A (DES)VALORIZAÇÃO DA LÍNGUA TERENA PELO NÃO INDÍGENA NA ESCOLA MUNICIPAL SULIVAN SILVESTRE DE OLIVEIRA TUMUNE KALIVONO CRIANÇA DO FUTURO.



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Transcrição:

A (DES)VALORIZAÇÃO DA LÍNGUA TERENA PELO NÃO INDÍGENA NA ESCOLA MUNICIPAL SULIVAN SILVESTRE DE OLIVEIRA TUMUNE KALIVONO CRIANÇA DO FUTURO. Marcia Aparecida da Cruz Silva 1 marciaapcruzsilva@gmail.com Elisângela Leal da Silva Amaral 2 elisilvamaral@hotmail.com Resumo O presente artigo tem como objetivo fazer a análise de entrevistas com alunos não indígenas da Escola Sulivan Silvestre de Oliveira-Tumune Kalivono criança do futuro, com relação ao estudo aprendizagem da Língua Terena que faz parte da grade curricular da escola. Essa instituição é a única escola do município de Campo Grande - Mato Grosso do Sul, que disponibiliza o ensino de Língua Terena para alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental. O motivo é investigar o interesse dos alunos não indígenas por essa disciplina visando perceber se há (des)valorização dessa língua pelo aluno não indígena. Para isso usaremos o aparato teórico oferecido pela Análise do Discurso. Palavras - Chave: Língua Terena; Valorização; Discurso. Introdução Tendo em vista que o Mato Grosso Sul é o segundo maior estado com concentração da comunidade indígena no país, a educação não poderia passar despercebida. Na capital Campo Grande esta situada a primeira aldeia indígena do Brasil com uma escola que atende não só os indígenas como também os não indígenas e por isso é considerada uma escola bilíngue. 1 Marcia Aparecida da Silva, Graduanda do Curso Letras Bacharelado na instituição Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul UEMS. 2 Elisângela Leal da Silva Amaral Possui Graduação em Letras (licenciatura) pela Unincor - Universidade Vale do Rio Verde (2005); habilitação Português/Inglês e suas respectivas literaturas; Mestrado em Letras: PPG Letras; área de concentração: Linguagem: Língua e Literatura pela UEMS - Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. Atua como docente no curso de Letras/Bacharelado UEMS - unidade de Campo Grande. Membro do NUPEQ - Núcleo de Pesquisa em Quadrinhos; membro do NEAD - Núcleo de Estudos em Análise de Discurso (UEMS); membro de corpo editorial e revisora da Web Revista Página de Debates.

No decorrer dos anos vários trabalho e pesquisas foram feitos nessa escola, mas sempre voltados para os alunos indígenas, a partir desse pensamento surgiu à ideia de fazer um levantamento com os alunos não indígenas que estudam na escola, para descobrir se os mesmo valorizam a Língua Terena do mesmo jeito que valorizam a sua materna a Língua Portuguesa. Podemos constatar que ainda se tem um caminho muito longo pela frente para que realmente ocorra o gosto por esse idioma, não só por parte dos alunos, mas também de seus familiares, comunidade e autoridades em geral. Objeto / Corpus O corpus deste artigo concentra-se em textos transcritos de entrevistas realizadas com alunos não indígenas da escola Sulivan Silvestre de Oliveira Tumune Kalivono (Criança do Futuro). O objetivo desta pesquisa é observar como se manifesta o discurso de alunos não indígenas em relação à valorização da Língua Terena, ensinada em sala de aula. A modalidade de análise realizada na Análise do Discurso passa não só pela sala de aula, mas também na vida e no meio social em que o sujeito aluno está inserido. Segundo Orlandi (2012, p.16), Dessa maneira os estudos discursivos visam pensar o sentido dimensionado no tempo e no espaço das práticas do homem, descentrando a noção de sujeito e relativizando a autonomia do objeto da linguística. Nesse sentido, os contextos, imediato e amplo, serão tão importantes quanto os próprios textos a serem analisados. Objetivo Os objetivos desta pesquisa são: a) Geral: é observar como se manifesta o discurso de alunos não indígenas em relação à valorização da Língua Terena ensinada dentro da sala de aula no Ensino Fundamental I.

