Frecuencia DINÂMICO. Mercado. Latinoamérica. Indústria celular mostra a sua força EDIÇÃO ANUAL COMUNICAÇÃO SEM FIO NA AMÉRICA LATINA



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Transcrição:

Frecuencia COMUNICAÇÃO SEM FIO NA AMÉRICA LATINA Edição em português Ano 8 - Nº 57 - Maio 2004 Latinoamérica www.frecuenciaonline.com Mercado EDIÇÃO ANUAL DINÂMICO Indústria celular mostra a sua força SATÉLITES: CONCORRÊNCIA À VISTA VAREJO BRASILEIRO INVESTE EM WI-FI

FRECUENCIA Nº 57 Maio 2004 www.frecuenciaonline.com MATRIZ ITP Editorial 475 Biltmore Way, Suite 308 Coral Gables, FL 33134-5756 DIRETORA & EDITORA-CHEFE Ana María Yumiseva anamaria@itpeditorial.com DIRETORA EDITORIAL Graça Sermoud graca@itpeditorial.com EDITORA EXECUTIVA Ana Paula Lobo anapaula@itpeditorial.com EDITORA ASSISTENTE Clara Persand clara@itpeditorial.com CORRESPONDENTES Argentina - Elías Tarradellas Ecuador - Jaime Yumiseva Perú - Marco Villacorta Miami - Andres Velazquez CIRCULAÇÃO Carmen Burgos carmen@itpeditorial.com WEBMASTER Danilo Bilbao dbilbao@inter-dec.com TRADUTORA Ana Cristina Gonçalves ADMINISTRAÇÃO & FINANÇAS Carmen Luz Yumiseva ESCRITÓRIOS REGIONAIS ITP EDITORIAL BRASIL Avenida Cidade Jardim, 400 20 Andar São Paulo, SP CEP: 01454-000 Tel: 55-11-3818-0848 Fax: 55-11-3818-0899 ITP EDITORIAL REGIÃO ANDINA Av. Eloy Alfaro 3822 y Gaspar de Villaroel Quito Ecuador Tel: 593-22-422-568 Fax: 593-22-424-871 REDAÇÃO FRECUENCIA/ BRASIL Av. Ibirapuera, 2907 / conj: 121 Moema - São Paulo CEP: 04029-200 Telefones: 55-11-5053-9828 / 9829 FAX: 55-11-5053-9838 Impressão Henel Indústrias Gráficas Ltda. www.henel.com.br Edição de Arte e Diagramação Pedro R Costa pedror@slconteudo.com.br FRECUENCIA LATINOAMÉRICA circula dez vezes no ano e é distribuída às empresas e executivos do mercado de telecomunicações sem fio. Assinatura anual: Latinoamérica, EUA e Canadá: US$ 75. Europa e Ásia: US$ 95. Direitos Reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta publicação sem prévia autorização da direção. As opiniões contidas na revista Frecuencia Latinoamérica refletem a posição dos autores e não necessariamente a da ITP Editorial. EDITORIAL Em franca expansão Na história da tecnologia, nenhum produto passou por tantas transformações, em tão pouco tempo, como o terminal celular. Há uma década, por exemplo, eles eram pesados e caros. Somente os assinantes com maior poder aquisitivo podiam se dar ao luxo de comprá-los. Hoje, lindos, leves, arrojados e eficientes, os aparelhos celulares são uma ferramenta quase indispensável à vida profissional e pessoal e estão disponíveis para todos os gostos e bolsos. Diante dessas transformações, os negócios no segmento de soluções móveis explodiram. Os celulares são hoje o dispositivo de comunicação mais difundido no mundo. De acordo com o Gartner Group, em 2004, mais de 580 milhões de terminais serão vendidos, mesmo com os sobressaltos da economia mundial. Para o setor de telecomunicações em geral, que amargou a estagnação de vendas da telefonia fixa nos últimos quatro anos, o crescimento do mercado de celulares traz um alento. Na reportagem especial que FRECUENCIA LATINOAMÉRICA publica nessa edição, os principais players do segmento adiantam seus planos de atuação e de consolidação na América Latina. Os fornecedores de dispositivos móveis também destacam a grande preocupação do setor em criar fórmulas que tragam maior rentabilidade ao modelo pré-pago. A modalidade traz volume de assinantes mas, em contrapartida, oferece um baixo retorno financeiro às operadoras. Os bons ventos não sopram apenas para o mundo móvel celular. O mercado de satélite, que sofreu com os maciços investimentos realizados na construção de infra-estrutura terrestre, dá sinais de recuperação e renova o ânimo dos fornecedores. O maior desafio continua sendo preço e qualidade. Para atender esses pré-requisitos, o setor de satélite está apostando na disponibilidade de banda KU. A expectativa é que, nos próximos três anos, a América Latina seja "iluminada" por Graça Sermoud uma oferta multiplicada de banda KU, tecnologia que otimiza custos de equipamentos e viabiliza os serviços de banda larga IP. FRECUENCIA LATINOAMÉRICA traz ainda uma novidade para o leitor. A partir de agora, a seção Case Study apresenta o modelo de adoção das soluções de comunicação sem fio pelas grandes corporações da América Latina. Nessa edição, a reportagem é sobre a Lojas Cem, uma das mais tradicionais e populares cadeia varejista do Brasil. Boa leitura e até a próxima edição! Ana Paula Lobo Equipe editorial COMERCIAL Latinoamérica, USA y Europa GERENTE de VENDAS & MARKETING Sara Astoul 475 Biltmore Way, Suite 308 Coral Gables, Fl 33134-5756 tel: 305-567-2492 sara@itpeditorial.com Argentina Edgardo Muchnik Defensa 649-4º D C1065 - Capital Federal Buenos Aires tel: 15-4182-2565 emuchnik@datamarkets.com.ar Ásia Ben Sanosi interact Group 10 Anson Road No. 11-17 International Plaza Singapore 079903 Tel/Fax: +65 68770418 bensanosi@interactproject.com Brasil Avenida Cidade Jardim, 400 20 Andar - CEP: 01454-000 São Paulo, SP Tel: 55-11-3818-0848 Fax: 55-11-3818-0899 3

