RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA E SUBJETIVA DO MÉDICO

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1 1 RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA E SUBJETIVA DO MÉDICO SOUZA, Leonardo tercio de FAP Tercio1819@gmail.com CAINELLI, Rodrigo Figueiredo FAP rodrigocainelli@hotmail.com RESUMO: muito se fala em reparação dos danos causados por erros médicos, a dúvida é até onde se pode atribuir a responsabilidade ao médico em seus atos. Hodiernamente com os avanços tecnológicos e a especialização de profissionais do ramo da saúde, a qualidade de vida e o prolongamento de vida tem se estendido a novos horizontes. O médico por sua vez tem como obrigação de sua profissão em salvar vidas, mas, nem sempre consegue fazer de forma eficaz ou o resultado não é o esperado, contudo, insatisfeitas, as famílias dos pacientes e até mesmo o próprio paciente procuram pela justiça para eventual reparação por danos morais, materiais, estéticos e outros. A fim de amenizar a dor sofrida ocasionada pelo médico, os que se julgam prejudicados buscam na justiça a responsabilização civil do médico por eventual dano causado. Há que se atentar ao fato de que a responsabilidade civil do médico pode ser objetiva e subjetiva. Sendo certos casos em que o médico nem sempre é responsável pelo dano causado ao paciente, advindo, no entanto, de que o caráter subjetivo da profissão é fator determinante para a análise do caso concreto, o qual irá analisar se houve o erro médico ou a culpa. Isento de culpa ou dolo, o médico estará livre de despesas com o paciente, caso totalmente contrário àquele com responsabilidade objetiva, onde o resultado é esperado e o médico garante o seu total sucesso com a cirurgia, é o caso dos médicos cirurgiões plásticos. PALAVRAS-CHAVE: Responsabilidade, Direito Civil, Erro, Medicina, Culpa. ABSTRACT: much is said in reparation for the harm caused by medical errors, the question is how far can assign responsibility to the doctor for their acts. Now a days with technological advances and the specialization of professionals in the field of health, quality of life and prolongation of life has been extended to new horizons. The doctor in turn has the obligation to their profession to save lives, but

2 2 can not always do so effectively and the result is not expected, however, dissatisfied, patients' families and even the patient himself seek justice to repairs for moral damages, materials, and other aesthetic. In order to alleviate the pain caused by physician, those who consider themselves harmed seek justice in the physician's civil liability for any damage caused. We must be alert to the fact that the liability of the doctor can be objective and subjective. Being certain cases where the doctor is not always responsible for the damage caused to the patient, happened, however, that the subjective nature of the profession is a determining factor for the analysis of the case, which will analyze if there was a medical error or guilt. Exempt from guilt or deceit, the physician is free of charge to the patient, if entirely contrary to that with strict liability, where the outcome is expected and the doctor ensures your total success with the surgery, is the case of plastic surgeons. KEYWORDS: Liability, Civil, Error, Medicine, Guilt. 1 INTRODUÇÃO Este resumo expandido abordará o tema da responsabilidade civil objetiva e subjetiva do médico, um tema que trata das atividades médicas, ligada às situações fatídicas e cuja consequências vinculadas ao Direito desafiam os juristas. Os princípios da Responsabilidade Civil buscam restaurar um equilíbrio patrimonial e moral violado. 1 A recíproca é verdadeira, pois se alguém causa um dano a outrem, é dever de quem causou o dano reparar. Mas no caso fortuito do médico, que atende um paciente que esteja com algum problema de saúde e faz todos os exames necessários para que seja feita uma cirurgia, e no fim desta o resultado não é o desejado, o médico por sua vez não teve culpa do resultado não sair como o esperado, pois este se precaveu de todos os cuidados necessários para o andamento da cirurgia. Em estudos jurídicos, encontradas principalmente em doutrinas, buscase a solução da lide, com base no fundamento da Responsabilidade Civil 1 VENOSA, Silvio de Salvo, Direito Civil: Responsabilidade Civil, 5ª Ed. São Paulo, Atlas, 2005, p. 14.

