ALFABETIZAÇÃO SOLIDÁRIA a vivência dos universitários em Arapiraca(AL)



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Transcrição:

CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ CURSO DE PEDAGOGIA ALFABETIZAÇÃO SOLIDÁRIA a vivência dos universitários em Arapiraca(AL) EMANUEL ASSED RIBEIRO SOARES

Emanuel Assed Ribeiro Soares ALFABETIZAÇÃO SOLIDÁRIA a vivência dos universitários em Arapiraca(AL) MONOGRAFIA APRESENTADA AO CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ COMO PRÉ REQUISITO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA. RIBEIRÃO PRETO, 2004 2

Autor: Emanuel Assed Ribeiro Soares Título do Trabalho: Alfabetização Solidária A vivência dos universitários em Arapiraca(AL) O presente trabalho foi examinado, nesta data, pela Banca Examinadora composta dos seguintes membros: Prof.(a). Prof.(a) Prof.(a) MÉDIA:. Ribeirão Preto, / /2004. 3

Soares, Emanuel Assed Ribeiro Título: Alfabetização Solidária A vivência dos universitários em Arapiraca(AL) - Ribeirão Preto, 2004, 40 pág. Projeto (Graduação) Centro Universitário Barão de Mauá, 2004. 1. Introdução 2. O Projeto De A.S. E A Participação Do Centro Universitário Barão De Mauá 3. Os Universitários E A Formação De Capacitadores: Um Estudo De Caso Em Arapiraca Al 4. A Continuidade E As Perspectivas Que O Projeto De A.S. Cria Aos Seus Integrantes Após Atingir O Objetivo De Alfabetizar 5. Conclusão 4

Aos meus queridos pais: E aos meus queridos irmãos: Francisco Ribeiro Soares Netto e Maria Aparecida Assed Soares Paulo Franciso Ribeiro Soares, Jefferson Ribeiro Soares e Fernando Ribeiro Soares Neto Por vocês sempre acreditarem e nunca terem desistido de lutar por mim, sempre estarem ao meu lado nos momentos mais difíceis que sempre precisei. Dedico essa conquista a vocês, minha família. Meu amor por vocês é incondicional, é maior que tudo, obrigado mesmo! Emanuel Assed Ribeiro Soares 5

Agradecimentos: para lutar. Primeiramente agradeço a Deus, por sempre me ouvir, me guiar e me dar força Ao Prof. José Luiz Jurioli pelo incentivo, apoio e dedicação prestada para a participação, desenvolvimento e conclusão deste projeto, e ainda por sempre ter acreditado no meu trabalho. Agradeço, principalmente, aos meus amigos Gabriel Rene e Fabiana Barboza que mesmo nos momentos mais difíceis, nos desesperos deste projeto, sempre estiveram ao meu lado proporcionando carinho e amizade. Valeu pela força! Emanuel Assed Ribeiro Soares 6

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Constituição da República Federativa do Brasil 7

SUMÁRIO Introdução... 7 1. Alfabetização Solidária... 8 1.1. O projeto de Alfabetização Solidária...8 1.2. Alfabetização Solidária no exterior...9 1.2.1. Timor Leste... 10 1.2.2. Moçambique... 11 1.2.3. São Tomé e Príncipe... 11 1.2.4. Cabo Verde... 12 1.2.5. Guatemala... 12 1.3. O papel do alfabetizador...12 1.4. Por que aprender?...13 1.5. O projeto de A.S. e a atuação das IES...14 1.6. Outros parceiros...15 1.7. O programa Brasil Alfabetizado...15 2. O projeto de A.S. e a participação do Centro Universitário Barão de Mauá.. 18 2.1. O projeto e o sucesso de um trabalho sério...18 2.2. A campanha Adote um Aluno...19 2.3. Sub-projetos...20 2.3.1. Sub-projeto: Incentivo à Leitura... 20 2.3.2. Sub-projeto: VER... 21 2.3.3. Sub-projeto: Promoção da Saúde... 21 2.3.4. Sub-projeto: Alfabetização Digital... 21 3. Os universitários e a formação de capacitadores: um estudo de caso em Arapiraca AL... 23 3.1. A Continuidade e as perspectivas que o projeto de A.S. cria aos seus integrantes após atingir o objetivo de alfabetizar...26 Conclusão... 28 Referência eletrônica consultada... 29 Referências bibliográfias... 30 APÊNDICE I:... 31 APÊNDICE II:... 34 ANEXO I:... 43 8