ÍNDICE 06 NOTÍCIAS DOS PAÍSES 12 CASE STUDY A Lojas Cem, uma das mais tradicionais cadeias de varejo do Brasil, investe em tecnologia Wireless para agilizar a sua comunicação. 14 PERFIL Em entrevista exclusiva à FRECUENCIA LATINOAMÉRICA, Victor Agnellini, presidente da Lucent Technologies para América Latina e Caribe, revela como a fabricante conseguiu reverter os resultados negativos e alcançar lucratividade nos dois últimos trimestres fiscais. 16 EDIÇÃO ANUAL CELULARES OS MUTANTES Um brinde à recuperação. Fornecedores e operadoras comemoram a excelente fase da telefonia móvel celular na América Latina. Nunca se vendeu tanto terminal como nos últimos 12 meses. Agora, o grande desafio é aumentar a rentabilidade dos serviços. As aplicações de dados ganham destaque, mas o produto voz não foi esquecido. No segundo semestre, o serviço Push To Talk terá atenção especial das operadoras. 29 MERCADO Em 2008, a modalidade pré-paga será responsável por 85% dos usuários de telefonia móvel na América Latina, aponta estudo da Pyramid Research. 30 TECNOLOGIA A banda Ku, que otimiza custos de infra-estrutura e abre porta para a oferta de aplicações banda larga IP, anima o mercado de satélite. Nos próximos três anos, a demanda da tecnologia será multiplicada na região. 34 OPINIÃO Comunidades científicas reiteram que a radiação eletromagnética gerada pelo telefone celular não provoca nenhum dano a saúde do ser humano. 4 ENVIE SUAS OPINIÕES E COMENTÁRIOS PARA editorial@itpeditorial.com

NOTÍCIAS AMÉRICA LATINA Nortel demite CEO Depois de a fabricante ter sido obrigada, mais uma vez, a adiar a divulgação dos seus resultados financeiros em função de irregularidades investigadas pela Securities and Exchange Commission norte-americana e pela Ontário Securities Commission, do Canadá, Frank Dunn foi demitido do cargo de presidente e CEO (Chief Executive Officer). Bill Owens assumiu a função e renunciará a sua participação nos conselhos administrativos de corporações como British American Tobacco e DaimlerChrysler y Telstra para se dedicar a tarefa de recuperar a confiança dos acionistas. A Nortel confirmou ainda a troca do CFO, Douglas Beatty, e do tesoureiro, Michael Gollogly, que serão substituídos, respectivamente, por William Kerrr e MaryAnne Pahapill. Todas essas mudanças de executivos ocorrem em meio a um processo de auditoria interna da própria Nortel, para investigar as circunstâncias que levaram à revisão dos seus relatórios financeiros desde 2000, pelos órgãos reguladores do mercado de capitais dos Estados Unidos e do Canadá. Embora ainda esteja em processo de investigação e de revisão de números, a Nortel já anunciou que espera uma redução de 50% na receita líquida de 2003 como impacto da revisão de seus relatórios financeiros. Vendas de PDAs caem 11,7% no 1º trimestre As vendas de computadores de mão (PDAs) totalizaram 2,2 milhões de unidades no primeiro trimestre de 2004, 11,7% a menos do que o registrado no primeiro período do ano passado, informou pesquisa da International Data Corporation (IDC). Segundo o estudo, o número de unidades vendidas também é 33,1% inferior ao último trimestre de 2003. A pesquisa revelou ainda que a PalmOne continua líder de mercado, com 36,1% de participação. Entretanto, as vendas da companhia recuaram 38,7% no primeiro trimestre de 2004, em comparação com o último período de 2003. A HP aparece como a vice-líder de mercado, com 25,7% de participação. A empresa, porém, registrou o maior crescimento de vendas no período entre as fabricantes: 24,8%. A terceira colocação é ocupada pela Sony, que passou a ter participação de mercado de apenas um dígito (9,3%) com a queda alarmante de 49,6% nas vendas. A Dell, que aumentou suas vendas em 2,2% sobre o ano passado, aparece na quarta colocação, com 7% de participação de mercado. COSTA RICA TDMA é base para inclusão na Costa Rica BRASIL Receita Federal recebe 18,2 milhões de declarações via Web Com contrato assinado com a Ericsson para a instalação de 600 mil novas linhas baseadas na tecnologia GSM, a operadora ICE (Instituto de Eletricidade da Costa Rica) decidiu que a atual infra-estrutura, baseada em TDMA, será utilizada para levar a telefonia fixa à área rural, ainda carente de serviços de telecomunicações. De acordo com o diretor de Serviços Móveis da ICE, Cláudio Bermúdez, aproximadamente 90 mil linhas serão alocadas para o projeto rural. Hoje, a rede TDMA possui cerca de 500 mil linhas ativadas. A entrega de imposto de renda via Internet bate mais um recorde no País. De acordo com informações da Receita Federal, o órgão recebeu 18,2 milhões de declarações de renda pessoa física 2004, ano-base 2003, pela Web. Essa marca significa um incremento de 18% em relação a 2003, quando foram entregues 15,8 milhões de declarações pela Internet. No total, 18,7 milhões de brasileiros acertaram suas contas com o Fisco, sendo que 40.408 optaram por entregar suas declarações via telefone e 500 mil ainda mantiveram o tradicional envio de papel. Esse ano, para aumentar a base de declarações via Web,a Receita Federal disponibilizou programas nas plataformas Linux, Mac e Windows. De acordo ainda com a Receita, na última semana de abril - prazo final para a entrega sem a cobrança de multa - a cada hora, 130 mil novas declarações eram recebidas pelo sistema. 6

