DGRSP. Síntese Estatística Bimestral

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1 DGRSP Síntese Estatística Bimestral Atividade de Assessoria Técnica e Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade no âmbito Penal e Tutelar Educativo Dezembro 2016 DSOPRE Janeiro 2017 Dados provisórios

2 Índice I. Síntese de Pedidos Recebidos 2 II. Assessoria Técnica à Tomada de Decisão Judicial (Relatórios e Audições) 4 III. Execução de Penas e Medidas 6 1. Penas e Medidas na Comunidade no âmbito Penal 7 2. Penas e Medidas Fiscalizadas por Vigilância Eletrónica 9 3. Medidas na Comunidade no âmbito Tutelar Educativo Jovens Internados em Centro Educativo 13 Lista de Siglas 15 Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 1

3 I Síntese de Pedidos Recebidos 1 Em 2016, a DGRSP recebeu das entidades judiciais relativamente à atividade de assessoria técnica à tomada de decisão e penas e medidas de execução na comunidade um total de pedidos dos quais, (92,47%) no âmbito penal e (7,52%) no âmbito tutelar educativo. Quanto ao tipo de atividade, (62,00%) pedidos respeitaram a relatórios e audições e (37,99%) pedidos, à execução de penas e medidas na comunidade. Comparativamente com o período homólogo do ano anterior, voltou a registar-se uma diminuição no total geral em 4,65%, fruto da diminuição das solicitações na área penal (menos 5,89%). Os pedidos recebidos no âmbito da assessoria técnica à tomada de decisão diminuíram quase 9%. Ao contrário, e seguindo a tendência do ano transato, a atividade na área tutelar educativa cresceu 17,90% destacando-se o apoio à execução de medidas, com um crescimento de 35,38% (ver Quadro 1). Relatórios e audições âmbito penal Penas e medidas Quadro 1 Síntese de pedidos recebidos Relatórios e audições âmbito tutelar educativo Medidas % cresc. -8,94-0,70-5,89 12,99 35,38 17,90-4,65 Geral O total de pedidos recebidos e registados nas duas áreas e nos dois tipos de atividade correspondeu a pessoas, (93,47%) das quais, alvo de processos no âmbito penal e (87,48%) do género masculino (ver Quadro 2). Quadro 2 Número de pessoas alvo de pedidos recebidos de Masculino Feminino âmbito/género Pessoas % % Penal ,64% ,33% Tutelar Educativo ,67% ,29% ,48% ,40% Não foi possível apurar a informação por género relativa a 20 pessoas no âmbito penal e 2 pessoas no âmbito tutelar educativo 1 Por pedidos entendem-se todas as solicitações de relatórios e audições e de execução de penas e medidas no âmbito da jurisdição penal e tutelar educativa, provenientes de entidades judiciais ou decorrentes da atividade desenvolvida, que são alvo de registo próprio no sistema estatístico da área de reinserção social SIRS. Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 2

4 O Quadro 3 evidência o total de pedidos recebidos/registados por região, a taxa de crescimento e a variação média anual. O norte voltou a ser a região com mais pedidos recebidos e registados (29,44%). Quadro 3 Evolução do total de pedidos recebidos entre 2013 e 2016, por região/serviço variação do ano corrente taxa média de variação anual total ,65% -2,43% norte ,83% -0,98% centro ,99% -2,25% lisboa ,00% -5,47% sul ,24% 3,69% madeira ,92% -3,97% açores ,79% -4,81% Vigilância Eletrónica ,01% 6,49% Centros Educativos ,26% -20,23% Outras a) As Equipas de Vigilância Eletrónica recebem também pedidos de assessoria técnica e de apoio à execução de penas e medidas na comunidade não fiscalizadas por vigilância eletrónica. a) UNATs e Equipas Únicas Depois da diminuição de 11,67% registada em 2014 ano da Reforma do Mapa Judiciário e dos problemas informáticos do CITIUS - e do aumento de 10,06% verificado em 2015, em 2016, voltou a registar-se uma diminuição dos pedidos recebidos em 4,65%. Em cinco anos a diminuição média anual foi de 3,90% (ver Gráfico 1). Gráfico 1 Evolução do total de pedidos recebidos no âmbito da atividade de assessoria técnica à tomada de decisão e apoio à execução de penas e medidas na comunidade, nas áreas penal e tutelar educativa, nos últimos 5 anos Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 3

