INSTITUTO DA MOBILIDADE SUSTENTÁVEL: Organização RUA VIVA



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INSTITUTO DA MOBILIDADE SUSTENTÁVEL: Organização RUA VIVA Márcia R. D. de Souza 1 ; Jacqueline Benossi 2 ; João Paulo Castilho Silva 3 ; Vera Lucia I. Molina 4 1,2,3,4 UNIVAP - Faculdade de Ciências da Saúde. Serviço Social Praça Cândido Dias Castejón, 116 Centro, São Jose dos Campos dagasouza@hotmail.com; jacq.e.fe@hotmail.com; jpcbatera@hotmail.com; vlim@uol.com.br RESUMO: O Instituto da Mobilidade Sustentável com atuação nacional. Encontra-se localizada no Bairro Floresta, em Belo Horizonte/MG. Seus objetivos são, entre outros: restaurar a função da rua como espaço democrático de uso; priorizar os modos coletivos e não motorizados de locomoção; promover o direito no uso do espaço viário para o transporte público e melhor qualidade para o pedestre-cidadão; promover o reordenamento dos espaços e das atividades urbanas. O público alvo são os pedestres, motoristas, escolas, Governos Federal, Estaduais e Municipais e pessoas que queiram cooperar com o meio ambiente. Este estudo documental explorou o diferencial deste programa por meio das dimensões e categorias definidas pelo Modelo de Avaliação de Projetos e Programas Sociais CASA BRASIL. Este programa conta com uma equipe profissional formada por especialistas em transporte público e políticas ambientais; em gestão e operação de transportes e com experiência em trânsito; em circulação urbana; em transporte urbano; estudantes de Ciências Contábeis, de Pedagogia e de Relações Públicas. Cada cidade participante é orientada a fechar um espaço no perímetro urbano das 8 às 18 horas. Só é permitido o acesso a veículos essenciais, transportes públicos, bicicleta e pedestres. Há sugestões de eventos como: shows, teatro, exposições e utilidades públicas. As prefeituras organizam suas ações com parcerias públicas e privadas; providencia panfletos explicativos da campanha e informações técnicas sobre a poluição do ar, tráfego e utilização do espaço. A população atendida sugere novos projetos e políticas públicas de transporte, meio ambiente e urbanização. Mantém alto nível de comunicação e participação democrática na tomada de decisões para novas ações e novas opções de mobilidade urbana. Seu diferencial está na exploração das funções da rua e a conscientização sobre o transporte, a circulação e o meio ambiente em 100 cidades. Palavras-chave: Serviço Social. Projeto Social. Programa Social. Mobilidade sustentável. Transporte. Área do Conhecimento: Ciências da Saúde circulação urbana;; participação social nas Introdução O Instituto da Mobilidade Sustentável é uma organização não governamental de atuação nacional, constituída em 05 de abril de 1999, e decisões e gestão das políticas urbanas; defender e preservar o meio ambiente e o patrimônio histórico, cultural e artístico nos projetos e ações relacionados ao transporte e à localizada no Bairro Floresta, em Belo circulação urbana, conforme os princípios da Horizonte, Minas Gerais. Segundo as agenda 21 e da tese do Não Transporte. informações em seu site, seus objetivos são, entre outros: restaurar a função da rua como espaço democrático de uso; priorizar os modos coletivos e não motorizados de locomoção; promover o direito no uso do espaço viário para O Programa Rua Viva no argumento de Paulo Freire, contribuir na construção de um novo mundo menos malvado, menos feio, menos autoritário, mais democrático, mais humano. Para tanto, este programa conta com o transporte público e melhor qualidade para o uma equipe profissional formada por pedestre-cidadão; promover o reordenamento engenheiros especialistas em transporte público dos espaços e das atividades urbanas; e políticas ambientais; engenheiros com promover o desenvolvimento das cidades com experiência em gestão e operação de qualidade de vida, através de um transporte transportes e com experiência em trânsito; público consciente, sustentável, ecológico e arquiteto-urbanista, mestre em estruturas participativo; melhorar a qualidade e eficiência ambientais urbanas; arquitetos especialistas em do transporte público com apropriação social circulação urbana; engenheiros civis dos ganhos de produtividade decorrentes; ampliar o conceito de transporte para o de comunicação; combater a emissão de agentes especialistas em circulação urbana e transporte urbano; estudante de Ciências Contábeis; estudantes de Pedagogia; relações públicas e o poluidores, sonoros e atmosféricos na 1

