétrica. Com o crescimento do Brasil nos últimos anos, aumentou a demanda por energia, levando ao aumento na construção de grandes usinas hidrelétricas. Este tipo de empreendimento é utilizado devido a sua capacidade de armazenagem de energia e pelo fornecimento ininterrupto, trazendo confiabilidade para o setor elétrico, além da maior eficiência e baixa relação custo/benefício em comparação com outras fontes energéticas. Como o Brasil é rico em recursos hídricos, esta fonte é majoritária, correspondendo a aproximadamente 83,89% da energia elétrica consumida no país atualmente (ELETROBRAS, 2016). Porém, as usinas hidrelétricas causam várias alterações ambientais e sociais, já bem documentadas na literatura científica mundial e de amplo conhecimento dos órgãos de controle ambiental e dos empreendedores hidrelétricos, como desmatamento, gases do efeito estufa (FEARNSIDE, 2011) deslocamento de pessoas e deixam submersas áreas produtivas (SEIBEN; CLEPS, 2012) Segundo Pase, et al (2016) a construção de hidrelétricas implica em grandes áreas atingidas pela construção dos reservatórios, instalação dos canteiros de obras, estradas para circulação de pessoal, material e linhas de transmissão de energia que, dentre as externalidades, têm no deslocamento compulsório de populações atingidas um ponto nevrálgico da discussão no sentido socioambiental. A formação de grandes barragens provoca muitas mudanças no leito do rio e alterações no regime de vazões, diminui a velocidade do rio e transforma um ambiente lótico ou semi-lótico em ambiente lacustre (CAMPAGNOLI; DINIZ, 2012); com o represamento do rio rompe-se o gradiente longitudinal deste em relação às condições naturais do ambiente (MANTEL et al. 2011), gerando mudanças significativas ao longo do curso d água. Assim, barramentos de ambientes lóticos ocasionam alterações tanto à montante, quanto à jusante, nos sistemas bióticos e abióticos, sendo que os impactos causados pelo represamento dependem do ponto onde o contínuo fluvial será barrado (MONTGOMERY, 1999; SIQUEIRA; SILVA, 2011). Considerando estes impactos e vários outros relacionados à construção e operação de hidrelétricas, a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente- 21

22 Conama nº001/1986 estabelece que obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como barragens para fins hidrelétricos acima de 10MW, dependem de Estudos de Impacto Ambiental (EIA) antes de sua instalação. Estes estudos são importantes para contabilizar, avaliar e apontar medidas que minimizem, compensem ou evitem os efeitos ambientais negativos das hidrelétricas. O EIA é, portanto, um importante instrumento de gestão ambiental, composto basicamente pelo diagnóstico, prognóstico e avaliação de impactos. É neste documento que são avaliadas as condições socioambientais e econômicas, existentes antes da implantação de uma hidroelétrica e feitas estimativas de impactos futuros, para as fases de construção e operação, visando assim mitigá-los, compensá-los ou evitá-los. Este EIA de acordo com Guia de Procedimentos do Licenciamento ambiental Federal (MMA, 2002) deve ser submetido a aprovação do órgão ambiental competente, que em Mato Grosso é a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e no âmbito federal é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Para elaborar um EIA é necessário consultar os Termos de Referência que são fornecidos e elaborados pelos órgãos ambientais responsáveis, que estabelecem as diretrizes adicionais e específicas de cada empreendimento, em complemento às contidas na Resolução no CONAMA 001/86. O Termo de Referência têm por objetivo determinar as diretrizes, conteúdo mínimo e abrangência do estudo ambiental exigido e é o instrumento orienta o desenvolvimento EIA, utilizado na modalidade de Licença Prévia, quando do requerimento da licença. Os Termos de Referência constituem processo fundamental para que o EIA alcance a finalidade desejada e a qualidade que se espera (MMA, 2002). Após a elaboração do EIA, o órgão ambiental competente avalia o documento e libera as licenças ambientais, são estas as Licença Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). A Licença Prévia se obtém na fase preliminar do planejamento da atividade e contém os requisitos básicos a serem atendidos; Licença de Instalação autorizando o início da implantação, conforme as especificações do projeto executivo aprovado; Licença de Operação, autorizando após as averiguações o início da atividade licenciada conforme previsto na LP e LI (VERDUM; MEDEIROS, 2002). Vale mencionar que antes da emissão da licença 22