Introdução O projeto de Alfabetização Solidária tem atuado com sucesso no Brasil e conseguindo diminuir significativamente o número de analfabetos. A união da sociedade, onde cada um desenvolve seu papel com seriedade, tem beneficiado muito as comunidades carentes com o projeto de Alfabetização Solidária, que foi criado para atender jovens e adultos analfabetos, proporcionando oportunidades para ter uma vida melhor. Diante do problema de alto índice de analfabetismo no país, que conseqüentemente gera uma qualidade de vida ruim, o projeto surgiu para melhorar a vida dessas pessoas no Brasil e nos outros países em que ele atua. O projeto ajuda a população levando as letras nos lugares onde nunca havia chegado, dando oportunidade para os alfabetizadores das comunidades trabalharem e ainda capacita eles para esse trabalho. Para tudo que o Alfabetização Solidária oferece acontecer com sucesso e continuamente conta-se com a ajuda de parceiros que são as Instituições de Ensino Superior, as prefeituras, as empresas e até mesmo você, pessoa física, pode ajudar por meio da campanha Adote um Aluno. Visto que havia a necessidade de ampliar ainda mais criou-se os sub-projetos que atuam ajudando as necessidades locais das comunidades dando óculos, promovendo a saúde, entre outras coisas. A presente pesquisa busca refletir a respeito da vivência do referido projeto na região de Alagoas, onde participamos como capacitadores ajudando as comunidades daquela localidade. Ao concluir a leitura dessa pesquisa será possível notar a necessidade que existe da conscientização de cada cidadão na luta contra o analfabetismo, pois com a ajuda de todos será mais fácil a vida das pessoas que vivem em desvantagem nos bolsões de pobreza, nas comunidades carentes, nas zonas rurais, enfim a educação vai acontecer no país inteiro proporcionando igualdade e qualidade de vida a todos os cidadãos. 9

Alfabetização Solidária 1.1. O projeto de Alfabetização Solidária O projeto de Alfabetização Solidária (A.S.) visa diminuir o alto índice de analfabetismo no país, baseado em pesquisas, ele atua nas regiões onde apresentam o maior número de jovens e adultos que não sabem ler e escrever. A ex 1ª Dama Dra. Ruth Cardoso define o projeto de A.S. como o filho que mais cresceu, pois a partir de sua iniciativa o programa iniciou-se em 1997 com uma parceria entre o governo e a sociedade civil tendo como objetivo alfabetizar essas pessoas para que elas possam saber seus direitos e deveres e como cidadãos, tornando mais fácil e mais significativa a vida em sociedade. No Brasil o nordeste é a região mais atingida, sendo 26% da população são analfabetos, conforme as estatísticas do IBGE 2000. Até dezembro de 2003, o programa já havia atendido 4 milhões de alunos e 170 mil alfabetizadores capacitados. Com a troca de governo, em setembro de 2003, o projeto de A.S. passa a ser parceiro do Brasil Alfabetizado (B.A.), onde o economista Ricardo Henriques assume o projeto, porém ele diz que não vai haver mudanças estruturais no A.S. / B.A., mas acredita que haverá melhorias em sua gestão. Ricardo Henriques é economista, pesquisador em economia social, com artigos e livros sobre a questão de desigualdade social, educação, coordenador de projetos sociais no Rio de Janeiro e secretário do (antigo) Ministério da Ação Social, com toda essa bagagem Henriques pretende contribuir muito na inclusão educacional da nova secretaria. O B.A. é um projeto que juntou-se ao A.S. para lutar contra o analfabetismo tendo como prioridade assegurar a continuidade dos estudos em E.J.A. aos integrantes do curso de alfabetização, assim o A.S./B.A. pretende dar melhoria na qualidade de vida em uma parcela maior da população. O Projeto de Alfabetização Solidária é amplo e está presente em vários países além do Brasil. Timor Leste; São Tomé e Príncipe; Moçambique; Cabo verde; Guatemala. 10

1.2. Alfabetização Solidária no exterior A atuação da Alfabetização Solidária no exterior foi iniciada com a parceria da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), órgão do Ministério das Relações Exteriores brasileiro. A Alfabetização Solidária Alfasol começou no Timor Leste em novembro de 2000, onde foi a primeira etapa do programa. No segundo semestre de 2001, a Alfasol chegou também a Moçambique e São Tomé e Príncipe, países africanos de língua portuguesa. No segundo semestre de 2002, seu modelo foi implantado em Cabo Verde. Em 2003 chegou à Guatemala, que a princípio foi o primeiro país de língua espanhola a ingressar o modelo de atuação da instituição. A Alfabetização Solidária está nesses países selecionando e treinando professores, acompanhando a avaliação dos resultados e, ainda, ajudando no estabelecimento de uma estrutura local que permite a continuidade do processo de educação de jovens e adultos. Como contraparte, o governo local assegura a infra - estrutura e o suporte necessário para o progresso do projeto. O objetivo principal é estruturar o projeto local de acordo com algumas características específicas e necessidades de cada país, no sentido de assegurar sua auto - sustentabilidade. Para conseguir isso, a Alfabetização Solidária também transmite sua experiência em termos de gestão, captação de recursos, processamento de informação e avaliação. Países como Colômbia, Paraguai, Guiné Bissau e Angola já demonstraram o interesse em receber a cooperação da Alfabetização Solidária. 1.2.1. Timor Leste No Timor Leste, a primeira cidade a implantar o projeto foi Dili, capital do país, em 2000. O projeto-piloto começou em 11 salas de aula. Numa segunda fase, foi aberto mais 141 salas de aula, para permitir o atendimento de todos os distritos do país. A ampliação da Alfabetização Solidária aconteceu juntamente com o processo de capacitação de 150 novos alfabetizadores e coordenadores distritais. Outras 130 classes foram implantadas, beneficiando 3.250 pessoas, em 13 distritos. A iniciativa foi localmente nomeada como Alfabetização Comunitária. Em 2004, será criado um novo projeto com o objetivo de apoiar a institucionalização da oferta pública de educação de adultos e alfabetização no país. 1.2.2. Moçambique Em Moçambique antes de ser implantado o programa, primeiramente em 2000 foi planejado este programa, para isso uma equipe do Ministério da Educação de Moçambique 11