Diretor Presidente do Detran do Estado do Rio Grande do Sul (2001/2002). O público alvo são as populações de abrangência nacional, pedestres, motoristas, escolas, governo federal, estadual, municipal e pessoas que queiram cooperar com o meio ambiente. Este estudo objetivou elaborar uma reflexão exploratória no sentido de descobrir o seu diferencial por meio das dimensões e categorias definidas pelo Modelo de Avaliação de Projetos e Programas Sociais CASA BRASIL. Revisão de Literatura Entende-se como Política Pública um campo das Ciências Humanas, em particular da Ciência Política, que analisa o governo à luz de grandes questões públicas; do ponto de vista das relações interinstitucionais é o conjunto de ações do governo que irão produzir efeitos específicos. Assim sendo, o Programa Rua Viva responde às Políticas Públicas de Transporte e às metas da Agenda 21 Global (ONU), uma vez que tem suas ações tem como intuito produzir um transporte mais humano. (Agenda 21 Global). A tese do não transporte orienta o projeto a não significar apenas redução ou restrição do uso de veículos motorizados, mas mudar a idéia de cidade na ótica do pedestre. Essa tese visa propor o uso racional do solo urbano, combatendo a degradação das cidades e das relações sociais. Busca o cumprimento da função social da propriedade e da cidade, especificamente o uso de imóveis vazios em áreas centrais (AFFONSO, 2001). O uso indiscriminado de transportes motorizados provoca impactos ambientais graves como as poluições diversas e a distorção na adaptação do uso do solo ao modo de transporte e não ao ser humano transportado. Os impactos econômicos relacionam-se ao fato de que os automóveis privados ocupam maior espaço nas vias públicas e conduzem menor quantidade de passageiros com relação aos ônibus, provocando grande número de congestionamentos. Os impactos sociais são o individualismo, o estresse e a violência no trânsito. (Agenda 21 Global). Outro princípio que permeia o Programa Rua Viva é a mobilidade sustentável, preservando, defendendo e promovendo a circulação urbana, a qualidade do ambiente natural e construído, bem como o patrimônio histórico, cultural e artístico da cidade. 2.1 Projetos e Programas Sociais Projeto Social é um conjunto integrado de atividades que buscam transformar uma parcela da realidade, reduzindo ou eliminando problemas e satisfazendo um grupo de indivíduos que não possuem meios para a solução desses problemas através do mercado. Um projeto envolve ações concretas a serem desenvolvidas dentro de um espaço de tempo determinados e restritos pelos recursos disponíveis. Por sua vez um Programa Social se refere um conjunto de projetos e ambos são a tradução operacional das políticas sociais. O Rua Viva ao buscar o desenvolvimento de estudos e pesquisas, formular e implementar planos, é um programa social que contém diversos projetos no campo da mobilidade sustentável. Dentre suas ações destacam-se: promoção e desenvolvimento de estudos e programas; assessoria técnica nas áreas de transporte público, trânsito, desenvolvimento urbano e meio ambiente. Os programas sociais desenvolvidos pelo Instituto são: Viva Cidade referente à construção de uma cidade ideal para o novo milênio. Cidade Movimento desenvolve os princípios e diretrizes da mobilidade sustentável para definir o uso e apropriação dos espaços públicos de circulação. Paz no Trânsito baseia-se em ações de educação, engenharia, fiscalização, campanhas e também de engajamento da sociedade. Movimento Gaúcho pelo Trânsito Seguro foi um movimento estadual em defesa da vida através de uma convivência pacífica no trânsito, em parceria com o DETRAN/RS, visando a promoção de um trânsito mais seguro e mais humano e a participação da sociedade para encontrar soluções para a violência do trânsito brasileiro. Rua Verde caracterizou-se por uma interseção viária na área central da cidade, onde as pessoas interagiram, passeando e refletindo sobre a nova utilização do espaço público. Entre os diversos programas do Instituto Mobilidade Sustentável, o Cidade sem meu Carro será o objeto desta reflexão. 2.2 Modelo de Avaliação de Projetos e Programas Sociais Casa Brasil Este modelo trata de questões que mensuram e interpretam resultados e impactos do projeto nos níveis de contexto social, da unidade Casa Brasil e dos indivíduos. A pretensão é avaliar a efetividade social de seus programas. Aspectos a serem considerados: as dinâmicas próprias das unidades, a diversidade de realidades e contextos; o desenvolvimento sustentável local; o nível de alfabetização digital; a disseminação, produção e criação do conhecimento; valorização das identidades e cultura; construção da rede social e estratégias para transformação da realidade e desenvolvimento social sustentável. 2