NOTÍCIAS BRASIL MÉXICO Embratel é da mexicana Telmex Ainda nesse mês de maio, a Agência Nacional de Telecomunicações promete encerrar a avaliação sobre a aquisição da Embratel pela Telmex. A gigante mexicana sagrou-se vitoriosa na disputa com as operadoras locais Brasil Telecom, Telefônica e Telemar, e levou a maior empresa de telecomunicações do País, por US$ 400 milhões. Centro de Gerência de Redes, da Embratel, situado em Fortaleza O diretor de Alianças Estratégicas da Telmex, Arturo Elias Ayub, assegurou que a operadora irá acirrar ainda mais a disputa. "Chegamos para competir com agressividade e para ampliar nossa participação". O executivo revelou ainda que a marca Embratel será mantida, assim como o quadro de funcionários. Com relação à aprovação da compra pelo órgão regulador brasileiro, o diretor de Alianças Estratégicas da Telmex aguarda uma avaliação rápida para que possa assumir, antes do final do ano, o comando da Embratel. Embora não tenha adiantado os planos futuros, a operadora deverá reforçar a oferta de telefonia pré-paga fixa, produto utilizado no México para disseminar o serviço junto às classes de menor poder aquisitivo. A compra da Embratel movimentou os bastidores políticos e policiais do Brasil. Denúncias de formação de cartel envolveram o consórcio Calais, formado pela Brasil Telecom, Telefónica e Telemar, que ofereceu US$ 550 milhões à norte-americana MCI valor superior ao apresentado pela Telmex mas teve a proposta rejeitada sob a alegação de "risco de não aceitação da proposta pelas autoridades brasileiras". Ao mesmo tempo, documentos que sugeriam um possível alinhamento das tarifas pelo teto, caso as operadoras locais vencessem a disputa, foram apreendidos pela polícia na sede da Telefónica, em São Paulo. O caso permanece em investigação na esfera policial e na Secretaria de Direito Econômico, ligada ao Ministério da Justiça brasileiro. O principal banco de fomento do Brasil, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) não gostou do resultado e mostrou-se contrário à venda da Embratel para a Telmex. De acordo com o presidente da instituição, Carlos Lessa, o banco, como acionista minoritário da carrier, ganhará menos com a venda e aguarda uma definição da Comissão de Valores Mobiliários, xerife do mercado financeiro nacional, sobre a situação dos acionistas minoritários no negócio. Poder de veto O governo brasileiro quer negociar com a mexicana Telmex uma golden share (ação com direitos especiais, entre eles de veto) na Star One, principal fornecedora de satélite do País e na qual, agora, a Telmex possui 80% das ações. Os 20% restantes pertencem à SES Global, empresa satelital da Europa. Segundo fontes do governo petista, a concessão da golden share é considerada questão essencial para a manutenção dos interesses público e estratégico do País. Em meio às negociações, o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações, Pedro Ziller, através de um comunicado à imprensa, informou que não compete ao órgão regulador discutir o aspecto golden share. "Cabe à agência ficar atenta aos aspectos de integridade operacional, de segurança e de privacidade das bandas X e C, voltadas para serviços públicos e militares, e utilizadas pela Star One". Numa postura de conciliação, o vice-presidente Internacional da Telmex, José Formoso Martinez, assegurou que a operadora está aberta para negociar com o governo brasileiro. Segundo o executivo, a Telmex está pronta para sentar à mesa e ouvir as reivindicações do governo brasileiro para acertar o melhor acordo possível entre as partes. 7