esteve no Brasil para conhecer o projeto de Alfabetização Solidária. Os técnicos em educação de Moçambique ficaram interessados na estrutura de articulação de parcerias e na estratégia de captação de recursos com a iniciativa privada. Após esta visita, o projeto de alfabetização começou com 40 salas de aula em diversas províncias do país, inicialmente com 1000 alunos. Em março de 2002 o país tinha 7 mil novos alunos em 200 salas de aula. Em 2003, o Ministério da Educação de Moçambique o projeto estava tão desenvolvido que foi pedida a ampliação do programa, que foi assinada no ano passado, na recente visita do presidente brasileiro ao país. O plano de ação do governo tem como meta alfabetizar um milhão de moçambicanos em cinco anos. Em 2004, o Programa pretende restabelecer ações no país, através de um projeto de cooperação que conta com a parceria do Ministério da Educação e da Agência Brasileira de Cooperação - ABC, com o objetivo principal de fortalecer os institutos de treinamento de professores em Moçambique. 1.2.3. São Tomé e Príncipe São Tomé e Príncipe começou a Alfabetização Solidária no segundo semestre de 2001 para diminuir o analfabetismo entre a população jovem e adulta. No começo foram feitas inicialmente 10 salas de aula. Após estas salas, foram criadas mais 100 salas de aula, atendendo 3500 alunos. O Projeto também pretende conceder apoio ao Ministério da Educação no desenvolvimento de um programa público de Educação de Jovens e Adultos. Pretende-se, ainda, estabelecer uma nova versão do Projeto, que prevê a expansão do atendimento. 1.2.4. Cabo Verde O projeto piloto de alfabetização em Cabo Verde foi implantado em 2002. Iniciou-se com apenas 10 salas de aula. Como o resultado com estas salas foi muito satisfatório em 2003 o trabalho de alfabetização foi ampliado para atender à demanda do país. A ampliação do projeto possibilitou a instalação de mais 100 salas de aula em todo país, atendendo 2500 alunos que permanecerão nas salas de alfabetização até junho de 2004. A taxa de analfabetismo no país é de 25%, e o Programa pretende apoiar a difusão de metodologias de alfabetização e contribuir para a criação e o fortalecimento de estratégia para o país em promover campanhas de mobilização da sociedade. O objetivo é buscar parcerias e apoio da iniciativa privada. O Projeto é parte do Programa de Educação do Governo e outro importante objetivo é fortalecer a capacidade institucional do país para o desenvolvimento de ações de alfabetização. 12

1.2.5. Guatemala A Guatemala foi o primeiro país de língua hispânica que conta com a colaboração da Alfabetização Solidária, feita a partir do intercâmbio de experiências, de métodos de aprendizagem e treinamento continuado de professores, bem como avaliação dos resultados. A cooperação também tem o objetivo de apoiar o governo no desenvolvimento de uma política pedagógica local, respeitando suas especificidades e diversidade lingüística. 1.3. O papel do alfabetizador Para realização do projeto conta-se com os alfabetizadores, que geralmente pertence a comunidade local e presta serviços de instrução ao aprendizado. Estas pessoas recebem uma bolsa auxilio no valor de R$ 120,00 para trabalhar com uma turma de analfabetos, possuem um grau de instrução compatível ao magistério e são capacitados freqüentemente pelas universidades parceiras do A.S. Dessa união surgem as salas de aula, onde esses alfabetizadores / professores atuam com muita força de vontade para a alfabetização dessas pessoas que muitas vezes busca na aprendizagem uma esperança de vida. Esses alfabetizadores geralmente enfrentam muitas dificuldades para ministrar suas aulas, fazem parte de uma realidade triste, pois além dos alunos chegarem cansados e com fome na sala de aula por ter trabalhado o dia inteiro em fazendas, no sol, cortando cana, entre outras coisas, os alfabetizadores enfrentam a distância entre suas residências e a sala de aula. Nas redações (anexo I), relatam que chegam a andar 12 km, caminham enfrentando poeira, chuvas, mas sempre chegam nas salas de aula dispostos a mudar aquela dura realidade. Eles relatam que muitos dos alunos nem tem o que comer em casa, chegam na sala de aula com sono e geralmente apresentam problemas de visão, dificultando ainda mais a aprendizagem. Portanto, o papel do alfabetizador é, sem dúvida, muito importante para a realização do A.S. 1.4. Por que aprender? Partindo de uma realidade em que as habilidades de leitura e escrita são fundamentais para uma melhoria na qualidade de vida, proporcionando melhor acesso a informações sobre serviços, saúde, democracia, entre outras coisas que afetam várias dimensões da vida cotidiana, aprender tornou-se necessidade. 13

