Análise de dados da Pesquisa Espontânea sobre Aquecimento Global 1º semestre de 2010

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1 Análise de dados da Pesquisa Espontânea sobre Aquecimento Global 1º semestre de 2010 Foi realizada entre os dias 4 e 19 de maio uma pesquisa sobre aquecimento global em cinco municípios da Grande Vitória: Cariacica, Serra, Viana, Vila Velha e Vitória, com uma tiragem de 500 questionários que foram aplicados pelos estagiários do Centro de Pesquisa RACHID MOHAMD CHIBIB, da Faculdade PIO XII. O tema relacionado à preservação ambiental vem à tona frequentemente. Atualmente, através do desastre do Golfo do México, com a explosão de uma plataforma de petróleo, provocando vazamento de óleo desde o dia 20 de abril, que envolve tanto um combustível fóssil, poluente, quanto um desastre ambiental provocado pela má exploração do petróleo, não se prevenido adequadamente a atividade econômica de acidentes catastróficos. E por falar em exploração do petróleo envolvendo o oceano, reportamo-nos ao pré-sal no Brasil que, com a descoberta de jazidas, inicia-se a exploração desse recurso natural fóssil, que é poluente, emissor de gás carbônico (CO 2 ), que aumenta o efeito estufa, entre outras consequências. Isso nos faz refletir quanto à divisão de royalties, por exemplo, discutido intensamente no primeiro trimestre de 2010 no Congresso Brasileiro. Além disso, a importância do tema de preservação ambiental, também fez parte desse ano através das discussões atuais sobre a Conferência de Mudanças Climáticas de Copenhague. Diante da importância desses fatos e do tema, esta pesquisa objetiva saber a percepção dos cidadãos da Grande Vitória sobre o aquecimento global e os impactos que a natureza tem sofrido. Lembrando que a importância sobre o meio-ambiente surge a partir da década de 1970, quando se iniciou uma discussão mundial sobre a preservação ambiental e os recursos naturais serem finitos (sobretudo o petróleo), estendendo esse tema para diversas ciências, além das biológicas, como sociais e econômicas, por exemplo. Por tudo isso, o Centro de Pesquisa RACHID MOHAMD CHIBIB abordou a população fazendo referências ao tema, buscando saber seu conhecimento e sua perspectiva de futuro. De todos(as) os(as) entrevistados(as), 13% disseram que não tinham conhecimento sobre o tema de aquecimento global. Desses, 43% eram homens e 57% mulheres. Dos que conhecem o tema, ou seja, 87% dos(as) entrevistados(as): 51,3% são homens e 48,7% mulheres.

2 Distribuídos por município, temos que 21% são oriundos do município de Cariacica, 20% da Serra, 22% de Viana, 15% de Vila Velha e 22% de Vitória, conforme nos mostra a figura 1. Figura 1 Conhecimento do Tema por Município Cariacica Serra Viana Vila Velha Vitória 90% dos(as) entrevistados(as) de Cariacica, disseram ter conhecimento sobre o tema; no município da Serra, 88% dos(as) entrevistados(as) responderam ter esse conhecimento; em Viana, correspondem a 94% dos(as) entrevistados(as); em Vila Velha, esse percentual foi o menor dos demais municípios, 66%; e em Vitória esses(as) entrevistados(as) representam 97% dos(as) que responderam ter conhecimento. A divisão por renda desses(as) entrevistados(as) nesses cinco municípios está representando na tabela 1, sendo que a maioria dos(as) entrevistados(as) foi de uma renda de até R$ 1.000,00 correspondendo a mais de 72%. Os(As) entrevistados(as) com renda superior a R$ 4.000,01 são minoritários, representando apenas 2,1% dos(as) entrevistados(as) Tabela 1: DIVISÃO POR RENDA NOS 5 MUNICÍPIOS DA GRANDE VITÓRIA Até R$ 1.000,00 72,4% Entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00 21,1% Entre R$ 2.000,01 e R$ 4.000,00 4,4% Acima de R$ 4.000,01 2,1% Fonte: Elaboração Própria