Trabalha-se com três tipos e níveis de análise: as descritivas, que procuram compreender, retratar e identificar as particularidades de cada unidade do projeto. As normativas, que estabelecem categorias e critérios para identificar agrupamentos ou padrões similares. As explicativas, que investigam os dados críticos e de sucesso com relação às análises anteriores e suas relações. Ele também define os indicadores agrupados em cada dimensão: de insumos ou recursos; de processos; de resultados e de inclusão social. (Brandão & Tróccoli, s/d). Metodologia Utilizou-se da pesquisa documental, e a fonte dos documentos foi o Portal Rua Viva acessado no mês de novembro de 2009. Para a análise dos dados utilizou-se das dimensões e categorias operacionalizadas do Modelo indicado na Figura 1. Analise Descritiva Analise Normativa Analise Explicativa Recursos Figura 1. Métodos e Níveis de Análise do Modelo de Avaliação Casa Brasil. Resultados e Discussão DIMENSÕES INDICADORES DESCRIÇÃO GERAL física (IF) Processos tecnológica (IT) humana (IH) Gestão administrativa Gestão financeira Gestão social Gestão do conhecimento Cada cidade participante é orientada a fechar um espaço no perímetro urbano das 8 às 18 horas. Só é permitido o acesso a veículos essenciais, transportes públicos, bicicleta e pedestres. Há sugestões de eventos como: shows, teatro, exposições e utilidades públicas. Empréstimos de bicicletas; colocação de guarda-sóis na praça, bancos, cadeiras, mesinhas, etc. Monitoramento da qualidade do ar. Contagem do tráfego. Áreas para estacionamento. Folhas de pesquisa/avaliação. Painéis, bonés, camisetas, panfletos, banners, etc. As prefeituras organizam suas ações com parcerias públicas e privadas: associações, ONGs, empresas, cidadãos, comerciantes, ministérios públicos. Consultar o apoio e as parcerias que financiam o projeto. Cidade que recebe o programa: acessar o portal onde se encontram todos os dados para a organização do evento (disponível para download). Carta de adesão ao projeto. Formulários de pesquisa. Mobilização de órgãos públicos e privados para atendimento à população e participação de todos para novas propostas e soluções relacionadas ao trânsito. Quem gerencia os programas, de acordo com e-mail recebido, são profissionais, em geral da área de Arquitetura, Planejamento Urbano e Transportes, sendo criado um conselho em que todos gerenciam o programa. As Prefeituras da Cidade são parceiras no gerenciamento. São providenciados panfletos explicativos da campanha. Informações técnicas sobre a poluição do ar, tráfego, utilização do espaço, etc. Informações não só aos usuários, mas aos trabalhadores. Orientação sobre as faixas de pedestres. Sugestão de novos projetos/ e políticas públicas de transporte, meio ambiente e urbanização. Figura 1 Modelo de Avaliação proposto pela Casa Brasil, aqui adaptado O Programa Cidade sem meu Carro é de fundamental importância para a evolução das políticas públicas, que acontece todo dia 22 de setembro, das 8 às 18 horas de cada ano, com jornadas internacionais e brasileiras. Com o aumento do número de veículos nas cidades brasileiras, a qualidade de vida e saúde dos habitantes vem se deteriorando e a principal causa relaciona-se aos ruídos, poluição atmosférica, invasão do espaço público e estresse. A redução no nível de congestionamento do tráfego urbano só será possível com meios de transportes mais limpos. O envolvimento dos cidadãos nas mudanças dos padrões de comportamento é necessário para a melhoria da mobilidade urbana de forma sustentável e para a implementação de novas medidas. Na Jornada Brasileira o Cidade Sem Meu Carro oportuniza a todos participarem de eventos para a sensibilização e conscientização dos vários aspectos da mobilidade sustentável. As Prefeituras Municipais organizam ações de forma a envolver o maior número de parceiros. Uma delimitação do perímetro urbano no horário estabelecido é imprescindível. O acesso 3

