Índice. Sabedoria literária para viver com autenticidade e paixão Oscar Wilde: o homem que amava os prazeres

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Vinícius Sabrosa Brezinski
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1 Índice Sabedoria literária para viver com autenticidade e paixão Oscar Wilde: o homem que amava os prazeres Bibliografia recomendada de Oscar Wilde Referências bibliográficas

.. 11 Oscar Wilde: o homem que amava os prazeres.

2 sabedoria LITerÁRIA para VIVer COM autenticidade e PAIXÃO

3 1 «O menos frequente neste mundo é viver. A maior parte das pessoas existe, isso é tudo.» VIVER é, em teoria, o que todos fazemos quando não estamos mortos; no entanto, o significado deste verbo varia tanto de umas pessoas para outras que, de acordo com a filosofia do bon vivant Oscar Wilde, se reduz inclusive a um mero EXISTIR. Alguém cujo motor seja ir trabalhar, pagar faturas e ver como passam os dias, uns atrás dos outros, flutua nas águas da existência, mas não se submerge nas profundezas da vida. Sobre isto, a jovem Alicia Rustaveli pergunta em Un haiku para Alicia: «Alguma vez teve a tentação de VIVER? E não digo viver como quem diz a vida é assim ; refiro-me a VIVER com letras maiúsculas para além da rotina do «que havemos de fazer». Não quero passar indiferente pelo mundo manhã, tarde, noite, manhã; de segunda a sexta-feira, mas sábados não trabalhamos; comer, trabalhar, dormir [ ] Caso alguma vez me queira acompanhar, repito-lhe a pergunta: alguma vez teve a tentação de VIVER?» Estimado leitor, este singular curso de coaching começa com uma única questão. Para começar uma conversa, antes perguntava-se: «Estuda ou trabalha?» Oscar Wilde coloca-nos uma pergunta muito mais importante: EXISTE OU VIVE? 13

Wilde, se reduz inclusive a um mero EXISTIR.

4 2 «Seja você mesmo, os restantes papéis já estão escolhidos.» H á demasiadas pessoas no mundo a tentar viver uma vida que não é a sua, quer porque seguem o rasto dos seus pais ou porque querem corresponder às expectativas que a sociedade tem delas. Oscar Wilde foi um mestre do individualismo, no bom sentido. Não se trata de viver de costas para o mundo, mas sim de nos relacionarmos com ele tal como cada um de nós é: uma pessoa única, irrepetível e genuína. Quando assumimos o nosso próprio papel, é-nos muito mais fácil movermo-nos pelos cenários que o mundo nos vai proporcionando, talvez por aquele velho ditado: «Em Roma, seja romano sem deixar de ser você mesmo.» Descobrir quem somos e quais são as nossas prioridades é uma das missões talvez a mais importante que nos são dadas ao nascer. Portanto, é preciso lutar pela própria identidade. Como dizia Quevedo há quatro séculos: «Viva só para si, se puder, pois só para si morre, se morrer.» 14

Oscar Wilde foi um mestre do individualismo, no bom sentido.

5 3 «O dinheiro não traz felicidade, mas proporciona uma sensação tão parecida que é necessário um especialista muito experiente para verificar a diferença.» Á lex Rovira, autor de A Bússola Interior e coautor de Boa Sorte, costuma explicar nas entrevistas que o dinheiro não corrompe uma pessoa, antes amplifica as suas virtudes e os seus defeitos. Alguém com um fundo nobre utilizará a prosperidade para benefício dos seus e do seu meio, enquanto uma pessoa sem escrúpulos canalizará o dinheiro para atividades puramente especulativas, ou até claramente destrutivas. Dito de outro modo: o dinheiro não é bom nem mau em si mesmo; é só um veículo que podemos utilizar bem ou mal. Qualquer entrada de dinheiro tem a capacidade, em todo o caso, de nos fazer ver quais são as nossas prioridades. Quando alguém recebe uma soma considerável de forma inesperada, o dinheiro extra pode ficar numa conta poupança, para quem dá prioridade à segurança; ou pode ser aplicado numa viagem com o companheiro, se priorizamos os bons momentos; ou até para uma cirurgia estética, se pomos em primeiro lugar a nossa imagem. Uma pessoa de negócios investirá o dinheiro com o fim de o multiplicar. Alguém caritativo pode canalizá-lo para uma fundação que trabalhe com os mais desfavorecidos. Resumindo: o dinheiro e como o movemos diz muito sobre quem somos. 15

Alguém com um fundo nobre utilizará a prosperidade para benefício dos seus e do seu meio, enquanto uma pessoa sem escrúpulos canalizará o dinheiro para atividades puramente especulativas, ou até

6 4 «Todos estamos no fundo do poço, mas alguns de nós olhamos para as estrelas.» Esta citação de O Leque de Lady Windermere, uma peça de teatro que Wilde estreou em Londres em 1892, remete-nos para a importância da própria perspetiva, independentemente de quais forem as nossas circunstâncias. Há pessoas que aparentam ter tudo na vida saúde, beleza, dinheiro, liberdade e são profundamente infelizes porque centram a sua atenção naquilo que lhes falta, ou simplesmente não sabem o que querem da vida. Outras, pelo contrário, vivem uma situação dura e adversa, mas são capazes de olhar para aquele canto do seu jardim sombrio que está banhado por um raio de sol. Uma lutadora pelas causas impossíveis que não precisa de apresentações, Helen Keller, explicava assim o seu segredo para nunca deixar de olhar para as estrelas: «Abro as portas do meu ser a tudo o que é bom, e fecho-as zelosamente perante tudo o que é mau. Esta força bela e teimosa permite-me enfrentar qualquer obstáculo. Nunca me sinto desanimada pela ausência de coisas boas. A dúvida e a incredulidade são apenas o pânico de uma imaginação tímida. Tudo se pode conquistar com um coração firme e uma mente aberta.» 16

7 5 «A pura e simples verdade raramente é pura e nunca é simples.» Na origem da maior parte das fricções entre os seres humanos está o facto de se acreditar que a nossa verdade é infalível e está acima da verdade de qualquer outra pessoa. Esta atitude faz com que nos comportemos com rigidez e sejamos pouco empáticos para com os outros. Ter certezas na vida é a melhor forma de acabar zangado com toda a gente. Para combater a tentação do pensamento único, Edward de Bono recomenda-nos estas chaves para desenvolver o pensamento lateral: Trocar a análise racional pela provocação. Em vez de determinar como são as coisas, imaginemos como poderiam ser se Ser espontâneos e «abrir comportas» para que entrem ideias de todo o tipo, tal como acontece numa sessão de brainstorming. Prescindir de avaliações prévias ou julgamentos, ou seja, gerar ideias sem preconceitos. Aceitar todos os caminhos possíveis e evitar as etiquetas no exercício de pensar. 17

Esta atitude faz com que nos comportemos com rigidez e sejamos pouco empáticos para com os outros. Ter certezas na vida é a melhor forma de acabar zangado com toda a gente.

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