3 Distribuindo por faixa etária (tabela 2), temos que não existe muita diferença entre os percentuais, mas a maioria dos(as) entrevistados(as) com conhecimento encontra-se na faixa etária de 41 a 50 anos; e com o menor percentual com idade igual ou superior a 51 anos. Tabela 2: DISTRIBUIÇÃO POR FAIXA ETÁRIA NOS 5 MUNICÍPIOS DA GRANDE VITÓRIA Até 20 anos 20,2% Entre 21 e 30 anos 20,2% Entre 31 e 40 anos 20,5% Entre 41 e 50 anos 21,1% A partir de 51 anos 17,9% Fonte: Elaboração Própria Sobre o conhecimento de possíveis consequências do aquecimento global, a opção que obteve maior percentual foi a de aumento da temperatura, com 26%, seguido das catástrofes/fenômenos naturais (Tsunami, El Niño, La Nina, furacões, enchentes etc.), com 13%. Um pouco mais de 10% acham que as consequências são aumento da temperatura, catástrofes/fenômenos naturais, conforme mais detalhado na tabela 3.

4 Tabela 3: CONSEQUÊNCIAS DO AQUECIMENTO GLOBAL PARA O PLANETA TERRA NOS CINCO MUNICÍPIOS DA GRANDE VITÓRIA Não têm ideia dos impactos 7,8% Não creem que haja impactos 0,2% Aumento da temperatura 26,0% Aumento do buraco na Camada de Ozônio 3,9% enchentes etc.) 12,9% Derretimento das calotas polares 4,8% Poluição e Desmatamento 0,5% Aumento da temperatura; e do buraco da Camada de Ozônio 5,7% Aumento da temperatura; do buraco da Camada de Ozônio; e 1,4% enchentes etc.). Aumento da temperatura; do buraco da Camada de Ozônio; 3,7% enchentes etc.); e Derretimento das calotas polares Aumento da temperatura; do buraco da Camada de Ozônio; e derretimento das calotas polares Aumento da temperatura; e Catástrofes/fenômenos naturais (Tsunami, El Niño, La Niña, furacões, enchentes etc.). Aumento da temperatura; Catástrofes/fenômenos naturais (Tsunami, El Niño, La Niña, furacões, enchentes etc.); e derretimento das calotas polares 0,7% 10,3% 6,7% Aumento da temperatura; e derretimento das calotas polares 9,9% Aumento do buraco da Camada de Ozônio; e Catástrofes/fenômenos naturais (Tsunami, El Niño, La Niña, furacões, enchentes etc.). 2,1% Aumento do buraco da Camada de Ozônio; Catástrofes/fenômenos naturais (Tsunami, El Niño, La Niña, furacões, enchentes etc.; e Derretimento das calotas polares 1,4% Aumento do buraco da Camada de Ozônio; e Derretimento das calotas polares 0,9% enchentes etc.); e Derretimento das calotas polares 1,1%

5 Quando os(as) entrevistados(as) foram questionados se o ser humano é responsável por essas mudanças, conforme a tabela 4, a maioria disse que sim (mais de 94%), apenas 4%disseram que não e somente 2% não souberam responder. Tabela 4: SE O SER HUMANO É RESPONSÁVEL POR ESSAS MUDANÇAS Sim, 94,3% Não 3,7% Não sabe 2,1% Buscando saber se os(as) entrevistados(as) tinham conhecimento sobre eventos importantes mundiais que tratam do tema ambiental, de redução de emissão de CO 2, como, por exemplo, Protocolo de Quioto, Rio-92, a maioria respondeu que não, correspondendo a 54%, demonstrada na figura 2. Figura 2 SE JÁ OUVIU DE FALAR DE REUNIÕES SOBRE O CONTROLE DE CO2 Sim Não Quando foram perguntados sobre as discussões da Conferência de Mudanças Climáticas de Copenhague, 59,9% disseram que não tinham conhecimento dessa Conferência ocorrida no primeiro trimestre de Dos(as) entrevistados(as) que responderam sim, ou