23 prévia, quando o EIA é apresentado, este deve ser discutido e avaliado em audiências públicas no(s) município(s) onde o empreendimento será instalado e nos Conselhos de Meio Ambiente competentes (municipal, estadual e/ou federal) e em comitês de bacias hidrográficas. Segundo Carvalho e Lima (2010) o EIA não deve ser visto apenas como um relatório confeccionado por uma obrigação legal, ele deve compor um processo de gerenciamento sócioambiental e seu desenvolvimento deve ser interligado e integrado a todas as fases do ciclo do projeto. No caso de hidrelétricas, além da integração entre as fases do projeto (diagnóstico-planejamento, construção e operação), os empreendimentos devem ser integrados em sua bacia hidrográfica. O licenciamento de hidrelétricas deve haver estudo ambiental aprofundado, realizado além das limítrofes geográficas do empreendimento, a fim de identificar e apontar impactos diretos e indiretos sobre toda região sob sua influência, inclusive na bacia hidrográfica a qual pertence o rio em que o empreendimento será instalado (TOLEDO et al. 2012). O aumento na construção de hidrelétricas no Brasil nos últimos anos, inclusive com vários barramentos num mesmo rio, indica a necessidade de uma análise integrada na bacia hidrográfica, que contemple também outros usos da água, a ocupação humana e os impactos decorrentes desta ocupação. Este aumento no número de hidrelétricas vem sendo mais evidenciado na Região Hidrográfica Amazônica, onde, conforme o Plano Decenal de Expansão de Energia ELETROBRAS (2015), cerca de 20 UHEs entrarão em funcionamento até Especificamente no rio Teles Pires, que forma uma sub-bacia desta região hidrográfica, estão em operação ou em construção quatro UHEs em sequência ou em cascata, que deverão alagar uma área total de 710 km 2 gerando cerca de MW. A Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei Federal 9.433, estabelece, além da adoção da bacia hidrográfica como unidade de gestão, que um dos instrumentos é a outorga de uso da água, para que o poder público possa controlar o uso dos recursos hídricos e garantir os usos múltiplos. A outorga de uso da água é um dos principais mecanismos para o gerenciamento da oferta da água, se não for o mais importante, que se constitui na base do processo de gerenciamento de recursos hídricos. A outorga de direito de uso da água é o instrumento legal que assegura ao usuário o direito de utilizar, por um 23

24 período estabelecido, os recursos hídricos, sendo um documento que garante ao órgão gestor o controle quantitativo e qualitativo do uso da água (SILVA et al,2015). As outorgas vigentes se tornam de grande importância, uma vez que as vazões nelas alocadas somente poderão ser disponíveis novamente no encerramento do prazo de validade das outorgas (MOREIRA, 2010). Devido às diversas finalidades dos usos da água, há a geração de muitos conflitos entre usuários, para isso é fundamental o gerenciamento e a regulação dos recursos hídricos tornando sustentáveis as demandas econômicas, sociais e ambientais por água, com o objetivo de obter uma relação de harmonia entre os usos futuros e evitando conflitos de uso (RIBEIRO et al, 2014). Segundo Almeida (2016), o modelo de outorga permite otimizar e gerenciar a garantia de atendimento às demandas adequando-as às disponibilidades de água e seus tipos de uso. Vale mencionar ainda que, além da outorga de uso da água, para empreendimentos hidrelétricos, o empreendedor deve, antes, obter a outorga de concessão de potenciais hidrelétricos, junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Esta agência foi criada pela Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, com a finalidade de regular e fiscalizar a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica no Brasil, no intuito de organizar o setor elétrico e a construção de usinas hidrelétricas. Esta agência tem o poder de outorga de concessão para aproveitamentos de potenciais hidráulicos conforme Lei n , de