NOTÍCIAS 10 EQUADOR Interconexão em crise Até o fechamento dessa edição, permanecia sem solução o impasse criado entre as operadoras equatorianas Pacifitel e Andinatel com relação ao custo da tarifa de interconexão de suas redes com as demais carriers que atuam no País. Sem acordo à vista, a Pacifitel radicalizou e suspendeu, na última quinzena de abril, o serviço de interconexão com nove das 12 carriers, com as quais mantinha contrato. A justificativa para a suspensão do contrato está na cobrança de dívidas dessas carriers estimadas em US$ 14 milhões. Foram canceladas as interconexões com as operadoras MCI, Comunitel Global, Telefónica da Espanha, Telecom Itália, Telecom Colômbia, Telefónica do Peru, CTC, Mundo Chile, Nova Zelândia e Go2Tel. A Secretaria Nacional de Telecomunicações (Senatel) concedeu um prazo de 45 dias para que as operadoras cheguem a um consenso, já que a discussão sobre o custo de interconexão não envolve apenas as conexões internacionais, mas também interfere na operação de longa distância nacional e na ligação fixo-móvel. O órgão regulador não permitirá queda na qualidade do serviço prestado ao consumidor. "Não permitiremos que o assinante do Equador sofra com essa briga. Se for o caso, vamos intervir", advertiu o presidente da Senatel, Sandino Torres. MÉXICO Telcel quer 4 milhões de novos assinantes Subsidiária da América Móvil, a Telcel planeja encerrar 2004 com 27,4 milhões de clientes. Isso significa um crescimento de 17% em relação à base conquistada no ano passado, de 23,4 milhões. Para alcançar essa meta de PERU MTC assegura transparência O Ministério de Transportes e Comunicações (MCT) do Peru descartou qualquer possibilidade de falta de transparência no processo de avaliação do pedido de renovação de concessão da Telefónica no País. O julgamento, que será aberta ao público, está previsto para a conquistar quatro milhões de novos assinantes, a Telcel planeja reforçar sua atuação no mercado corporativo. Ao mesmo tempo, anuncia que, no último trimestre, lançará o serviço de Push to Talk, nas principais cidades do México. segunda quinzena de junho. A ação judicial atrai a atenção de todos os órgãos do País, uma vez que a Telefónica Móviles adquiriu as ações da BellSouth e passará a deter, caso a compra seja aprovada pelo governo peruando, mais de 80% do mercado de telefonia móvel celular. CHILE Entel PCS anuncia investimento de US$ 100 milhões O gerente geral da Entel PCS, Guglielmo Noya, anunciou que a operadora investirá US$ 100 milhões em inovação tecnológica, ampliação da cobertura e na melhoria da qualidade da infra-estrutura de dados. "Queremos manter a liderança que alcançamos no mercado chileno", destacou o executivo. A Entel PCS é subsidiária da Telecom Itália e ocupa a liderança do mercado chileno de telefonia móvel. O ano de 2004 promete ser um desafio para as operadoras da telefonia celular no País, já que, em janeiro, a Secretaria de Telecomunicações (Subtel) impôs uma redução de 26,5% da tarifa de interconexão. Analistas acreditam que a medida reduzirá em 10%, a receita das operadoras de telecomunicações no Chile. Apesar da expectativa de queda no faturamento, a Entel PCS mantém a sua previsão de crescer entre 12% a 15%. O resultado positivo viria do aumento do consumo de serviços de valor agregado e oferta de banda larga. Governo lança rede nacional de voz e dados Ainda no primeiro semestre, o governo chileno lançará um edital para a construção de uma megarede de telecomunicações de voz e dados, batizada de Rota 5D. Ela irá interligar todos os órgãos públicos do País. A expectativa é que todos os principais fornecedores do setor participem da concorrência, que ainda não tem um valor final estimado. A nova rede já terá pontos ativados em 2004 e será finalizada em 2005.

NOTÍCIAS PARAGUAI FMI exige privatização da Copaco Até o final desse ano, o governo paraguaio deverá deflagrar o processo de privatização da Copaco - Companhia Paraguaia de Telecomunicações, que detém o monopólio da telefonia fixa no País. O processo foi uma das exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a liberação de empréstimos ao Poder Executivo. A primeira tentativa de privatização da empresa, ocorrida há três anos, contou com o interesse de operadoras do Brasil, Argentina e da Telefónica Móviles, mas fracassou por divergências políticas. Hoje, a telefonia fixa no Paraguai sofre com a falta de investimentos em infra-estrutura. A Copaco possui 320 mil linhas ativadas, contra 1,79 milhões de linhas celulares, mercado aberto à participação de operadoras estrangeiras. CHILE Telmex compra 40% da Chilesat Numa reação ao poder da Telefónica Móviles no País, a Telmex anunciou a aquisição de 40% do controle acionário da ChileSat, provedora de telecomunicações de longa distância e proprietária de uma infra-estrutura de quatro mil quilômetros de fibra óptica. Ao longo desse mês de maio, a gigante mexicana tentará adquirir o controle integral da provedora através de uma oferta pública de ações. O valor estimado da Chilesat, que era do grupo norteamericano Southern Cross, é de US$ 100 milhões. A partir de agora, o mercado chileno fica divido em três grandes conglomerados: Entel Chile, de capital italiano, Telefónica CTC, de capital espanhol e Chile yvtr, de capital norte-americano. Atualmente, o País soma oito milhões de usuários móveis, 7,3 milhões de linhas fixas e aproximadamente 400 mil conexões de banda larga. 11