5 II Assessoria Técnica à Tomada de Decisão Judicial (Relatórios e Audições) No âmbito dos pedidos de relatórios e audições, em 2016, foram registadas um total de solicitações, (90,92%) das quais, na área penal. Comparativamente com o ano de 2015, o número total de pedidos de assessoria recebidos na área penal diminuiu 8,94%, enquanto na área tutelar educativa se registou um crescimento de 12,99%. Na área penal, a diminuição registada verificou-se, principalmente, na fase pré sentencial (menos registos). O número de pedidos recebidos para a elaboração de RSDS diminuiu 10,34% embora continue a ser a solicitação com maior número de registos (16.071). Na fase pós sentencial destacaram-se os Relatórios para aplicação da medida de Substituição de Multa por Trabalho (10.971), embora com uma diminuição de 9,67%, face a Na área tutelar educativa destacou-se, na fase pré-decisão, o Relatório Social em LTE (3.776), com uma representatividade de 60,89%, face ao total, e um crescimento 2,05%, face a 2015 (ver Quadro 4). Pré sentencial Quadro 4 Pedidos de relatórios e audições recebidos, por âmbito e fase âmbito Penal âmbito Tutelar Educativo Pós sentencial total pré decisão pós decisão total tx. Cresc. -20,33-1,28-8,94 9,93 28,82 12,99 4,05 O total de pedidos de relatórios e audições recebidos nas duas áreas incidiu sobre um total de pessoas, (27%) das quais, alvo de mais de um pedido em virtude de processos judiciais diferentes ou no mesmo processo, mas em fases diferentes (ver Gráfico 2). Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 4

6 Gráfico 2 - N.º Pessoas com pedidos de relatórios e audições recebidos e registados % % % 980 2% 1 pedido 2 pedidos 3 pedidos mais 4 pedidos Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 5

7 III Execução de Penas e Medidas No âmbito do apoio à execução de penas e medidas, foram registados, entre Janeiro e Dezembro de 2016, um total de novos pedidos, (95,00%) dos quais, no âmbito penal. A 31 de Dezembro de 2016, encontravam-se em execução penas e medidas nas duas áreas (ver Quadro 5). n.º de pedidos Quadro 5 Execução de penas e medidas âmbito penal âmbito tutelar educativo Recebidos em execução Em Execução a 31 dezembro O Quadro 6 evidencia o número de pessoas, por género e jurisdição, alvo de pedidos de apoio à execução de penas e medidas na comunidade em Os pedidos recebidos corresponderam a um total de pessoas, (88%) das quais, do género masculino e (95%) na jurisdição penal. Quadro 6 - N.º Pessoas alvo de pedidos de apoio recebidos para a execução de penas e medidas, por género e jurisdição Masculino Feminino total % Penal % Tutelar Educativo % total % 88% 12% Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 6

8 1. Penas e Medidas na Comunidade no âmbito Penal Na área penal e relativamente ao número de pedidos de apoio recebidos, continuou a destacar-se, na fase pré-sentencial, a medida de Suspensão Provisória do Processo (14.488), com uma representatividade de 36,43%, designadamente na modalidade com PSIP (9.483). No total, contabilizando a PSIP, a PTFC e a SMT, foram recebidas (53,93%) solicitações que envolveram prestação de trabalho comunitário. Em dados acumulados e em execução a 31 de dezembro, continuou a destacar-se a medida de Suspensão da Execução da Pena de Prisão, com uma representatividade de 33,49% e 45,57%, respetivamente (ver Quadro 7). n.º pedidos Suspensão Provisória do Processo Quadro 7 Execução de penas e medidas em 2016 Trabalho a Favor da Comunidade Suspensão da Execução da Pena de Prisão Liberdade Condicional Medidas de Segurança relativas a Inimputáveis Outras de Penas e Medidas Recebidos em execução Em Execução a 31 dez Comparativamente com 2015, observou-se uma diminuição em 0,70% no total de pedidos recebidos nomeadamente, na Suspensão Provisória do Processo que, na variação com PSIP, diminuiu 10,16%. No total, os pedidos de apoio recebidos à execução de PTFC e SMT diminuíram 2,20% (ver Quadro 8). Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 7