b) Específicos: analisar o funcionamento do discurso do aluno não indígena em relação à prática do ensino da Língua Terena; avaliar possíveis conflitos entre a língua materna Língua Portuguesa e Língua Terena. Método de trabalho Segundo Amaral (2014, p.13) faz-se necessário esclarecer que a análise do discurso não começa com a interpretação dos enunciados, ao contrário, começa bem antes.. Antes de se construir o questionário a ser utilizado, foram realizados estudos sobre algumas questões que envolvem o povo Terena, na disciplina de Línguas Indígenas Brasileiras (LIB), no curso de Bacharelado, além de outras leituras e pesquisas. Foram realizadas entrevistas orais no dia 21/05/2015, na Escola Municipal Sulivan Silvestre de Oliveira Tumune Kalivono Criança do Futuro, que atende desde a série inicial (Pré escola) ao 5º ano do ensino fundamental. A entrevista era composta por um questionário ao qual os alunos deveriam responder às perguntas oralmente. A idade dos alunos era de 10 a 12 anos. Para o acontecimento da entrevista também houve uma autorização por escrito dos pais dos alunos, conforme procedimentos habituais nestes casos, por se tratar de menores de idade. Os alunos foram informados de que as perguntas seriam respondidas por eles de acordo com a opinião de cada um. Ficaram empolgados em participar e colaboraram com tranquilidade. Para Orlandi, Podemos mesmo dizer que a interpretação aparece em dois momentos da análise: a.em um primeiro momento, é preciso considerar que a interpretação faz parte do objeto da análise, isto é, o sujeito que fala interpreta e o analista deve procurar descrever esse gesto de interpretação do sujeito que constitui o sentido submetido à análise; b.em um segundo momento, é preciso compreender que não há descrição sem interpretação, então o próprio analista está envolvido na interpretação. (ORLANDI, 2012, p. 60) Nesse sentido, cabe ao analista, observar também as condições que envolvem o momento em que o discurso é produzido pelo sujeito.

De posse do discurso, os enunciados foram recortados e analisados em busca de sentidos no funcionamento da linguagem. O Corpus e a Análise Breve história sobre os indígenas no Brasil Embora a (re)descoberta do Brasil tenha sido registrada oficialmente no ano de 1500 por Pedro Álvares Cabral, os portugueses não fizeram um processo de colonização de imediato, isso só ocorreu em 1530. Nesses primeiros anos, os portugueses enviaram para a nova terra várias expedições com o objetivo de reconhecimento tanto territorial, cultural e para a exploração da planta nativa: o pau-brasil. Após algumas observações esses primeiros desbravadores portugueses voltaram à terra natal. Como não fizeram moradias para se fixarem não houve a colonização. Mas nessa primeira visita ocorreu o primeiro contato com os índios brasileiros que aqui habitavam. De início, os portugueses já começaram a utilizar a mão de obra barata para a extração do pau-brasil e, em troca, ofereciam aos índios objetos que os fascinavam como espelhos, chocalhos, apitos entre outros elementos. No ano de 1516 o rei Dom Manuel I enviou alguns homens para se fixarem nas novas terras, mas isso não aconteceu, pois os indígenas que aqui viviam os expulsaram e com isso essa pré-expedição vai embora rapidamente. Mas, no começo de 1530, houve certa preocupação com invasões de outras nações. Desse modo, o rei de Portugal Dom João III, envia sua primeira expedição para fazer a colonização do novo domínio. A finalidade era evitar que outros países tentassem uma invasão. O comandante da primeira expedição foi Martim Afonso de Sousa, que ficara responsável por explorar as riquezas da nova colônia e fazer a extração de metais, pedras preciosas etc. Após toda essa preocupação dos colonizadores de fixarem moradia em seu novo território, houve certa preocupação em relação à língua. Os indígenas que viviam naquela região eram os Tupinambás: tupinambás (que incluem os tupiniquins, caetés, potiguaras, tamoios etc.), com os quais os portugueses mantinham contacto. Rodrigues (2005, p.35) cuja língua, Tupi, pertencia ao tronco linguístico de mesmo nome; a mesma que hoje também é chamada de tupi antigo e que no século XVII foi denominada língua brasílica (idem).