CASE STUDY Cliente em PRIMEIRO 12 STATUS META O grupo decidiu investir em comunicação sem fio para atrair cada vez mais o consumidor através de facilidades operacionais. Para flexibilizar a integração da administração e da central de distribuição, a Lojas Cem investiu em projetos wireless. APLICAÇÃO Na área administrativa, integrada à infra-estrutura de rede, terceirizada à IBM, a cadeia varejista contratou soluções Wi-Fi da Cisco. Na central de distribuição, a solução sem fio, fornecida pela Symbol, foi contratada para agilizar o trabalho de reposição e controle de estoque. RESULTADO Rapidez e maior eficiência na performance dos funcionários administrativos e da central de distribuição. Comunicação em tempo real e móvel facilita o controle e a entrega dos eletrodomésticos e móveis da cadeia varejista. Uma das mais tradicionais cadeias de varejo popular do Brasil, a Lojas Cem aposta na tecnologia Wi-Fi como a melhor ferramenta para estreitar o laço entre o vendedor e consumidor, mas questões como segurança e preço ainda atrapalham os planos de expansão Ana Paula Lobo Em um cenário de grande competição, a tecnologia desponta como uma ferramenta para alcançar diferencial de mercado. Está sendo assim na cadeia de varejo Lojas Cem. O grupo decidiu investir em comunicação sem fio para atrair cada vez mais o consumidor através de facilidades operacionais. Especializada na venda de eletrodomésticos e móveis populares, o grupo contratou soluções da Cisco e da Symbol para explorar as facilidades da mobilidade. A decisão de investir em comunicação sem fio não é recente, informa o gerente de Informática da cadeia varejista, Roberto Benito Júnior. "Acompanhamos o modelo wireless desde o início. Acreditamos nele como uma ferramenta importante para estreitar o laço entre o nosso vendedor e o consumidor na loja. Mas temos ainda que aguardar a evolução das soluções", pondera o executivo. Para agilizar a comunicação interna no prédio-sede, que tem andares com mais de 120 metros quadrados, a empresa contratou solução Wi-Fi da Cisco, que foi integrada à infra-estrutura de rede terceirizada à IBM. "Temos funcionários que utilizam notebooks e a comunicação sem fio foi a melhor que encontramos para dar a mobilidade necessária para quem transita por todas as áreas da administração. Assim, eles podem acessar à Internet de onde estiverem", explica Benito Júnior. Apesar da opção sem fio, a empresa manteve os seus investimentos no cabeamento estruturado, baseado em Gigabit Ethernet. PERFORMANCE A central de distribuição da Lojas Cem é uma das primeiras no País a adotar a solução de coletores de dados sem fio com sistema operacional Windows, informa Roberto Benito Júnior. Há pouco mais de dois meses, a Symbol, principal fornecedora da tecnologia Wi-Fi utilizada na central, iniciou a troca dos coletores com sistema operacional DOS para os novos terminais baseados em Windows. "Os coletores ficaram com uma interface mais amigável para o funcionário do armazém, que passa a trabalhar com uma integração maior com a ferramenta",

PRÓXIMOS PASSOS CASE STUDY LUGAR destaca o gerente de Informática. Segundo Benito Júnior, a decisão de usar a última geração de tecnologia nos coletores é estratégica para a companhia. O executivo lembra que no segmento varejista, a atividade da central de distribuição é crucial para o sucesso do negócio, que é vender produtos. "A mobilidade de quem lida com o inventário de produtos é um requisito importante para o rápido escoamento do item selecionado e do controle de estoque. Essa é uma diferença significativa na hora de concluir uma venda", sentencia ele. SINTONIA FINA Segurança e preço. De acordo com o gerente de Informática da Lojas Cem, Roberto Benito Júnior, esses são dois pontos que ainda entravam o crescimento dos negócios baseados em comunicação sem fio. "Há falhas a serem corrigidas na tecnologia no as- CADASTRO A Lojas Cem é uma das mais tradicionais lojas do varejo do País. Instalada em Salto, cidade a 90 quilômetros da capital paulista, a companhia foi fundada em 1952. O nome Cem advém da sigla "Centro de Eletrodomésticos e Móveis". Hoje, a empresa possui 131 filiais nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, e uma central de distribuição com mais de 75 mil metros quadrados, também instalada em Salto. Gera 4000 empregos diretos e mais de 1000 indiretos. Uma das características da cadeia varejista é investir no interior e na periferia dos Estados. pecto segurança da transmissão de dados. E o preço, apesar de apresentar uma queda constante, ainda não é o ideal", observa o executivo. No caso do quesito segurança, Benito Júnior diz que a interferência de outras tecnologias, como a transmissão de rádio em shopping centers, é uma das maiores dores de cabeça dos administradores de rede. Além disso, o baixo alcance da transmissão também prejudica a performance da apli- cação. Apesar de enumerar os pontos críticos, o executivo é taxativo ao afirmar que não há mais volta nos projetos baseados em Wi-Fi. "A evolução da tecnologia, que acontece em velocidade impressionante, nos trará essa qualidade que buscamos", acredita Benito Júnior. No aspecto preço, o custo dos terminais ainda assusta. "Os valores caíram mas podem ficar ainda mais acessíveis. Existem poucos fornecedores brigando de fato pelo consumidor". Com os bons resultados obtidos na área administrativa e na central de distribuição, a Lojas Cem estrutura um projeto audacioso, ainda sem data para ser implementado: levar a tecnologia para as suas lojas. A idéia, explica o gerente de informática, é dar um terminal sem fio para cada vendedor. Ele será integrado à infra-estrutura de rede da cadeia para que informações essenciais sejam disponibilizadas em tempo real. "A nossa intenção é que o funcionário possa, com o terminal, acompanhar o consumidor e dar a ele, em tempo real, todas as dicas importantes para a conclusão de uma venda", destaca Benito Júnior. "Como comercializamos vários produtos de uso doméstico, o consumidor teria, por exemplo, dados de prestações e das taxas de juros cobradas no momento da sua escolha", complementa o executivo. Embora não revele maiores detalhes sobre o cronograma do projeto, Benito Júnior antecipa que a iniciativa será deflagrada em todas as lojas da companhia. 13

