Bê-á-Bá da poupança Há um vasto leque de escolhas para quem quer poupar, mas a análise da PROTESTE INVESTE mostra-lhe que nem todas são boas opções. No Dia Mundial da Poupança, saiba quais as alternativas. Num ambiente de crescente incerteza, à qual não escapa o mundo das poupanças e dos investimentos, é importante ter uma visão do panorama geral dos produtos financeiros em Portugal. Conhece todas as opções que tem à sua disposição? Quais as grandes vantagens e inconvenientes de cada produto? No Dia Mundial da Poupança, que se celebra hoje, damos-lhe, nestas páginas, o seu cardápio. Conheça as características dos principais produtos de aforro e investimento que tem para rentabilizar a sua carteira. Indicamos -lhe os ins- A crise e as mudanças legislativas e fiscais têm um impacto importante nas decisões de investimento. trumentos que recomendamos actualmente. Como se tem visto, a crise e as mudanças legislativas e fiscais têm um impacto importante nas decisões de investimento. A alteração da remuneração dos Certificados de Aforro e suspensão dos Certificados do Tesouro são dois exemplos recentes. Contudo, as dificuldades de financiamento do país aumentaram o rendimento potencial das Obrigações do Tesouro e propiciaram o surgimento de emissões de obrigações das empresas para o grande público. MENOS ARRISCADO Depósitos a prazo A simplicidade das contas a prazo é o seu trunfo. Estes depósitos são o melhor destino a dar às poupanças para precaver imprevistos. Contudo, as diferenças nos juros são substanciais de banco para banco. Escolha bem! Fundos de Tesouraria em euros Podem ser reembolsados sem perda de rendimento, por norma mas a remuneração é baixa e não compensa a falta de garantia do capital investido.
Certificados de Aforro O novo prémio de permanência melhorou a atractividade dos Certificados. No entanto, a taxabase está num valor tão baixo que, mesmo com o prémio, o rendimento deste produto do Estado fica aquém dos melhores depósitos a prazo. É a taxa anual nominal líquida das séries B e C dos Certificados de Aforro para o mês de Outubro Certificados de Aforro Estes seguros, cujo capital é garanti do pelas seguradoras, permitem reforços com baixos montantes. Porém, os custos de subscrição, de gestão e de resgate antecipado são elevados. Os rendimentos têm sido decepcionantes. Obrigações do Tesouro Há um ano, as rentabilidades superiores a 10%. Agora, os rendimentos são mais modestos eram (veja em www.deco.proteste.pt/ investe/obrigacoes-tesouro), mas continuam uma boa opção de médio e de longo prazo se forem mantidas até à data de vencimento.
Fundos de obrigações O problema do endividamento afectou seriamente Portugal-, bem como outros países, em particular na zona curo. Ora, esse "nosso problema" tem beneficiado a procura de títulos de dívida (obrigações) emitidas por economias onde as finanças públicas mostram mais solidez. Qs fundos de obrigações dedicados a uma selecção criteriosa de divisas estrangeiras têm sido o nosso veículo de eleição para proteger o seu património contra as dificuldades da zona curo e ainda conseguir valorizações atractivas. Actualmente destacamos os fundos dedicados às obrigações em coroas suecas e zlótis polacos. Fundos imobiliários Permitem o acesso ao negócio imobiliário a partir de pequenas quantias. O risco está diversificado pelos imóveis detidos pelo fundo è seleccionados pela entidade gestora. O historial dos fundos imobiliários aponta para um nível reduzido de risco, mas a conjuntura actual é pouco propícia para apostar neste sector. Não invista. Se ainda detém unidades de participação deve resgatá-las. Foi o ganho líquido do fundo recomendado para as obrigações suecas nos últimos 12 meses Fundos mistos Com algumas centenas de euros pode aceder a todo o potencial dos mercados financeiros mundiais. O risco é limitado porque os fundos mistos investem em dezenas de acções e obrigações de um conjunto variado de países, sectores e moedas. A desvantagem é ter muito menos liberdade de actuação na escolha dos activos que teria se fizesse uma gestão directa de uma carteira de fundos.
Obrigações de empresas Várias emissões de obrigações de importantes empresas do nosso país foram efectuadas recentemente tendo como alvo o grande público. Valem a pena? A resposta tem de ser dada caso a caso. Contudo, é um erro crasso pensar que se trata de uma alternativa aos depósitos. O risco é muito mais elevado, há custos de transacção e a mobilização antecipada pode revelar-se um desastre. Foi a taxa anual líquida oferecida pela REN numa emissão de obrigações em Setembro. PJanos de Poupança- Reforma A progressiva diminuição dos benefícios fiscais esvaziou o interesse nos Planos de Poupança-Reforma. Sem o acréscimo de rendimento propiciado indirectamente pelos benefícios fiscais é preferível optar por fundos de investimento. Quem já é detentor de PPR não deve fazer reforços. Quanto aos montantes já investidos deve considerar a hipótese de transferi-los para um PPR mais bem gerido.
Produtos financeiros complexos Esta categoria abrange um vasto leque de investimentos. Têm em comum o rendimento e o risco serem de difícil percepção para o aforrador. A fórmula de cálculo do rendimento assume por vezes contornos kafkianos. As análises que publicamos sobre estes produtos na PROTESTE IN- VESTE mostram que, na maior parte das vezes, o rendimento esperado é muito inferior ao máximo anunciado. É o rendimento que muitos produtos complexos acabam por oferecer aos investidores. Seguros sem capital garantido Na maioria dos casos, os seguros sem capital garantido não são mais do que fundos de investimento disfarçados: o seu rendimento varia com a evolução das bolsas onde investem. As parcas vantagens fiscais que oferecem não compensam a sua fraca diversidade quando comparada com os fundos de investimento. Fundos Especiais de Investimento As regras básicas de prudência e de transparência dos fundos são relaxadas para os Fundos Especiais de Investimento. Dada a grande diversidade, a avaliação tem de ser feita caso a caso. Contudo, até ao momento, nenhum dos FEI existentes no mercado oferece vantagens que compensem os seus riscos. Não recomendamos. É a rendibilidade média anual dos fundos especiais dé investimento abertos sem capital garantido durante os últimos três anos.
Rindos d 3CÇÕ6S Estes produtos são a melhor forma de aceder aos mercados accionistas a partir de pequenas quantias. Pode escolher praticamente qualquer bolsa do mundo ou centrar-se numa região ou sectoreconómíco e beneficiar de todo o seu potencial de valorização. O investimento é diversificado por várias dezenas (ou centenas) de empresas, o que limita o risco. A selecção e a negociação dos títulos ficam a cargo da entidade gestora, mas respeitando a política definida no prospecto. Rentabilidade anual médta dos fundos de acções globais Acções 0 investimento directo na bolsa ainda assusta muitos portugueses. É uma opção que implica um. acompanhamento próximo dos mercados, sendo necessários alguns conhecimentos sobre finanças e disponibilidade de tempo. Mas esse trabalho pode ser recompensado com elevados ganhos. Para o ajudar nos meandros da bolsa, acompanhamos e avaliamos duas centenas de empresas. Distribuição das recomendações em 30 de setembro