6 seja, 44,1%, conforme a tabela 5, 88% disseram que é difícil conscientizar as pessoas e/ou países sobre a necessidade do cuidado com o planeta Terra; apenas 2% estão satisfeitos(as) com as discussões e 10% não souberam responder. Tabela 5: SOBRE A PERCEPÇÃO DAS NOTÍCIAS SOBRE A CONFERÊNCIA DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS DE COPENHAGUE Não sabe 9,9% Está difícil a conscientização de pessoas e/ou países sobre a necessidade da 88,0% preservação ambiental Estão satisfeitos(as) com as discussões 2,1% Ao serem perguntados sobre uma possível relação direta entre a atividade econômica e a exploração da natureza, a tabela 6 nos revela que a grande maioria, 58%, acredita que sim, mas é possível crescer economicamente protegendo a natureza. Um pouco mais que 35% disseram que sim, mas esse crescimento econômico se dá a partir da destruição da natureza, mesmo que em parte. Apenas 3% não veem relação entre a destruição da natureza e a economia e 3% não souberam responder. Tabela 6: EXISTE RELAÇÃO ENTRE A ATIVIDADE ECONÔMICA E A EXPLORAÇÃO DA NATUREZA Sim, mas não é possível crescer economicamente sem destruir, pelo menos em parte, a natureza 35,4% Sim, mas é possível crescer economicamente protegendo a natureza 57,9% Não creem que exista relação entre a destruição da natureza e a economia 3,2% Não sabe 3,4% Os(As) entrevistados(as) também foram questionados se acreditam na recuperação da Terra (tabela 7). Mais da metade dos(as) entrevistados responderam que sim, mas será difícil. 30% têm uma visão pessimista, respondendo que não. 16% responderam que sim, mas com o comprometimento de todos, conscientizando-se da necessidade da preservação da natureza. Apenas 2,5% disseram não saber.

7 Tabela 7: CRENÇA NA RECUPERAÇÃO DO PLANETA TERRA Sim, com conscientização da população em geral para preservação da natureza 16,1% Sim, mas vai ser difícil 51,3% Não 30,1% Não sabe 2,5% Fazendo uma breve consideração geral, vimos que o tema sobre preservação ambiental, aquecimento global etc. surgem periodicamente, sendo necessário traçar objetivos mundiais que preservem a natureza, que a explorem de forma mais racional, ou seja, a maioria das atividades econômicas tem relação direta com a exploração dos recursos naturais, mas é preciso rever como se dar essa exploração de forma mais harmônica. A descoberta de jazidas de petróleo no litoral brasileiro significa uma expectativa de crescimento, e até mesmo de desenvolvimento, econômico, fazendo parte da discussão política a redistribuição dos royalties do petróleo, iniciada com a proposta da Emenda Ibsen e que provavelmente será decidida pelo(a) próximo(a) Presidente(a) da República. Mas a exploração de petróleo significa um combustível fóssil que emite CO 2 e que pode gerar catástrofes ambientais como a que não foi evitada nem sanada no Golfo do México. Apesar de tudo, há uma presença de otimismo entre os(as) entrevistados(as) sobre a recuperação da Terra, que sofre consequências com a intervenção humana no meio ambiente. Para isso, faz-se necessária a persistente conscientização da população sobre o tema e sua importância para que não nos esqueçamos que necessitamos da natureza para sobrevivermos e que é necessário também pensar a longo prazo. Assim sendo, tanto a ação individual quanto a exploração econômica responsável e ecologicamente correta são primordiais para um futuro duradouro do nosso planeta e da vida.

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