A língua brasílica (tupi) era falada em uma grande extensão de terra que abrangia todo o litoral brasileiro. Mas no século XVI os portugueses, que eram uma minoria diante dos indígenas, mostraram o interesse de aprender a língua nativa, com isso houve a grande expansão da língua, pois muitos colonos que vinham da Europa não tinham esposa e filhos, e quando chegavam aqui se casavam com as mulheres indígenas e tinham seus filhos que quando cresciam falavam a língua materna que era a Língua Brasílica. (DICA DE LEITURA POVOS INDIGENAS NO BRASIL). Além disso, as missões jesuítas incorporaram essa língua como instrumento de catequização indígena. O padre José Antonio de Anchieta publicou uma gramática, em 1595, intitulada Arte de Gramática da Língua mais usada na Costa do Brasil. Em 1618, publicou-se o primeiro Catecismo na Língua Brasílica. Um manuscrito de 1621 contém o dicionário dos jesuítas, Vocabulário na Língua Brasílica. Segundo Amaral, em nota de aula. [...] o pastor calvinista francês, Jean de Léry, publicou o 1º texto que reproduzia conversas dos indígenas tupinambá com os europeus, primeira amostra da língua em uso, nessa época, praticamente todos os europeus que vinham viver no Brasil, bem ou mal, aprendiam a falar o Tupinambá. No entanto, entre os portugueses, apenas os missionários passaram a escrever em Tupinambá. A partir da segunda metade do século XVII. Essa língua, já bastante modificada pelo uso corrente de índios missionados e não índios passaram a ser conhecida pelo nome Língua Geral. Mas é preciso distinguir duas Línguas Gerais no Brasil colônia: a paulista e a amazônica. A primeira foi que deixou fortes marcas no vocabulário popular brasileiro ainda hoje usado (nomes de objeto, lugares, animais, alimentos etc.) e que leva muita gente a imaginar que a língua dos índios é (apenas) o Tupi. (MATERIAL DA AULA) História dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul No Brasil, segundo o censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2010, os povos indígenas somam 817.963 mil, isso significa uma grande redução, pois quando o Brasil foi colonizado estima-se que havia cerca de cinco milhões de indígenas. O Estado de Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população de indígenas do país com 73.295 indígenas autodeclarados, ou seja, isso corresponde a 3%

da população sul-mato-grossense. O Estado do Mato Grosso do Sul conta com várias etnias diferentes entre elas estão o Guarani, Terena, Kadiwéu, Guató, Kinikinau e Ofaié. Se no passado a história era contada por não índios, nos dias atuais isso está mudando, por conta da entrada de centenas de indígenas nas universidades e com a apropriação da tecnologia pelos mesmos, com isso eles podem se expressar e mostrar suas representações por meio dela, ou seja, estão criando um grande vínculo cultural e social e fazendo com que os nãos indígenas tenham a compreensão de sua historia pelo seu ponto de vista. No ano de 1910, foi criado o Serviço Nacional de Proteção ao Índio (doravante SPI). O então governo de Nilo Peçanha convida o Marechal Candido Rondon a assumir o posto. Mas o que Rondon teria a ver com os índios de Mato Grosso do Sul? Para responder, torna-se necessário fazer uma rápida viagem ao passado. Marechal Candido Rondon nasceu em Mimoso, atual Santo Antônio de Leverger, Mato Grosso, no dia 05 de maio de 1865. Filho de Candido e Claudina, que era neta dos índios Bororos. Depois de muitos acontecimentos em sua vida Rondon é convidado e nomeado ajudante do Major Gomes Carneiro que tinha a grande missão de fazer a construção das linhas telegráficas, cujo objetivo era estender a comunicação entre o Rio e Cuiabá. No ano de 1899, Rondon chefia uma comissão para estender as linhas telegráficas de Cuiabá a Corumbá, no meio do trajeto ele conta com a ajuda dos Bororos, com os quais tem uma grande ligação por parte de sua mãe. O SPI era um órgão subordinado ao Ministério da Agricultura e a intenção era colocar os índios sobre tutela para assegurar a assistência e proteção dos mesmos, enquanto a integração não se efetivasse. As primeiras áreas demarcadas pelo então presidente do SPI, Marechal Rondon foi para o povo Terena, no MS: Cachoeirinha e Taunay-Ipegue e não parou por aí, o SPI também demarcou mais oito reservas destinadas aos Kaiowá e Guarani.

Aldeia Urbana Marçal de Souza Tupã- (Deus pequeno, em guarani). Y A aldeia Marçal de Souza é a primeira aldeia urbana do país. Ela foi criada após muita luta da comunidade indígena Terena. O terreno foi doado pelo governo para a construção de um hospital indígena, mas isso não ocorreu, pois alguns posseiros que viviam na região também reivindicavam a terra como deles. Mas no dia 09 de Junho de 1995, a comunidade indígena invadiu o loteamento com cerca de 20 famílias que, com o passar do tempo, foi aumentando. As condições de sobrevivência eram desumanas com falta de água, luz e saneamento básico. Mas, após muita persistência e luta, as famílias conseguiram que a prefeitura construísse casas e regularizasse a situação. Atualmente estima-se que 170 famílias moram no local em casas de alvenaria e que parte de sua estrutura quando vista pelo lado de fora faz lembrar o desenho de oca. Na aldeia ocorre o resgate das tradições da comunidade indígena que, por mais que esteja inserido no meio urbano, não se esqueceu de suas origens e tradições. O nome da aldeia é uma homenagem ao índio guarani Marçal de Souza, que, em guarani se traduz Tupã-Y (Deus pequeno), foi um líder que lutou em defesa dos direito de seu povo até o fim de sua vida.