A leitura e a escrita são satisfatórias, podendo até melhorar a alto estima dessas pessoas que acabam marginalizados pela sociedade e se julgam inferior por tornarem-se dependentes de outras pessoas que sabem ler e escrever. O projeto tem a intenção de facilitar o dia a dia, desenvolvendo o senso crítico desses indivíduos para que possam resolver problemas cotidianos com maior desempenho, desenvolver a capacidade de tomar decisões, participar consciente de uma sociedade democrática e acompanhar o desenvolvimento de seus filhos no processo de escolarização, pois a educação de jovens e adultos pode influenciar atualmente e também em futuras gerações. Aprender para ser mais feliz, é o que diz a maioria das redações aplicadas aos alunos que passaram pelo projeto de A.S. Com o domínio da leitura e da escrita eles podem escrever cartas aos familiares, se localizam melhor nos municípios, tornando a vida mais simples e justa, pois muitas dessas não sabem seus direitos e as poucas que sabem, não consegue fazer valer. 1.5. O projeto de A.S. e a atuação das IES Para a realização do projeto ser contínua, seus parceiros conta com a ajuda das Instituições de Ensino Superior (I.E.S.), que por sua vez tem participado com sucesso da alfabetização dessas pessoas, hoje são 219 IES que faz um trabalho excelente, sendo que nunca na história do país elas estiveram tão presentes no processo de alfabetização. Geralmente essas instituições estão localizadas nas regiões mais desenvolvidas dos estados, mesmo longe dos lugares onde encontram-se a população menos favorecida, elas tem se unido ao projeto tornando-se responsáveis pela seleção, capacitação dos alfabetizadores, acompanhamento, avaliação do andamento das aulas e dos resultados qualitativos e quantitativos da alfabetização. Para se tornarem parceiros do A.S. as IES precisam oferecer curso de Pedagogia ou algum outro curso de licenciatura plena, assim elas serão capazes de atuar adequadamente cumprindo sua responsabilidade social dando apoio pedagógico e oportunidades para a população. Essas universidades fazem um trabalho social de grande valor, elas assumem o compromisso de estar capacitando os alfabetizadores, se comprometem em estar fiscalizando as salas de aula do projeto para verificar se está acontecendo aprendizagem dos alfabetizando. As I.E.S. parceiras do A.S. possuem um coordenador que aquecem essa união, eles acompanham todo o processo da alfabetização, avaliam o rendimento, a freqüência dos alunos e dos alfabetizadores, fazendo surgir dessa união o sucesso de um trabalho que vem mudando a vida de milhares de pessoas. 14

1.6. Outros parceiros O projeto está presente em 2010 municípios e têm apoio de 139 corporações e 219 universidades. Prefeituras municipais locais cedem transporte de alunos e de alfabetizadores, espaço físico para as salas de aula e contribuem para distribuição de material didático. Empresas públicas e privadas adotam municípios que possuem índices alarmantes de analfabetismo e com essa doação elas podem utilizar o selo Empresa Solidária em campanhas, produtos, embalagens, demonstrando ação social responsável, ou seja, uma empresa que se preocupa com o país. Entretanto, a união dessas empresas, organizações, I.E.S., governos municipais e estaduais é importante para realizar o projeto, porque é através dele que milhares de pessoas são alfabetizadas nos países que o projeto A.S. atua. 1.7. O programa Brasil Alfabetizado O Brasil Alfabetizado é um programa criado pelo Governo Federal com a missão de acabar com o déficit de analfabetismo no Brasil. O programa é coordenado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) que rege por meio de convênios com instituições alfabetizadoras de jovens e adultos. Nesse programa, o MEC não executa os trabalhos de alfabetização em sala de aula. O que faz é viabilizar, por meio de repasse de recursos, as condições para que as instituições consigam desenvolver a tarefa de ensinar a ler e escrever. O Ministério da Educação também acompanha e avalia todas as ações dos conveniados. As Instituições conveniadas se responsabilizam a capacitar os alfabetizadores, pela inscrição dos alfabetizandos e pela organização de todo o processo de alfabetização O programa do governo não fornece material didático, pois são as instituições alfabetizadoras que fornecem por meio do convênio que tem com o MEC. A responsabilidade deste material didático é único destas instituições. Para que uma pessoa possa ser alfabetizada é necessário que ela tenha 15 anos ou mais e que nunca tenha tido a oportunidade de aprender a ler e escrever. Esse brasileiro deve procurar uma instituição conveniada do MEC mais próxima ou instituições alfabetizadoras na região onde mora. Não existe um prazo certo para que uma pessoa possa ser alfabetizada, pois o prazo varia muito de acordo com a proposta pedagógica da instituição alfabetizadora. No entanto, a média é entre seis e oito meses. Para conseguir ser alfabetizador no Brasil Alfabetizado é preciso participar dos cursos de capacitação nas instituições alfabetizadoras conveniadas. 15