3 3 Subjetiva do médico, ou seja, não encontrada a culpa ou dolo, o médico fica isento de qualquer ônus que venha a ser cobrado pelo paciente. Para que o médico venha a ser responsabilizado, deverá este ter agido com culpa, ou seja, imperícia, negligência ou imprudência ou até mesmo agindo dolosamente, não excluindo qualquer membro da categoria medica. O cirurgião plástico quando procurado, é por motivos estéticos, claro, procurando sempre a melhoria de uma das partes do corpo, seja um nariz, boca, olhos, orelhas e etc. este garante ao seu paciente a qualidade de seu serviço em sua totalidade, portanto, em caso de insucesso, enquadra-se na responsabilidade Objetiva, onde a culpa é elemento totalmente apreciada, decorrente da ação ou omissão; dano; e nexo causal. 2 REFERENCIAIS TEÓRICO-METODOLÓGICOS: Para o entendimento jurídico da necessidade da indenização, que judicialmente o médico seja compelido a reparar, há que se analisar os conceitos utilizados como base para os fundamentos dessa situação jurídica. Sendo a responsabilidade Subjetiva e Objetiva, relacionada com a relação contratual e extracontratual, mais a obrigação de meio e de resultado, os quais são princípios que devem ser observados para a correta aplicação da pena na conformidade do nexo causal. A relação contratual entre médico e paciente, vem do contrato firmado entre as partes 2, sabendo que este faz lei entre elas por aquilo que foi acordado mais as características da extracontratualidade 3 que por meio de nosso ordenamento jurídico que estabelece entre as partes dispositivos legais. Dispositivos que independem da vontade de ambas as partes e vigoram em sentido erga omnes. Obrigação de meio é aquela que o médico fará de acordo com suas técnicas usuais com os devidos cuidados e prudência para a realização e o 2 Pacta Sunt Servanda Art. 421, CC a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. 3 Extracontratual - a responsabilidade extracontratual tem maior relevância para o exame da conduta culposa. Se há contrato, o exame de culpa inicia-se pela verificação da conduta do agente cotejada com o que ele se obrigou no contrato. VENOSA, Silvio de Salvo, Direito Civil: Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos, 5ª Ed. São Paulo, Atlas, 2005, p. 474.

4 4 cumprimento da obrigação firmada no contrato, cabendo este médico usar de todo seu conhecimento e perícia para o bom andamento do que contratou. No entanto, a obrigação de resultado é totalmente diferente do de meio, onde a promessa de resultado é específico e determinado, ou seja, para satisfazer o cliente, o médico deverá alcançar um determinado objetivo, certo, que se obrigou a fazer com o contratante. Quando o resultado não é atingido, presume-se que o médico agiu com culpa, quando se deve observar os três princípios da culpa: imperícia, imprudência e negligência. O cirurgião, por exemplo, ao executar uma operação de seu mister, poderá manter um contrato de prestação de serviços com o paciente ou com uma instituição hospitalar, mas sua responsabilidade emana não somente do contrato, como também dos deveres de conduta ínsitos a sua arte profissional. A transgressão de um dever de conduta médica, que poderá gerar o dever de indenizar, será aferida nos termos do contrato ou, dependendo da situação de fato, nos deveres genéricos da conduta profissional atinente à ciência médica. 4 O ilustre Mestre Silvio de Salvo Venosa esclarece em sua obra que o contrato entre o cirurgião e o paciente gera uma obrigação de fazer, estabelecida a bilateralidade do contratual, ambas as partes esperam o resultado positivo de seus interesses, o que não acontecendo e não havendo nenhuma conciliação entre as partes restará ao judiciário resolver a questão verificada. 5 3 CONCLUSÃO A responsabilidade objetiva e subjetiva do médico dependerá primeiramente de como o contrato será firmado, e de como se dará as condições que o serviço será feito, ou seja, em uma cirurgia onde o paciente contrata o médico para tratar de um grave ferimento, onde a lesão está alem de um simples tratamento com medicamento, e vindo o paciente a ser operado o médico por sua vez somente se responsabilizará por eventual dano caso este tenha agido com algum princípio de culpa e não somente pela justificativa que houve risco. Nesta 4. VENOSA, Silvio de Salvo, Direito Civil: Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos, 5ª Ed. São Paulo, Atlas, 2005, p. 473 e Art Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

5 5 mesma linha de raciocínio, o médico responsabilizado objetivamente, não indenizará o paciente somente porquê houve um risco, mas sim por que houve um dano, e este dano não é previsto contratualmente, portanto não deveria existir no decorrer do procedimento médico e desta forma o médico indenizará o paciente pelo dano que tenha causado. Portanto, nos casos em que esteja envolvida a responsabilidade do medico, tem-se que verificar se a atuação do profissional se deu na conformidade do que prescreve a realização do ato contratado. A responsabilidade esta sempre na conformidade dos termos contratuais e salvo as questões que envolvam a culpa em seu sentido lato, sempre se poderá excluir a culpa porque poderá estar envolvida as questões fortuitas, ou seja, aquelas que não demandam da vontade do profissional, nem mesmo puderam ser previstas contratualmente. 4 REFERÊNCIAS VENOSA, Silvio de Salvo, Direito Civil: Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos, 5ª Ed. São Paulo, Atlas, VADE MECUM RT. 6ª. ed. rev., ampl., e atual. São Paulo, Revista do Tribunais, VENOSA, Silvio de Salvo, Direito Civil: Responsabilidade Civil, 5ª Ed. São Paulo, Atlas, SILVA, Rafael Peteffi da, Responsabilidade Civil Pela Perda de uma Chance, São Paulo, Atlas, SILVA, Regina Beatriz Tavares da, Responsabilidade Civil: Responsabilidade Civil na Área da Saúde, São Paulo, Saraiva, 2007