25 4-MATERIAL E MÉTODOS 4.1. Área de Estudo O presente estudo foi realizado na bacia hidrográfica do rio Teles Pires, também conhecido como rio São Manoel, um dos formadores do rio Tapajós, juntamente com o rio Juruena. O rio Tapajós é um dos principais afluentes da margem direita do rio Amazonas. A bacia do rio Teles Pires encontra-se entre os paralelos 15º00' de latitude sul e 7º00' de latitude norte e os meridianos 54º00' e 58º00' de longitude oeste, compreendendo terras nos estados do Mato Grosso e pequena parte do Pará (Figura 3), possuindo aproximadamente km 2 de área de drenagem e km de perímetro (EPE, 2008). O rio Teles Pires nasce no município de Nova Brasilândia, no Planalto dos Parecis, no Estado de Mato Grosso (CAMARGO, 2011), os afluentes da margem direita do Teles Pires são os rios: Braço Dois, Braço Norte, Caiapó, Celeste, Cristalino, Tabatinga, Parado, Peixoto de Azevedo, São Benedito e Cururu-açú, e na sua margem esquerda os rios: Verde, Tapaiúna, Paranaíba, Apiacás, Santa Helena e Santa Rosa, até formar, juntamente com o rio Juruena, o rio Tapajós, que deságua no rio Amazonas pela margem direita (VEIGA, et al. 2013). A bacia do rio Teles Pires engloba total ou parcialmente 35 municípios, sendo dois localizados no Estado do Pará e 33 em Mato Grosso; destes, sete estão nos limites da bacia. Na região do baixo Teles Pires estão os municípios de Jacareacanga e Novo Progresso, no Pará, e Apiacás, Alta Floresta, Nova Monte Verde, Paranaíta, Juara e Carlinda em Mato Grosso. No médio Teles Pires estão Nova Canaã do Norte, Novo Mundo, Itaúba, Guarantã do Norte, Colíder, Matupá, Terra Nova do Norte, Marcelândia, Peixoto de Azevedo, Nova Santa Helena, Tabaporã, Cláudia, Nova Guarita. Na região do alto Teles Pires estão Sorriso, Santa Rita do Trivelato, Paranatinga, Ipiranga do Norte, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sinop, Planalto da Serra, Vera, Rosário Oeste, Tapurah, Nova Brasilândia, Nova Ubiratã e Nobres (EPE, 2008). 25

26 Figura 3 - Bacia Hidrográfica do rio Teles Pires, com a localização das quatro usinas hidrelétricas Fonte: Modificado de EPE,

27 A economia da região da bacia do Teles Pires é baseada no agronegócio, que compreende agricultura e pecuária, bem como extrativismo mineral, comércio, agroindústria e ecoturismo. Na região do alto Teles Pires a ocupação é mais antiga, onde a produtividade de grãos é menor em comparação com o resto da bacia hidrográfica com uma tendência para exploração pecuária, mas a maior parte da bacia se caracteriza pela alta produção de grãos, agropecuária de corte e leite, extração madeireira, extração mineral e turismo (SEMA, 2016). No gradiente do alto ao baixo Teles Pires, predominam solos do tipo Cambissolo, Areias Quartzosas, Latossolos (ocupam a maior área) e Podzólicos (MOREIRA; VASCONCELOS, 2007). O clima é do tipo Tropical Continental Alternadamente Úmido e Seco, pertencendo à unidade climática Mesotérmico Quente e Úmido (porção alta da bacia e parte da média), com temperaturas médias variando de 23,1 a 24,2 ºC e pluviosidade anual total entre e mm. E Clima Equatorial Continental Úmido com Estação Seca (parte da porção média e porção baixa), com temperaturas médias variando de 24,1 a 25,7 ºC e pluviosidade anual total entre e mm (TARIFA, 2011). A vegetação na parte alta e média da bacia do Teles Pires é predominantemente de Cerrado, com diversas feições: campo cerrado, cerrado e cerradão, até as proximidades da cidade de Sinop (parte média). A partir desta área, predomina vegetação de transição, com floresta associada ao Planalto do Parecis/cerrado, floresta estacional e floresta estacional/cerrado. Na divisa com o Pará até a confluência com o rio Juruena, ocorrem manchas de floresta ombrófila e floresta estacional (MONTEIRO et al., 2011). Vale mencionar que, além das quatro hidrelétricas, UHE Sinop, UHE Colíder, UHE Teles Pires e UHE São Manuel, consideradas neste estudo, existem ou são planejadas pelo menos mais duas hidrelétricas e oito pequenas centrais hidrelétricas (PCH) na bacia do rio Teles Pires, localizadas em afluentes do rio principal, quais sejam: UHE Salto Magessi e UHE Foz do Apiacás e as PCHs Ilha Pequena, Nhandu, Cabeça de Boi, Rochedo, Salto Apiacás, da Fazenda, Salto do Paraíso e Canoa Quebrada, respectivamente Métodos de análise dos EIAs 27

