Discentes: Ângela Bernardino Barbosa Denise Leão Cassiano Vieira Eloísa Leão Cassiano Mylena Rodrigues Oliveira Souza Tamire Brito das Chagas
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2 Universidade do Estado da Bahia Departamento de Ciências Humanas Campus IX Disciplina: Integração Agricultura Pecuária Docente: Danilo Gusmão Discentes: Ângela Bernardino Barbosa Denise Leão Cassiano Vieira Eloísa Leão Cassiano Mylena Rodrigues Oliveira Souza Tamire Brito das Chagas
3 OBJETIVO O objetivo deste trabalho foi analisar os benefícios e as perspectivas potenciais de sistemas de integração lavoura-pecuária no processo de intensificação de uso das áreas em exploração com lavoura de grãos e pastagens, descrevendo os sistemas mais utilizados.
4 A demanda crescente por alimentos, bioenergia e produtos florestais, em contraposição à necessidade de redução de desmatamento e mitigação da emissão de gases de efeito estufa, requer soluções que permitam incentivar o desenvolvimento socioeconômico, sem comprometer a sustentabilidade dos recursos naturais.
5 INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA A integração lavourapecuária consiste na implantação de diferentes sistemas produtivos de grãos, fibras, carne, leite, agroenergia, entre outros, na mesma área, em plantio consorciado, sequencial ou rotacional (Macedo, 2009). Fonte: Agrolink
6 MODALIDADES DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA Integração lavoura-pecuária (ILP) ou sistema agropastoril; Integração pecuária-floresta (IPF) ou sistema silvipastoril; Integração lavoura-floresta (ILF) ou sistema silviagrícola; Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) ou sistema agrossilvipastoril.
7 OBJETIVOS DA INTEGRAÇÃO LAVOURA- PECUÁRIA Recuperação ou reforma de pastagens degradadas Este é o principal objetivo da integração. Nesse sistema, as lavouras são utilizadas a fim de que a produção de grãos pague, pelo menos em parte, os custos da recuperação ou da reforma das pastagens. Foto: Andrade. C.M. S
8 OBJETIVOS DA INTEGRAÇÃO LAVOURA- PECUÁRIA Melhorar as condições físicas e biológicas do solo com a pastagem na área de lavoura. As pastagens deixam quantidades apreciáveis de palha sobre o solo e de raízes no perfil. Recuperar a fertilidade do solo com a lavoura na área de pastagens degradadas. A correção química do solo e a adubação para cultivo de lavouras recuperam a fertilidade do solo, aumentando a oferta de nutrientes para o pasto e, por conseguinte, o seu potencial de produção (Alvarenga, 2004). do solo.
9 OBJETIVOS DA INTEGRAÇÃO LAVOURA- PECUÁRIA Produzir pasto, forragem conservada e grãos para alimentação animal na estação seca. Além da produção de silagem e de grãos, a ILP possibilita que a pastagem produzida no consórcio seja utilizada durante a estação seca. (Alvarenga, 2004). Fonte: Google Reduzir os custos, tanto da atividade agrícola quanto da pecuária.
10 BENEFÍCIOS DA INTEGRAÇÃO LAVOURA- PECUÁRIA Aumento na produção de grãos e carne. Redução nos custos de produção. Produtores mais capitalizados. Melhoramento e conservação das características produtivas do solo. Desenvolvimento do setor rural. Maior estabilidade econômica. Geração de empregos diretos e indiretos. Sustentabilidade da agropecuária.
11 BENEFÍCIOS DA INTEGRAÇÃO LAVOURA- PECUÁRIA Outras vantagens da integração lavoura-pecuária são destacadas por Spain et al. (1996): aumento da atividade biológica do solo; maior eficiência na reciclagem de nutrientes; melhoramento das propriedades físicas e químicas do solo; melhor oferta e qualidade das forrageiras na estação seca e agregação de valores com maior rentabilidade do que em qualquer das atividades isoladas.
12 Fonte: ABIEC PERFIL DA PECUÁRIA BRASILEIRA
13 PERFIL DA PECUÁRIA BRASILEIRA Evolução da área de pastagens no Brasil e produtividade Fonte: Agroconsult, IBGE Elaboração ABIEC
14 IMPACTOS DA INTEGRAÇÃO LAVOURA- PECUÁRIA NA PRODUÇÃO DE BOVINOS Aumento da capacidade de suporte das pastagens e consequentemente uma maior produtividade animal, quando comparadas aos sistemas de pastagens degradadas. O consórcio de grãos com as forrageiras tropicais, como as braquiárias, aumentam a produtividade anual de ganho de peso vivo dos animais, mesmo na época seca, permitindo redução significativa na idade média de abate dos animais (Magnabosco et al., 2003).