Para que uma instituição possa ser conveniada do MEC, ela precisa ter experiência comprovada em alfabetização de jovens e adultos e encaminhar ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) projeto de apoio financeiro. O formulário pode ser retirado na página do FNDE na Internet (www.fnde.gov.br). Cada instituição pode ter o seu próprio método, sendo que, tem que se estudar o método que mais se adequar à realidade das comunidades onde atua. O importante é que as propostas pedagógicas comprovem que os alunos conseguirão, ao final deste método, ler, escrever, compreender e interpretar textos e realizar as operações matemáticas básicas. Para ser voluntário do Brasil Alfabetizado, estando contribuindo com o trabalho de abolição do analfabetismo, seja como alfabetizador voluntário ou colaborador. O objetivo do Brasil Alfabetizado é que toda a sociedade contribua nessa luta contra o analfabetismo, cada um fazendo a sua parte da melhor forma possível. Para que uma pessoa possa ser um alfabetizador voluntário, deve-se inscrever nas secretarias de educação estaduais e municipais, instituições alfabetizadoras e as organizações não-governamentais que trabalham com alfabetização de jovens e adultos. Para colaborar com o programa existem várias maneiras como: o voluntário seja pessoa física ou jurídica pode, por exemplo, doar material escolar para as instituições; uma ótica pode doar óculos para os alunos; as igrejas, clubes e associações de classe podem ceder espaços para salas de aula; uma empresa de transporte coletivo pode garantir locomoção para os alunos; e assim por diante. Participar do Brasil Alfabetizado é, também, estimular o analfabeto a freqüentar os cursos de alfabetização, mostrando o quanto é importante para qualquer pessoa saber ler e escrever. O Brasil Alfabetizado se uniu ao projeto de A.S. com o intuito de ampliar o número de pessoas alfabetizadas no país. Neste ano o programa do B.A. está investindo cerca de R$ 168 milhões e quer atender cerca de 3 mil municípios brasileiros. A meta do Brasil Alfabetizado é atender 1,65 milhão de alfabetizandos com financiamento direto do MEC. O programa já firmou parceria com 23 governos estaduais e as aulas começam no mês de agosto, em cerca de três mil municípios brasileiros. Além dos projetos executados com recursos do Ministério da Educação, entidades, Organizações não Governamentais (ONGs) e a sociedade também desenvolveram programas de alfabetização, totalizando 3,2 milhões de pessoas atendidas em 2003. As ONGs deverão alfabetizar preferencialmente em regiões não atendidas pelos estados e municípios. Para ampliar os benefícios do Brasil Alfabetizado, em 2004 foram implementadas algumas inovações: ampliação do período de alfabetização de seis para até oito meses; aumento de 50% nos recursos para a formação dos alfabetizadores; estabelecimento de um piso para a bolsa do alfabetizador, aumentando a quantidade de turmas em regiões com baixa densidade populacional e em comunidades populares de periferias urbanas; implantação de um sistema integrado de monitoramento e avaliação do programa; e maior oportunidade de continuidade da escolarização de jovens e adultos, a partir do aumento, de 16