Marçal de Souza nasceu em 1920, nas vésperas do natal, em Rincão de Júlio na região de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. Foi enfermeiro de um posto na FUNAI 3. No ano de 1980 ele discursou para o papa e informou que o povo indígena estava sofrendo agressões por parte dos brancos. Marçal de Souza foi assassinado no dia 05 de novembro de 1983, aos 63 anos, juntamente com sua esposa que tinha 27 anos, e também era indígena. Figura 1 Casas da Aldeia de Indígena Figura 2 Memorial Da Cultura Educação para a Comunida 3 A Fundação Nacional do Índio FUNAI é o órgão indigenista oficial do Estado brasileiro. Criada por meio da Lei nº 5.371, de 5 de dezembro de 1967, vinculada ao Ministério da Justiça, é a coordenadora e principal executora da política indigenista do Governo Federal. Sua missão institucional é proteger e promover os direitos dos povos indígenas no Brasil.

A Escola Municipal Sulivan Silvestre de Oliveira Tumune Kalivono criança do futuro - foi fundada em 12 de fevereiro de 1999 para atender às crianças das famílias indígenas da etnia Terena. Mas nos dias atuais ela atende à comunidade não indígena também, pois, apesar de se encontrar no interior de uma aldeia urbana, a mesma não é uma escola indígena e sim uma escola que atende a todos. Com isso ela é considerada uma escola bilíngue, pois ensina a Língua Portuguesa e também a Língua materna indígena, que é o idioma Terena. O nome da escola é uma homenagem ao Senhor Sulivan Silvestre de Oliveira que nasceu em 15 de janeiro de 1963 em Paranavaí, no estado do Paraná. Possuía curso de direito e defendia o meio ambiente com teses jurídicas sobre o crime contra a fauna. Sulivan faleceu em um acidente de avião na mesma época em que era o presidente da FUNAI. A comunidade, sensibilizada por seu trabalho para com a comunidade indígena e sua posição em relação à vida pública, decide homenageá-lo acrescentando seu nome na escola, que passa a chamar-se escola Municipal Sulivan Silvestre de Oliveira Tumune Kalivono criança do futuro. Figura 1 Escola Municipal Sulivan Silvestre de Oliveira Tumune Kalivono criança do futuro Abordagem restrita sobre Análise de Discurso

A Análise do Discurso nasceu na França nos anos 60 com Michel Pêcheux 4, a mesma constitui se no espaço das questões criadas pela relação entre três domínios disciplinares. Esses domínios são a Linguística, o Marxismo e a Psicanálise. De acordo com Orlandi 5 (2012, p.15), A.D é a cientificidade em que enfim o político, a ideologia, os sentidos, os sujeitos se reuniam à língua e podiam fazer parte do dia a dia da reflexão sobre a linguagem. Seu objeto de estudo é o discurso. Para Orlandi, o discurso está relacionado a movimento. A análise do discurso, como seu próprio nome indica, não trata da língua, não trata da gramática, embora todas essas coisas lhe interessem. Ela trata do discurso. E a palavra discurso, etimologicamente, tem em si a ideia de curso, de percurso, de correr por, de movimento. (ORLANDI, 2012, p. 15) É nesse sentido que, o indivíduo, interpelado em sujeito pela ideologia, fala de um lugar determinado pela mesma ideologia que o atravessa. Sua identidade é efêmera, dura o tempo do discurso. Segundo Amaral: [...]a análise de discurso pêcheutiana vem requerer um sujeito representativo, atravessado por uma ideologia materializada pela linguagem. Constituído em meio a condições de produção, em um jogo de imagem no qual não há lugar para o individual, mas, por meio do inconsciente lacaniano, tem seu discurso produzido em circunstâncias dadas pela historicidade, e nunca por escolha individual. O discurso é objeto de estudo da AD, porque a língua não se restringe apenas a transmitir informações, não quer apenas anunciar algo, mas leva em consideração o contexto social, histórico e ideológico em que um determinado enunciado foi produzido. Discurso seria o efeito de sentidos entre locutores. Considerando o Contexto Sócio- Histórico-Ideológico (condições sociais, a História Oficial e também a História particular de 4 Michel Pêcheux (1938-1983): É o fundador da Análise de Discurso que teoriza como a linguagem está materializada na ideologia e como esta se manifesta na linguagem. Ele concebe o discurso, enquanto efeito de sentidos, como um lugar particular em que esta relação ocorre. Disponível em: http://www.labeurb.unicamp.br/portal/pages/home/lerartigo.lab?id=48&cedu=1 5 Eni Orlandi possui graduação em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araraquara (1964), mestrado em Linguística pela Universidade de São Paulo (1970), doutorado em Linguística pela Universidade de São Paulo e pela Universidade de Paris/Vincennes (1976).