9 Quadro 8 Evolução dos pedidos de apoio recebidos no âmbito da execução de penas e medidas na área penal Suspensão Provisória do Processo Trabalho a Favor da Comunidade Suspensão da Execução da Pena de Prisão Liberdade Condicional Medidas de Segurança relativas a Inimputáveis Outras de Penas e Medidas tx. Cresc. -5,02% -2,20% 5,80% 9,44% -7,74% 5,10% -0,70% Legenda: Suspensão Provisória do Processo SPP (art. 281º - CPP): Trata-se de uma medida pré-sentencial que visa evitar o prosseguimento do processo penal até à fase de julgamento. É aplicável a crimes puníveis com pena de prisão não superior a 5 anos ou com sanção diferente da prisão, pelo Ministério Público, findo o inquérito, oficiosamente desencadeada por ele ou a requerimento do arguido ou assistente, com a concordância do juiz de instrução. É determinada mediante a imposição ao arguido de injunções e regras de conduta oponíveis ao arguido de forma cumulativa ou separadamente. Prestação de Trabalho a Favor da Comunidade PTFC (art. 58º - Código Penal): É uma pena alternativa à pena de prisão, substitutiva da mesma e de execução em meio livre. Consiste na prestação de serviços gratuitos ao Estado, a outras pessoas colectivas de direito público ou a entidades privadas cujos fins o Tribunal considere de interesse para a comunidade. Para efeitos de substituição da pena de prisão aplicada por prestação de trabalho a favor da comunidade, cada dia de prisão fixado na sentença é substituído por uma hora de trabalho, no máximo de 480 horas. Substituição da Multa por Trabalho SMT (art. 48º - CP): Trata-se de uma sanção pecuniária, aplicável segundo o regime de diasmulta e fixada até um limite máximo de 480 horas. A cada dia de multa corresponde um montante a fixar pelo tribunal, entre 5 e 500 euros. O tribunal pode ordenar que a pena de multa fixada seja total ou parcialmente substituída por dias de trabalho em estabelecimentos, oficinas ou obras do Estado ou de outras pessoas colectivas de direito público, ou ainda de instituições particulares de solidariedade social, quando concluir que esta forma de cumprimento realiza de forma adequada e suficiente as finalidades da punição. Suspensão da Execução da Pena de Prisão SEPP (art. 50º - CP): É uma medida alternativa à pena de prisão e substitutiva da mesma. O Tribunal suspende a execução da Pena de prisão aplicada em medida não superior a 5 anos se concluir que a simples censura do facto e a ameaça da prisão realizam de forma adequada e suficiente as finalidades da punição. O período da suspensão tem duração igual à da pena de prisão determinada na sentença, mas nunca inferior a 1 ano, a contar do trânsito em julgado da decisão. O seu limite máximo é 5 anos. Liberdade Condicional LC (artigos 61.º a 64.º - CP e artigos 173º a 187º - CEP): É uma medida de flexibilização da execução da pena de prisão e tem por finalidade criar um período de transição entre a prisão e a liberdade, durante o qual o delinquente possa equilibradamente recobrar o sentido de orientação social fatalmente enfraquecido por efeito da reclusão. Medidas de segurança/inimputáveis (artigos 94.º e 95.º - CP): Colocada a questão da cessação do estado de perigosidade do inimputável, o tribunal pode, caso entenda não ser possível alcançar um juízo de prognose definitivo, determinar que a liberdade do inimputável seja precedida de um período de reintegração na comunidade, com controlo em meio livre. Esta medida, que segue um regime de execução semelhante ao do SEPP, funciona para a medida de segurança de internamento de inimputáveis como o instituto da liberdade condicional para a pena de prisão. Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 8

10 2. Penas e Medidas Fiscalizadas por Vigilância Eletrónica Em 2016, foram recebidos novos pedidos de apoio à execução de penas e medidas fiscalizadas por vigilância eletrónica, o que representou um crescimento em 3,71%, face ao número de pedidos recebidos em A 31 de dezembro, a vigilância eletrónica em contexto de violência doméstica (proibição de contactos com a vítima) representou 51% do total dos casos em execução. Em 2016 a vigilância Eletrónica foi alargada a outro contexto penal, ao crime de Perseguição, tendo por base a Lei n.º 83/2015, de 5 de agosto, com 2 casos registados ao longo do ano (ver Quadro 9). Quadro 9 - Execução de penas e medidas fiscalizadas por vigilância eletrónica n.º pedidos Medida de Coacção de OPHVE Pena de Prisão na Habitação Adaptação à Liberdade Condicional VE em contexto de violência doméstica Modificação da Execução da Pena de Prisão VE em contexto de Crime de Perseguição Recebidos em execução Em Execução a 31 dez % pedidos em execução 40% 7% 1% 51% 1% 0% Em 2016, voltou a registar-se um aumento do número de pedidos relativos à OPHVE, em 13,61%. Os pedidos de VE em contexto de violência doméstica parecem ter estabilizado registando até uma pequena diminuição de 0,68% (ver Quadro 10). Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 9