42% para 68%, do percentual dos recursos alocados para estados e municípios executarem o programa. O projeto de A.S. e a participação do Centro Universitário Barão de Mauá O Centro Universitário Barão de Mauá, localizado em Ribeirão Preto SP, possui vários cursos na área da educação, sendo capacitado para atuar no A.S. com qualidade total satisfazendo todas as exigências do projeto. Para essa atuação a instituição conta com a ajuda do coordenador pedagógico nacional José Luis Jurioli que supervisiona fielmente cada passo desta parceria. A universidade oferece aos seus alunos um curso de capacitação e por meio do referido curso seleciona alguns deles para atuarem junto ao programa de A.S. in loco, isto é, na própria comunidade. É notável o fato de já ter capacitado 310 alfabetizadores, sendo que cerca de 170 desses já iniciaram uma faculdade. No início dessa parceria os alunos / alfabetizadores vinham até o Centro Universitário Barão de Mauá para serem capacitados, hoje os alunos do curso de Pedagogia que vão até essas comunidades para capacitá-los, assim os universitários tem a oportunidade de conhecer uma realidade diferente e isso contribui muito para os alunos do curso de Pedagogia. Dessa forma todos enriquecem seus conhecimentos com o contato de realidades diferentes e ajudam a combater o analfabetismo. Na entrevista realizada com o coordenador setorial do projeto José Luiz Jurioli (ver em apêndice I), pudemos verificar que, na sua visão o projeto poderia ser ainda melhor se disponibilizasse de mais verbas e se fizesse os pagamentos de bolsas em dia, pois sempre atrasam e são defasadas. 2.1. O projeto e o sucesso de um trabalho sério Devido ao sucesso de atuação nos locais onde os índices de analfabetismo é maior, o projeto passou a atuar nos grandes centros urbanos, apesar da menor quantidade de analfabetos, é significativo a quantidade de pessoas que não tiveram acesso à educação. Essa iniciativa ocorre em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Fortaleza, Belo Horizonte, São Luis e Goiânia. Atuando nas periferias e lugares onde a população tem poucas oportunidades. 17

A ampliação acontece com ajuda de pessoas físicas que dão a sua colaboração através da campanha adote um aluno. 2.2. A campanha Adote um Aluno Em 1999 surgiu a campanha adote um aluno do projeto de A.S., colaborando com apenas R$ 21,00 por mês, durante 6 meses, você pode ajudar uma pessoa a aprender ler e escrever. O encanto de pessoas como Tony Belotto, Malu Mader, Carolina Dickman, Marcos Frota, Marieta Severo, o cantor Daniel, Cássia Kiss e o atual ministro da cultura e cantor Gilberto Gil sedem suas imagens em pró de um trabalho sério que é A.S. Além deles qualquer pessoa pode ajudar basta acessar o site www.alfabetização.org.br ou discar 0800-70-0017. Figura 2 Propaganda Adote um Aluno. Essa contribuição de R$ 21,00 ajuda a multiplicar os recursos do projeto, pois é usado para cobrir despesas de cada turma formada pelo projeto. - Bolsa de alfabetizadores; - Bolsa do coordenador do grupo; - Merenda para os alunos; - Capacitação de alfabetizadores; - Material didático; - Apoios diversos ao processo da alfabetização; - Despesas com avaliação. Esta campanha é para apoiar a alfabetização nos grandes centros urbanos. 2.3. Sub-projetos 18

Visto a necessidade e a possibilidade de ampliar ainda mais, o projeto de A.S. desenvolve em contato direto com as comunidades alguns sub-projetos. São de grande importância, atua auxiliando no fortalecimento da ação educativa, oferecendo atendimento oftalmológico, doação de óculos, salas de leitura, promoção de saúde, acesso a informática, entre outras coisas que beneficiam a comunidade carente. Em seguida, será mostrado alguns dos vários sub-projetos que existem. 2.3.1. Sub-projeto: Incentivo à Leitura Procurando melhorar a leitura entre os alunos, alfabetizadores e a comunidade, o projeto A.S. junto com seus parceiros, organiza kits com livros e revistas para formação de salas de leitura. Os participantes dessa ação são: Ministro da Cultura, as editoras Abril e Globo e demais parceiros que doam livros ao projeto. Melhorando ainda mais o sub-projeto, o projeto de A.S. junto com o ministério da cultura, leva até as localidades atendidas, o projeto: Uma Biblioteca em cada Município, que tem como objetivo enviar kits com 198 livros, estantes para acomodação dos livros e treinamento para gestores das bibliotecas. 2.3.2. Sub-projeto: VER Criado em 1999, este sub-projeto tem como objetivo diminuir a evasão nas turmas de A.S., onde uma das principais causas dessa evasão era os problemas de visão. Para este sub-projeto acontecer o programa de A.S. contou com a parceria de médicos oftalmologistas voluntários, diagnosticando esse problema, o programa usa seus rendimentos para comprar e distribuir óculos entre os alunos que necessitam diminuindo a evasão e ampliando a alfabetização. 2.3.3. Sub-projeto: Promoção da Saúde 19