15 DEGRADAÇÃO DE PASTAGENS Degradação de pastagens é o processo evolutivo da perda de vigor, de produtividade, de capacidade de recuperação natural das pastagens para sustentar os níveis de produção e qualidade exigida pelos animais, assim como superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e invasoras, culminando com a degradação avançada dos recursos naturais em razão de manejos inadequados (Macedo, 1993).
16 COMO SABER SE A PASTAGEM ESTÁ DEGRADANDO A forma mais prática é acompanhar a sua capacidade de suporte no decorrer do tempo. A capacidade de suporte é o número de animais que é possível manter, em uma determinada área de pasto, sem ocasionar prejuízo para o desempenho dos animais e para o desenvolvimento da pastagem. Assim, se ano a ano o número de animais possível de ser mantido em uma determinada pastagem estiver diminuindo, muito provavelmente essa pastagem está degradando.
17 O aumento no percentual de plantas daninhas e de áreas do solo descoberto e, Consequente diminuição no percentual de capim (ou de leguminosas forrageiras) na área da pastagem.
18 COMO IDENTIFICAR O NÍVEL DE DEGRADAÇÃO DA PASTAGEM A degradação da pastagem é um processo de declínio de produtividade que avança com o tempo. De modo geral, existem dois tipos extremos e principais de degradação da pastagem: a degradação agrícola e a degradação biológica.
19 Na degradação agrícola, ocorre um aumento excessivo do percentual de plantas daninhas na pastagem. Nesse tipo de degradação, a capacidade produtiva do pasto fica temporariamente diminuída ou inviabilizada, por causa da competição pelas plantas daninhas no capim e nas leguminosas forrageiras.
20 Na degradação biológica, a queda de produtividade da pastagem está principalmente associada à deterioração do solo. Nesse caso, há um aumento na proporção de solo descoberto (sem vegetação) na área da pastagem, facilitando a erosão, a perda de matéria orgânica e de nutrientes do solo.
21 NÍVEIS DE DEGRADAÇÃO
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25 COMO RECUPERAR PASTAGENS DEGRADADAS Existem diferentes opções para reverter o processo de degradação das pastagens, isto é, transformar pastos pouco produtivos ou improdutivos em pastos produtivos: Recuperação direta Renovação Recuperação/renovação indireta
26 COMO EVITAR A DEGRADAÇÃO DE PASTAGENS O manejo preventivo é a forma mais eficaz para evitar a degradação da pastagem. Assim, quando o manejo da pastagem é feito profissionalmente, desde a sua formação, isto é, quando o produtor faz o controle rotineiro da taxa de lotação, analisa anualmente o solo, faz a manutenção periódica da sua fertilidade e controla as plantas daninhas e insetos-praga, pastagem produtiva passa a ser o cenário dominante na propriedade rural.
27 SISTEMA BARREIRÃO
28 Sistema que utiliza o plantio simultâneo de culturas anuais com forrageiras e tem como objetivo principal a recuperação/renovação de pastagens degradadas. (Embrapa)
29 Desenvolvido em 1980, pela EMBRAPA; É uma tecnologia de recuperação/renovação de pastagens; Consórcio com culturas anuais;
30 Consorcia-se:
31 Arroz de Terras altas; Milho; Forrageiras; Braquiarias: B. brizantha, B. decumbens Gênero: Panicum Sorgo; Milheto Leguminosas forrageiras (Stylosanthessp., Calopogonio mucunoides e Arachis pintoe).
32 Arroz de terras Altas x Pastagem
33 ESTRATÉGIA UTILIZADA redução da população de Brachiaria existente através da passagem de grade pesada, para o desenraizamento, 30 dias antes do inicio das chuvas; aração profunda (30 a 35 cm), com arado de aiveca; passagem da grade niveladora, imediatamente antes da semeadura do arroz; adubação conforme recomendado, através do estudo da análise de solo;
34 semeadura do arroz, máximo uma semana após a aração, espaçamento para o arroz de cm entre linhas; aplicação de 5 kg/há de sementes de Brachiaria, misturada ao adubo e colocada a uma profundidade de 8-10 cm; adubação nitgenada (20 a 30 kg de N/ha), visando estimular a decomposição da MO incorporada; vedação do pasto aproximadamente 60 dias após a colheita do arroz, visando o melhor estabelecimento após a retirada da cultura.