PERFIL De volta à LUCRATIVIDADE Ana Paula Lobo Depois de enfrentar sucessivos períodos de resultados negativos, a Lucent Techonologies, que encerra em outubro o seu calendário fiscal, trocou o vermelho pelo azul nos dois últimos trimestres. Em entrevista exclusiva à Frecuencia LatinoAmérica, o argentino Victor Agnellini, presidente da Lucent Technologies para América Latina e Caribe, conta como foi a missão de comandar a reestruturação da companhia na região. E, sem hesitar, manda um recado aos concorrentes: "estamos cada vez mais dentro do jogo". Como todas as demais gigantes do setor de telecomunicações, a Lucent Technologies, enfrentou um duro período de reestruturação. A má fase acabou? Estamos trabalhando para que o período de maus resultados fique no passado. Vivemos um momento particular com a ascensão e queda da Internet. Houve uma expectativa exagerada dos fornecedores de tecnologia, dos bancos, dos investidores, e todos, sem exceção, sofreram as conseqüências dessa fase. Tivemos que nos adaptar aos novos tempos para sobreviver. A reestruturação interna não foi uma tarefa simples. Cortamos na carne. Há três anos, tínhamos mais de 100 mil funcionários. Hoje, somos cerca de 33 mil. Refizemos a nossa estratégia e não somos mais uma empresa focada em si própria. Nos tornamos uma companhia multifornecedora. Trabalhamos com parceiros e temos na oferta de serviços a nossa maior arma de recuperação. Essa virada começa a dar resultados. Nos últimos trimestres fiscais, reencontramos o caminho da lucratividade nos nossos balanços. Qual é o papel que coube à América Latina na reconstrução? Assumi a presidência da unidade da região, em agosto do ano passado. Sou argentino e conheço bem as peculiaridades do povo latino-americano. Na Lucent, decidimos enxergar a América Latina como um grande País, mesmo diante das diferenças clássicas dos países que formam a região. Assim, acreditamos estar mais próximos do ponto de equilíbrio entre a complexidade dos problemas econômicos e políticos da área e o volume de negócios. Se vendermos para a região como um todo, a operação ganha em força e lucratividade. Hoje, temos contratos de serviços com as operadoras dominantes na AL - Telmex, América Móvil e Telefónica - e começamos a trabalhar muito forte com as carriers da centroamérica. Identificamos quatro países como nossos carros-chefe: Brasil, México, Venezuela e Porto Rico. Também acreditamos na recuperação do mercado argentino. Todas as operadoras móveis do País estão investindo em novas redes. Isso nos traz oportunidades na oferta de serviços integrados. China e Índia despontam como mercados atrativos para o capital estrangeiro. Essa tendência pode significar diminuição dos investimentos na América Latina? De maneira nenhuma. No plano estratégico da Lucent, a América Latina continua como uma das prioridades. Temos um estudo que assegura à região uma posição como braço de negócios. Há oportunidades para crescermos. A América Latina tem uma participação de 5% a 6% na receita total da companhia 14

PERFIL dinheiro fora. Então, temos que aguardar, observar e negociar as mudanças que virão. Tenho uma certeza: a Telefónica não fará nada que venha prejudicar o resultado financeiro dos seus acionistas. Ela irá tentar maximizar os seus investimentos. e deverá manter essa marca até 2008. Hoje, a China representa 4,5%, também com tendência de alta. Na verdade, América Latina, China e Índia são mercados fantásticos e serão prioritários para todos os fornecedores. A Lucent é uma empresa identificada com a tecnologia CDMA. Como a companhia avalia o impacto da aquisição das operações da BellSouth pela Telefónica e o anúncio, já feito pelo presidente da holding, César Alierta, de que irá migrar a infra-estrutura CDMA para GSM na Argentina e no Chile? Acho que qualquer opinião agora será precipitada. A aquisição das unidades da BellSouth pela Telefónica realmente traçará um novo desenho do mercado de telecomunicações na região. Acredito que haverá mudança nas operações móvel e fixa. As concorrentes vão reagir para não perder espaço. Aliás, é isso que vimos no Brasil, com a disputa travada entre a Telmex, do mexicano Carlos Slim, e as operadoras locais, pelo controle da Embratel. Temos que esperar ainda a reação da Telecom Itália. Vários lances serão dados a partir desse meganegócio. Mas voltando a questão da operação móvel, acredito que a Telefónica não fará nada precipitadamente. Lucent e Motorola são os principais fornecedores da BellSouth e muitas operações estão em processo de evolução do CDMA para o CDMA 1xRTT. Não estamos mais em época de jogar A aquisição das unidades da BellSouth pela Telefónica vai traçar um novo desenho do mercado de telecomunicações na região. Acredito que haverá mudança nas operações móvel e fixa. As concorrentes vão reagir para não perder espaço O senhor acredita que o CDMA perde de vez a batalha para o GSM na América Latina caso essa decisão da Telefónica venha a ser confirmada? Temos uma visão sobre a evolução da telefonia móvel. Ela passa pela oferta de serviços de alta capacidade de transmissão de dados. É nessa área que as operadoras vão encontrar a rentabilidade e terão o retorno dos seus investimentos em novas infra-estruturas. É verdade que muitas operadoras TDMA, tecnologia ainda dominante na América Latina, e em especial no Brasil, decidiram migrar para o GSM. Mas mantemos a nossa decisão de investir em pesquisa e desenvolvimento no CDMA. É a plataforma que trará o caminho da evolução e do futuro. Entretanto, precisamos deixar claro que não somos 'fanáticos" tecnológicos. Não investimos no GSM como tecnologia mas podemos prestar serviços na plataforma. Temos conhecimento para instalar redes e para operar a infra-estrutura. Fechamos bons contratos nessa área. 15

