DECISÃO: LÉCIO RESENDE Agravo de Instrumento nº 2011.00.2.021819-4 Processo nº 2011.01.1.205362-8 LÉCIO RESENDE



Documentos relacionados
A requerente sustenta, mais, em síntese:

Faço uma síntese da legislação previdenciária e das ações que dela decorreram. 1. A LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA

Nº 2324/ ASJTC/SAJ/PGR

Supremo Tribunal Federal

Modelo esquemático de ação direta de inconstitucionalidade genérica EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

DC

Nº / ASJTC/SAJ/PGR

Nº 92840/ ASJTC/SAJ/PGR

Supremo Tribunal Federal

MED. CAUT. EM AÇÃO CAUTELAR SÃO PAULO RELATOR

Supremo Tribunal Federal

ACÓRDÃO. Rio de Janeiro, 15 / 04 / Des. Cristina Tereza Gaulia. Relator

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL

Superior Tribunal de Justiça

DECISÃO. Relatório. Tem-se do voto condutor do julgado recorrido:

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº AGRAVANTE: JAQUELINE MACIEL LOURENÇO DA SILVA

Supremo Tribunal Federal

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente sem voto), VIVIANI NICOLAU E CARLOS ALBERTO DE SALLES.

Supremo Tribunal Federal

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA ANÁLISE DO FEITO APÓS A ÚLTIMA MANIFESTAÇÃO DO JUÍZO NOS AUTOS NO MOV. 18

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Supremo Tribunal Federal

Desembargador SEBASTIÃO COELHO Acórdão Nº E M E N T A

Supremo Tribunal Federal

ESTADO DO PIAUÍ PODER JUDICIÁRIO COMARCA DE PAULISTANA

Processo PGT/CCR/ICP/Nº 7698/2014

Supremo Tribunal Federal

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

SENTENÇA Procedimento Ordinário - Anulação de Débito Fiscal L Fazenda Publica do Estado de São Paulo

Supremo Tribunal Federal

: MINISTRO PRESIDENTE PÚBLICA E RELAÇÕES DE CONSUMO DA COMARCA DE LUÍS EDUARDO MAGALHÃES BAHIA

Competência dos Entes Federativos na Legislação Ambiental

ARTIGO: Efeitos (subjetivos e objetivos) do controle de

AÇÃO CIVIL PÚBLICA Valor de Mercado

Tribunal de Contas da União

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2ª TURMA RECURSAL JUÍZO C

Superior Tribunal de Justiça

: MIN. MARCO AURÉLIO EDUCAÇÃO - FNDE DECISÃO

Supremo Tribunal Federal

DECISÃO. Relatório. 2. A decisão impugnada tem o teor seguinte:

PROCURADORIA-GERAL DO TRABALHO CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal

Identificação e recuperação de créditos

CONCLUSÃO Em 04/05/2015, faço conclusão destes autos a MM. Juíza de Direito, Dra. Fernanda Gomes Camacho. Eu,, Escrevente, subscrevi.

P O D E R J U D I C I Á R I O

APRECIAÇÃO DOS RECURSOS DAS QUESTÕES DO EXIN (NATAL - ROBERTO FREIRE E FLORIANO PEIXOTO)

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PEREIRA CALÇAS (Presidente), ENIO ZULIANI E MAIA DA CUNHA.

: MIN. ROBERTO BARROSO TRABALHO DA 11ª REGIÃO - AMAZONAS E RORAIMA - SITRAAM

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

RAZÕES DA PROPOSTA DE VOTO

ESCOLA DE FORMAÇÃO 2007 ESTUDO DIRIGIDO. Liberdade de profissão

Conselho Nacional de Justiça

2ª VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA - DF TERMO DE AUDIÊNCIA. Processo nº

ADVOGADOS DO BRASIL SEÇÃO MINAS GERAIS, contra o TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS em possível descumprimento de norma federal.

Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 2ª TURMA RECURSAL JUÍZO C

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MARCOS RAMOS (Presidente), ANDRADE NETO E ORLANDO PISTORESI.

Supremo Tribunal Federal

QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente) e EGIDIO GIACOIA.

