A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA ECOLÓGICA PARA A EDUCAÇÃO DOS CIDADÃOS E CIDADÃS E FUTUROS TRABALHADORES

Transcrição

1 A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA ECOLÓGICA PARA A EDUCAÇÃO DOS CIDADÃOS E CIDADÃS E FUTUROS TRABALHADORES Bruna Maria Jacques Freire de Albuquerque, Universidade Católica de Pernambuco, exbolsista de Iniciação Científica PIBIC/UNICAP e Doutoranda em Direito do Trabalho pela Universidad de Salamanca Es, brunamariaj@hotmail.com Risocleide Pereira Bezerra Rodrigues, Universidade Católica de Pernambuco, ex-bolsista de Iniciação Científica PIBIC/UNICAP, Pós-graduanda em Formação de Educadores pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, risobia28@gmail.com Marluce Jaques de Albuquerque, Universidade Católica de Pernambuco, Professora Adjunta III, marluce@unicap.br Introdução Este artigo reflete sobre a evolução histórica das idéias e percepções acerca da relação dos seres humanos com a natureza e sua importância fundamental para a compreensão dos dias atuais, principalmente para entender a atuação e interação do ser humano em seu entorno, como também perceber os problemas ocasionados pelo mau uso do ecossistema. Não se pode negar que a espécie humana se distingue das demais não somente, como antes diziam, por ser a única a utilizar a comunicação já se pode perceber que outros tipos de seres também a utilizam e sim pela capacidade que o ser humano tem de utilizar a energia de maneira racional, neste caso se refere à energia exosomática. Porém, percebe-se que o ser humano faz um uso dilapidador visto que a utilidade é maior que a produção natural das fontes energéticas, com o perigo de que haja no futuro um esgotamento e desapareçam tais fontes energéticas. Infelizmente a questão é mais complexa, pois se relaciona com a política e com a economia mundial. Geralmente, muitas empresas preferem pagar as multas estabelecidas legalmente a não poluir o meio ambiente. Tais atitudes demonstram que o governo tem de fazer mudanças na estrutura estatal, ou, bem fazendo, que não seja rentável preferir agredir ao meio ambiente que adequar-se às normas e técnicas a serem utilizadas pela empresa para não contaminá-lo. Desta maneira, entra num campo bastante delicado, pois passa pela questão econômica, na qual se percebe que, nos dias atuais,

2 com as novas exigências do mercado econômico mundial, as empresas tentam manter-se neste, diminuindo os custos e maximizando os lucros, e, se é mais rentável dilapidar o meio ambiente, se denota que é a tendência a ser seguida pelas empresas neste mundo globalizado. E a educacional, haja vista ser um dos temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais e as escolas, no entanto, ainda não despertaram para sua importância e relevância para a conscientização e o desenvolvimento de uma conduta de preservação do ecossistema. Nessa perspectiva, esse trabalho tem como objetivo discorrer sobre a relação existente entre o modelo econômico que se apresenta, as exigências que este impõe aos futuros trabalhadores e o papel da educação para uma sociedade sustentável. Tem como pano de fundo as discussões que colocam o homem como parte integrante do meio ambiente, em especial, as de Leonardo Boff (2004) e as dos PCNs (1997). Referencial Teórico A globalização é uma das formas de manipulação 1 do capitalismo. Isso dificulta o objetivo a ser atingido, que seria uma globalização mais humanitária, preocupada com o ser humano, os demais seres vivos e com o meio ambiente em geral. Contudo, a realidade percebida é outra, as multinacionais contribuem para a degradação de espécies e também das mudanças climáticas. O sistema econômico existente nos dias atuais deixa em primeiro plano o lucro e não a sustentabilidade do ecossistema, em outras palavras, a preocupação primordial é o lucro e não as pessoas, a propagação do consumismo faz com que o homem necessite de mais coisas que antigamente. Essa dependência, a longo prazo, trará problemas futuros à humanidade. 1 questão que se deve analisar a história humana e todas as formas de manipulação sobre os demais seres humanos e sobre o meio ambiente feita durante todos os tempos.