CELULARES EDIÇÃO ANUAL OS MUT DINAMISMO TEM SIDO A MARCA DO DESENVOLVIMENTO E DA PRODUÇÃO DE TERMINAIS CELULARES NOS ÚLTIMOS ANOS. NA HISTÓRIA DA TECNOLOGIA, NENHUM OUTRO PRODUTO PASSOU POR TANTAS TRANSFORMAÇÕES EM UM ESPAÇO TÃO CURTO DE TEMPO. MAIS DO QUE DAR MOBILIDADE, OS HANDSETS SÃO, HOJE, UM OBJETO INDISPENSÁVEL À VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL DO SER HUMANO. Ana Paula Lobo e Graça Sermoud Responder à crise é uma tarefa de sucesso para os fornecedores de telefonia móvel celular. Nos últimos dez anos, os fabricantes enfrentaram altos e baixos da economia mundial e a própria estagnação do setor de telecomunicações. Mas nem por isso deixaram de evoluir, de crescer e de apostar em tempos modernos. Os handsets pesados e caros de um passado nem tão distante fazem parte da memória e são preservados em museus ligados à tecnologia. Atualmente, lindos e arrojados, os terminais móveis seduzem e conquistam os consumidores. Pequenos, mas poderosos, eles aglutinam mais e mais aplicações e tornam-se indispensáveis. Ter um celular não é mais uma questão de status, mas, sim, de produtividade e eficiência para toda e qualquer classe social. Em 2004, de acordo com pesquisa divulgada pelo Gartner, 580 milhões de celulares serão comercializados no mundo. Essa marca supera, em muito, o número de linhas 16

EDIÇÃO ANUAL CELULARES ANTES fixas ativadas. Na América Latina, o crescimento é contínuo e progressivo, apesar de todo o cenário econômico, social e político da região. Segundo a Pyramid Research, a expansão do serviço, esse ano na AL, será de 32%. O Brasil ganha destaque ao bater a marca histórica de 16 milhões de terminais comercializados. Não é difícil entender as razões desse megasucesso. Evoluir é uma questão primordial em um mercado tão competitivo e seletivo. Independente da classe social e econômica, o consumidor aumenta dia-a-dia o seu grau de exigência. Não à toa, o diferencial de hoje pode ser o commoditie de amanhã. Nesse jogo bilionário, fabricantes e desenvolvedores de celulares sabem que não podem ficar restritos às vitórias já conquistadas. Evoluir sempre, e muito rápido, é pura questão de sobrevivência. (colaborou Clara Persand) 17

CELULARES EDIÇÃO ANUAL Um brinde à RECUPERAÇÃO FABRICANTES DE TERMINAIS COMEMORAM CRESCIMENTO NA REGIÃO Nunca se vendeu tanto celular na América Latina. De acordo com estudo da Pyramid Research, no período 2002/2003, o mercado móvel cresceu 24%, apesar dos efeitos consideráveis da crise na economia mundial em países como Brasil, Argentina e México. Para 2003/2004, prossegue o estudo, o mercado deverá atingir uma expansão de 32%. O Brasil desponta como destaque nesse resultado. No ano passado, o País vendeu 16 milhões de terminais, uma marca histórica para a região e que promete ser superada ao longo desse ano. Os fabricantes querem aumentar suas vendas em pouco mais de 10% e alcançar a casa dos 18 milhões de handsets comercializados. Os números brasileiros podem ser os melhores, mas não caracterizam uma exceção. Outros países importantes na região apresentam sinais de recuperação. Na Argentina, por exemplo, a indústria retoma o fôlego depois de uma crise que praticamente paralisou os negócios. As principais operadoras - CTI Móvil, Personal Argentina e Telefónica - investem na atualização das suas redes e no lançamento de novos serviços que demandam uma renovação dos terminais móveis. Outro País que apresenta um excelente resultado é a Colômbia, onde a estabilidade da economia aliada a maior concorrência traz novos usuários para o serviço móvel celular. Cenário semelhante existe no Equador. No Chile, os negócios estão estáveis e à espera da decisão governamental para a oferta de compra da BellSouth feita pela Telefónica Móviles. SINAL VERDE Os países da América Central também são um mercado potencial. Honduras, Jamaica e Costa Rica evoluem suas redes para ampliar a oferta de serviços. A Venezuela, apesar de ser um mercado forte, é o único País da região com uma visão mais pessimista dos fornecedores, em função do difícil momento político e econômico. "A estagnação vivida nos anos de 2001 e 2002 parece superada. Países como Brasil, Colômbia e México respondem acima das expectativas e a Argentina apresenta claros sinais de recuperar o seu lugar", reconhece o diretor de Marketing para a região da Motorola, Jean Pierre Le Cannellier. Numa briga ferrenha com a Nokia para ficar com a liderança do ranking da América Latina hoje a empresa finlandesa fica com o primeiro lugar a Mo- torola aposta no desenvolvimento de serviços de dados para ampliar ainda mais a sua receita na região (veja matéria na página 24). O diretor da Siemens Mobile, Humberto Cagno, comemora as vendas e a retomada dos investimentos em telecomunicações na região, depois de um duro período de congelamento de recursos. Na Argentina, enumera o executivo, as operadoras prevêem um ano de vendas melhores e apostam na migração das suas infra-estruturas para reconquistar os assinantes perdidos com a crise econômica. A própria compra das subsidiárias da BellSouth pela Telefónica Móviles 18