28 Para analisar os quatro EIAs foi utilizado o método de Check-List, que segundo Carvalho e Lima (2010) é um dos mais utilizados em análises e possui vantagens no emprego imediato na avaliação qualitativa dos dados. Este método foi escolhido, por ser adequado às situações em que há escassez de dados, possuir custo bastante baixo e ser de fácil compreensão das pessoas em geral. A metodologia consiste basicamente em uma listagem detalhada de informações com vários parâmetros importantes, construindo assim um quadro síntese, que é alimentado por informações contidas nos EIAs de cada empreendimento. Assim, é possível filtrar e comparar as informações importantes para atenderem aos objetivos deste estudo. Além disso, tendo em vista a classificação proposta por Marconi e Lakatos (2010), o presente estudo incluiu também o método exploratório de pesquisa de documentos, cuja finalidade é "formular hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com o ambiente/fato ou fenômeno para realizar pesquisa futura, clarear ou modificar conceitos". Foram abordados tanto os aspectos quantitativos quanto qualitativos na avaliação dos documentos (EIAs), o quantitativo consiste basicamente em contar a quantidade de itens citados e o qualitativo visa a verificar o que compreende cada citação apontada na análise quantitativa. Para tanto, foi elaborada uma lista com critérios divididos em dois temas básicos, características dos empreendimentos e análise dos EIAs, considerados importantes para a caracterização e comparação dos empreendimentos e para os objetivos deste estudo. Os critérios estão listados e detalhados a seguir Características dos Empreendimentos Potência Firme e Instalada A resolução normativa da ANEEL n 583 de 22 de outubro de 2013 define potência instalada como capacidade bruta (KW) que determina o porte da central geradora para fins de outorga, regulação e fiscalização, definida pelo somatório das potências elétricas ativas nominais das unidades geradoras principais da central, ou seja, é a potência total que as turbinas instaladas podem gerar. A potência firme ou energia firme é a máxima energia que as turbinas conseguem fornecer sem que haja interrupção do serviço, outra definição de energia 28

29 firme é a maior carga contínua que uma configuração pode atender ao longo do período (PEREIRA, 2015) Tipos de turbina Existem vários tipos de turbinas para arranjos hidrelétricos, os principais são dos tipos Pelton, Francis e Bulbo, conhecida também como Kaplan. A turbina Pelton tem como sua principal característica a velocidade do jato na saída do bocal, que pode chegar, dependendo da queda, entre 150 a 180 m/s, este tipo de turbina é utilizado em grandes aproveitamentos, pois seu funcionamento é melhor otimizado com alturas superiores a 150 metros e podendo chegar até 2000 metros (PAISH, 2002). A turbina Francis é uma das mais utilizadas por atender a vários tipos de rotações, é utilizada para grandes aproveitamentos e atende potências de 750 MW. (PAISH, 2002). A turbina Kaplan é utilizada para pequenos e grandes empreendimentos com baixa queda e quase sempre a fio d água, reduzindo consideravelmente o volume e custo das obras. (PAISH, 2002) Tipo de reservatório e altura da tomada d água. De acordo com o Atlas de Energia Elétrica do Brasil (ANEEL, 2008), existem dois tipos de reservatórios: acumulação e fio d água. Os de acumulação, geralmente são localizados na cabeceira dos rios, em locais de altas quedas d água, dado o seu grande porte permitem o acúmulo de grande quantidade de água e funcionam como estoques a serem utilizados em períodos de estiagem. Além disso, como estão localizados a montante das demais hidrelétricas, regulam a vazão da água que irá fluir para elas, de forma a permitir a operação integrada do conjunto de usinas. As unidades a fio d água geram energia com o fluxo de água do rio, ou seja, pela vazão com mínimo ou nenhum acúmulo do recurso hídrico. A queda d água, no geral, é definida como de alta, média ou baixa altura. O Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétrica (CETPCH, da Universidade Federal de Itajubá 29

30 UNIFEI) considera uma usina de baixa queda uma altura de até 15 metros e alta queda, superior a 150 metros. Mas não há consenso com relação a essas medidas. A tomada d água de um reservatório é o local onde entra água para o duto forçado. A altura desta tomada d água na barragem varia de acordo com a velocidade e pressão necessária estipulado no projeto de cada empreendimento e pode estar localizada basicamente em três profundidades: superficial, meio e fundo do reservatório, segundo Citadin Junior (2016), a profundidade da tomada d água é diretamente proporcional à área alagada. A altura da tomada d água influencia também na erosão do canal do rio a jusante da barragem Tempo de residência e área de inundação Tempo de residência (TR) em reservatórios é o tempo decorrido que uma porção de água faz a sua entrada no reservatório até o momento da sua saída do reservatório. O tempo de residência ou tempo de renovação de um corpo de água também pode ser definido como o tempo necessário para que essa massa de água seja renovada (EPA, 2001). A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente nº 357 de 2005 define que um ambiente lótico é relativo às águas continentais moventes, cujo TR é pequeno, de no máximo 48 horas; ambiente lêntico se refere à água parada, com movimento lento ou estagnando, cujo TR é grande, maior do que 40 dias; e ambiente intermediário, definido nesta legislação para os reservatórios cujo TR são maiores do que dois dias e menores do que 40. A área de inundação é o resultado de um barramento de um rio e consiste em um território previsto que será inundado para formação de reservatório, normalmente utilizado para aproveitamentos hidroelétricos Quantidade de concreto A quantidade de concreto é calculada por volume na unidade de m³, este item possui um grau de importância expressiva para o EIA e para a construção de barragens, pois este material apresenta características bastante expressiva como alta resistência a compressão e uma considerável vida útil (OLIVEIRA et al, 2018) e a utilização deste material define uma boa parte do custo do empreendimento. 30