11 Quadro 10 Evolução dos pedidos recebidos para apoio à execução de penas e medidas fiscalizadas por vigilância eletrónica Medida de Coacção de OPHVE Pena de Prisão na Habitação Adaptação à Liberdade Condicional VE em contexto de violência doméstica Modificação da Execução da Pena de Prisão VE em contexto de Crime de Perseguição tx. Cresc. 13,61% -9,64% 9,67% -0,68% -57,14% 0,00% 3,71% Legenda: Medida de Coacção de OPHVE (OPHVE) O juiz pode impor ao arguido a obrigação de não se ausentar, ou de não se ausentar sem autorização, da habitação própria ou de outra em que de momento resida, se houver fortes indícios de prática de crime doloso punível com pena de prisão de máximo superior a 3 anos. Para fiscalização do cumprimento das obrigações referidas nos números anteriores podem ser utilizados meios técnicos de controlo à distância, nos termos previstos na lei. A vigilância electrónica é executada através de meios técnicos que permitam, no respeito pela dignidade pessoal do arguido, detectar à distância a sua presença ou ausência em determinado local, durante os períodos de tempo fixados pelo juiz (artigo 201º, Código Processo Penal, regulado pela Lei n.º 122/99). Pena de Prisão na Habitação (PPH) Se o condenado consentir, podem ser executados em regime de permanência na habitação, com fiscalização por meios técnicos de controlo à distância, sempre que o tribunal concluir que esta forma de cumprimento realiza de forma adequada e suficiente as finalidades da punição a pena de prisão aplicada em medida não superior a 1 ano, o remanescente não superior a um ano da pena de prisão efectiva que exceder o tempo da liberdade a que o arguido esteve sujeito em regime de detenção, prisão preventiva ou obrigação de permanência na habitação. O limite máximo previsto no número anterior pode ser elevado para dois anos quando se verifiquem, à data da condenação, circunstâncias de natureza pessoal ou familiar do condenado que desaconselham a privação da liberdade em estabelecimento prisional (artigo 44º - CP e artigo 487º - CPP) Adaptação à Liberdade Condicional (ALC) Para efeito de adaptação à liberdade condicional e verificados os pressupostos previstos para a aplicação da liberdade condicional, a colocação em liberdade condicional pode ser antecipada pelo tribunal, por um período máximo de um ano, ficando o condenado obrigado durante o período da antecipação, ao regime de permanência na habitação, com fiscalização por meios técnicos de controlo à distância (artigo 62º - CP, artigo 484º, 485º e 487º CPP). Vigilância Electrónica em contexto de Violência Doméstica (VE/VD) O tribunal, com vista à aplicação das medidas e penas previstas nos artigos 52º e 152º do Código Penal, referentes, respectivamente, à suspensão da execução da pena de prisão e crime de violência doméstica, no artigo 281º do Código do processo Penal, referente à Suspensão Provisória do Processo e ao artigo 31º, Lei 112/2009, referente às medidas de coacção urgentes relativas ao crime de violência doméstica, pode, sempre que tal se mostre imprescindível para a protecção da vítima, determinar que o cumprimento daquelas medidas seja fiscalizado por meios técnicos de controlo à distância (artigo 31 e 35, Lei 112/2009, de 16 de Setembro). Modificação da Execução da Pena de Prisão (MPPVE) A modificação da execução da pena pode revestir a modalidade de Regime de permanência na habitação podendo o tribunal, se entender necessário, decidir-se pela fiscalização por meios técnicos de controlo à distância, com base em parecer médico e dos serviços de reinserção social (art. 120º - Lei n.º 115/2009). Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 10

12 3. Medidas na Comunidade no âmbito Tutelar Educativo No âmbito da jurisdição tutelar educativa, a DGRSP registou, em 2016, um total de novas solicitações para o apoio à execução de medidas. Deste total, 170 (8,13%) respeitaram a medidas em centro educativo. Em 31 de dezembro encontravam-se em execução medidas, continuando a destacar-se o Acompanhamento Educativo, com 499 pedidos em execução e uma representatividade de 35,92% (ver Quadro 11 e 12). Quadro 11 Execução de medidas no âmbito tutelar educativo n.º de pedidos Recebidos acumulado Em execução 31 dez Suspensão do Processo com e sem Mediação Tarefas e Prestações Económicas a Favor da Comunidade Obrigações e Regras de Conduta Acompanhamento Educativo e Programas Formativos Internamento em Centro Educativo a) Outras a) Para além da medida de internamento em centro educativo, os valores incluem também os internamentos em regime de finsde-semana, a detenção, a Medida cautelar de Guarda e o internamento para realização de perícia sobre personalidade. Fonte: SIRS, dados provisórios a 12 janeiro 2016 Comparativamente com o ano de 2015, o total de pedidos de apoio à execução de medidas tutelares educativas aumentou 35,38%. Este aumento deveu-se às medidas de execução na comunidade que, no total, registaram um crescimento nos pedidos recebidos em 40,14%. De salientar o crescimento de 71,01% nas intervenções pré decisão, no âmbito da Suspensão do Processo (ver Quadro 12). Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 11