EDIÇÃO ANUAL CELULARES determinará aportes em infra-estrutura e consolidação de tecnologias. "Sem dúvida nenhuma, vivemos um momento especial para a telefonia celular. E para complementar temos um histórico de baixa penetração nesses países que estão crescendo", destaca o diretor da Siemens Mobile. DOIS EM UM Criada em 2001, a partir de uma joint venture entre as gigantes Sony e Ericsson, a Sony Ericsson comemora o aumento de 300% nas suas vendas mundiais e aposta na América Latina para ganhar competitividade entre as gigantes do mercado de manufatura. Especializada na produção de terminais GSM, a fabricante tem market share em países como México, Colômbia, Chile e Argentina, mas almeja uma participação mais representativa no Brasil, onde atua apenas junto aos consumidores de médio e grande porte. De acordo com o vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios, André Jacquet, a fabricante estuda a viabilidade de produzir no País para tornar-se mais competitiva no RANKING MUNDIAL serviço pré-pago, responsável por 80% do mercado brasileiro. Com resultado financeiro excelente no primeiro trimestre desse ano - aumentou suas vendas mundiais em 52% - a Samsung aposta nos modelos de câmeras digitais para registrar, na América Latina, o sucesso já alcançado na Europa e na Ásia. De acordo com Javier Romeu, gerente geral da divisão de Telecomunicações na América Latina, a fabricante planeja crescer 30% na região em 2004. Para alcançar esse objetivo, a Samsung reforça sua linha de produtos GSM e CDMA, direcionada ao mercado de médio e grande porte. FASE NOVA Os principais executivos da área de manufatura de terminais não temem a consolidação da telefonia móvel. Na América Latina, por exemplo, três gigantes detêm mais de 80% do mercado - América Móvil, Telefónica e TIM. "As operadoras ganham maior poder de pressão, mas também querem fidelizar seus assinantes. Saberemos sentar à mesa e negociar", diz Jean Pierre Le Cannellier, diretor de Marketing para a América Latina da Motorola. Para o diretor da Siemens Mobile, Humberto Cagno, a compra da BellSouth pela Telefónica Móviles foi Nokia 34,7% Motorola 14,5% Samsung 10,5% Siemens 8,4% Fonte: Gartner Group Sony Ericsson 5,4% Março 2004 LG Electronics 5% uma "jogada de mestre" para impedir o avanço da sua maior concorrente: a América Móvil. "Consolidação é uma realidade no mundo e teremos que enfrentar essa nova etapa de relacionamento com as operadoras", complementa o executivo. Tradicional desenvolvedora de tecnologia CDMA, a Kyocera Wireless aguarda a decisão da Telefónica sobre a migração da infra-estrutura CDMA da BellSouth para GSM, em países como Argentina e Chile. Se isso acontecer, o vice-presidente da fabricante, Lee Ittner, admite que será uma perda para a companhia. "É claro que a migração não será benéfica para nós", enfatiza. Em contrapartida, o vicepresidente de mercado da Sony Ericsson para a América Latina, Andre Jacquet, comemora a possibilidade real de a Telefónica migrar as operações da BellSouth. "Como somos focados na tecnologia GSM, teremos maiores oportunidades de negócios na América Latina", sinaliza o executivo. 19

CELULARES EDIÇÃO ANUAL Parece MAS NÃO É FABRICANTES DE PEQUENO E MÉDIO PORTE OFERECEM TERMINAIS COM DESIGNERS SEMELHANTES AOS DOS CONCORRENTES TRADICIONAIS E PREÇO INFERIOR A Ásia descobriu o filão latino-americano. Fornecedores de pequeno e médio porte da região desembarcam na AL com seus produtos de designers semelhantes aos dos concorrentes tradicionais, mas com preços bem mais populares. No México, por exemplo, a MoviStar (Telefónica Móviles) já acertou contratos de OEM com esses fornecedores para ofertar handsets na modalidade pré-paga às camadas mais pobres da população. "Preço baixo do terminal não pode ser o único referencial de concorrência", frisa Jean Pierre Le Cannellier, diretor de Marketing para a América Latina da Motorola. O executivo lembra que a compra do celular é um investimento para a maior parte da população da região. "O aparelho tem que ter um ciclo de vida útil que corresponda ao interesse do consumidor", alerta. A mesma posição é defendida pelo diretor da divisão da Siemens Mobile, Humberto Cagno. Ele reforça que quesitos como qualidade e suporte técnico são elementos essenciais para a satisfação do consumidor com o serviço móvel celular. "O cliente de baixa renda não quer apenas um celular bonito. Ele quer um terminal que fale, seja produtivo, tenha assistência técnica e dure", avalia ao executivo. "Esse é o diferencial de quem quer investir na região e não apenas vender quantidade", dispara. O vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Sony Ericsson, André Jacquet, assume que a concorrência é cada vez maior na região, mas não teme a participação dos chineses e coreanos, que chegam através de canais de distribuição. Segundo ele, a estratégia da Sony Ericsson é brigar pelo cliente através da oferta de telefones inovadores, atraentes e originais. "Não vou entrar em guerra de preços", decreta. Com relação às operadoras, os fabricantes afirmam que sentar à mesa e negociar é uma boa estratégia para encontrar fórmulas que atendam às necessidades de todos os envolvidos. "Vender significa negociar sempre", destaca o diretor de Tecnologia da Samsung Brasil, Oswaldo Mello. Ele lembra que a queda de preços é uma realidade diária no segmento móvel. "O celular de seis meses atrás, já é, hoje, um modelo de linha mais acessível e ganha a preferência do consumidor que investe no aparelho. Ele sabe que está comprando também o nome da empresa e isso conta". Motorola Atenta aos perfis exigentes do mercado, a Motorola incrementa o desenho dos seus terminais. Desenvolvido para quem quer um aparelho que caiba na palma da mão mas que reúna elegância e praticidade, o V150 é, de acordo com a fabricante, o menor celular com flip do mercado. O terminal possibilita acesso à internet na tecnologia GPRS, discagem por comando de voz e envio de mensagens MMS (Multimídia), com ícones coloridos e sons. O v150 pesa apenas 75 gramas. Para maior comodidade do usuário, possui uma interface com ícones que facilitam a navegação. Conta ainda com recursos como calculadora e calendário. 20