Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Joseval Martins Viana. Aula dia 28/11/2018. Poder Familiar.

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1 Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Joseval Martins Viana. Aula dia 28/11/2018. Poder Familiar. Conceito: Poder familiar é o conjunto de direitos e deveres atribuídos aos pais, no tocante à pessoa e aos bens dos filhos menores 1. Fundamento: ECA- Estatuto da Criança e Adolescente (direito material e processual); Código Civil, artigo e seguintes (direito material); Código de processo civil, aplicado subsidiariamente ao ECA. O poder familiar existe tanto na guarda unilateral (exercida por apenas um dos genitores), quanto na guarda compartilhada (exercida por ambos os genitores). 1 GONÇALVES, Carlos Roberto Direito Civil Brasileiro, volume 6: direito de família 8ª ed. São Paulo: Saraiva,

2 Poder familiar é exercido pelos pais em razão dos filhos menores. Na falta dos pais não tem mais poder familiar. Lembrando que as pessoas deficientes quando atingirem 18 anos de idade passam a ser plenamente capaz, de acordo com o Estatuto do Deficiente, ficando os pais destituídos do poder familiar. É possível ingressar no judiciário quando houver divergência entre os pais em relação ao poder familiar, exemplo, decisão apoiada em caso de cirurgia em que um dos genitores permite a transfusão de sangue e o outro não. O ECA no seu artigo 249 prevê aplicação de multa em caso descumprimento dos deveres do poder familiar, o STJ em sede de Recurso Especial confirmou a aplicação da multa, como segue: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. REPRESENTAÇÃO POR INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA. APLICAÇÃO DE MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE DEVER INERENTE AO PODER FAMILIAR. EXCLUSÃO, MODIFICAÇÃO OU GRADAÇÃO PELO JUIZ. POSSIBILIDADE. EXAME DA EFICÁCIA E ADEQUAÇÃO DA MEDIDA NA HIPÓTESE CONCRETA. HIPOSSUFICIÊNCIA FINANCEIRA OU VULNERABILIDADE FAMILIAR QUE JUSTIFICAM A FIXAÇÃO DA MULTA EM VALOR AQUÉM DO LEGAL, MAS NÃO INTERFERE NO EXAME DE ADEQUAÇÃO DA MEDIDA. MULTA QUE TEM CARÁTER SANCIONADOR E TAMBÉM PREVENTIVO, COERCITIVO E DISCIPLINADOR. 1- Ação distribuída em 24/03/2011. Recurso especial interposto em 02/08/2016 e atribuído à Relatora em 14/03/ O propósito recursal consiste em definir se é possível deixar de aplicar a multa por descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar nas hipóteses de hipossuficiência financeira ou vulnerabilidade da família. 3- A sanção prevista no art. 249 do ECA, segundo a qual quem descumprir os deveres inerentes ao poder familiar está sujeito a multa, guarda indissociável relação com o rol de medidas preventivas, pedagógicas, educativas e sancionadoras previsto no art. 129 do mesmo Estatuto, de modo que o julgador está autorizado a sopesá-las no momento em que impõe sanções aos pais, sempre em busca daquela que se revele 2

3 potencialmente mais adequada e eficaz na hipótese concreta. 4- A sanção pecuniária prevista no art. 249 do ECA é medida que, a despeito de seu cunho essencialmente sancionatório, também possui caráter preventivo, coercitivo e disciplinador, a fim de que as condutas censuradas não mais se repitam a bem dos filhos. 5- Hipótese em que a multa, reduzida para aquém do patamar legal, é medida que se impõe em razão da gravidade dos atos praticados pela genitora em desfavor da filha, de modo que a hipossuficiência financeira ou a vulnerabilidade da família, nessas circunstâncias, deve ser levada em consideração somente na fixação do quantum, mas não na exclusão absoluta da medida sancionatória, inclusive em virtude de seu caráter preventivo e inibidor de repetição da conduta censurada. 6- Recurso especial conhecido e provido. (REsp /RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/10/2018, DJe 26/10/2018) 2 O artigo 186 do código civil prevê o ato ilícito, sendo a modalidade negligência e imprudência aplicável ao genitor que descumprir o poder familiar. Negligência desatenção (esquecimento), exemplo, pai que deveria levar filho para a escola e esqueceu a criança dentro do carro, vindo está a óbito. Imprudência não sabe nadar. é assumir o risco, exemplo, colocar na piscina criança que Exercer o pátrio poder de forma negligente ou impudente pode acarretar a perda do poder familiar. São deveres inerentes ao poder familiar: Prover a subsistência; Educação (familiar e escolar); Exercer a guarda; 2 Disponível em: JURIDICO&p=true> Acesso em: 30 de nov

4 Conceder ou negar consentimento para casamento; Conceder ou negar consentimento para realizar viagem ao exterior; Conceder ou negar consentimento para mudar a residência para outro município; Nomear tutor por testamento; Representar ou assistir o menor judicial e extrajudicialmente; Exigir obediência, respeito e serviços próprios da sua idade; Busca-los de quem os detenham ilegalmente; Extinção do poder familiar é definitiva e ocorre quando: Morte do menor ou dos pais; Extingue também pela maioridade (18 anos); Pela emancipação de idade que é um fenômeno civil, em que um menor de idade passa a ter poder de agir por si só civilmente, exemplo, casamento. Pela adoção. naturais. A adoção substitui o poder familiar que antes pertencia aos pais A suspensão do poder familiar é temporária e pode ocorrer quando: Os pais forem condenados por crime com pena acima de dois anos de prisão, pois, não há o benefício do sursis; Houver má administração dos bens dos filhos menores; Perda ou destituição do poder familiar. A perda ou destituição ocorre por ação judicial e é definitiva, ocorre quando: Abandono do menor; 4

5 Maus tratos, observe a lei da palmada n.º /2014; Reincidência na má administração dos bens do menor; Atentar contra a moral e bons costumes; Entregar para adoção de forma irregular. Art Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: I - castigar imoderadamente o filho; II - deixar o filho em abandono; III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente. V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. Estrutura da inicial. Competência família. domicílio do réu. Vara da infância e juventude ou Vara de Procedimento especial, ECA. A inicial deve seguir o artigo 319 do CPC e o artigo 156 do ECA. Endereçamento. Qualificação. Fatos contextualização dos acontecimentos que interessam ao direito. Fundamentação jurídica motivo que levou o autor a propor a ação. Fundamentação legal indicação dos artigos de lei. Tutela provisória de urgência, artigo 300 do CPC. Valor da causa de alçada. 5

6 Apresentar rol de testemunhas. A inicial deve conter: Fatos contextualização dos acontecimentos que interessam ao direito. Fundamentação jurídica motivo que levou o autor a propor a ação. Fundamentação legal indicação dos artigos de lei. Tutela provisória de urgência, artigo 300 do CPC. A convalidação do processo se dará com a citação (contraditório). É possível citação por hora certa. Prazo da contestação será de 10 dias. O ECA é omisso se em dias corridos ou úteis. Melhor fazer em dias corridos, para não perder prazo. Pode ser alegada as preliminares do art. 337 e defesa de mérito Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Duarrte. 6