Criado em 2001, este sub-projeto tem como objetivo mostrar para os alunos alguns temas como o direito à saúde, prevenção de doenças, o desenvolvimento de hábitos saudáveis, aspectos sociais, ambientais e culturais. Junto com o ministério da saúde, o sub-projeto VER utiliza a cartilha Promoção da Saúde que além de conter informações sobre qualidade de vida, agrega-se o aprendizado da leitura e escrita, facilitando o processo de alfabetização em um contexto de exercício da cidadania. 2.3.4. Sub-projeto: Alfabetização Digital Este sub-projeto tem como objetivo oferecer às comunidades atendidas pelo programa acesso a informática, assim oferecendo algo a mais que a leitura e escrita, dando oportunidade de qualificar a mão de obra dessas pessoas, ampliando seus conhecimentos com novas tecnologias. Com parceria de algumas IES, que dão suporte técnico, das prefeituras municipais locais que contribuem oferecendo espaço, empresas públicas e privadas que doam computadores possibilitando a execução desse sub-projeto. Assim o sub-projeto obtém grande sucesso abrindo portas para o mundo da informática, criando uma oportunidade maior para concorrer a uma vaga de emprego e se mantendo os alunos atualizado na era digital. Os universitários e a formação de capacitadores: um estudo de caso em Arapiraca AL Em outubro de 2003 o Centro Universitário Barão de Mauá ofereceu aos seus universitários do curso de Pedagogia, uma capacitação na área de alfabetização de Jovens e 20

Adultos, onde os alunos que se destacassem iriam para o nordeste atuar como capacitadores dos alfabetizadores da determinada região. Os critérios observados pela instituição para selecionar tais alunos foram: responsabilidade, capricho, força de vontade, entre outras. Após o curso e seleção dos universitários, fomos classificados para o trabalho, partimos para uma iniciativa pioneira da universidade, onde nós alunos/capacitadores iríamos viajar para Arapiraca, agreste de Alagoas, para oferecer aos alfabetizadores um pouco de nossa experiência, do nosso carinho e da nossa cultura, que por ser de regiões tão distantes é muito diferente. Ao chegar em Arapiraca, aguardamos os nossos alunos/alfabetizadores que chegariam até o local onde iríamos trabalhar, esses alunos eram das cidades próximas: Flexeiras, Maravilha, São José da Tapera e Lagoa da Canoa. Após o encontro com a turma o coordenador José Luiz Jurioli fez as apresentações para que no dia seguinte bem cedo começássemos ver o curso. Estávamos diante de uma realidade completamente diferente da nossa, pois muitas pessoas que estavam ali eram professores e tiveram pouco acesso a educação durante suas vidas. Fomos muito bem recebidos por eles, são pessoas carentes, cativantes e com costumes diferentes dos nossos. Procuramos trabalhar vagarosamente, acompanhando individualmente os alunos/alfabetizadores, para que não ficassem dúvidas, também valorizamos muito a qualidade, a força de vontade deles, deixando um pouco de lado a quantidade. Para sabermos um pouco mais de como viviam pedimos que fizessem redações (em anexo I), falando sobre suas vidas e o trabalho que eles realizam com os seus alunos, nas redações também contam sobre a vida dos seus alunos, falam sobre a satisfação quando conseguem ensinar alguém ler ou escrever, citam sobre as dificuldades e as distâncias que enfrentam para ir dar aula....de minha residência para o trabalho, eu percorro de bicicleta uns 12 quilômetros. Então eles me perguntam de onde tiro essa coragem, respondo a eles que é da força de vontade e a coragem de vocês estarem aqui presentes... João Dias Gama Alfabetizador. Trabalhamos e ensinamos eles a trabalharem com objetos, com material concreto, pois é mais fácil acontecer a assimilação e a aprendizagem partindo de algo concreto e que faça parte da realidade deles. Estávamos em quatro professores/capacitadores, Emanuel, Fabiana, Leila e Elaine e contávamos com a supervisão do coordenador José Luiz Jurioli, os alfabetizadores tinham como representante um coordenador de cada cidades e estes acompanhavam a capacitação para cobrar o trabalho dos alfabetizadores em suas comunidades. Um dos objetivos desses alfabetizadores eram ensinar a ler e escrever, mas como as dificuldades eram muitas, já é considerado alfabetizado o aluno que reconhece as letras, consegue juntar sílabas e formar frases mesmo que estas tenham erros formais de português, pois o importante é que eles consigam entender a escrita, a leitura e tenham uma vida melhor. Foram seis dias de capacitação onde trabalhamos o dia todo e também teve algumas aulas noturnas. 21