35 Caracteristicas gerais das Braquiárias
36 Brachiaria brizantha c.v. Marandu Nome comum: Brachiarão, Brizantão Origem: África; Caracteristicas: adata-se bem em solos de média fertilidade, porte grande; Plantio: ciclo curto e perene; Hábito de crescimento: touceira; Boa digestibilidade e palatabilidade; Porte: até 1,5 m.
37 Brachiaria decumbens c.v. Basilisk Nome comum: Brachiarinha Origem: Unganda África; Caracteristicas: altamente aclimatada, sobretudo nos cerrados. Plantio: na estação das chuvas; Hábito de crescimento: forma decumbente; Fertilidade do solo: média a baixa; Boa digestibilidade e palatabilidade; Porte: baixo (aproximadamente 1,0 m); Utilização: boa resistência ao pastoreio e pisoteio.
38 Gênero Panicum
39 Panicum maximum c.v. Mombaça Gramínea perene; Forma touceiras, robusta (1-2 m de altura); Folhas: longas e eretas; Colmos: levemente arroxeados; Nós: muito desenvolvidos; Rendimentos: em torno de 15 a 20 t/ha/ano; Teores de PB: 10 a 12% ao longo do ano; Sementes: facilmente disseminadas pelo vento;
40 Segundo Cobucciet al. (2007), este é um sistema que utiliza o plantio simultâneo de culturas anuais com forrageiras e tem como objetivo principal a recuperação/renovação de pastagens degradadas. Sua criação tem como propósito reduzir custos na formação e/ou recuperação das pastagens.
41 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA Aração profunda. Condicionamento físico e químico; Incorporação profunda de corretivos; Aprofundar sementes de plantas naturais (Ervas Daninhas); Incorporar o sistema radicular de capins.
42 CORREÇÃO DO SOLO Para se obter um bom desempenho da cultura em solos ácidos: Calagem; Incorporação de 60 70% superficialmente; 30 40% nas camadas mais profundas;
43 PLANTIO SIMULTÂNEO Sementes da forrageira podem ser misturadas com o adubo; Braquiária podem ser semeadas até 8 cm; Panicum até 3 cm; Sementes da cultura anual geralmente até 3cm.
44 Fazer integração lavoura-pecuária é um desafio para pecuaristas e agricultores. Os que fazem e chegam aos objetivos, mudam de profissão Passam a ser empresários do agronegócio Barbero (2007)
45 SISTEMA SANTA BRÍGIDA
46 SISTEMA SANTA BRÍGIDA Parceria entre a Fazenda Santa Brígida, a empresa de máquinas e implementos agrícolas John Deere e a Embrapa Arroz e Feijão. Propósito de validar e transferir tecnologias relacionadas à Integração Lavoura- Pecuária Até 2006, também apresentava um cenário de pastagens degradadas, tendo, porém, recuperado cerca de 80% até a safra de 2006/2007.
47 Inúmeros estudos de validação de práticas/técnicas, possibilitaram o desenvolvimento de um sistema de consórcio de milho, braquiária e leguminosa, preferencialmente, guandu-anão, denominado Sistema Santa Brígida. O objetivo do Sistema Santa Brígida é inserir os adubos verdes no sistema de produção, de modo a permitir um aumento do aporte de nitrogênio no solo, via fixação biológica do nitrogênio atmosférico.
48 Se trata da primeira oportunidade de inserção das leguminosas nas pastagens por meio do consórcio; Representa, ainda, uma alternativa para o produtor implementar a fixação biológica de nitrogênio no sistema de produção, que consiste em uma das metas do Programa de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Programa ABC).
49 As pastagens bem manejadas, em contraste com os cultivos anuais em plantio convencional e até aqueles em plantio direto, têm a capacidade de aumentar o teor de MOS. A implantação da forrageira via consórcio com milho na época de disponibilidade hídrica pluvial, viabiliza a produção de fitomassa no período de estiagem nos Cerrados. A produção da pastagem de primeiro ano é elevada e as plantas permanecem verdes e fotossinteticamente ativas. Isso significa que toneladas de carbono são fixadas pelas forrageiras.