será permitido apenas para veículos de serviços essenciais, ônibus, bicicletas, táxis e pedestres. A informação, objetivos e metas sobre o evento devem ser feitos pelo município aos habitantes, encorajando-os a não utilizarem seus carros nesse dia. Observa-se que é um programa de nível nacional e que já conta com a participação de várias cidades brasileiras, levando os participantes a refletirem sobre a mobilidade urbana, poluição, mudança de comportamento e a oportunidade de se viver num ambiente mais limpo, agradável e menos poluído. Os objetivos estão sendo alcançados e em decorrência disso, a cada ano cresce o número de cidades participantes. A organização entende como sucesso o fato de participar no incentivo de novas políticas públicas relacionadas à mobilização sustentável. DIMENSÕES INDICADORES DESCRIÇÃO GERAL Acessibilidade Oportunidades Inclusão Social Participação Democrática Desenvolvimen to do Usuário Quanto à acessibilidade, o projeto entende que o papel do transporte coletivo é tornar a cidade, seus equipamentos, seus locais públicos disponíveis para todos os cidadãos. É prioridade a busca por soluções para ampliação dessa acessibilidade nos meios de transportes coletivos no Brasil. Consideram a proposta de regulamentação elaborada pelo Governo Federal um grande avanço nessa questão. Quanto às oportunidades, o projeto trabalha com assessoria, estratégias de programas, debates públicos, através de palestras, conferências e seminários. Quanto à inclusão social, entendemos que está presente quando priorizam os modos coletivos e não motorizados em relação ao automóvel; equidade no uso do espaço viário; promoção do reordenamento dos espaços e atividades urbanas. Apresentação das estatísticas do IPEA com relação à exclusão social na página dos indicadores e propostas para a inclusão. Quanto à participação democrática, é uma sociedade civil sem fins lucrativos, apartidária e pluralista que defende a preservação do meio ambiente e do patrimônio histórico, cultural e artístico relacionados à circulação urbana. Há oportunidade democrática de participação da população, promovendo uma cidade mais justa, mais bela, mais criativa, ecológica, favorecendo a vida comunitária. Quanto ao contexto social, é um projeto que visa uma cidade sustentável e envolve várias prefeituras no sentido de conscientizar a população com relação ao meio ambiente e à cidadania, envolvendo a sociedade local na participação dos programas. Assim, a mobilidade urbana é ao mesmo tempo causa e conseqüência do desenvolvimento econômico-social, da expansão urbana e da distribuição espacial das atividades. Quanto ao desenvolvimento do usuário, há promoção de capacitação, através de oficinas e cursos, intercâmbio com outras cidades e até países. Uma qualidade de vida melhor, com menos acidentes e mortes, menos feridos, maior possibilidade de carros populares com combustíveis menos poluentes Figura 2 Modelo de Avaliação proposto pela Casa Brasil, aqui adaptado Considerações Finais Os projetos e programas desenvolvidos pelo Instituto Rua Viva são de importância para a população planetária, pelo fato de relacionarem assuntos como o trânsito, tráfego e os meios de transporte utilizados pela sociedade, como preocupação política e social. A avaliação do projeto não só despertou e conscientizou para questões como poluição, mobilidade sustentável e novas opções de locomoção; como trouxe informação e conscientização para a promoção de novos projetos sociais na área estudada. Qualquer município pode se envolver com os projetos e campanhas do Instituto Rua Viva apenas com acesso à internet e também obter o conhecimento necessário sobre assuntos relacionados à questão do trânsito, mobilidade sustentável e formas opcionais de transporte como andar a pé e de bicicleta. Referências Bibliográficas Agenda 21 Disponível em http://www.mma.gov.br Acesso em 29/11/2009 http://www2.uol.com.br/ecokids/agenda21/globa l.htm Acesso em 28/11/2009 Brandão, M.F. R, Tróccoli, B.T. Um Modelo de Avaliação de Projeto de Inclusão Digital e Social: Casa Brasil. Anais do XVII Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, 8 a 10 de novembro da SBC, UCB/UNB, Brasília, 2006. Instituto da Mobilidade Sustentável.Disponível em http://www.ruaviva.org.br/mobilidade/index.html. Acesso em 29/11/2009 Instituto Rua Viva. Disponível em http://www.ruaviva.org.br/menu.html. Acesso em 29/11/2009. http://www.ruaviva.org.br/cidade; http://www.ruaviva.org.br/mobilidade; http://www.ruaviva.org.br/indicadores. Em 29/11/2009. 4

http://www.ruaviva.org.br/nacidadesemmeucarr o/site4.htm GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª Ed. São Paulo: Editora Atlas, 1999. COUTINHO, Renata B. Goulart; SOARES, Teresia Diana L.V.A. Macedo; SILVA, José Roberto Gomes da. Projetos Sociais de empresas no Brasil: arcabouço conceitual para pesquisas empíricas e análises gerenciais. Rev. Adm. Pública vol.40. Rio de Janeiro SEPT/OCT.2006. AFFONSO, Nazareno Stanislau. Revista dos Transportes Públicos ANTP ano 23, 2001, 2º semestre. Não Transporte, 10 anos depois Resultados do trabalho da Comissão de Circulação e Urbanismo da ANTP. 5