31 Desnível O desnível é considerado uma importante variável na decisão de construção de aproveitamentos hidroelétricos, devido à premissa de que quanto maior o desnível de queda d água maior é a energia cinética, assim uma barragem que possui um desnível de cota e bem encaixado no leito do rio, pode gerar mais energia com menos volume de água armazenado no reservatório do que um aproveitamento que possui um desnível menor (COSTA, 2003) Análise dos AAI e EIAs Análise da Avaliação Ambiental Integrada. A Análise da Avaliação Ambiental Integrada da Bacia Hidrográfica do Rio Teles Pires é um documento que foi elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE, 2008), em que se caracterizou toda a bacia do rio Teles Pires. O documento possui informações dos empreendimentos que seriam construídos na bacia do rio, considerando que o mesmo foi publicado antes de todos os EIAs. O objetivo desta análise é verificar se houve uma avaliação integrada e sinérgica das usinas na bacia e verificar se os EIAs levaram em consideração a AAI, através da análise também destes estudos com relação a este aspecto. O AAI é verificado em conjunto com os estudos de impactos ambiental pelo órgão ambiental e este é responsável para averiguar se o grau de informações apresentadas estão adequadas para uma mitigação correta dos impactos ambientais Áreas de Influência Direta e Indireta Todos os EIAs devem definir suas Áreas de Influência e caracterizar fatores ambientais e suas interações, apresentando os limites diretos e indiretos dos efeitos causados pelo empreendimento. A área de influência, portanto, é fundamental na análise dos impactos, pois ela é o conjunto de áreas que sofrerão impactos diretos e indiretos (VERDUM, MEDEIROS, 2002; SANTOS, 2004). A Área de Influência Direta (AID) é o conjunto de áreas potencialmente aptas a sofrer impactos diretos da implantação e da operação de atividades 31

32 transformadoras. Já a Área de Influência Indireta (AII) consiste em uma área limitada ligada a Área de Influência Direta aptas a sofrer impactos de fenômenos secundários (SÁNCHEZ, 2006; SANTOS, 2004). Na montagem do mapa de Área de Influência Direta (AID) e Área de Influência Indireta (AII) integrando os quatro empreendimentos, foi utilizado um mapa da bacia hidrográfica do rio Teles Pires apresentado no EIA de UHE Sinop como base, devido o mapa estar disponível em uma plataforma mais acessível e de fácil utilização para de acrescentar as áreas de influências dos outros barramentos ao mapa Escalas de Trabalho A escala espacial em planejamento é escolhida intuitivamente e obedece ao bom senso do coordenador da equipe multidisciplinar de cada projeto. Conforme Santos (2004), existem muitas interpretações na literatura sobre escalas ideais para interpretação de espaços planejados e é de consenso que escalas maiores possibilitam maiores detalhes de informação, já escalas menores diminuem o tempo e o custo e generalizam e agrupam informações. Além disso, a escala de trabalho é muitas vezes definida nos Termos de Referência emitidos pelos órgãos ambientais, que são documentos que norteiam o escopo de elaboração de documentos oficiais como os EIAs (TCU, 2010). Neste estudo, foi realizada uma comparação entre as escalas de trabalho de cada EIA e como pode ser feita uma integração da bacia em escalas diferentes Métodos do Diagnóstico e do Prognóstico A ideia principal do diagnóstico ambiental é a identificação do quadro físico, biótico e antrópico de uma dada região, os diagnósticos devem possuir obrigatoriamente a caracterização dos potenciais ambientais e seus possíveis pontos de vulnerabilidades (SANTOS, 2004). O prognóstico tem por objetivo permitir a visualização, ainda que aproximada e incompleta, dos cenários ambientais de uma dada região, considerando as hipóteses de cenário ambiental caracterizado pelas atividades transformadoras, cenário ambiental caracterizado pelas consequências de 32