3 Outra questão a ser abordada é o erro de tentar compensar todos os danos causados ao meio ambiente por meio de pagamento de um valor econômico/pecuniário, sem ter em conta que muitas espécies são afetadas indiretamente ao explorar alguma em particular já que fazem parte essencial do equilíbrio do ecossistema e não são valoradas monetariamente, o que significa que é um dano incalculável ao ecossistema, sem contar que pelo mau uso dos meios naturais já se extinguiram várias espécies de seres vivos e outras já foram colocadas na lista negra da extinção. Uma vez mais se percebe a importância de ter uma conscientização ecológica, e neste caso, é através da educação. É necessária uma educação dos alunos como também conscientização dos professores, pois são esses os que transmitirão os ensinamentos aos alunos, e neste caso é fundamental não perder as raízes e estudar os acertos na história e analisar os erros para não voltar a repeti-los. Para Leonardo Boff (2008), a partir de agora a educação deve impreterivelmente incluir as quatro grandes tendências da ecologia: a ambiental, a social, a mental e a integral ou profunda (aquela que discute nosso lugar na natureza e nossa inserção na complexa teia das energias cósmicas). Mais e mais se impõem entre os educadores ambientais esta perspectiva: educar para a arte de viver em harmonia com a natureza e propor-se repartir equitativamente aos demais seres, os recursos da cultura e do desenvolvimento sustentável. Precisamos estar conscientes de que não se trata apenas de introduzir corretivos ao sistema que criou a atual crise ecológica, mas de educar para sua transformação. Isto implica superar a visão reducionista e mecanicista ainda imperante e assumir a cultura da complexidade. Ela nos permite ver as interrelações do mundo vivo e as ecodependências do ser humano. Tal verificação exige tratar as questões ambientais de forma global e integrada. Deste tipo de educação se deriva a dimensão ética de responsabilidade e de cuidado pelo futuro comum da Terra e da humanidade. Isso implica um convívio social e ético com o meio ambiente. Tema importante que, embora apareça nos PCNs, ainda não é bem compreendido nem tão pouco valorizado. Os

4 PCNs reafirmam que a função social da escola é de formar cidadãos e cidadãs capazes de intervir criticamente na sociedade em que vivem e sugere que o currículo contemple temas sociais atuais e urgentes que não estão, necessariamente, contemplados nas áreas tradicionais do currículo, temas estes que aparecem transversalizados nas áreas já existentes, isto é, permeando-as no decorrer de toda a escolaridade obrigatória e não criando uma nova área. Apesar de as aprendizagens relativas a esses temas se explicitarem na organização dos conteúdos das áreas tradicionais, a forma como devem ser conceitualizados e tratados junto aos alunos está especificada nos textos de fundamentação por tema. No entanto, as escolas estão trabalhando no sentido de atender às exigências do mercado e este, por sua vez, fez com que as empresas, fazendo uso das novas tecnologias e informatização, diminuíram a necessidade de mão-de-obra, ficando na posição de ditarem regras, quantidade de trabalhadores e salários, fazendo conseqüentemente que muitas vezes o empregado se veja condicionado a aceitar as exigências impostas por elas. O que também se percebe é que alguns trabalhadores, conscientemente e outros não, contaminam indevidamente o meio, pensando na sua sobrevivência básica e de sua família, o que tampouco deixa de ser dois tipos de degradação ao meio ambiente: ao ser humano e ao espaço físico. Metodologia Fizemos um estudo bibliográfico na literatura disponível, enfatizando a de Leonardo Boff e os Parâmetros Curriculares Nacionais, haja vista, tratarem de temas contemporâneos ligados ao meio ambiente e à educação. Considerações finais Percebemos que é comum observar que a capacidade de ser um bom profissional diminui nos casos em que não se tenha uma boa educação básica, isto é, uma preparação adequada para o trabalho.

5 Nessa perspectiva, entendemos que a escola deve preparar os alunos e futuros trabalhados para atuar conscientemente frente às questões ambientais sem deixar que as exigências, impostas pelo seu local de trabalho, os transformem em agentes depredadores do meio em que vivem. Desta maneira é essencial para a preservação de várias espécies atualmente e ao longo dos anos que haja uma educação ecológica, para que se consiga conter, da melhor maneira possível, a destruição do meio e que não se chegue ao ponto da inviabilidade do meio ambiente para a vida de todos os seres. É importante que essa consciência seja construída desde as primeiras séries do ensino fundamental, ressaltando o papel do ser humano como parte do meio e como deve atuar no mesmo para ser um agente social para a defesa e prática do desenvolvimento sustentável, e conseqüentemente, lograr o que todos os governos esperam que é o bem-estar social real. Referências BOFF, Leonardo. Ética da vida. Rio de Janeiro: Sextante, Saber cuidar: ética do humano compaixão pela terra. São Paulo: Vozes, Educação eco-centrada. <Disponível em: Acesso em 20/07/2008. BRASIL-MEC-SEF. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Documento Introdutório. Versão Preliminar, dezembro de 1995 (mimeo.).. Parâmetros Curriculares Nacionais. vol. 8: Apresentação dos temas transversais e ética. Brasília: MEC/SEF, 1997.