Supremo Tribunal Federal

Desembargador JOSÉ DIVINO DE OLIVEIRA Acórdão Nº E M E N T A

Supremo Tribunal Federal

08/11/2012 PLENÁRIO : MIN. GILMAR MENDES

Supremo Tribunal Federal

Superior Tribunal de Justiça

Supremo Tribunal Federal

JT REOAC PB Página 1 de 5

Supremo Tribunal Federal

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº / CLASSE CNJ COMARCA DE RONDONÓPOLIS

Parecer pela denegação do mandado de segurança.

27/02/2014 PLENÁRIO : MINISTRO PRESIDENTE

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA

VIGÉSIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba Gabinete do Desembargador José Ricardo Porto

Conselho Nacional de Justiça

A NOMEAÇÃO DE PARENTE PARA CARGO DE SECRETÁRIO CONFIGURA NEPOTISMO PROIBIDO PELA SÚMULA VINCULANTE Nº 13, DO E. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL?

ESTADO DE SANTA CATARINA PODER JUDICIÁRIO Comarca da Capital 2ª Vara Cível

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA NONA CÂMARA CÍVEL

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

FICHA DOUTRINÁRIA. Diploma: CIVA Artigo: 18º

Supremo Tribunal Federal

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA VIGÉSIMA SÉTIMA CAMARA CIVEL/ CONSUMIDOR JDS RELATOR: DES. JOÃO BATISTA DAMASCENO

GJBB Nº /CÍVEL

PROCESSO Nº TST-ES

O Dever de Consulta Prévia do Estado Brasileiro aos Povos Indígenas.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Relator: JARBAS GOMES Órgão Julgador: 11ª CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO

CRIAÇãO DE GABINETE SOCIAL DE APOIO JURíDICO A UTENTES CARENCIADOS

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL

Código: Processo Nº: 0 / Partes. Andamentos

Ref: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE DA CATEGORIA DOS PROFISSIONAIS DE VIGILÂNCIA LEI /2012

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PODER JUDICIÁRIO. NONA CÂMARA CÍVEL Agravo de Instrumento nº Desembargador GILBERTO DUTRA MOREIRA

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

TURMA RECURSAL SUPLEMENTAR JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

Supremo Tribunal Federal

Transcrição:

DECISÃO: 1. Trata-se de ação cautelar, com pedido de medida liminar, ajuizada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, com a finalidade de ver suspensa decisão proferida pelo Desembargador LÉCIO RESENDE, nos autos do Agravo de Instrumento nº 2011.00.2.021819-4, em trâmite no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Na origem, o ora requerente ajuizou ação civil declaratória de ilegalidade de greve, cumulada com ação de preceito cominatório de obrigação de não fazer (Processo nº 2011.01.1.205362-8), em desfavor do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol/DF). Relatou que a categoria havia decidido, em assembleia, manter 30% dos policiais em serviço. Fez histórico das paralisações das diversas categorias de policiais civis, para requerer a declaração de ilegalidade do movimento paredista, com pedido de cominação de multa por eventual descumprimento da decisão. O juízo de primeiro grau antecipou a tutela, para que o Sinpol/DF (...) suspenda a greve e comunique os integrantes das carreiras da Polícia Civil do Distrito Federal para que retornem imediatamente ao trabalho, independentemente de nova assembleia, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 100.000,00 (cem mil reais) ao Sindicato, determinando ainda a retirada e todos os policiais que se encontram à frente à DPE, permitindo a entrada de todas as pessoas que procurem o departamento, ficando esclarecido que nova deliberação assemblear no sentido de nova paralisação, em razão das mesmas reivindicações, não invalida a presente decisão. Contra a decisão foi interposto agravo de instrumento, distribuído ao Desembargador LÉCIO RESENDE, que deferiu parcialmente a liminar requerida, assegurando o exercício de greve pelos policiais. Em consulta ao sítio eletrônico do TJDFT na internet (www.tjdft.jus.br), verifico que Sua Excelência julgou possível a realização do movimento grevista, não no percentual de 30% deliberado pela categoria, mas em outros parâmetros. Consta da decisão: Ante o exposto, defiro, em parte, a liminar, para determinar