33 novas atividades previstas a serem implantadas na região (SANCHEZ, 2006; SANTOS, 2004; TAUK,1995). Para esta análise, nos quatro EIAs das usinas do Teles Pires, verificou-se como foram tratados os diagnósticos e os prognósticos nos EIAs e se houve a consideração de análises de cenários futuros, considerando a mudança do regime do rio e os demais empreendimentos no mesmo rio Adoção da bacia hidrográfica como unidade de estudo. No estudo de impacto ambiental de hidrelétricas, a bacia hidrográfica deve ser o foco principal, que deve ser adotada como unidade e caracterizada como um todo, desde sua nascente até sua foz (BRASIL, 1997). Na análise dos quatro EIAs buscouse identificar se houve a adoção da bacia hidrográfica como unidade de estudo quanto aos seguintes aspectos: i) do meio físico no capítulo de recursos hídricos; ii) na descrição e caracterização da rede hidrográfica; iii) na delimitação das AID e AII; iv) na verificação de outros usos da água e estruturas hidráulicas pré-existentes na bacias; v) na avaliação da qualidade da água e dos ecossistemas aquáticos; vi) na abordagem dos demais empreendimentos hidrelétricos na bacia. Isso foi verificado na área em que cada um destes estudos foram realizados e na correlação entre os quatro empreendimentos Menção aos demais empreendimentos hidrelétricos Na análise de cada um dos quatro EIAs no rio Teles Pires, verificou-se a quantidade de vezes que cada empreendimento foi citado em cada um dos EIAs. Para tanto, utilizou-se a ferramenta "localizar" utilizando o nome de cada usina em cada um dos EIAs. Com isso, foi verificado em cada capítulo de cada volume de todos os quatro EIAs, a quantidade de vezes em que os outros três empreendimentos foram citados, no intuito de verificar se houve uma integração entre os empreendimentos (quantitativo). Nesse mesmo levantamento, foram selecionados os textos referentes às partes citadas e feita uma síntese dos assuntos mencionados em cada EIA sobre as demais hidrelétricas (qualitativo). 33

34 Análise comparativa do custo-benefício. Segundo Silva Filho e Carneiro (2004), o princípio do custo-benefício de uma usina hidrelétrica refere-se à diferença entre os benefícios e os custos, buscando-se sempre um valor máximo e tendo a premissa que o benefício supere o custo. Segundo Neto (2007), o custo de empreendimentos pode se dividir em vários itens como: custos com projetos; custos com obras civis; custos com equipamentos; custos ambientais; custos com viabilidade e instalação da infraestrutura; custos com transmissão entre outros, além dos custos sociais, que tendem a ser os mais difíceis de serem estimados e previstos. Para a análise do custo-benefício dos quatro empreendimentos no rio Teles Pires, foi realizada uma razão entre tempo de residência, área inundada, quantidade de concreto, desnível, área de vegetação suprimida ou alagada e área agricultável alagada, com a potência instalada. Isso permitiu a obtenção de valores de correlação de cada empreendimento, os valores de cada item foram comparados entre os itens de cada empreendimento montando uma classificação por característica, ranqueando cada empreendimento no intuito de verificar qual foi o arranjo dentre os quatro que teve melhor custo-benefício na bacia hidrográfica. Este método de cálculo de custobenefício foi baseado em Cruz (no prelo) que consiste em um modelo mais básico para de comparação de custo benefícios entre hidroelétricas que visa captar informações comuns nos EIAs e comparar com os outros empreendimentos relacionados e foi adotado por ser objetivo e por permitir uma melhor comparação entre diferentes empreendimentos. Além disso, considerar inúmeros aspectos sociais, ambientais e econômicos de custos e de benefícios dos quatro empreendimentos demandaria extenso estudo e desviaria o foco deste trabalho Menção aos demais usos da água na bacia. Na análise dos EIAs verificou-se como foram citados e se foram caracterizados e classificados os usos múltiplos da água na bacia hidrográfica, bem como se foram priorizados os usos para abastecimento público e dessedentação animal, conforme preconizado pela Política de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433, 1997). Essas informações estão expostas nos capítulos dos EIAs que falam sobre qualidade 34

35 de água e sobre o uso da mesma. Para refinar a busca, utilizou-se também a ferramenta localizar com a palavra-chave uso Análise dos pareceres dos órgãos ambientais. Para a análise dos pareceres dos órgãos ambientais em relação aos EIAs das hidrelétricas, foram utilizados dois pareceres disponíveis de Licença Prévia: o parecer da UHE SINOP, emitido pela SEMA MT (Secretaria de Estado de Meio Ambiente), e o da UHE São Manoel, emitido pelo IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O enfoque principal desta análise foi verificar se os órgãos ambientais consideraram ou solicitaram a adoção da bacia hidrográfica como unidade de estudo e gestão Avaliação da Evolução das Outorgas na Bacia do Teles Pires Esta avaliação consiste em pesquisar todas as outorgas de uso da água emitidas pela Secretaria de Meio Ambiente de Mato grosso (SEMA-MT) entre os anos de 2007 a 2017, filtrar e quantificar as outorgas feitas para a Bacia do rio Teles Pires e montar um gráfico que apresenta como foi esta evolução durante estes períodos. O intuito desta análise é verificar o aumento do uso da água, com ênfase aos potenciais conflitos que podem ocorrer com o uso desordenado e sem planejamento da bacia hidrográfica. 35