50 Tabela 01. Estimativa de fixação de carbono pela parte aérea de braquiária. Qualidade da pastagem Produção MS¹ (Kg ha-1 dia-1) Produção MS (Kg ha-1) ² Chuvas Seca Chuvas Seca Total MS (Kg ha-1 ano-1) Kg C ha-1 ano-1 ³ Pasto de boa qualidade Pasto de média qualidade Pasto de baixa qualidade MS: matéria seca. 2Considerando estação das chuvas um período de, aproximadamente, sete meses e a estação da seca, cinco meses. 3Considerando 40% de C na MS.
51 ESTABELECIMENTO DO SISTEMA Produção convencional de milho, com o preparo do solo feito, pelo menos, duas a três semanas antes da semeadura; População final entre 4 e 5 plantas por metro ou 8 a 10 plantas por metro quadrado; Semeadura da leguminosa: Na produção de milho com espaçamento reduzido, a semente pode ser misturada ao fertilizante, desde que a sua incorporação não seja muito profunda, estabelecendo-se o consórcio na mesma fileira do milho. Para espaçamentos maiores de milho (0,8 m a 1,0 m), sendo, porém, recomendável a adição de uma fileira da leguminosa centralizada nas entrelinhas do milho.
52 Fonte: Oliveira et al., 2010.
53 Para o consórcio, as leguminas podem ser estabelecidas cerca de 10 a 15 dias após a emergência das plantas de milho; A colheita do milho não deve ser atrasada, sob risco de dificuldades operacionais devido ao volume de massa verde acumulada pelas leguminosas a partir da senescência do milho; É fundamental buscar a sincronização entre os ciclos da leguminosa e da cultura de interesse econômico; Fonte: Oliveira et al., 2010.
54 Pode-se também introduzir no sistema sementes de forrageiras gramíneas nas entrelinhas do milho. Após a colheita do milho, a área seja vedada por cerca de 30 a 60 dias para que a forrageira se estabeleça plenamente e garanta boa pastagem.
55 Fonte: Oliveira et al., 2010.
56 RESULTADOS OBTIDOS COM O SISTEMA SANTA BRÍGIDA TECNOLOGIA EMBRAPA Nas safras de verão do ano de 2008/2009 na Embrapa Arroz e Feijão, no Município de Santo Antônio de Goiás-GO, foram realizados experimentos onde observou-se que no monocultivo de milho (híbrido BRS 1035), que houve resposta significativa à aplicação de 90 kg de N ha-1 sendo semelhante àquela obtida no consórcio com guandu-anão que recebeu a mesma dose de N.
57 Tabela. Altura de inserção de espigas, número de espigas por planta e produtividade de milho, híbrido BRS 1035, em monocultivo e consorciado com leguminosas no verão de 2008/2009. Santo Antônio de Goiás-GO1. Fonte: Oliveira et al., 2010.
58 Tabela. Massa da matéria seca (MS) de guandu-anão (Cajanus cajan) e crotalária (Crotalaria spectabilis) cultivados em consórcio com milho, no momento da colheita de grãos de milho, verão de 2008/2009. Santo Antônio de Goiás-GO1. Fonte: Oliveira et al., 2010.
59 CONSIDERAÇÕES FINAIS Em virtude dos aspectos observados, está cada vez mais evidente a necessidade de considerar a sustentabilidade no setor produtivo e no agronegócio de uma forma geral. O sistema de integração lavoura-pecuária proporciona benefícios ao eliminar ou mitigar a degradação física, química e biológica do solo resultantes das explorações convencionais. Diante disso, abre-se um leque de possibilidades, como a recuperação de pastagens, manejo e construção da fertilidade do solo, rotação e/ou sucessão de culturas, produção de alimentos, produção de volumosos, produção de madeira e fibras, como também a produção de energia.
60 A ILP favorece a troca de espécies de plantas cultivadas, propiciando a rotação de culturas favorecendo a diversidade, permitindo a utilização residual de uma espécie em benefício de outra. Por outro lado, muda-se o conceito, ou seja, a propriedade rural passa para uma condição de empresa do agronegócio produtora de proteína animal (carne) e proteína vegetal (grãos), levando em consideração o apelo da sustentabilidade para o sistema produtivo e com uma grande vantagem, que é a valorização da propriedade.
61 OBRIGADA!
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