13 n.º pedidos recebidos Quadro 12 Pedidos recebidos para apoio à execução de medidas tutelares educativas Suspensão do Processo com e sem Mediação Tarefas e Prestações Económicas a Favor da Comunidade Obrigações e Regras de Conduta Acompanham ento Educativo e Programas Formativos Internamento em Centro Educativo a) Outras tx. Cresc. 71,01 22,94 31,21 40,05-1,73 166,67 35,38 a) Para além da medida de internamento em centro educativo, os valores incluem também os internamentos em regime de finsde-semana, a detenção, a Medida cautelar de Guarda e o internamento para realização de perícia sobre personalidade. Legenda: Suspensão do Processo: O processo é suspenso mediante a apresentação e cumprimento de um plano de conduta que evidencie que o jovem está disposto a evitar, no futuro, a prática de factos qualificados na lei como crime (art. 84º Lei Tutelar Educativa - LTE). Reparação ao Ofendido: Consiste no exercício de uma atividade em benefício do ofendido (art. 11º - LTE). Realização de Prestações Económicas a Favor da Comunidade: Entrega de determinada quantia em benefício de entidade pública ou privada, de fim não lucrativo (art. 12º - LTE). Realização de Tarefas a Favor da Comunidade: Exercício de uma atividade em benefício de entidade pública ou privada, de fim não lucrativo (art. 12º - LTE). Imposição de Regras de Conduta: Tem por objetivo criar ou fortalecer condições para que o comportamento do jovem se adeqúe às normas e valores jurídicos essenciais da vida em sociedade. Consiste na imposição de determinadas regras de comportamento que o jovem tem que cumprir (art. 13º - LTE). Imposição de Obrigações: Obrigatoriedade de frequência de determinadas atividades ou programas que visem o melhor aproveitamento na escolaridade ou na formação profissional e o fortalecimento de condições psicobiológicas necessárias ao desenvolvimento da personalidade do jovem (art. 14º - LTE). Frequência de Programas Formativos: Participação em programas formativos como a ocupação de tempos livres, educação sexual, educação rodoviária, programas desportivos, de orientação e despiste profissional, de orientação psicopedagógica, etc. (art. 15º LTE). Acompanhamento Educativo: Consiste na execução de um projeto educativo pessoal (PEP) que abranja as áreas fixadas pelo Tribunal na comunidade. Única medida tutelar educativa da responsabilidade exclusiva da DGRSP (art. 16º - LTE). Internamento em Centro Educativo: Visa proporcionar ao menor, por via do afastamento temporário do seu meio habitual e da utilização de programas e métodos pedagógicos, a interiorização de valores conformes ao direito e a aquisição de recursos que lhe permitam, no futuro, conduzir a sua vida de modo social e juridicamente responsável (art. 17º - LTE). Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 12

14 4. Jovens internados em Centro Educativo Em 31 de Dezembro o número de jovens internados em centro educativo foi de 138, 123 (89%) dos quais, rapazes. O Regime Semiaberto continuou predominante (67%). A lotação total dos centros educativos é, desde julho de 2014, de 198 lugares, 172 para rapazes e 26 para raparigas. A taxa de ocupação total foi, em dezembro de 2016, de 69% (ver Quadro 13). Centro Educativo de jovens Quadro 13 Jovens internados em centro educativo Internamento para Perícia semi fechado aberto Medida Cautelar de Guarda semi fechado aberto Medida de Internamento aberto semi aberto CE Bela Vista F 5 5 CE Bela Vista M CE Mondego fechado CE Navarro de Paiva F CE Navarro de Paiva M CE Olivais CE Padre António Oliveira CE Santo António Subtotal Masculino Subtotal Feminino Fonte: SIRS, 2 janeiro 2017, dados provisórios Por situação jurídica, destacou-se a Medida de Internamento em Centro Educativo (96%). Gráfico 3 Jovens internados em centro educativo, por situação jurídica Internamento para Perícia; 1; 1% Medida Cautelar de Guarda; 4; 3% Medida de Internamento; 133; 96% Fonte: SIRS, 2 janeiro 2017, dados provisórios Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 13