36 5- RESULTADOS E DISCUSSÃO As análises nos Estudos de Impactos Ambientais (EIAs) de quatro empreendimentos hidrelétricos no rio Teles Pires, bem como da Análise Ambiental Integrada (AAI), publicado antes destes estudos (2008), são detalhados a seguir. O EIA da UHE SINOP, publicado em 2010, é um documento com nove volumes, sua LP foi emitida em maio de 2012 pela SEMA-MT; o EIA da UHE Colíder, publicado em 2009 com cinco volumes, teve sua LP emitida em dezembro de 2009 também pela SEMA-MT; o EIA da UHE Teles Pires, de 2009, possuí sete volumes e sua LP foi emitida pelo IBAMA em dezembro de 2010 e o EIA da UHE São Manoel, de 2008 com sete volume teve sua LP emitida pelo IBAMA em dezembro de Um aspecto observado em todos os EIAs são as considerações literárias que buscam sempre a mesma fonte de conteúdo sendo que, segundo Fearnside (2011), a revisão da literatura incluída nos EIA-RIMA é bem restrita aos estudos dos grupos ELETROBRAS e FURNAS, se esquecendo das evoluções das pesquisas sobre os assuntos no âmbito mundial. Os EIAs mostram uma fragilidade na sua confecção pois o mínimo de informações exigido pelo órgão regulamentador é ínfimo comparado ao tamanho destes quatro empreendimentos e suas relações sinérgicas. A análise comparativa dos EIAs de quatro hidrelétricas no Rio Teles Pires realizada neste trabalho, demonstrou que as bacias hidrográficas possuem muitas variáveis e que estes estudos técnicos não foram satisfatórios para uma tomada de decisão em nível de bacia hidrográfica, indicando a necessidade de aperfeiçoamento dos procedimentos e suas ferramentas, para que a exploração ambiental desordenada não comprometa os ecossistemas aquáticos e os usos múltiplos da água, inclusive a própria produção de energia elétrica Características construtivas dos empreendimentos. Cada empreendimento possui uma característica construtiva própria, sendo analisado antes da construção, o tipo de solo da região onde será construída a barragem, a vazão da bacia hidrográfica, altura da queda de desnível, o tipo do relevo, 36

37 etc. Assim o arranjo passa a ter uma identidade construtiva, sintetizada no Quadro 1, para as quatro hidrelétricas do rio Teles Pires analisadas neste estudo. Quadro 1 - Características construtivas das quatro hidrelétricas do Rio Teles Pires. UHE SINOP UHE COLÍDER UHE TELES PIRES UHE SÃO MANOEL Ano da Publicação do EIA Potência Instalada 400 MW 300 MW 1820 MW 746 MW Potência Firme 217 MW médios 166,3 MW médios 911,91 MW médios 351,75 MW médios Tipo de Turbina Kaplan Kaplan Francis Kaplan Tipo do reservatório Acumulação Fio d'agua Fio d'agua Fio d'agua Tempo de Residência 35 dias 12,9 dias 5 dias 3 dias Quantidade de Concreto m³ m³ m³ m³ Desnível 31,5 m 20 m 59 m 24,4 m Área de Inundação 337,3Km² 168 Km² 151,84km² 53 Km² Área Vegetação nativa alaga ou suprimida 257,9 Km² 118,06 Km² 86,41 Km² 45,60 Km² Área Agronegócio Inundada 44,82 Km² 22,3Km² 26 Km² 2,8 Km² Fonte: EIAs das UHEs Sinop, Colíder, Teles Pires e São Manoel A ANEEL (2008) conceitua que usinas a fio d água geram energia com o fluxo de água do rio, ou seja, pela vazão mínima ou nenhum acúmulo do recurso hídrico. Uma usina hidroelétrica para ser fio d água não pode ter nenhum acúmulo de água. Neste sentido, verifica-se um equívoco ao classificarem nos respectivos EIAs as UHE Colíder, UHE São Manoel e UHE Teles Pires como "fio d água", uma vez que todas possuem reservatório de acumulação e tempo de residência. 37

