FINANCIAMENTOS FINANCING FINANCIACIONES. Ginasanders Fabiofersa Dreamstime.com. Ferramenta de

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2 FINANCIAMENTOS FINANCING FINANCIACIONES Ferramenta de planej 50 Ginasanders Fabiofersa Dreamstime.com

3 O consórcio se mostra alternativa poderosa nos planos de investimentos das empresas em tempos de crédito restrito e oscilações econômicas amento 51

4 FINANCIAMENTOS FINANCING FINANCIACIONES Magrao Scalco Randon A realidade econômica do País nos três últimos anos deixou o balcão de negócios praticamente inoperante. O efeito dominó da economia fragilizada arrefeceu a atividade produtiva, ceifou a confiança do investidor, jogou o trabalhador no desemprego, elevou o endividamento das famílias, reduziu o consumo e restringiu o crédito. Como sequência óbvia, com menos carga para transportar ou novos contratos para assinar a indústria viu suas vendas de veículos pesados, o que inclui as de implementos rodoviários, desmoronarem mais de 60% no acumulado de dois anos. Em cenário de terra arrasada, no entanto, o consórcio aparece como salvaguarda para atravessar com menos arranhões as oscilações econômicas, tanto para o fabricante quanto para o cliente. Se por um lado o sistema permite à indústria preservar algum ritmo de produção, ainda que em menor escala em tempos de falta de comprador, por outro entrega ao cliente uma alternativa de financiamento planejado para renovar ou aumentar frota com taxas mais atrativas que aquelas praticadas no mercado financeiro. O diretor superintendente do Banco Randon, Joarez José Piccinini, lembra que o consórcio é o principal negócio da instituição pertencente às Empresas Randon e, devido a algumas vantagens oferecidas pela modalidade, cresce ano a ano, como também se mantém estável em tempos de crise. É menos restritivo, especialmente quando o mercado encontra dificuldade em obter crédito, avalia. O consórcio também sofre menos com as oscilações da economia, é menos volátil, além de proporcionar previsibilidade e possiblidade de alavancar crédito. Estratégia de investimento O Consórcio Nacional Randon oferta planos de autofinanciamento para o segmento de transporte rodoviário de carga há mais de 30 anos e, segundo Augusto Letti, gerente executivo da Randon Consórcios, braço de serviços das Empresas Randon, a modalidade cresceu na ordem de 30% desde Administra, em média, 4,5 mil cotas anuais e no ano passado liberou R$ 450 milhões em crédito, montante estável com relação a 2015, considerado pelo representante da instituição financeira um ano muito bom, já com crescimento de 20% sobre o ano anterior. O comportamento do transportador tem mudado, ele passou a ver no consórcio um papel importante para a estratégia de investimento do seu negócio. O avanço da representatividade detectada pelos representantes do segmento de consórcio está baseado na virtude do sistema de permitir fazer poupança com o próprio negócio, afinal planejamento é a base para o sucesso. O consórcio promove crescimento da empresa quando o participante é contemplado, sem contar Joarez José Piccinini Banco Randon 52

5 que uma parte do bem já foi paga, observa Letti. E mesmo que ele não precise ou não queira utilizar a carta de crédito naquele momento, como ocorre agora com muitos empresários, seu recurso ainda está garantido e rendendo para quando ele precisar. A tendência de taxas menos subsidiadas pelo governo nos financiamentos oficiais, caso do Finame, também abre caminho para maior participação do consórcio na aquisição bens de capitais. Fernando Ferlini, do Consórcio Nacional Noma, revela que as atuais dificuldades em obter crédito têm sido uma das maiores alavancas para o sistema de autofinanciamento. Em linhas gerais, um plano de consórcio tem taxa administrativa em torno de 13% mais 1% do fundo de reserva. Ou seja, é um financiamento de 14% diluído ao longo de todo plano. A impossibilidade de contar com o bem de imediato salvo a sorte de ser contemplado é apontada como a principal desvantagem do consórcio. Mas ainda assim o chamado lance tem se mostrado uma opção para ter posse do produto de maneira mais rápida. Não há garantia da contemplação pelo lance, sempre pode haver alguém que ofereça valor maior. Mas dispor para o lance a quantia média dos últimos meses tem dado resultado para os consorciados, revela Ferlini. O avanço na demanda pelo sistema está presente nas estatísticas da Abac, a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, apesar de isoladamente 2016 ter sido marcado por quedas sobre o ano anterior, com retrações de 5% nas vendas de cotas, para 2,3 milhões, contra as 2,4 milhões registradas em 2015, e de 3,7% nos créditos concedidos, de R$ 40,9 bilhões para R$ 39,4 bilhões. De acordo com série histórica, no entanto, o crescimento da participação dos consórcios sobre os totais de contratos de veículos financiados de 2011 a 2016 foi de 6,2 pontos porcentuais. Passou dos 4,5% de 2011 para nada menos do que 10,7%. A Abac pondera que o desempenho do consórcio em 2016 também mostrou dois cenários opostos. As adesões ao sistema no segundo semestre foram 24,5% maiores do que na primeira metade do ano, com 1,27 milhão de novas cotas, com os planos para veículos avançando 41%. Paulo Roberto Rossi ABAC O comportamento diferente de um semestre para o outro, apesar da retração do mercado, evidenciou a confiança no sistema, observa Paulo Roberto Rossi, presidente da associação. Planejar por meio de uma poupança com um objetivo definido pode ser o melhor caminho para adquirir bens ou serviços. Maria Adelaide Silva Dreamstime.com 53 ABAC