15 Relativamente ao mês homólogo de 2015, existiam menos 13 jovens internados, o que correspondeu a uma diminuição em 8,60%. 250 Gráfico 4 Evolução mensal da lotação e do n.º de jovens internados jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez lotação jovens Os valores referem-se aos jovens internados no último dia do mês Fonte: SIRS, 2 janeiro 2017, dados provisórios Legenda Regime aberto, semiaberto ou fechado: A medida de internamento pode ser executada em regime aberto, semiaberto ou fechado consoante o grau de abertura ao exterior (n.º 2, 3 e 4 do art.º 17º da Lei Tutelar Educativa). Lotação: A lotação das unidades residenciais depende, para além das condições físicas e dos meios humanos disponíveis, do regime de execução a que se destina. Para cada unidade residencial são fixadas as seguintes lotações máximas: Unidades de regime aberto 14 lugares, unidades de regime semiaberto 12 lugares, Unidades de regime fechado 10 lugares e Unidades especiais 10 lugares (art.º 11, capítulo II Regulamento geral e disciplinar dos Centros Educativos). Internamento para realização de Perícia sobre Personalidade: Para decisão sobre a aplicação da medida de internamento em regime fechado, a autoridade judiciária ordena aos serviços de reinserção social a realização de perícia. Esta pode ser efetuada em ambulatório ou em internamento, em regime semiaberto ou fechado (art.º 68º e 69º da LTE). Medida Cautelar de Guarda: Pressupõe a existência fundada de perigo ou fuga ou cometimento de outros atos qualificados pela lei como crime e a previsibilidade de aplicação de medida tutelar. Pode ser cumprida em regime semiaberto ou fechado (alínea c, art. 57º LTE). Medida de Internamento: Visa proporcionar ao jovem, por via do afastamento temporário do seu meio habitual e da utilização de programas e métodos pedagógicos, a interiorização de valores conformes ao direito e á aquisição de recursos que lhe permitam, no futuro, conduzir a sua vida de modo social e juridicamente responsável (art.º 17 LTE). Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 14

16 Lista de Siglas AE Acompanhamento Educativo ALC Adaptação à Liberdade Condicional ANA Ausência Não Autorizada CE Centro Educativo CP Código Penal CPP Código Processo Penal DGRS ex Direção Geral de Reinserção Social DGSP ex Direção Geral dos Serviços Prisionais DGRSP Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais DRR Delegação Regional de Reinserção DRRC Delegação Regional de Reinserção do Centro DRRN Delegação Regional de Reinserção do Norte DRRSI Delegação Regional de Reinserção do Sul e Ilhas DSJJ Direção de Serviços de Justiça Juvenil DSOPRE Direção de Serviços de Planeamento, Organização e Relações Externas DSRH Direção de Serviços de Recursos Humanos DSRFP Direção de Serviços de Recursos Financeiros e Patrimoniais DSVE Direção de Serviços de Vigilância Eletrónica EBT Entidade Beneficiária de Trabalho ERS Equipa de Reinserção Social LC Liberdade Condicional LTE Lei Tutelar Educativa MEC Medida de Execução na Comunidade MET Medida de Esforço de Trabalho MEPPVE Modificação da Execução da Pena de Prisão com Vigilância Eletrónica OPHVE Obrigação de Permanência na Habitação com Vigilância Eletrónica PAVD Plano para Agressores de Violência Doméstica PEP Projeto Educativo Pessoal P&M Penas e Medidas PPH Pena de Prisão na Habitação PSIP Prestação de Serviço de Interesse Público PTFC Prestação de Trabalho a Favor da Comunidade R&A Relatórios e Audições RSDS Reinserção Social RSDS Relatório Social para Determinação da Sanção SEPP Suspensão da Execução da Pena de Prisão SIRS Sistema Integrado de Reinserção Social SMT Substituição de Multa por Trabalho SPP Suspensão Provisória do Processo TE Tutelar Educativo TFC Trabalho a Favor da Comunidade TSRS Técnico Superior de Reinserção Social VD Violência Doméstica VE Vigilância Eletrónica Apoio à Execução de Penas e Medidas na Comunidade áreas Penal e Tutelar Educativa 15