38 5.2. Áreas de Influência Segundo MMA (2002), o EIA deve possuir no seu escopo a definição dos limites da área a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza. A bacia do rio Teles Pires é dividida em três partes, baixo, médio e alto Teles Pires (SEMA, 2009). As quatro UHEs, objetos deste estudo, situam-se no médio e baixo Teles Pires, sendo a UHE Sinop e a UHE Colíder no médio e UHE Teles Pires e São Manoel na porção baixa. Os empreendimentos irão afetar ou estão afetando diretamente vários municípios e seus entornos. A UHE Sinop terá influência nos municípios de Sinop, Sorriso, Itaúba, Cláudia e Ipiranga do Norte; a UHE Colíder, nos municípios de Colíder, Nova Canaã do Norte, Claudia, Itaúba e Sinop; a UHE Teles Pires e São Manoel afetam os municípios de Paranaíta/MT e Jacareacanga/PA. Com base nas análises dos EIAs foi possível elaborar um mapa identificando a localização das áreas de influência direta e indireta de cada empreendimento e plotar no mapa da bacia do rio Teles Pires, tornando visíveis as áreas que serão atingidas diretamente pelos empreendimentos e suas sobreposições (Figura 8 e 9). Os EIAs apresentam em seu escopo os mapas de influencia e para elucidar como é apresentado essas áreas foi extraído dos documentos as imagens e apresentado na sequência ( Figuras 4 a 7). Nos estudos de impacto da UHE Sinop e UHE Colíder, verificou-se uma ligeira sobreposição de áreas próximas ao barramento da UHE Sinop, porém isso não foi citado claramente nos EIAs, sendo que só foi possível fazer essa verificação na montagem dos mapas (Figura 9). Na AID da UHE Sinop, com um reservatório de 337,3 km², com uma capacidade de mudar uma grande área na bacia hidrográfica, tanto a montante quanto a jusante, considerando sua localização mais a montante dos demais empreendimentos, foi considerado apenas seu impacto a montante do barramento. Segundo Fearnside (2011), o EIA focaliza exclusivamente a própria barragem, assim ignorando a inviabilidade econômica do projeto global e as implicações disto para a construção de represas altamente prejudiciais rio acima. 38

39 Nas UHEs Teles Pires e São Manoel, os limites da área de influência direta destes empreendimentos coincidem entre si (Figura 5). Fonseca e Bitar (2012) afirmam que as áreas de influência de um empreendimento são definidas com base em algumas premissas, como: a área esperada a ser afetada pelo empreendimento; o conhecimento intrínseco da equipe técnica, tanto da consultoria ambiental quanto do órgão ambiental; e os impactos ambientais esperados em cada subsistema. Como descrito nos EIAs, a metodologia utilizada para definir a área de influência dos empreendimentos foram Metodologias Espontâneas (ad hoc), baseadas no conhecimento empírico de especialistas no assunto e/ou na área em questão, bem como Mapas de Superposição (Overlay Mapping), técnica cartográfica utilizada na localização e abrangência de impactos relacionados à aptidão e uso do solo, vegetação e outros. Neste sentido, as áreas de influências definidas para os empreendimentos, foram deduzidas basicamente pelo método empírico e na boa fé dos especialistas na área, ou seja, sem uma metodologia clara e definida e sem considerar os limites da bacia hidrográfica. Os EIAs devem atentar a ideia de aumentar a suas áreas de influência e atender a toda a bacia hidrográfica, pois estes enfatizam demasiadamente o empreendimento e minimizam os efeitos na bacia hidrográfica, que irão modificar toda a dinâmica do rio. Em um rio com vários barramentos, como é o caso do Teles Pires, um EIA deve também considerar a existência dos outros empreendimentos, com mais ênfase a bacia e ao seu funcionamento como ecossistema integrador, e não apenas como uma calha que escorre água para gerar energia. 39

40 Figura 4 - Mapa de Influências Indireta da UHE Sinop Fonte: EIA Sinop 40

41 Figura 5 - Mapa de Influências direta da UHE Sinop Fonte: EIA UHE Sinop 41

42 Figura 6 - Mapa de Influências direta da UHE Teles Pires Fonte: EIA UHE Teles Pires 42

43 Figura 7 - Mapa de Influências Direta e Indireta da UHE São Manoel Fonte: EIA UHE São Manoel 43

44 Figura 8 - Mapa de Influências das UHE Sinop e UHE Colíder Fonte: Modificado do EIA SINOP 44

45 Figura 9 - Mapa de Influências das UHEs Teles Pires e São Manoel Fonte: Modificado do EIA SINOP 45

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