cada pessoa, por fim, a ideologia que permeia as relações humanas) no qual o discurso e o Sujeito estão inseridos, a saber; o discurso seria o resultado, a conseqüência do efeito de sentido sobre os locutores. (Orlandi 2001:21). Formulado entre interdiscursos, estabilizado pela paráfrase e se renovando pela polissemia, o discurso segue: a palavra discurso, etimologicamente, tem em si a ideia de curso, de percurso, de correr por, de movimento. (idem, 2012, p. 15). Encarregada de fazer deslizar o sentido entre as palavras. Conforme diz Amaral, (2014, p. 85) o processo metafórico busca resgatar, no interior de cada formação discursiva, sentidos marcados por discursos que se materializaram na história Orlandi: O discurso não nasce de um processo aleatório, mas de dadas condições de produção. Segundo Os dizeres não são, como dissemos, apenas mensagens a serem decodificadas. São efeitos de sentidos que são produzidas em condições determinadas e que estão de alguma forma presentes no modo como se diz, deixando vestígios que o analista de discurso tem de apreender. (ORLANDI, 2012, p. 30) Nesse processo ocorre a chamada antecipação, em que o sujeito analisa o seu outro, que, por sua vez, o analisa também: Quem sou eu para lhe falar assim?/ Quem é ele para que eu lhe fale assim?/ Quem sou eu para que ele me fale assim?/ Quem é ele para que me fale assim? Há várias maneiras de se estudar a língua, no entanto, é importante ressaltar que, para a Análise de Discurso interessa olhar a língua em movimento, como ela significa inscrita no real da história. Análise dos Dados A AD constitui-se uma cientificidade em que o analista, firmado no referencial teórico, constrói seu próprio dispositivo de análise. Como Amaral (2014, p. 88) explica: A análise de dados constitui uma atividade que exige do analista constante retorno aos dispositivos teóricos da AD. Sobretudo pela metáfora, que trabalha o deslizamento de sentidos, é possível observar palavras inscritas no real, significando em novos discursos, a fim de se buscar os efeitos de sentidos que saltam nos enunciados.

O discurso retirado das entrevistas transcritas foi analisado e dele selecionados alguns enunciados que vão ao encontro dos objetivos propostos neste trabalho. A entrevista contou com a participação de três alunos não indígenas, por questões de ética, os mesmos não serão identificados. No momento de responderem as perguntas, os alunos ficaram bastante à vontade, o que contribuiu para o bom andamento da entrevista. Recortes dos enunciados (01) gosto, porque a gente aprende uma coisa a mais. (02) divido. (03) sim, divido. (04) eu conto quando aprendo uma coisa nova. (05) olha, eu vou tentar continuar. (06) não. mas minha mãe gosta. (07) sim, porque a história dos índios é muito importante para essa comunidade. No enunciado (01), o sujeito da ação verbal gosto é omitido, ou seja, o sujeito é apresentado amparado ou protegido pelo recurso da elipse. O verbo gostar pode ser vislumbrado como uma tomada de posicionamento denotando certa afetividade/apreciação, uma relação que revelaria uma aceitação por parte do sujeito falante não indígena. Em oposição, ao se tratar do verbo aprender, é explicitado o sujeito a gente, funcionando como forma de identificar um sujeito inserido em um dado grupo, um grupo que aprende em conjunto. Sendo o verbo aprender, um verbo transitivo direto, o objeto direto apresentado como seu complemento transporta a Língua Indígena Terena para uma generalização, na qual nem é citado o nome da língua denominada por coisa, que tem um artigo e dois vocábulos funcionando como um caracterizador: a mais, o que no conjunto aparece apenas como uma coisa a mais que poderia ser compreendido, ou parafraseado, como uma coisa qualquer. Ao se tratar de dividir o que é aprendido sobre a Língua Terena, novamente é usado nos enunciados (02) e (03) o recurso da elipse do sujeito denotando ser preciso esconder, omitir o sujeito, protegê-lo da exposição perante o contato com a referida língua.