a ampliação do contingente de filiados ao Sindicato recorrente para o percentual de 70% (setenta por cento), reduzindo, outrossim, a multa diária fixada na quantia acima especificada. Na ação de que ora se cuida, alega o Ministério Público que a decisão a ser suspensa provocaria (...) vultosos danos à segurança pública, à população e à Justiça do Distrito Federal. Refere-se a diversas matérias jornalísticas relacionadas à ação originária, segundo as quais vários delitos não puderam ser registrados nas delegacias locais, como o episódio em que estudante da UnB, atingido por arma de choque elétrico nas dependências do Senado Federal, não pôde lavrar boletim de ocorrência, nem tampouco ser submetido a exame de corpo de delito. Relata, ainda, decisões proferidas pelos juízos da 3ª Vara de Entorpecentes do DF e 2ª Vara de Entorpecentes e Contravenções Penais do DF, no sentido de decretar a soltura de réus que deveriam estar presos, em razão da greve dos policiais civis. Por fim, cita matéria jornalística publicada pelo Correio Braziliense, segundo a qual a categoria teria decidido manutenção da greve por tempo indeterminado. Requer a suspensão da decisão proferida os autos do Agravo de Instrumento nº 2011.00.2.021819-4 e a restauração da multa fixada pelo juízo de primeiro grau, no montante de cem mil reais por dia de paralisação. 2. É caso de suspensão. De acordo com o regime legal de contracautela (Leis nº 8.437/92, nº 9.494/97 e nº 12.016/09, e art. 297 do RISTF), compete a esta Presidência suspender execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas. A cognição do pedido exige, contudo, demonstração da natureza constitucional da controvérsia (cf. Rcl nº 497-AgR, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, Plenário, DJ de 06.4.2001; SS nº 2.187-AgR, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, DJ de 21.10.2003 e; SS nº 2.465, Rel. Min. NELSON JOBIM, DJ de 20.10.2004).

Está preenchido o requisito, pois em jogo, aqui, suposta violação ao art. 37, VII, da Constituição da República, que diz com o direito de greve dos servidores públicos. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem se reveste de índole constitucional. A Corte tem entendido, com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela, não ser vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, caracterizado pela probabilidade de a decisão contra a qual se pede a suspensão ser contrária às normas existentes na ordem jurídica. Nesse sentido: SS nº 846- AgR, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 29.5.96; e SS nº 1.272- AgR, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, DJ de 18.5.2001). Na espécie, em juízo de razoabilidade do direito invocado pelo requerente fumus boni iuris, verifico que a liminar concedida pelo Desembargador LÉCIO RESENDE não está conforme com o entendimento desta Suprema Corte, no sentido de que o direito de greve dos servidores públicos não é absoluto. De todo aplicável, no caso, a ratio da decisão que proferi nos autos da Suspensão de Segurança nº 4241 (DJe de 1.7.2010), e que se valeu dos fundamentos adotados pelo Plenário desta Corte no julgamento da Rcl nº 6568 (Rel. Min. EROS GRAU, DJe 25.9.2009). Na oportunidade, diversamente do caso que ora se analisa, rejeitei o pedido de suspensão, porquanto envolvia categoria de servidores públicos à qual (...) não incumbem valores de amplitude bastante a por em risco a concepção, a coesão, a unidade da nação. Consta da decisão: E, no caso da Rcl nº 6.568, apontou-se no sentido da impossibilidade do exercício do direito por policiais civis. As razões para tal restrição têm fundamento nos valores que incumbem a cada categoria de servidores públicos. Se de natureza incontornável à subsistência do Estado, não vejo como se retirar da Constituição da República a possibilidade do direito de greve. Consta do meu voto:

Mas, neste caso, ela [a Constituição] se remete explicitamente à legislação infraconstitucional, atribuindolhe o poder de definir não apenas aspectos secundários desse exercício, mas até as categorias que podem exercê-lo. Ainda que a lei não o faça, a interpretação unitária da Constituição me leva, junto com o eminente Relator no seu belo voto, a concluir que os policiais não têm direito de greve, assim como não o têm outras categorias, sobre as quais não quero manifestar-me na oportunidade, porque seria impertinente. E não o têm, porque lhes incumbem, nos termos do artigo 144, caput, dois valores incontornáveis da subsistência de um Estado: segurança pública e a incolumidade das pessoas e dos bens. Ora, é inconcebível que a Constituição tutele estas condições essenciais de sobrevivência, de coexistência, de estabilidade de uma sociedade, de uma nação, permitindo que os responsáveis pelos resguardo desses valores possam, por exemplo, entrar em greve, reduzindo seu efetivo a vinte por cento. Extraio da ementa da Rcl nº 6568 trecho que sintetiza a questão: (..) 2. Servidores públicos que exercem atividades relacionadas à manutenção da ordem pública e à segurança pública, à administração da Justiça --- aí os integrados nas chamadas carreiras de Estado, que exercem atividades indelegáveis, inclusive as de exação tributária --- e à saúde pública. A conservação do bem comum exige que certas categorias de servidores públicos sejam privadas do exercício do direito de greve. Defesa dessa conservação e efetiva proteção de outros direitos igualmente salvaguardados pela Constituição do Brasil. 3. Doutrina do duplo efeito, segundo Tomás de Aquino, na Suma Teológica (II Seção da II Parte, Questão 64, Artigo 7). Não há dúvida quanto a serem, os servidores públicos, titulares do direito de greve. Porém, tal e

qual é lícito matar a outrem em vista do bem comum, não será ilícita a recusa do direito de greve a tais e quais servidores públicos em benefício do bem comum. Não há mesmo dúvida quanto a serem eles titulares do direito de greve. A Constituição é, contudo, uma totalidade. Não um conjunto de enunciados que se possa ler palavra por palavra, em experiência de leitura bem comportada ou esteticamente ordenada. Dela são extraídos, pelo intérprete, sentidos normativos, outras coisas que não somente textos. A força normativa da Constituição é desprendida da totalidade, totalidade normativa, que a Constituição é. Os servidores públicos são, seguramente, titulares do direito de greve. Essa é a regra. Ocorre, contudo, que entre os serviços públicos há alguns que a coesão social impõe sejam prestados plenamente, em sua totalidade. Atividades das quais dependam a manutenção da ordem pública e a segurança pública, a administração da Justiça --- onde as carreiras de Estado, cujos membros exercem atividades indelegáveis, inclusive as de exação tributária --- e a saúde pública não estão inseridos no elenco dos servidores alcançados por esse direito. Serviços públicos desenvolvidos por grupos armados: as atividades desenvolvidas pela polícia civil são análogas, para esse efeito, às dos militares, em relação aos quais a Constituição expressamente proíbe a greve [art. 142, 3º, IV] (grifo nosso). Encontro óbice, entretanto, para acolhimento do pedido de restauração da multa diária aplicada pelo juízo de primeiro grau, reduzida pelo relator do agravo no TJDFT. É que não compete a esta presidência conhecer das razões fático-processuais levadas a juízo no incidente de suspensão. O pedido, ademais, guarda nítido cunho de recurso, quando a orientação desta Corte está em que a via da suspensão não é sucedâneo recursal (cf. SL nº 14, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, DJ de 3.10.2003; e SL nº 80, Rel. Min. NELSON JOBIM, DJ de 19.10.2005). 3. Ante o exposto, defiro, em parte, o pedido, para suspender a decisão proferida nos autos do Agravo de Instrumento nº

2011.00.2.021819-4, no capítulo em que permite a realização de greve pelos policiais civis do Distrito Federal, restabelecendo-se, quanto a esta parte, a tutela antecipada pelo juízo da 8ª Vara Cível de Brasília/DF nos autos do Processo nº 2011.01.1.205362-8. Por fim, determino à Secretaria reautuação do feito como Suspensão de Liminar. Publique-se. Int.. Brasília, 16 de novembro de 2011. Ministro CEZAR PELUSO Presidente Documento assinado digitalmente