Para capacitá-los utilizamos alguns livros do projeto A.S. e complementamos com algumas atividades que enriquecem o aprendizado. Durante o curso fizemos apresentações de micro aulas, ou seja, aplicamos alguns trabalhos onde os alfabetizadores tiveram que apresenta-los com postura de professor e também fizemos alguns trabalhos voltado para a matemática, trabalhamos com o ábaco, com cartaz de valor do lugar, fizemos a dinâmica do supermercado, onde houve uma simulação do mesmo para incluir o manuseio de cédulas. Esse trabalho representou em nossa vida pessoal, pois podemos perceber o quanto é importante estar ajudando a diminuir o analfabetismo no país, a educação e parceria em certas regiões e esse projeto tem mudado a vida de muitas pessoas, aprendemos muito com os nossos alunos/alfabetizadores: eles tem experiências de vida fantásticas e são capazes de ser felizes com tão pouco. Após a realização desse estudo de caso e a participação no projeto com certeza a nossa vida pessoal e a nossa formação como educador será muito mais rica. No apêndice II segue algumas entrevistas com alunos / capacitadores do projeto de A.S., a entrevista aborda temas como contribuição contra o analfabetismo, sobre parcerias do A.S. e sobre a atuação dos universitários como capacitadores....encontramos esforços sem medida para que a alfabetização leve para o Sertão um pouco mais de dignidade. Estávamos longe de casa e de nossas famílias, mas fomos amparados com carinho, amizade e muita força de vontade, acredito que atingimos todos os nossos objetivos e aprendemos de formas que não esperávamos deixando claro que a troca de experiência com certeza é a melhor forma de ensinar... Fabiana Barboza Capacitadora. 3.1. A Continuidade e as perspectivas que o projeto de A.S. cria aos seus integrantes após atingir o objetivo de alfabetizar O programa tem como objetivo alfabetizar, porém após atingir o objetivo foi constatado que o curso de alfabetização promove integração das comunidades com cursos universitários, ou seja, muitos alunos depois de alfabetizados, passam por um supletivo e chegam a ingressar em cursos de graduação. Isso ocorre também em maior quantidade com os alfabetizadores, que através da alfabetização amplia seus caminhos em busca de uma melhoria de vida. Pelo censo escolar foi possível notar que as classes de Educação de Jovens e Adultos (E.J.A.) aumenta mais onde o projeto de A.S. atua, os alunos e alfabetizadores não medem esforços ao dar andamento nos estudos. 25

A educação de jovens e adultos está presente tanto na zona urbana quanto na zona rural e essas salas de aula tem sido como um estímulo aos alunos que passam pelo projeto de A.S., pois ela dão a certeza de continuidade nos estudos. Contudo podemos perceber o grau de importância do A.S., por meio dele surge em cada analfabeto a expectativa de uma vida mais justa, com acesso a tudo que lhe pertence por direito, em busca de igualdade social, por um país mais rico em educação, cultura, saúde, trabalho e felicidade. 26

28 Conclusão De acordo com a pesquisa realizada e a vivência no projeto notamos que a Alfabetização Solidária é um trabalho sério, em que a sociedade atua junto com os parceiros organizando o que é necessário para diminuir o índice de analfabetismo nos países, podemos constatar que o projeto tem qualidade total beneficiando todas as partes que juntase a ele, sejam as empresas, as I.E.S e principalmente os analfabetos que mudam suas vidas através da oportunidade dada pelo trabalho dessas pessoas. O projeto é grande, tem capacidade para atender milhares de pessoas, porem se cada um de nós tivermos consciência do problema e tomarmos atitude para sana-lo será mais fácil atingir o objetivo, ele da aos seus integrantes não só a possibilidade de ler e escrever, ele aumenta a auto estima das pessoas, qualifica para encontrar um emprego melhor, dá oportunidade de prosseguir os estudos formando futuros profissionais. Contudo a intenção dessa pesquisa é levar ao conhecimento dos leitores a importância da alfabetização, pois ela envolve todos aspectos da vida em sociedade. Esse estudo de caso em Alagoas, e a atuação no projeto de grande valia para nossa formação como educadores e também para vida pessoal, pois passamos a compreender ainda mais a verdadeira essência da vida, valorizando o que há de mais simples nela, amor, atenção, carinho, respeito, força de vontade, coragem e esperança, pois a esperança é o que eles mais buscam em nós. É muito importante um trabalho solidário de alfabetização e se diminuir o analfabetismo teremos um país mais evoluído e qualidade de vida para todos os cidadãos que a ele pertence. 28

29 Referência eletrônica consultada Site [1e] http://www.alfabetizacao.org.br Data (Junho/2004) 29

30 Referências bibliográficas CERVO, A. L., BREVIAN. São Paulo: Metodologia Científica. ed. 4. Makron Books, 1996. ESCREVENDO JUNTOS. Brasília: Alfabetização Solidária, n.º 26, set. out. 2003. ESCREVENDO JUNTOS. Brasília: Alfabetização Solidária, n.º 27, nov. dez. 2003. ESCREVENDO JUNTOS. Brasília: Alfabetização Solidária, n.º 28, jan. fev. mar. 2004. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Alfabetização de jovens e adultos: diagnosticando necessidades de aprendizagem. Brasília: Ed. Parma, 2002. TRAJETÓRIA 2003 7 ANOS. Brasília: Alfabetização Solidária 30

31 APÊNDICE I: ENTREVISTA COM O COORDENADOR SETORIAL DO PROJETO DE A.S. 31

34 ENTREVISTA COM OS CAPACITADORES APÊNDICE II: 34

35 REDAÇÕES DOS ALFABETIZADORES ANEXO I: 35