Já no enunciado (04), diante de aprender uma coisa nova, o sujeito do verbo conto é definido, identificado, posicionado em 1ª pessoa explícita. Entretanto cabe destacar que o objeto do aprendizado mencionado continua sendo algo generalizado coisa, seguido de um caracterizador que o distingue. Sobre o fato de dar continuidade ao aprendizado da Língua Terena, no enunciado (05), fica evidenciado um discurso no qual se constata a presença de obstáculos no ensino/aprendizagem dessa língua indígena. Salta o uso do verbo tentar produzindo o efeito de sentido de que tal continuidade irá requerer um esforço em uma ação que poderá ser alcançada ou não, visto que tentar já pressupõe avançar sobre obstáculos que poderão ou não ser superados. No enunciado (06), tratando de pessoas que falem a Língua Terena, o sujeito simplesmente nega o fato. Encerrando a negação com ponto final, no entanto, após o ponto, faz o uso da conjunção adverbial mas, que em análises linguísticas funciona como uma fronteira entre o menos e mais relevante. No caso em questão, a negativa passa ser menos importante que a ação afetiva expressa em gostar. Ação remetida à pessoa da mãe, demarcada pelo uso do sujeito explícito antecedido de pronome possessivo de 1ª pessoa minha mãe. No enunciado (07), o sujeito fala que a história dos indígenas é muito importante para essa comunidade, mas em nenhum momento especifica o nome da comunidade, uma negativa da identidade daquele povo, ou seja, há uma omissão da importância do conhecimento da história da comunidade com a qual divide o espaço, o estudo, o ensino, o tempo, sem, no entanto, fazer parte, sem se inserir. Considerações Finais Após a análise dos dados nota-se que os alunos não indígenas não valorizam a Língua Terena como algo realmente importante a ser aprendido. Por meio desses enunciados salta o sentido de que, por parte dos alunos não indígenas, não se tem uma valorização do idioma Terena para ser utilizado em sua vida fora do ambiente escolar. Além disso, há presenças em um mesmo espaço, entretanto, as fronteiras socioculturais permanecem intocáveis, mesmo se tratando de pessoas que vivem em um mesmo espaço, a questão

linguística é apenas parte desse processo, levando-se em conta a afirmação de Mattoso Camara (1979, p. 16) ao dizer que a língua é parte da cultura. Outro resultado relevante relaciona-se ao fato de que em nenhum dos enunciados do discurso do sujeito aluno não indígena da Escola Municipal Sulivan Silvestre de Oliveira Tumune Kalivono Criança do Futuro aparece termos específicos da Língua Terena. O que denota haver uma fronteira estabelecida entre as duas línguas. Nesse sentido, se em algum momento houve conflito entre as duas línguas, no presente, a Língua Portuguesa tem prevalecido sobre a Língua Terena, em território Terena. Referências Bibliográficas AMARAL, Elisângela Leal da Silva O discurso do professor de língua portuguesa frente a ideologias conflituosas de gramáticos e linguistas. Campo Grande, MS: UEMS, 2014. CÂMARA JR, J. Mattoso. Introdução às línguas Indígenas brasileiras. Rio de Janeiro: Ed. Ao livro técnico, 1979. ORLANDI, Eni. Puccinelli. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Ed.Pontes, 2012. RODRIGUES, Aryon Dall Igna. 2005. Sobre as línguas indígenas e sua pesquisa no Brasil. Ciência e Cultura, v. 57, n. 2, pp. 35-38, 2005. POVOS INDIGENAS NO BRASIL. Dica de Leitura. Disponível em: <http://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasilatual/linguas/linguas-gerais>. Acesso em: 22 de jun. 2015. HISTORIA DO BRASIL. NET. Dica de Leitura. Disponível em: <HTTP://www.historiadobrasil.net/resumos/colonização_brasil.htm>. Acesso em 22 de jun.2015. HISTÓRIA DA ESCOLA. Fonte: https://sites.google.com/site/historiadanossaescola/bandeira/escola-municipal-sulivansilvestre-oliveira---tumune-kalivono. Acesso em: 21 de abr. 2015. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Contagem Populacional. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 02 de jul. 2015.